BRASÍLIA – Criado durante a ditadura militar na gestão do então presidente Emílio Garrastazu Médici, o cargo de porta-voz do presidente da República já foi ocupado por jornalistas e diplomatas. O último a exercer a função foi um general. Rêgo Barros foi porta-voz do presidente Jair Bolsonaro.
Conheça alguns dos profissionais que já foram porta-voz do presidente no Brasil:
Carlos Fehlberg - Jornalista, foi o primeiro a ocupar o cargo em 1969, auge da ditadura militar. Ficou no posto até 1974.
Alexandre Garcia - Jornalista, atuou como porta-voz no início do governo do general João Batista Figueiredo, último militar a ocupar a Presidência da República. Garcia foi obrigado a deixar o posto após conceder entrevista a uma revista masculina e deixar-se fotografar deitado numa cama sem camisa.
Antonio Britto - Jornalista, atuou como porta-voz antes mesmo de o governo começar. Coube a ele dar a notícia da morte de Tancredo Neves, que fora escolhido em eleição indireta para assumir a Presidência da República, mas faleceu antes de tomar posse.
Sérgio Amaral - Diplomata, acumulou a função de porta-voz com a de ministro da Secretaria de Comunicação no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Exerceu a tarefa de 1995 a 1999.
André Singer - Cientista político e professor da USP, foi porta-voz no primeiro governo Lula (PT). Singer já disse em entrevista para compor o livro “No Planalto, com a imprensa”, organizado por ele próprio com o apoio de Márcio Hélio Gomes, Carlos Villanova e Jorge Duarte, que “é preciso calma para lidar com a pressão” inerente da relação tensa entre os veículos de comunicação e a Presidência.
Rêgo Barros - General, foi porta-voz do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Foi exonerado em agosto de 2020. A causa de sua saída é atribuída a choques com o chamado “gabinete do ódio”. O militar pregava aproximação do governo com a imprensa, mas teve a iniciativa criticada pela ala do governo que preferia declarar guerra aos jornalistas.