Datena chega ao PSDB após esvaziamento de sigla; ‘crise se aprofunda desde 2014’, diz Bezerra Jr


Ex-deputado estadual e vereador eleito pelo PSDB, Carlos Bezerra Júnior avalia que crise de identidade do partido se intensificou em 2014, quando sigla questionou resultado resultado de urnas

Por Zeca Ferreira

Em meio a uma avalanche de desfiliações, o PSDB de São Paulo filiou José Luiz Datena nesta quinta-feira, 4. Com 66 anos e mais de quatro décadas de televisão, o apresentador é um valioso reforço aos tucanos, que buscam uma alternativa eleitoralmente viável para as eleições deste ano na capital paulista.

SÃO PAULO, SP, 04/04/2024- A deputada Tabata Amaral participa do ato de filiação do apresentador José Luiz Datena ao PSDB. Foto: Fábio Vieira/Estadão Foto: Fábio Vieira/Estadão

Após quatro meses no PSB, Datena migrou para as fileiras tucanas. O PSDB é o 11º partido do jornalista, que já foi filiado ao PT e PDT, à esquerda, e ao PSL e MDB, à direita. Com a troca de sigla, existe a possibilidade de o apresentador ocupar a vice na chapa encabeçada pela deputada Tabata Amaral (PSB) na disputa pela Prefeitura.

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A chegada do jornalista ocorre na mesma semana em que seis dos oito tucanos na Câmara de São Paulo anunciaram que vão deixar a sigla. Os outros dois podem fazer o mesmo. As baixas não se limitam à capital. Em Campinas, a legenda perdeu o único deputado eleito pela região, toda a representação na Câmara dos Vereadores e oito membros da executiva municipal.

Além disso, a própria direção do PSDB admite que o partido perderá pelo menos metade dos prefeitos no Estado em 2020. A origem da crise tucana, que tem no diretório paulista seu ponto mais crítico, surgiu a cerca de dez anos atrás, durante as eleições gerais de 2014, avalia o vereador licenciado Carlos Bezerra Júnior.

FR45 SAO PAULO 02/04/2024 - POLÍTICA - CARLOS BEZERRA - Foto do Carlos Bezerra Jr, secretário municipal da Assistência Social. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão
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Filiado ao PSDB por três décadas, Bezerra entregou sua carta de desfiliação ao presidente municipal da sigla, José Aníbal, nesta terça-feira, 2. Duas vezes deputado estadual e quatro vezes vereador pela sigla, Bezerra foi secretário de Esporte na administração Bruno Covas. Hoje é secretário de Desenvolvimento Social na gestão Ricardo Nunes (MDB).

Nesta quinta-feira, 4, Bezerra acertou sua ida ao PSD, de Gilberto Kassab. Antes disso, chegou a ser convidado para ser o candidato do PSDB na eleição à Prefeitura de São Paulo, porém recusou o convite. Nesta sexta-feira, 5, Bezerra deixará a Secretaria de Desenvolvimento Social e voltará para a Câmara Municipal para disputar a reeleição.

É com muita tristeza que digo isso, mas vejo o PSDB completamente desorientado. Sem um programa claro, sem lideranças e sem conexão com as ideias da sociedade. E é isso que faz um partido, porque um partido é a correia de transmissão das ideias da sociedade. Agora, um partido que não mais tem lideranças, que é pobre em ideias, que não tem mais programa, que não tem conexão com a sociedade, deixou de ser um partido para se transformar em uma legenda. Tenho a sensação de que já fui filiado a um partido, mas hoje tenho a sensação de que estou em uma sigla que perdeu o trem da história

Carlos Bezerra Júnior

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De acordo com Bezerra, o PSDB aprofunda a sua crise de identidade a partir das eleições de 2014. “Um partido que sai de uma eleição democrática, mas que não consegue reconhecer sua derrota na urna, passando a questioná-la na Justiça, dá o primeiro passo para seu esfacelamento. Sempre fui absolutamente contra isso. Há vários outros momentos de idas e vindas em que o partido vai se distanciado de sua raiz e de seu programa social-democrata”, afirma.

Questionado sobre os confrontos entre os tucanos próximos ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, com aqueles ligados ao ex-governador João Doria (sem partido), ele afirma que alguns governadores tucanos foram eleitos numa onda ideológica que não tem nenhuma identificação com a social-democracia.

Posso dar o exemplo aqui de São Paulo, em que um candidato surfa a onda do bolsonarista para ganhar as eleições, mas depois que ganha abandona imediatamente o Bolsonaro. Como isso é interpretado pelas pessoas? Oportunismo e incoerência. Agora, por exemplo, vem a Direção Municipal do PSDB dizendo que com Bolsonaro não há acordo

Carlos Bezerra Júnior

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Sobre as intervenções da Executiva Nacional no Estado, Bezerra afiram que essas ações não têm lógica nenhuma. “Não são intervenções em torno de ideias, elas não são intervenções que são feitas a partir de diálogos com a base partidária, com a militância. Elas são intervenções feitas a partir de interesses pessoais daqueles que estão olhando para as eleições de 2026 e sequer estão levando em conta 2024″, disse.

Por sua vez, o presidente do PSDB paulistano, José Aníbal, considera que as declarações de Bezerra “são meio vazias”. “Tudo isso é muito conversa, mas pouca reflexão. Nós fizemos com o Ricardo Nunes o mesmo acordo de quatro anos atrás, quando ele foi vice do Bruno Covas. O PSDB busca hoje recuperar seu protagonismo. Não vamos no apoio ao Ricardo se ele não abrir espaço para o PSDB”, disse.

Aníbal também afirma que o PSDB não compartilha com golpista, em referência ao apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro ao projeto de reeleição de Nunes. O ex-chefe do Executivo é investigado pela Polícia Federal por suposta tentativa de golpe de Estado. Por fim, o presidente tucano considera que a então bancada do partido na Câmara aderiu a gestão Ricardo Nunes de forma irrestrita e sem reflexão. “O PSDB não é uma legenda de aluguel”, disse.

Em meio a uma avalanche de desfiliações, o PSDB de São Paulo filiou José Luiz Datena nesta quinta-feira, 4. Com 66 anos e mais de quatro décadas de televisão, o apresentador é um valioso reforço aos tucanos, que buscam uma alternativa eleitoralmente viável para as eleições deste ano na capital paulista.

SÃO PAULO, SP, 04/04/2024- A deputada Tabata Amaral participa do ato de filiação do apresentador José Luiz Datena ao PSDB. Foto: Fábio Vieira/Estadão Foto: Fábio Vieira/Estadão

Após quatro meses no PSB, Datena migrou para as fileiras tucanas. O PSDB é o 11º partido do jornalista, que já foi filiado ao PT e PDT, à esquerda, e ao PSL e MDB, à direita. Com a troca de sigla, existe a possibilidade de o apresentador ocupar a vice na chapa encabeçada pela deputada Tabata Amaral (PSB) na disputa pela Prefeitura.

A chegada do jornalista ocorre na mesma semana em que seis dos oito tucanos na Câmara de São Paulo anunciaram que vão deixar a sigla. Os outros dois podem fazer o mesmo. As baixas não se limitam à capital. Em Campinas, a legenda perdeu o único deputado eleito pela região, toda a representação na Câmara dos Vereadores e oito membros da executiva municipal.

Além disso, a própria direção do PSDB admite que o partido perderá pelo menos metade dos prefeitos no Estado em 2020. A origem da crise tucana, que tem no diretório paulista seu ponto mais crítico, surgiu a cerca de dez anos atrás, durante as eleições gerais de 2014, avalia o vereador licenciado Carlos Bezerra Júnior.

FR45 SAO PAULO 02/04/2024 - POLÍTICA - CARLOS BEZERRA - Foto do Carlos Bezerra Jr, secretário municipal da Assistência Social. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

Filiado ao PSDB por três décadas, Bezerra entregou sua carta de desfiliação ao presidente municipal da sigla, José Aníbal, nesta terça-feira, 2. Duas vezes deputado estadual e quatro vezes vereador pela sigla, Bezerra foi secretário de Esporte na administração Bruno Covas. Hoje é secretário de Desenvolvimento Social na gestão Ricardo Nunes (MDB).

Nesta quinta-feira, 4, Bezerra acertou sua ida ao PSD, de Gilberto Kassab. Antes disso, chegou a ser convidado para ser o candidato do PSDB na eleição à Prefeitura de São Paulo, porém recusou o convite. Nesta sexta-feira, 5, Bezerra deixará a Secretaria de Desenvolvimento Social e voltará para a Câmara Municipal para disputar a reeleição.

É com muita tristeza que digo isso, mas vejo o PSDB completamente desorientado. Sem um programa claro, sem lideranças e sem conexão com as ideias da sociedade. E é isso que faz um partido, porque um partido é a correia de transmissão das ideias da sociedade. Agora, um partido que não mais tem lideranças, que é pobre em ideias, que não tem mais programa, que não tem conexão com a sociedade, deixou de ser um partido para se transformar em uma legenda. Tenho a sensação de que já fui filiado a um partido, mas hoje tenho a sensação de que estou em uma sigla que perdeu o trem da história

Carlos Bezerra Júnior

De acordo com Bezerra, o PSDB aprofunda a sua crise de identidade a partir das eleições de 2014. “Um partido que sai de uma eleição democrática, mas que não consegue reconhecer sua derrota na urna, passando a questioná-la na Justiça, dá o primeiro passo para seu esfacelamento. Sempre fui absolutamente contra isso. Há vários outros momentos de idas e vindas em que o partido vai se distanciado de sua raiz e de seu programa social-democrata”, afirma.

Questionado sobre os confrontos entre os tucanos próximos ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, com aqueles ligados ao ex-governador João Doria (sem partido), ele afirma que alguns governadores tucanos foram eleitos numa onda ideológica que não tem nenhuma identificação com a social-democracia.

Posso dar o exemplo aqui de São Paulo, em que um candidato surfa a onda do bolsonarista para ganhar as eleições, mas depois que ganha abandona imediatamente o Bolsonaro. Como isso é interpretado pelas pessoas? Oportunismo e incoerência. Agora, por exemplo, vem a Direção Municipal do PSDB dizendo que com Bolsonaro não há acordo

Carlos Bezerra Júnior

Sobre as intervenções da Executiva Nacional no Estado, Bezerra afiram que essas ações não têm lógica nenhuma. “Não são intervenções em torno de ideias, elas não são intervenções que são feitas a partir de diálogos com a base partidária, com a militância. Elas são intervenções feitas a partir de interesses pessoais daqueles que estão olhando para as eleições de 2026 e sequer estão levando em conta 2024″, disse.

Por sua vez, o presidente do PSDB paulistano, José Aníbal, considera que as declarações de Bezerra “são meio vazias”. “Tudo isso é muito conversa, mas pouca reflexão. Nós fizemos com o Ricardo Nunes o mesmo acordo de quatro anos atrás, quando ele foi vice do Bruno Covas. O PSDB busca hoje recuperar seu protagonismo. Não vamos no apoio ao Ricardo se ele não abrir espaço para o PSDB”, disse.

Aníbal também afirma que o PSDB não compartilha com golpista, em referência ao apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro ao projeto de reeleição de Nunes. O ex-chefe do Executivo é investigado pela Polícia Federal por suposta tentativa de golpe de Estado. Por fim, o presidente tucano considera que a então bancada do partido na Câmara aderiu a gestão Ricardo Nunes de forma irrestrita e sem reflexão. “O PSDB não é uma legenda de aluguel”, disse.

Em meio a uma avalanche de desfiliações, o PSDB de São Paulo filiou José Luiz Datena nesta quinta-feira, 4. Com 66 anos e mais de quatro décadas de televisão, o apresentador é um valioso reforço aos tucanos, que buscam uma alternativa eleitoralmente viável para as eleições deste ano na capital paulista.

SÃO PAULO, SP, 04/04/2024- A deputada Tabata Amaral participa do ato de filiação do apresentador José Luiz Datena ao PSDB. Foto: Fábio Vieira/Estadão Foto: Fábio Vieira/Estadão

Após quatro meses no PSB, Datena migrou para as fileiras tucanas. O PSDB é o 11º partido do jornalista, que já foi filiado ao PT e PDT, à esquerda, e ao PSL e MDB, à direita. Com a troca de sigla, existe a possibilidade de o apresentador ocupar a vice na chapa encabeçada pela deputada Tabata Amaral (PSB) na disputa pela Prefeitura.

A chegada do jornalista ocorre na mesma semana em que seis dos oito tucanos na Câmara de São Paulo anunciaram que vão deixar a sigla. Os outros dois podem fazer o mesmo. As baixas não se limitam à capital. Em Campinas, a legenda perdeu o único deputado eleito pela região, toda a representação na Câmara dos Vereadores e oito membros da executiva municipal.

Além disso, a própria direção do PSDB admite que o partido perderá pelo menos metade dos prefeitos no Estado em 2020. A origem da crise tucana, que tem no diretório paulista seu ponto mais crítico, surgiu a cerca de dez anos atrás, durante as eleições gerais de 2014, avalia o vereador licenciado Carlos Bezerra Júnior.

FR45 SAO PAULO 02/04/2024 - POLÍTICA - CARLOS BEZERRA - Foto do Carlos Bezerra Jr, secretário municipal da Assistência Social. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

Filiado ao PSDB por três décadas, Bezerra entregou sua carta de desfiliação ao presidente municipal da sigla, José Aníbal, nesta terça-feira, 2. Duas vezes deputado estadual e quatro vezes vereador pela sigla, Bezerra foi secretário de Esporte na administração Bruno Covas. Hoje é secretário de Desenvolvimento Social na gestão Ricardo Nunes (MDB).

Nesta quinta-feira, 4, Bezerra acertou sua ida ao PSD, de Gilberto Kassab. Antes disso, chegou a ser convidado para ser o candidato do PSDB na eleição à Prefeitura de São Paulo, porém recusou o convite. Nesta sexta-feira, 5, Bezerra deixará a Secretaria de Desenvolvimento Social e voltará para a Câmara Municipal para disputar a reeleição.

É com muita tristeza que digo isso, mas vejo o PSDB completamente desorientado. Sem um programa claro, sem lideranças e sem conexão com as ideias da sociedade. E é isso que faz um partido, porque um partido é a correia de transmissão das ideias da sociedade. Agora, um partido que não mais tem lideranças, que é pobre em ideias, que não tem mais programa, que não tem conexão com a sociedade, deixou de ser um partido para se transformar em uma legenda. Tenho a sensação de que já fui filiado a um partido, mas hoje tenho a sensação de que estou em uma sigla que perdeu o trem da história

Carlos Bezerra Júnior

De acordo com Bezerra, o PSDB aprofunda a sua crise de identidade a partir das eleições de 2014. “Um partido que sai de uma eleição democrática, mas que não consegue reconhecer sua derrota na urna, passando a questioná-la na Justiça, dá o primeiro passo para seu esfacelamento. Sempre fui absolutamente contra isso. Há vários outros momentos de idas e vindas em que o partido vai se distanciado de sua raiz e de seu programa social-democrata”, afirma.

Questionado sobre os confrontos entre os tucanos próximos ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, com aqueles ligados ao ex-governador João Doria (sem partido), ele afirma que alguns governadores tucanos foram eleitos numa onda ideológica que não tem nenhuma identificação com a social-democracia.

Posso dar o exemplo aqui de São Paulo, em que um candidato surfa a onda do bolsonarista para ganhar as eleições, mas depois que ganha abandona imediatamente o Bolsonaro. Como isso é interpretado pelas pessoas? Oportunismo e incoerência. Agora, por exemplo, vem a Direção Municipal do PSDB dizendo que com Bolsonaro não há acordo

Carlos Bezerra Júnior

Sobre as intervenções da Executiva Nacional no Estado, Bezerra afiram que essas ações não têm lógica nenhuma. “Não são intervenções em torno de ideias, elas não são intervenções que são feitas a partir de diálogos com a base partidária, com a militância. Elas são intervenções feitas a partir de interesses pessoais daqueles que estão olhando para as eleições de 2026 e sequer estão levando em conta 2024″, disse.

Por sua vez, o presidente do PSDB paulistano, José Aníbal, considera que as declarações de Bezerra “são meio vazias”. “Tudo isso é muito conversa, mas pouca reflexão. Nós fizemos com o Ricardo Nunes o mesmo acordo de quatro anos atrás, quando ele foi vice do Bruno Covas. O PSDB busca hoje recuperar seu protagonismo. Não vamos no apoio ao Ricardo se ele não abrir espaço para o PSDB”, disse.

Aníbal também afirma que o PSDB não compartilha com golpista, em referência ao apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro ao projeto de reeleição de Nunes. O ex-chefe do Executivo é investigado pela Polícia Federal por suposta tentativa de golpe de Estado. Por fim, o presidente tucano considera que a então bancada do partido na Câmara aderiu a gestão Ricardo Nunes de forma irrestrita e sem reflexão. “O PSDB não é uma legenda de aluguel”, disse.

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