Cuiabá: Bolsonarista Brunini promete trocar ‘lacração’ de deputado por ‘postura de Executivo’


‘Dos 11 deputados federais que foram eleitos (prefeitos), não tem nenhum da esquerda’, diz o deputado federal Abilio Brunini (PL-MT), que se elegeu prefeito de Cuiabá contra Lúdio Cabral (PT)

Por André Shalders
Atualização:

BRASÍLIA - No último domingo (27), o arquiteto e deputado federal Abilio Brunini (PL-MT) elegeu-se prefeito de Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso, com 171.324 votos, ou 53,8% dos votos válidos. Ele derrotou, no segundo turno da disputa, o candidato do PT, o deputado estadual Lúdio Cabral. Acusado por seus adversários no Congresso Nacional de ser virulento e até histriônico nas reuniões da Câmara, Abilio diz ao Estadão que seu estilo de atuação na prefeitura será diferente do usado no Congresso, e provoca: “Todos os deputados que são críticos a mim, e que foram candidatos a prefeito (nas eleições deste ano), não ganharam”.

O deputado federal e prefeito eleito de Cuiabá (MT), Abilio Brunini (PL): governo Lula (PT) não fez nenhuma obra em Cuiabá até o momento Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados
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“Postura de Legislativo é postura de Legislativo; postura de Executivo é postura de Executivo. Quando a gente assume uma prefeitura, a gente assume para governar para todos. Já aqui no Congresso, ao fazer o nosso papel legislativo, a gente está legislando para a representatividade ideológica que a gente faz”, diz ele, que chegou a ser expulso de uma reunião da CPI do 8 de janeiro, em setembro passado.

“Todos os deputados que são críticos a mim, e que foram candidatos a prefeito (nas eleições deste ano), não ganharam. O Boulos não ganhou; Tarcísio (Motta, candidato do PSOL à prefeitura do Rio) também não. E outros também não. Por mais que eles tenham conseguido dominar a narrativa por meio de veículos de comunicação, nas regiões em que foram candidatos eles não ganharam. Dos 11 deputados federais que foram eleitos (prefeitos), não tem nenhum da esquerda”, disse ele.

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Ao longo da campanha eleitoral, Brunini teve apoio de várias figuras da direita bolsonarista, que estiveram em Cuiabá. Além do próprio Bolsonaro, também foram à capital matogrossense a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

“O Nikolas (Ferreira, deputado federal pelo PL-MG) também esteve lá; o (Romeu) Zema (governador de Minas Gerais, do Novo) também; o (Marcel) Van Hattem (deputado federal do Novo-RS), e outras lideranças também. Cada uma dentro do seu nicho, conseguiram atingir seu objetivo. A gente teve uma ou duas semanas trabalhando pautas nacionais e duas semanas trabalhando pautas locais. A gente mesclou um pouco o que era (o embate) direita versus esquerda com as pautas da cidade”, diz Brunini sobre sua campanha.

Segundo o deputado, o governo petista não se preocupou com Cuiabá. “O Lula tinha um candidato do seu partido, do PT (o deputado estadual Lúdio Cabral), mas não teve nenhuma ação efetiva, em seus dois anos de mandato, lá em Cuiabá. Não tem uma obra do governo Lula nestes dois primeiros anos em Cuiabá. O filho do atual prefeito (Emanuel Pinheiro, do MDB) é vice-líder do governo aqui em Brasília (o deputado federal Emanuelzinho Pinheiro, do MDB-MT). E mesmo com todo esse aparato, não conseguiram levar infraestrutura para lá”, diz ele.

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Bolsonaro não saiu enfraquecido, diz Brunini

No segundo turno das eleições municipais deste ano, Jair Bolsonaro viu seus candidatos serem derrotados em 8 das 11 cidades nas quais ele fez campanha. Em Goiânia (GO), Sandro Mabel (União) derrotou Fred Rodrigues (PL) com a ajuda do governador Ronaldo Caiado (União). Em Manaus (AM), Capitão Alberto Neto (PL) perdeu para o prefeito David Almeida (Avante) e em Belo Horizonte Bruno Engler (PL) foi derrotado por Fuad Noman (PSD).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).  Foto: Werther Santana/Estadão
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Para Abílio Brunini, porém, o resultado não mostra fraqueza do ex-presidente, uma vez que a maioria das disputas de segundo turno foram entre representantes da direita. “Não considero que ele saiu enfraquecido de jeito nenhum. Na maioria das capitais do nosso País, ou o candidato era do partido do Bolsonaro, ou era da direita querendo ser do partido Bolsonaro”, diz ele.

“Bolsonaro saiu vitorioso nessa eleição se você levar em consideração que 70% da população brasileira escolheu pessoas ligadas à direita e ao posicionamento ideológico do Bolsonaro. Provavelmente, em 2026, essas pessoas farão campanha para Bolsonaro ou para alguém que o Bolsonaro indicar”, comenta.

Prioridades para Cuiabá

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Como arquiteto e urbanista, Brunini diz que a mobilidade urbana será uma de suas prioridades para Cuiabá. Reivindicações de motoristas de aplicativo e de representantes da pauta animal também foram parte importante da campanha, diz ele.

“Cuiabá hoje dá a sensação de que ficou parada uns vinte anos no tempo. Então assim, ela precisa se desenvolver. A cidade está com crescimento de 18% ao ano em suas receitas. É uma cidade que cresce significativamente, e a tendência é continuar crescendo, porque é o polo de serviços de toda a região centro-oeste”, diz. “Acredito que se a gente conseguir fazer uma gestão que consiga desburocratizar a máquina e melhorar a qualidade de vida da população, a gente vai continuar crescendo”, afirma ele.

BRASÍLIA - No último domingo (27), o arquiteto e deputado federal Abilio Brunini (PL-MT) elegeu-se prefeito de Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso, com 171.324 votos, ou 53,8% dos votos válidos. Ele derrotou, no segundo turno da disputa, o candidato do PT, o deputado estadual Lúdio Cabral. Acusado por seus adversários no Congresso Nacional de ser virulento e até histriônico nas reuniões da Câmara, Abilio diz ao Estadão que seu estilo de atuação na prefeitura será diferente do usado no Congresso, e provoca: “Todos os deputados que são críticos a mim, e que foram candidatos a prefeito (nas eleições deste ano), não ganharam”.

O deputado federal e prefeito eleito de Cuiabá (MT), Abilio Brunini (PL): governo Lula (PT) não fez nenhuma obra em Cuiabá até o momento Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados

“Postura de Legislativo é postura de Legislativo; postura de Executivo é postura de Executivo. Quando a gente assume uma prefeitura, a gente assume para governar para todos. Já aqui no Congresso, ao fazer o nosso papel legislativo, a gente está legislando para a representatividade ideológica que a gente faz”, diz ele, que chegou a ser expulso de uma reunião da CPI do 8 de janeiro, em setembro passado.

“Todos os deputados que são críticos a mim, e que foram candidatos a prefeito (nas eleições deste ano), não ganharam. O Boulos não ganhou; Tarcísio (Motta, candidato do PSOL à prefeitura do Rio) também não. E outros também não. Por mais que eles tenham conseguido dominar a narrativa por meio de veículos de comunicação, nas regiões em que foram candidatos eles não ganharam. Dos 11 deputados federais que foram eleitos (prefeitos), não tem nenhum da esquerda”, disse ele.

Ao longo da campanha eleitoral, Brunini teve apoio de várias figuras da direita bolsonarista, que estiveram em Cuiabá. Além do próprio Bolsonaro, também foram à capital matogrossense a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

“O Nikolas (Ferreira, deputado federal pelo PL-MG) também esteve lá; o (Romeu) Zema (governador de Minas Gerais, do Novo) também; o (Marcel) Van Hattem (deputado federal do Novo-RS), e outras lideranças também. Cada uma dentro do seu nicho, conseguiram atingir seu objetivo. A gente teve uma ou duas semanas trabalhando pautas nacionais e duas semanas trabalhando pautas locais. A gente mesclou um pouco o que era (o embate) direita versus esquerda com as pautas da cidade”, diz Brunini sobre sua campanha.

Segundo o deputado, o governo petista não se preocupou com Cuiabá. “O Lula tinha um candidato do seu partido, do PT (o deputado estadual Lúdio Cabral), mas não teve nenhuma ação efetiva, em seus dois anos de mandato, lá em Cuiabá. Não tem uma obra do governo Lula nestes dois primeiros anos em Cuiabá. O filho do atual prefeito (Emanuel Pinheiro, do MDB) é vice-líder do governo aqui em Brasília (o deputado federal Emanuelzinho Pinheiro, do MDB-MT). E mesmo com todo esse aparato, não conseguiram levar infraestrutura para lá”, diz ele.

Bolsonaro não saiu enfraquecido, diz Brunini

No segundo turno das eleições municipais deste ano, Jair Bolsonaro viu seus candidatos serem derrotados em 8 das 11 cidades nas quais ele fez campanha. Em Goiânia (GO), Sandro Mabel (União) derrotou Fred Rodrigues (PL) com a ajuda do governador Ronaldo Caiado (União). Em Manaus (AM), Capitão Alberto Neto (PL) perdeu para o prefeito David Almeida (Avante) e em Belo Horizonte Bruno Engler (PL) foi derrotado por Fuad Noman (PSD).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).  Foto: Werther Santana/Estadão

Para Abílio Brunini, porém, o resultado não mostra fraqueza do ex-presidente, uma vez que a maioria das disputas de segundo turno foram entre representantes da direita. “Não considero que ele saiu enfraquecido de jeito nenhum. Na maioria das capitais do nosso País, ou o candidato era do partido do Bolsonaro, ou era da direita querendo ser do partido Bolsonaro”, diz ele.

“Bolsonaro saiu vitorioso nessa eleição se você levar em consideração que 70% da população brasileira escolheu pessoas ligadas à direita e ao posicionamento ideológico do Bolsonaro. Provavelmente, em 2026, essas pessoas farão campanha para Bolsonaro ou para alguém que o Bolsonaro indicar”, comenta.

Prioridades para Cuiabá

Como arquiteto e urbanista, Brunini diz que a mobilidade urbana será uma de suas prioridades para Cuiabá. Reivindicações de motoristas de aplicativo e de representantes da pauta animal também foram parte importante da campanha, diz ele.

“Cuiabá hoje dá a sensação de que ficou parada uns vinte anos no tempo. Então assim, ela precisa se desenvolver. A cidade está com crescimento de 18% ao ano em suas receitas. É uma cidade que cresce significativamente, e a tendência é continuar crescendo, porque é o polo de serviços de toda a região centro-oeste”, diz. “Acredito que se a gente conseguir fazer uma gestão que consiga desburocratizar a máquina e melhorar a qualidade de vida da população, a gente vai continuar crescendo”, afirma ele.

BRASÍLIA - No último domingo (27), o arquiteto e deputado federal Abilio Brunini (PL-MT) elegeu-se prefeito de Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso, com 171.324 votos, ou 53,8% dos votos válidos. Ele derrotou, no segundo turno da disputa, o candidato do PT, o deputado estadual Lúdio Cabral. Acusado por seus adversários no Congresso Nacional de ser virulento e até histriônico nas reuniões da Câmara, Abilio diz ao Estadão que seu estilo de atuação na prefeitura será diferente do usado no Congresso, e provoca: “Todos os deputados que são críticos a mim, e que foram candidatos a prefeito (nas eleições deste ano), não ganharam”.

O deputado federal e prefeito eleito de Cuiabá (MT), Abilio Brunini (PL): governo Lula (PT) não fez nenhuma obra em Cuiabá até o momento Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados

“Postura de Legislativo é postura de Legislativo; postura de Executivo é postura de Executivo. Quando a gente assume uma prefeitura, a gente assume para governar para todos. Já aqui no Congresso, ao fazer o nosso papel legislativo, a gente está legislando para a representatividade ideológica que a gente faz”, diz ele, que chegou a ser expulso de uma reunião da CPI do 8 de janeiro, em setembro passado.

“Todos os deputados que são críticos a mim, e que foram candidatos a prefeito (nas eleições deste ano), não ganharam. O Boulos não ganhou; Tarcísio (Motta, candidato do PSOL à prefeitura do Rio) também não. E outros também não. Por mais que eles tenham conseguido dominar a narrativa por meio de veículos de comunicação, nas regiões em que foram candidatos eles não ganharam. Dos 11 deputados federais que foram eleitos (prefeitos), não tem nenhum da esquerda”, disse ele.

Ao longo da campanha eleitoral, Brunini teve apoio de várias figuras da direita bolsonarista, que estiveram em Cuiabá. Além do próprio Bolsonaro, também foram à capital matogrossense a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

“O Nikolas (Ferreira, deputado federal pelo PL-MG) também esteve lá; o (Romeu) Zema (governador de Minas Gerais, do Novo) também; o (Marcel) Van Hattem (deputado federal do Novo-RS), e outras lideranças também. Cada uma dentro do seu nicho, conseguiram atingir seu objetivo. A gente teve uma ou duas semanas trabalhando pautas nacionais e duas semanas trabalhando pautas locais. A gente mesclou um pouco o que era (o embate) direita versus esquerda com as pautas da cidade”, diz Brunini sobre sua campanha.

Segundo o deputado, o governo petista não se preocupou com Cuiabá. “O Lula tinha um candidato do seu partido, do PT (o deputado estadual Lúdio Cabral), mas não teve nenhuma ação efetiva, em seus dois anos de mandato, lá em Cuiabá. Não tem uma obra do governo Lula nestes dois primeiros anos em Cuiabá. O filho do atual prefeito (Emanuel Pinheiro, do MDB) é vice-líder do governo aqui em Brasília (o deputado federal Emanuelzinho Pinheiro, do MDB-MT). E mesmo com todo esse aparato, não conseguiram levar infraestrutura para lá”, diz ele.

Bolsonaro não saiu enfraquecido, diz Brunini

No segundo turno das eleições municipais deste ano, Jair Bolsonaro viu seus candidatos serem derrotados em 8 das 11 cidades nas quais ele fez campanha. Em Goiânia (GO), Sandro Mabel (União) derrotou Fred Rodrigues (PL) com a ajuda do governador Ronaldo Caiado (União). Em Manaus (AM), Capitão Alberto Neto (PL) perdeu para o prefeito David Almeida (Avante) e em Belo Horizonte Bruno Engler (PL) foi derrotado por Fuad Noman (PSD).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).  Foto: Werther Santana/Estadão

Para Abílio Brunini, porém, o resultado não mostra fraqueza do ex-presidente, uma vez que a maioria das disputas de segundo turno foram entre representantes da direita. “Não considero que ele saiu enfraquecido de jeito nenhum. Na maioria das capitais do nosso País, ou o candidato era do partido do Bolsonaro, ou era da direita querendo ser do partido Bolsonaro”, diz ele.

“Bolsonaro saiu vitorioso nessa eleição se você levar em consideração que 70% da população brasileira escolheu pessoas ligadas à direita e ao posicionamento ideológico do Bolsonaro. Provavelmente, em 2026, essas pessoas farão campanha para Bolsonaro ou para alguém que o Bolsonaro indicar”, comenta.

Prioridades para Cuiabá

Como arquiteto e urbanista, Brunini diz que a mobilidade urbana será uma de suas prioridades para Cuiabá. Reivindicações de motoristas de aplicativo e de representantes da pauta animal também foram parte importante da campanha, diz ele.

“Cuiabá hoje dá a sensação de que ficou parada uns vinte anos no tempo. Então assim, ela precisa se desenvolver. A cidade está com crescimento de 18% ao ano em suas receitas. É uma cidade que cresce significativamente, e a tendência é continuar crescendo, porque é o polo de serviços de toda a região centro-oeste”, diz. “Acredito que se a gente conseguir fazer uma gestão que consiga desburocratizar a máquina e melhorar a qualidade de vida da população, a gente vai continuar crescendo”, afirma ele.

BRASÍLIA - No último domingo (27), o arquiteto e deputado federal Abilio Brunini (PL-MT) elegeu-se prefeito de Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso, com 171.324 votos, ou 53,8% dos votos válidos. Ele derrotou, no segundo turno da disputa, o candidato do PT, o deputado estadual Lúdio Cabral. Acusado por seus adversários no Congresso Nacional de ser virulento e até histriônico nas reuniões da Câmara, Abilio diz ao Estadão que seu estilo de atuação na prefeitura será diferente do usado no Congresso, e provoca: “Todos os deputados que são críticos a mim, e que foram candidatos a prefeito (nas eleições deste ano), não ganharam”.

O deputado federal e prefeito eleito de Cuiabá (MT), Abilio Brunini (PL): governo Lula (PT) não fez nenhuma obra em Cuiabá até o momento Foto: Renato Araujo/Câmara dos Deputados

“Postura de Legislativo é postura de Legislativo; postura de Executivo é postura de Executivo. Quando a gente assume uma prefeitura, a gente assume para governar para todos. Já aqui no Congresso, ao fazer o nosso papel legislativo, a gente está legislando para a representatividade ideológica que a gente faz”, diz ele, que chegou a ser expulso de uma reunião da CPI do 8 de janeiro, em setembro passado.

“Todos os deputados que são críticos a mim, e que foram candidatos a prefeito (nas eleições deste ano), não ganharam. O Boulos não ganhou; Tarcísio (Motta, candidato do PSOL à prefeitura do Rio) também não. E outros também não. Por mais que eles tenham conseguido dominar a narrativa por meio de veículos de comunicação, nas regiões em que foram candidatos eles não ganharam. Dos 11 deputados federais que foram eleitos (prefeitos), não tem nenhum da esquerda”, disse ele.

Ao longo da campanha eleitoral, Brunini teve apoio de várias figuras da direita bolsonarista, que estiveram em Cuiabá. Além do próprio Bolsonaro, também foram à capital matogrossense a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF).

“O Nikolas (Ferreira, deputado federal pelo PL-MG) também esteve lá; o (Romeu) Zema (governador de Minas Gerais, do Novo) também; o (Marcel) Van Hattem (deputado federal do Novo-RS), e outras lideranças também. Cada uma dentro do seu nicho, conseguiram atingir seu objetivo. A gente teve uma ou duas semanas trabalhando pautas nacionais e duas semanas trabalhando pautas locais. A gente mesclou um pouco o que era (o embate) direita versus esquerda com as pautas da cidade”, diz Brunini sobre sua campanha.

Segundo o deputado, o governo petista não se preocupou com Cuiabá. “O Lula tinha um candidato do seu partido, do PT (o deputado estadual Lúdio Cabral), mas não teve nenhuma ação efetiva, em seus dois anos de mandato, lá em Cuiabá. Não tem uma obra do governo Lula nestes dois primeiros anos em Cuiabá. O filho do atual prefeito (Emanuel Pinheiro, do MDB) é vice-líder do governo aqui em Brasília (o deputado federal Emanuelzinho Pinheiro, do MDB-MT). E mesmo com todo esse aparato, não conseguiram levar infraestrutura para lá”, diz ele.

Bolsonaro não saiu enfraquecido, diz Brunini

No segundo turno das eleições municipais deste ano, Jair Bolsonaro viu seus candidatos serem derrotados em 8 das 11 cidades nas quais ele fez campanha. Em Goiânia (GO), Sandro Mabel (União) derrotou Fred Rodrigues (PL) com a ajuda do governador Ronaldo Caiado (União). Em Manaus (AM), Capitão Alberto Neto (PL) perdeu para o prefeito David Almeida (Avante) e em Belo Horizonte Bruno Engler (PL) foi derrotado por Fuad Noman (PSD).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).  Foto: Werther Santana/Estadão

Para Abílio Brunini, porém, o resultado não mostra fraqueza do ex-presidente, uma vez que a maioria das disputas de segundo turno foram entre representantes da direita. “Não considero que ele saiu enfraquecido de jeito nenhum. Na maioria das capitais do nosso País, ou o candidato era do partido do Bolsonaro, ou era da direita querendo ser do partido Bolsonaro”, diz ele.

“Bolsonaro saiu vitorioso nessa eleição se você levar em consideração que 70% da população brasileira escolheu pessoas ligadas à direita e ao posicionamento ideológico do Bolsonaro. Provavelmente, em 2026, essas pessoas farão campanha para Bolsonaro ou para alguém que o Bolsonaro indicar”, comenta.

Prioridades para Cuiabá

Como arquiteto e urbanista, Brunini diz que a mobilidade urbana será uma de suas prioridades para Cuiabá. Reivindicações de motoristas de aplicativo e de representantes da pauta animal também foram parte importante da campanha, diz ele.

“Cuiabá hoje dá a sensação de que ficou parada uns vinte anos no tempo. Então assim, ela precisa se desenvolver. A cidade está com crescimento de 18% ao ano em suas receitas. É uma cidade que cresce significativamente, e a tendência é continuar crescendo, porque é o polo de serviços de toda a região centro-oeste”, diz. “Acredito que se a gente conseguir fazer uma gestão que consiga desburocratizar a máquina e melhorar a qualidade de vida da população, a gente vai continuar crescendo”, afirma ele.

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