Debate do ‘Estadão’: encontro tem troca de farpas, Nunes como alvo e poucas propostas


Evento contou com a participação dos seis candidatos mais bem posicionados nas pesquisas: Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo)

Por Hugo Henud
Atualização: Correção:

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo se encontraram nesta quarta-feira, 14, para debater suas propostas para o futuro da capital paulista. Como esperado, o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), foi o principal alvo dos adversários durante o debate promovido pelo Estadão, em parceria com o Portal Terra e a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Embora o formato do debate favorecesse a discussão de planos de governo, o encontro foi marcado principalmente por trocas de farpas e ataques entre os candidatos. O evento contou com os seis nomes mais bem posicionados nas pesquisas: Nunes, Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

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No primeiro bloco, com educação como tema sorteado, o clima ficou acirrado quando Marina Helena questionou Ricardo Nunes sobre a “sexualização das crianças”, mencionando o canal do YouTube da Prefeitura chamado “Saúde para Todes”. Em resposta, o atual prefeito afirmou que o objetivo do programa citado por Marina Helena é garantir acesso à educação para todas as crianças na rede de ensino e lamentou o que classificou como “ataques pessoais”. Em resposta, a secretaria municipal de saúde enviou uma nota apontando que “a afirmação é absurda até mesmo por ignorar que o referido tratamento é proibido por meio de resolução do Conselho Federal de Medicina”, diz o trecho.

O jornal O Estado de Sao Paulo, em parceria com o Portal Terra e a Fundacao Armando Alvares Penteado (FAAP), realiza nesta quarta-feira, 14, o segundo debate com os pré-candidatos a Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), Jose Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (NOVO), Pablo Marcal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).FOTO:Werther Santana/Estadão Foto: Werther Santana/Estadão

Ainda no primeiro bloco, foi a vez da dupla de candidatos Pablo Marçal e Tabata Amaral debater. O momento também foi acalorado quando a co-host Luciana Pioto perguntou sobre a desigualdade racial no ensino público. Nesse momento, Marçal questionou por que Tabata não escolheu uma vice negra para compor sua chapa. A candidata, por sua vez, respondeu ter “muito orgulho” de sua companheira de chapa, a professora Lúcia França. “A questão racial não deve ser tratada no específico, mas no coletivo”, afirmou a candidata do PSB.

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Com o tema economia sorteado, o segundo bloco começou com a dupla Marina Helena e Tabata Amaral. A candidata do Novo acusou Tabata de disseminar fake news por ter afirmado, durante o debate da Band, que era a “única candidata mulher” à Prefeitura. “Prazer”, disse ironicamente Marina Helena.

O segundo bloco também foi marcado pelo confronto entre Boulos e Marçal. Boulos afirmou que Marçal não deveria estar ali, já que, no último debate, o candidato havia prometido deixar a candidatura caso sua condenação fosse comprovada. Após respostas com palavras de baixo calão, Marçal afirmou que Boulos foi preso três vezes e que “poderia pedir música no Fantástico”. Na sequência, Marçal voltou a negar ter sido condenado pela Justiça por estelionato. “Não tem condenação, isso ‘daí’ foi prescrito”.

No terceiro bloco, cujo tema sorteado foi Planejamento Urbano, Marina Helena começou perguntando a Boulos “que moral ele tem”, alegando que um coordenador de sua pré-campanha seria suspeito de receber propina do “chefe da máfia dos transportes”. Boulos rebateu, afirmando que o presidente do partido de outro candidato (Pablo Marçal) é quem está envolvido com a Justiça.

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Já no último bloco com temas sorteados, os candidatos debateram sobre segurança pública. O bloco foi marcado pela dobradinha entre Tabata Amaral e Guilherme Boulos - a primeira do debate. Ambos utilizaram seus tempos para criticar a Prefeitura, enquanto Nunes apenas assistia. Tanto Boulos quanto Tabata evitaram citar o atual prefeito para que ele não obtivesse direito de resposta.

No último bloco do debate, Boulos destacou a relação de Nunes com Jair Bolsonaro (PL) e as falas polêmicas do ex-presidente. A estratégia foi associar Nunes à direita, explorando a alta rejeição de Bolsonaro na capital. Nunes reagiu mencionando o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e André Janones (Avante), que foi salvo da perda de mandato por um relatório de Boulos no Conselho de Ética.

Neste bloco, Boulos também obteve direito de resposta após ser chamado de “aspirador de pó” por Pablo Marçal. ”A gente precisa de um prefeito, não de um babaca de internet”. Marçal, na sequência, solicitou direito de resposta, que foi negado.

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Nunes adota tom ameno em meio às críticas

Alvo preferencial dos demais candidatos, Nunes adotou um tom ameno diante das críticas à sua gestão. No primeiro confronto entre Datena e Nunes durante o debate, o candidato do PSDB afirmou que a cidade está mais desigual e abandonada do que nunca.

O emedebista, treinado para o bombardeio que sabia que viria, preferiu falar de suas ações na administração e adotou um tom mais sereno, evitando escalar os ataques. Essa foi a estratégia do prefeito ao longo de todo o debate.

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Em mais de uma oportunidade, Datena atacou a gestão de Nunes. O candidato tucano afirmou que o subsídio que a Prefeitura oferece às empresas de ônibus é “um verdadeiro absurdo” e, por isso, classificou a “tarifa zero” como “mentirosa”. “Se você cobrar uma tarifa justa, você ganha muito dinheiro com isso”, afirmou o apresentador.

Tabata também criticou o atual prefeito, afirmando que vai combater a corrupção e cumprir as metas que ele não conseguiu alcançar. A candidata mencionou as obras inacabadas da Prefeitura e os contratos sem licitação da gestão municipal. Sem elevar o tom, Nunes rebateu, dizendo que a candidata “está mal informada.”

Boulos, por sua vez, afirmou que “primeiro, precisamos ter um prefeito honesto,” em referência à máfia dos transportes. O candidato do PSOL prometeu “passar a limpo” os contratos das concessionárias de transporte.

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Marçal e Boulos sobem o tom

Boulos e Marçal protagonizaram alguns dos embates mais acirrados do debate. Em uma resposta, Boulos comparou Marçal ao “Padre Kelmon” do debate e o chamou de “caricatura”. A mediadora precisou intervir, pedindo que ambos os candidatos respeitassem os acordos firmados para o debate.

Na sequência, Marçal retirou uma réplica de uma carteira de trabalho de um dos bolsos do paletó e, de forma irônica, disse que iria “exorcizar o demônio com uma carteira de trabalho”. ”Eu sou o padre Kelmon e vou exorcizar o demônio com uma carteira de trabalho. Nunca trabalhou”, disse Marçal. No confronto também se viu a estratégia de respostas curtas com os dois candidatos tentando guardar tempo para ser o último a falar. Padre Kelmon foi o candidato do PTB à Presidência da República em 2022.

Após a fala de Marçal, Boulos afirmou que seu concorrente não tem limites éticos ou morais. “Fico em dúvida se você é só mau-caráter ou é um psicopata”, afirmando que Marçal vem ao debate apenas para “lacrar para rede social”.

A discussão entre Marçal e Boulos continuou mesmo após eles retornarem aos seus lugares. Marçal, aproveitando que estava sentado ao lado de Boulos no palco, estendeu novamente a carteira de trabalho para o candidato do PSOL, que tentou dar um leve tapa na mão do influenciador. A discussão precisou ser interrompida por uma integrante da organização, já que Boulos precisava ir ao centro do palco para responder a outra pergunta.

Datena pouco à vontade

Datena ainda demonstrou dificuldades em sua nova posição de candidato e teve problemas para lidar com as regras do debate. Na primeira oportunidade de questionar Guilherme Boulos, ele não fez nenhuma pergunta. Na segunda chance, novamente, não conseguiu formular uma pergunta. Boulos chegou a alfinetá-lo por conta das dificuldades com o tempo.

José Luiz Datena participa do debate do 'Estadão' realizado nesta quarta-feira, 14. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

Marina Helena tenta se posicionar como o único nome à direita e critica Tabata

Um dos principais embates se deu entre Tabata e Marina Helena. Durante o debate, Marina se esforçou para enfatizar propostas mais à direita, com um tom de que todos os demais seriam “esquerdistas”. Além disso, Marina optou por enfatizar a idade e “experiência” para atacar uma das principais preocupações da campanha de Tabata, a de que o eleitor pode achá-la jovem demais. A candidata do PSB, por sua vez, destacou suas ações como deputada e ironizou o fato de sua adversária ainda não ter conseguido se eleger como parlamentar.

Em outro momento, ainda no segundo bloco, Marina insinuou que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) “apoia o Hamas”. Nesse momento, Tabata acusou Marina de propagar fake news. “Eu fico feliz de ter nesse debate uma outra mulher, mas fico triste que essa mulher siga propagando fake news”.

Marina Helena também tentou capitalizar sobre a Lava Jato, aproveitando a presença do ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol em seu partido. Ela mencionou ainda Romeu Zema, sugerindo que poderia ganhar força na reta final.

Nacionalização do debate com Lula e Bolsonaro

No embate entre Marina Helena e Guilherme Boulos, a polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se intensificou. A candidata do Novo mencionou o veto de Lula à “saidinha” e afirmou que o presidente adota posturas que favorecem o crime organizado. Boulos reagiu, lembrando o caso da venda ilegal de joias por parte de Bolsonaro. Lula já havia sido citado anteriormente por Pablo Marçal, mas sem reação de Boulos.

Em outro momento, Guilherme Boulos citou frases de Bolsonaro e chamou o ex-presidente de “padrinho político” de Nunes. “Você concorda ou discorda de Bolsonaro?”, perguntou Boulos a Nunes, que respondeu afirmando: “Não sou comentarista político.”

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo se encontraram nesta quarta-feira, 14, para debater suas propostas para o futuro da capital paulista. Como esperado, o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), foi o principal alvo dos adversários durante o debate promovido pelo Estadão, em parceria com o Portal Terra e a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Embora o formato do debate favorecesse a discussão de planos de governo, o encontro foi marcado principalmente por trocas de farpas e ataques entre os candidatos. O evento contou com os seis nomes mais bem posicionados nas pesquisas: Nunes, Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

No primeiro bloco, com educação como tema sorteado, o clima ficou acirrado quando Marina Helena questionou Ricardo Nunes sobre a “sexualização das crianças”, mencionando o canal do YouTube da Prefeitura chamado “Saúde para Todes”. Em resposta, o atual prefeito afirmou que o objetivo do programa citado por Marina Helena é garantir acesso à educação para todas as crianças na rede de ensino e lamentou o que classificou como “ataques pessoais”. Em resposta, a secretaria municipal de saúde enviou uma nota apontando que “a afirmação é absurda até mesmo por ignorar que o referido tratamento é proibido por meio de resolução do Conselho Federal de Medicina”, diz o trecho.

O jornal O Estado de Sao Paulo, em parceria com o Portal Terra e a Fundacao Armando Alvares Penteado (FAAP), realiza nesta quarta-feira, 14, o segundo debate com os pré-candidatos a Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), Jose Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (NOVO), Pablo Marcal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).FOTO:Werther Santana/Estadão Foto: Werther Santana/Estadão

Ainda no primeiro bloco, foi a vez da dupla de candidatos Pablo Marçal e Tabata Amaral debater. O momento também foi acalorado quando a co-host Luciana Pioto perguntou sobre a desigualdade racial no ensino público. Nesse momento, Marçal questionou por que Tabata não escolheu uma vice negra para compor sua chapa. A candidata, por sua vez, respondeu ter “muito orgulho” de sua companheira de chapa, a professora Lúcia França. “A questão racial não deve ser tratada no específico, mas no coletivo”, afirmou a candidata do PSB.

Com o tema economia sorteado, o segundo bloco começou com a dupla Marina Helena e Tabata Amaral. A candidata do Novo acusou Tabata de disseminar fake news por ter afirmado, durante o debate da Band, que era a “única candidata mulher” à Prefeitura. “Prazer”, disse ironicamente Marina Helena.

O segundo bloco também foi marcado pelo confronto entre Boulos e Marçal. Boulos afirmou que Marçal não deveria estar ali, já que, no último debate, o candidato havia prometido deixar a candidatura caso sua condenação fosse comprovada. Após respostas com palavras de baixo calão, Marçal afirmou que Boulos foi preso três vezes e que “poderia pedir música no Fantástico”. Na sequência, Marçal voltou a negar ter sido condenado pela Justiça por estelionato. “Não tem condenação, isso ‘daí’ foi prescrito”.

No terceiro bloco, cujo tema sorteado foi Planejamento Urbano, Marina Helena começou perguntando a Boulos “que moral ele tem”, alegando que um coordenador de sua pré-campanha seria suspeito de receber propina do “chefe da máfia dos transportes”. Boulos rebateu, afirmando que o presidente do partido de outro candidato (Pablo Marçal) é quem está envolvido com a Justiça.

Já no último bloco com temas sorteados, os candidatos debateram sobre segurança pública. O bloco foi marcado pela dobradinha entre Tabata Amaral e Guilherme Boulos - a primeira do debate. Ambos utilizaram seus tempos para criticar a Prefeitura, enquanto Nunes apenas assistia. Tanto Boulos quanto Tabata evitaram citar o atual prefeito para que ele não obtivesse direito de resposta.

No último bloco do debate, Boulos destacou a relação de Nunes com Jair Bolsonaro (PL) e as falas polêmicas do ex-presidente. A estratégia foi associar Nunes à direita, explorando a alta rejeição de Bolsonaro na capital. Nunes reagiu mencionando o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e André Janones (Avante), que foi salvo da perda de mandato por um relatório de Boulos no Conselho de Ética.

Neste bloco, Boulos também obteve direito de resposta após ser chamado de “aspirador de pó” por Pablo Marçal. ”A gente precisa de um prefeito, não de um babaca de internet”. Marçal, na sequência, solicitou direito de resposta, que foi negado.

Nunes adota tom ameno em meio às críticas

Alvo preferencial dos demais candidatos, Nunes adotou um tom ameno diante das críticas à sua gestão. No primeiro confronto entre Datena e Nunes durante o debate, o candidato do PSDB afirmou que a cidade está mais desigual e abandonada do que nunca.

O emedebista, treinado para o bombardeio que sabia que viria, preferiu falar de suas ações na administração e adotou um tom mais sereno, evitando escalar os ataques. Essa foi a estratégia do prefeito ao longo de todo o debate.

Em mais de uma oportunidade, Datena atacou a gestão de Nunes. O candidato tucano afirmou que o subsídio que a Prefeitura oferece às empresas de ônibus é “um verdadeiro absurdo” e, por isso, classificou a “tarifa zero” como “mentirosa”. “Se você cobrar uma tarifa justa, você ganha muito dinheiro com isso”, afirmou o apresentador.

Tabata também criticou o atual prefeito, afirmando que vai combater a corrupção e cumprir as metas que ele não conseguiu alcançar. A candidata mencionou as obras inacabadas da Prefeitura e os contratos sem licitação da gestão municipal. Sem elevar o tom, Nunes rebateu, dizendo que a candidata “está mal informada.”

Boulos, por sua vez, afirmou que “primeiro, precisamos ter um prefeito honesto,” em referência à máfia dos transportes. O candidato do PSOL prometeu “passar a limpo” os contratos das concessionárias de transporte.

Marçal e Boulos sobem o tom

Boulos e Marçal protagonizaram alguns dos embates mais acirrados do debate. Em uma resposta, Boulos comparou Marçal ao “Padre Kelmon” do debate e o chamou de “caricatura”. A mediadora precisou intervir, pedindo que ambos os candidatos respeitassem os acordos firmados para o debate.

Na sequência, Marçal retirou uma réplica de uma carteira de trabalho de um dos bolsos do paletó e, de forma irônica, disse que iria “exorcizar o demônio com uma carteira de trabalho”. ”Eu sou o padre Kelmon e vou exorcizar o demônio com uma carteira de trabalho. Nunca trabalhou”, disse Marçal. No confronto também se viu a estratégia de respostas curtas com os dois candidatos tentando guardar tempo para ser o último a falar. Padre Kelmon foi o candidato do PTB à Presidência da República em 2022.

Após a fala de Marçal, Boulos afirmou que seu concorrente não tem limites éticos ou morais. “Fico em dúvida se você é só mau-caráter ou é um psicopata”, afirmando que Marçal vem ao debate apenas para “lacrar para rede social”.

A discussão entre Marçal e Boulos continuou mesmo após eles retornarem aos seus lugares. Marçal, aproveitando que estava sentado ao lado de Boulos no palco, estendeu novamente a carteira de trabalho para o candidato do PSOL, que tentou dar um leve tapa na mão do influenciador. A discussão precisou ser interrompida por uma integrante da organização, já que Boulos precisava ir ao centro do palco para responder a outra pergunta.

Datena pouco à vontade

Datena ainda demonstrou dificuldades em sua nova posição de candidato e teve problemas para lidar com as regras do debate. Na primeira oportunidade de questionar Guilherme Boulos, ele não fez nenhuma pergunta. Na segunda chance, novamente, não conseguiu formular uma pergunta. Boulos chegou a alfinetá-lo por conta das dificuldades com o tempo.

José Luiz Datena participa do debate do 'Estadão' realizado nesta quarta-feira, 14. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

Marina Helena tenta se posicionar como o único nome à direita e critica Tabata

Um dos principais embates se deu entre Tabata e Marina Helena. Durante o debate, Marina se esforçou para enfatizar propostas mais à direita, com um tom de que todos os demais seriam “esquerdistas”. Além disso, Marina optou por enfatizar a idade e “experiência” para atacar uma das principais preocupações da campanha de Tabata, a de que o eleitor pode achá-la jovem demais. A candidata do PSB, por sua vez, destacou suas ações como deputada e ironizou o fato de sua adversária ainda não ter conseguido se eleger como parlamentar.

Em outro momento, ainda no segundo bloco, Marina insinuou que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) “apoia o Hamas”. Nesse momento, Tabata acusou Marina de propagar fake news. “Eu fico feliz de ter nesse debate uma outra mulher, mas fico triste que essa mulher siga propagando fake news”.

Marina Helena também tentou capitalizar sobre a Lava Jato, aproveitando a presença do ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol em seu partido. Ela mencionou ainda Romeu Zema, sugerindo que poderia ganhar força na reta final.

Nacionalização do debate com Lula e Bolsonaro

No embate entre Marina Helena e Guilherme Boulos, a polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se intensificou. A candidata do Novo mencionou o veto de Lula à “saidinha” e afirmou que o presidente adota posturas que favorecem o crime organizado. Boulos reagiu, lembrando o caso da venda ilegal de joias por parte de Bolsonaro. Lula já havia sido citado anteriormente por Pablo Marçal, mas sem reação de Boulos.

Em outro momento, Guilherme Boulos citou frases de Bolsonaro e chamou o ex-presidente de “padrinho político” de Nunes. “Você concorda ou discorda de Bolsonaro?”, perguntou Boulos a Nunes, que respondeu afirmando: “Não sou comentarista político.”

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo se encontraram nesta quarta-feira, 14, para debater suas propostas para o futuro da capital paulista. Como esperado, o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), foi o principal alvo dos adversários durante o debate promovido pelo Estadão, em parceria com o Portal Terra e a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Embora o formato do debate favorecesse a discussão de planos de governo, o encontro foi marcado principalmente por trocas de farpas e ataques entre os candidatos. O evento contou com os seis nomes mais bem posicionados nas pesquisas: Nunes, Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

No primeiro bloco, com educação como tema sorteado, o clima ficou acirrado quando Marina Helena questionou Ricardo Nunes sobre a “sexualização das crianças”, mencionando o canal do YouTube da Prefeitura chamado “Saúde para Todes”. Em resposta, o atual prefeito afirmou que o objetivo do programa citado por Marina Helena é garantir acesso à educação para todas as crianças na rede de ensino e lamentou o que classificou como “ataques pessoais”. Em resposta, a secretaria municipal de saúde enviou uma nota apontando que “a afirmação é absurda até mesmo por ignorar que o referido tratamento é proibido por meio de resolução do Conselho Federal de Medicina”, diz o trecho.

O jornal O Estado de Sao Paulo, em parceria com o Portal Terra e a Fundacao Armando Alvares Penteado (FAAP), realiza nesta quarta-feira, 14, o segundo debate com os pré-candidatos a Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), Jose Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (NOVO), Pablo Marcal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).FOTO:Werther Santana/Estadão Foto: Werther Santana/Estadão

Ainda no primeiro bloco, foi a vez da dupla de candidatos Pablo Marçal e Tabata Amaral debater. O momento também foi acalorado quando a co-host Luciana Pioto perguntou sobre a desigualdade racial no ensino público. Nesse momento, Marçal questionou por que Tabata não escolheu uma vice negra para compor sua chapa. A candidata, por sua vez, respondeu ter “muito orgulho” de sua companheira de chapa, a professora Lúcia França. “A questão racial não deve ser tratada no específico, mas no coletivo”, afirmou a candidata do PSB.

Com o tema economia sorteado, o segundo bloco começou com a dupla Marina Helena e Tabata Amaral. A candidata do Novo acusou Tabata de disseminar fake news por ter afirmado, durante o debate da Band, que era a “única candidata mulher” à Prefeitura. “Prazer”, disse ironicamente Marina Helena.

O segundo bloco também foi marcado pelo confronto entre Boulos e Marçal. Boulos afirmou que Marçal não deveria estar ali, já que, no último debate, o candidato havia prometido deixar a candidatura caso sua condenação fosse comprovada. Após respostas com palavras de baixo calão, Marçal afirmou que Boulos foi preso três vezes e que “poderia pedir música no Fantástico”. Na sequência, Marçal voltou a negar ter sido condenado pela Justiça por estelionato. “Não tem condenação, isso ‘daí’ foi prescrito”.

No terceiro bloco, cujo tema sorteado foi Planejamento Urbano, Marina Helena começou perguntando a Boulos “que moral ele tem”, alegando que um coordenador de sua pré-campanha seria suspeito de receber propina do “chefe da máfia dos transportes”. Boulos rebateu, afirmando que o presidente do partido de outro candidato (Pablo Marçal) é quem está envolvido com a Justiça.

Já no último bloco com temas sorteados, os candidatos debateram sobre segurança pública. O bloco foi marcado pela dobradinha entre Tabata Amaral e Guilherme Boulos - a primeira do debate. Ambos utilizaram seus tempos para criticar a Prefeitura, enquanto Nunes apenas assistia. Tanto Boulos quanto Tabata evitaram citar o atual prefeito para que ele não obtivesse direito de resposta.

No último bloco do debate, Boulos destacou a relação de Nunes com Jair Bolsonaro (PL) e as falas polêmicas do ex-presidente. A estratégia foi associar Nunes à direita, explorando a alta rejeição de Bolsonaro na capital. Nunes reagiu mencionando o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e André Janones (Avante), que foi salvo da perda de mandato por um relatório de Boulos no Conselho de Ética.

Neste bloco, Boulos também obteve direito de resposta após ser chamado de “aspirador de pó” por Pablo Marçal. ”A gente precisa de um prefeito, não de um babaca de internet”. Marçal, na sequência, solicitou direito de resposta, que foi negado.

Nunes adota tom ameno em meio às críticas

Alvo preferencial dos demais candidatos, Nunes adotou um tom ameno diante das críticas à sua gestão. No primeiro confronto entre Datena e Nunes durante o debate, o candidato do PSDB afirmou que a cidade está mais desigual e abandonada do que nunca.

O emedebista, treinado para o bombardeio que sabia que viria, preferiu falar de suas ações na administração e adotou um tom mais sereno, evitando escalar os ataques. Essa foi a estratégia do prefeito ao longo de todo o debate.

Em mais de uma oportunidade, Datena atacou a gestão de Nunes. O candidato tucano afirmou que o subsídio que a Prefeitura oferece às empresas de ônibus é “um verdadeiro absurdo” e, por isso, classificou a “tarifa zero” como “mentirosa”. “Se você cobrar uma tarifa justa, você ganha muito dinheiro com isso”, afirmou o apresentador.

Tabata também criticou o atual prefeito, afirmando que vai combater a corrupção e cumprir as metas que ele não conseguiu alcançar. A candidata mencionou as obras inacabadas da Prefeitura e os contratos sem licitação da gestão municipal. Sem elevar o tom, Nunes rebateu, dizendo que a candidata “está mal informada.”

Boulos, por sua vez, afirmou que “primeiro, precisamos ter um prefeito honesto,” em referência à máfia dos transportes. O candidato do PSOL prometeu “passar a limpo” os contratos das concessionárias de transporte.

Marçal e Boulos sobem o tom

Boulos e Marçal protagonizaram alguns dos embates mais acirrados do debate. Em uma resposta, Boulos comparou Marçal ao “Padre Kelmon” do debate e o chamou de “caricatura”. A mediadora precisou intervir, pedindo que ambos os candidatos respeitassem os acordos firmados para o debate.

Na sequência, Marçal retirou uma réplica de uma carteira de trabalho de um dos bolsos do paletó e, de forma irônica, disse que iria “exorcizar o demônio com uma carteira de trabalho”. ”Eu sou o padre Kelmon e vou exorcizar o demônio com uma carteira de trabalho. Nunca trabalhou”, disse Marçal. No confronto também se viu a estratégia de respostas curtas com os dois candidatos tentando guardar tempo para ser o último a falar. Padre Kelmon foi o candidato do PTB à Presidência da República em 2022.

Após a fala de Marçal, Boulos afirmou que seu concorrente não tem limites éticos ou morais. “Fico em dúvida se você é só mau-caráter ou é um psicopata”, afirmando que Marçal vem ao debate apenas para “lacrar para rede social”.

A discussão entre Marçal e Boulos continuou mesmo após eles retornarem aos seus lugares. Marçal, aproveitando que estava sentado ao lado de Boulos no palco, estendeu novamente a carteira de trabalho para o candidato do PSOL, que tentou dar um leve tapa na mão do influenciador. A discussão precisou ser interrompida por uma integrante da organização, já que Boulos precisava ir ao centro do palco para responder a outra pergunta.

Datena pouco à vontade

Datena ainda demonstrou dificuldades em sua nova posição de candidato e teve problemas para lidar com as regras do debate. Na primeira oportunidade de questionar Guilherme Boulos, ele não fez nenhuma pergunta. Na segunda chance, novamente, não conseguiu formular uma pergunta. Boulos chegou a alfinetá-lo por conta das dificuldades com o tempo.

José Luiz Datena participa do debate do 'Estadão' realizado nesta quarta-feira, 14. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

Marina Helena tenta se posicionar como o único nome à direita e critica Tabata

Um dos principais embates se deu entre Tabata e Marina Helena. Durante o debate, Marina se esforçou para enfatizar propostas mais à direita, com um tom de que todos os demais seriam “esquerdistas”. Além disso, Marina optou por enfatizar a idade e “experiência” para atacar uma das principais preocupações da campanha de Tabata, a de que o eleitor pode achá-la jovem demais. A candidata do PSB, por sua vez, destacou suas ações como deputada e ironizou o fato de sua adversária ainda não ter conseguido se eleger como parlamentar.

Em outro momento, ainda no segundo bloco, Marina insinuou que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) “apoia o Hamas”. Nesse momento, Tabata acusou Marina de propagar fake news. “Eu fico feliz de ter nesse debate uma outra mulher, mas fico triste que essa mulher siga propagando fake news”.

Marina Helena também tentou capitalizar sobre a Lava Jato, aproveitando a presença do ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol em seu partido. Ela mencionou ainda Romeu Zema, sugerindo que poderia ganhar força na reta final.

Nacionalização do debate com Lula e Bolsonaro

No embate entre Marina Helena e Guilherme Boulos, a polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se intensificou. A candidata do Novo mencionou o veto de Lula à “saidinha” e afirmou que o presidente adota posturas que favorecem o crime organizado. Boulos reagiu, lembrando o caso da venda ilegal de joias por parte de Bolsonaro. Lula já havia sido citado anteriormente por Pablo Marçal, mas sem reação de Boulos.

Em outro momento, Guilherme Boulos citou frases de Bolsonaro e chamou o ex-presidente de “padrinho político” de Nunes. “Você concorda ou discorda de Bolsonaro?”, perguntou Boulos a Nunes, que respondeu afirmando: “Não sou comentarista político.”

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo se encontraram nesta quarta-feira, 14, para debater suas propostas para o futuro da capital paulista. Como esperado, o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), foi o principal alvo dos adversários durante o debate promovido pelo Estadão, em parceria com o Portal Terra e a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Embora o formato do debate favorecesse a discussão de planos de governo, o encontro foi marcado principalmente por trocas de farpas e ataques entre os candidatos. O evento contou com os seis nomes mais bem posicionados nas pesquisas: Nunes, Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo).

No primeiro bloco, com educação como tema sorteado, o clima ficou acirrado quando Marina Helena questionou Ricardo Nunes sobre a “sexualização das crianças”, mencionando o canal do YouTube da Prefeitura chamado “Saúde para Todes”. Em resposta, o atual prefeito afirmou que o objetivo do programa citado por Marina Helena é garantir acesso à educação para todas as crianças na rede de ensino e lamentou o que classificou como “ataques pessoais”. Em resposta, a secretaria municipal de saúde enviou uma nota apontando que “a afirmação é absurda até mesmo por ignorar que o referido tratamento é proibido por meio de resolução do Conselho Federal de Medicina”, diz o trecho.

O jornal O Estado de Sao Paulo, em parceria com o Portal Terra e a Fundacao Armando Alvares Penteado (FAAP), realiza nesta quarta-feira, 14, o segundo debate com os pré-candidatos a Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), Jose Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (NOVO), Pablo Marcal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).FOTO:Werther Santana/Estadão Foto: Werther Santana/Estadão

Ainda no primeiro bloco, foi a vez da dupla de candidatos Pablo Marçal e Tabata Amaral debater. O momento também foi acalorado quando a co-host Luciana Pioto perguntou sobre a desigualdade racial no ensino público. Nesse momento, Marçal questionou por que Tabata não escolheu uma vice negra para compor sua chapa. A candidata, por sua vez, respondeu ter “muito orgulho” de sua companheira de chapa, a professora Lúcia França. “A questão racial não deve ser tratada no específico, mas no coletivo”, afirmou a candidata do PSB.

Com o tema economia sorteado, o segundo bloco começou com a dupla Marina Helena e Tabata Amaral. A candidata do Novo acusou Tabata de disseminar fake news por ter afirmado, durante o debate da Band, que era a “única candidata mulher” à Prefeitura. “Prazer”, disse ironicamente Marina Helena.

O segundo bloco também foi marcado pelo confronto entre Boulos e Marçal. Boulos afirmou que Marçal não deveria estar ali, já que, no último debate, o candidato havia prometido deixar a candidatura caso sua condenação fosse comprovada. Após respostas com palavras de baixo calão, Marçal afirmou que Boulos foi preso três vezes e que “poderia pedir música no Fantástico”. Na sequência, Marçal voltou a negar ter sido condenado pela Justiça por estelionato. “Não tem condenação, isso ‘daí’ foi prescrito”.

No terceiro bloco, cujo tema sorteado foi Planejamento Urbano, Marina Helena começou perguntando a Boulos “que moral ele tem”, alegando que um coordenador de sua pré-campanha seria suspeito de receber propina do “chefe da máfia dos transportes”. Boulos rebateu, afirmando que o presidente do partido de outro candidato (Pablo Marçal) é quem está envolvido com a Justiça.

Já no último bloco com temas sorteados, os candidatos debateram sobre segurança pública. O bloco foi marcado pela dobradinha entre Tabata Amaral e Guilherme Boulos - a primeira do debate. Ambos utilizaram seus tempos para criticar a Prefeitura, enquanto Nunes apenas assistia. Tanto Boulos quanto Tabata evitaram citar o atual prefeito para que ele não obtivesse direito de resposta.

No último bloco do debate, Boulos destacou a relação de Nunes com Jair Bolsonaro (PL) e as falas polêmicas do ex-presidente. A estratégia foi associar Nunes à direita, explorando a alta rejeição de Bolsonaro na capital. Nunes reagiu mencionando o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e André Janones (Avante), que foi salvo da perda de mandato por um relatório de Boulos no Conselho de Ética.

Neste bloco, Boulos também obteve direito de resposta após ser chamado de “aspirador de pó” por Pablo Marçal. ”A gente precisa de um prefeito, não de um babaca de internet”. Marçal, na sequência, solicitou direito de resposta, que foi negado.

Nunes adota tom ameno em meio às críticas

Alvo preferencial dos demais candidatos, Nunes adotou um tom ameno diante das críticas à sua gestão. No primeiro confronto entre Datena e Nunes durante o debate, o candidato do PSDB afirmou que a cidade está mais desigual e abandonada do que nunca.

O emedebista, treinado para o bombardeio que sabia que viria, preferiu falar de suas ações na administração e adotou um tom mais sereno, evitando escalar os ataques. Essa foi a estratégia do prefeito ao longo de todo o debate.

Em mais de uma oportunidade, Datena atacou a gestão de Nunes. O candidato tucano afirmou que o subsídio que a Prefeitura oferece às empresas de ônibus é “um verdadeiro absurdo” e, por isso, classificou a “tarifa zero” como “mentirosa”. “Se você cobrar uma tarifa justa, você ganha muito dinheiro com isso”, afirmou o apresentador.

Tabata também criticou o atual prefeito, afirmando que vai combater a corrupção e cumprir as metas que ele não conseguiu alcançar. A candidata mencionou as obras inacabadas da Prefeitura e os contratos sem licitação da gestão municipal. Sem elevar o tom, Nunes rebateu, dizendo que a candidata “está mal informada.”

Boulos, por sua vez, afirmou que “primeiro, precisamos ter um prefeito honesto,” em referência à máfia dos transportes. O candidato do PSOL prometeu “passar a limpo” os contratos das concessionárias de transporte.

Marçal e Boulos sobem o tom

Boulos e Marçal protagonizaram alguns dos embates mais acirrados do debate. Em uma resposta, Boulos comparou Marçal ao “Padre Kelmon” do debate e o chamou de “caricatura”. A mediadora precisou intervir, pedindo que ambos os candidatos respeitassem os acordos firmados para o debate.

Na sequência, Marçal retirou uma réplica de uma carteira de trabalho de um dos bolsos do paletó e, de forma irônica, disse que iria “exorcizar o demônio com uma carteira de trabalho”. ”Eu sou o padre Kelmon e vou exorcizar o demônio com uma carteira de trabalho. Nunca trabalhou”, disse Marçal. No confronto também se viu a estratégia de respostas curtas com os dois candidatos tentando guardar tempo para ser o último a falar. Padre Kelmon foi o candidato do PTB à Presidência da República em 2022.

Após a fala de Marçal, Boulos afirmou que seu concorrente não tem limites éticos ou morais. “Fico em dúvida se você é só mau-caráter ou é um psicopata”, afirmando que Marçal vem ao debate apenas para “lacrar para rede social”.

A discussão entre Marçal e Boulos continuou mesmo após eles retornarem aos seus lugares. Marçal, aproveitando que estava sentado ao lado de Boulos no palco, estendeu novamente a carteira de trabalho para o candidato do PSOL, que tentou dar um leve tapa na mão do influenciador. A discussão precisou ser interrompida por uma integrante da organização, já que Boulos precisava ir ao centro do palco para responder a outra pergunta.

Datena pouco à vontade

Datena ainda demonstrou dificuldades em sua nova posição de candidato e teve problemas para lidar com as regras do debate. Na primeira oportunidade de questionar Guilherme Boulos, ele não fez nenhuma pergunta. Na segunda chance, novamente, não conseguiu formular uma pergunta. Boulos chegou a alfinetá-lo por conta das dificuldades com o tempo.

José Luiz Datena participa do debate do 'Estadão' realizado nesta quarta-feira, 14. Foto: Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

Marina Helena tenta se posicionar como o único nome à direita e critica Tabata

Um dos principais embates se deu entre Tabata e Marina Helena. Durante o debate, Marina se esforçou para enfatizar propostas mais à direita, com um tom de que todos os demais seriam “esquerdistas”. Além disso, Marina optou por enfatizar a idade e “experiência” para atacar uma das principais preocupações da campanha de Tabata, a de que o eleitor pode achá-la jovem demais. A candidata do PSB, por sua vez, destacou suas ações como deputada e ironizou o fato de sua adversária ainda não ter conseguido se eleger como parlamentar.

Em outro momento, ainda no segundo bloco, Marina insinuou que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) “apoia o Hamas”. Nesse momento, Tabata acusou Marina de propagar fake news. “Eu fico feliz de ter nesse debate uma outra mulher, mas fico triste que essa mulher siga propagando fake news”.

Marina Helena também tentou capitalizar sobre a Lava Jato, aproveitando a presença do ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol em seu partido. Ela mencionou ainda Romeu Zema, sugerindo que poderia ganhar força na reta final.

Nacionalização do debate com Lula e Bolsonaro

No embate entre Marina Helena e Guilherme Boulos, a polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se intensificou. A candidata do Novo mencionou o veto de Lula à “saidinha” e afirmou que o presidente adota posturas que favorecem o crime organizado. Boulos reagiu, lembrando o caso da venda ilegal de joias por parte de Bolsonaro. Lula já havia sido citado anteriormente por Pablo Marçal, mas sem reação de Boulos.

Em outro momento, Guilherme Boulos citou frases de Bolsonaro e chamou o ex-presidente de “padrinho político” de Nunes. “Você concorda ou discorda de Bolsonaro?”, perguntou Boulos a Nunes, que respondeu afirmando: “Não sou comentarista político.”

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