Debate na Band: Bolsonaro destaca corrupção do PT e Lula enfatiza mortes na pandemia


Para presidente, escândalos fizeram de petista ‘uma vergonha nacional’; ex-presidente diz que adversário ‘brincou com a morte’ na crise da covid; economia passa ao largo de debate

Por Redação
Atualização:

Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se enfrentaram na noite deste domingo, 16, no primeiro debate do segundo turno apostando principalmente em dois temas. Enquanto o ex-presidente procurou explorar a gestão do adversário na pandemia de covid-19, Bolsonaro deu ênfase aos episódios de corrupção durante as gestões petistas (veja como foi o debate).

O presidente disse que escândalos de desvios de dinheiro público fizeram de Lula “uma vergonha nacional”, e o petista afirmou que o atual ocupante do Palácio do Planalto “brincou com a pandemia e com a morte”. Durante o encontro, promovido pela Band TV em parceria com a TV Cultura, UOL, Folha de S.Paulo, a discussão sobre reformas econômicas foram coadjuvantes.

continua após a publicidade

Logo no primeiro bloco, Lula abordou o adversário sobre educação, Auxílio Brasil e preservação da Amazônia, tentando direcionar o debate para as pautas sociais. Bolsonaro disse que vai manter o benefício e uma proposta que já está no Senado Federal, para que a despesa se torne permanente. O presidente afirmou que tudo será feito com “responsabilidade fiscal”. Lula, por sua vez, disse que a Lei de Diretrizes Orçamentárias só prevê pagamento até o final deste ano. O petista fez sua primeira pergunta sobre criação de escolas técnicas e universidades.

O ex-presidente disse que o nível de analfabetismo de crianças e adolescentes aumentou durante o governo Bolsonaro e prometeu que, caso eleito, vai se reunir com governadores na primeira semana de janeiro para conversar sobre como recuperar o atraso escolar de alunos – que piorou ao longo da pandemia de covid-19. Em resposta, Bolsonaro alegou que os governos petistas foram os verdadeiros responsáveis pelo analfabetismo no Brasil.

continua após a publicidade
O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro durante debate na Band Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

O debate foi o primeiro que colocou Bolsonaro e Lula frente a frente após o primeiro turno, quando o petista obteve 48,43% dos votos válidos e o presidente, 43,20%. O formato permitiu que os candidatos fizessem perguntas um ao outro, sem mediação, no primeiro e no terceiro blocos do programa.

Lula conseguiu direcionar a maior parte dos temas na primeira altercação direta, que teve a discussão sobre compra de vacinas contra covid-19 e condução da pandemia como tema central. “A verdade é que o senhor debochou, dificultou, gozou das pessoas e imitou as pessoas morrendo por falta de oxigênio em Manaus. Não tem na história alguém que brincou com a pandemia e com a morte como você brincou”, atacou Lula, que acusou ainda Bolsonaro de ter sido “vendedor de um remédio que não servia para nada” e de não ter respeitado o Butantã e a Fiocruz.

continua após a publicidade
A verdade é que o senhor debochou, dificultou, gozou das pessoas e imitou as pessoas morrendo por falta de oxigênio em Manaus. Não tem na história alguém que brincou com a pandemia e com a morte como você brincou.”

Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência

Bolsonaro, por sua vez, negou ter debochado dos que sofriam com a covid-19 e voltou a defender o tratamento precoce sem comprovação científica. O presidente argumentou que o País distribuiu 500 milhões de doses da vacina, e que “todos que quiseram tomar a vacina tomaram”. “O Brasil foi um dos países que mais vacinaram no mundo em tempo mais rápido.”

O ex-presidente Lula durante debate; encontro foi marcado por troca de acusações entre os candidatos Foto: Mariana Greif/Reuters
continua após a publicidade

Marcola

Em outro ponto tenso do debate, Bolsonaro tentou associar Lula ao crime organizado e ao condenado Marcos Willians Camacho, o Marcola, apontado como líder da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O petista acusou o adversário de ser “amigo de miliciano” e o “rei das fake news”. A campanha de Lula conseguiu derrubar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma publicação em que Bolsonaro sugere que Marcola teria votado em Lula.

No enfrentamento com o petista, Bolsonaro questionou por que Lula não realizou a transferência de Marcola para um presídio federal e perguntou se isso se deve a “simpatia, amizade ou grande acordo” com o então governador de São Paulo e atual candidato a vice na chapa do petista, Geraldo Alckmin (PSB).

continua após a publicidade
O presidente Jair Bolsonaro durante debate; chefe do Executivo ressalta casos de corrupção nas gestões petistas Foto: Sebastião Moreira/EFE

O presidente também puxou a discussão para o assunto da corrupção quando os dois tiveram nova oportunidade de debater diretamente no terceiro bloco. “Tudo tinha corrupção no seu governo. Você vem falar que não houve roubalheira?”, questionou Bolsonaro. “Lula, você deveria ficar em casa, curtindo a vida e não querendo voltar à cena do crime. Lula, tu é uma vergonha nacional.”

Lula, você deveria ficar em casa, curtindo a vida e não querendo voltar à cena do crime. Lula, tu é uma vergonha nacional.”

Jair Bolsonaro, presidente da República e candidato à reeleição

continua após a publicidade

O ex-presidente voltou a admitir a prática de corrupção na estatal – os escândalos foram revelados pela Operação Lava Jato. “Eu não disse que não houve roubalheira, porque as pessoas confessaram. Que houve roubo na Petrobras deve ter havido”, disse Lula. “Não tenho nenhum problema de explicar o petrolão”, continuou o petista, após novamente prometer que vai derrubar os decretos de sigilo de cem anos feitos por Bolsonaro

O petista gastou antecipadamente o seu tempo de fala (o formato do debate previa o chamado banco de minutos) e deixou Bolsonaro com 5 minutos e 42 segundos disponíveis na reta final do encontro.

Lula e Bolsonaro dizem ser contra ampliação de cadeiras no STF

Durante o debate, Lula e Bolsonaro se comprometeram a não alterar o número de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje, a Corte tem 11 ministros, e há debates sobre ampliação das cadeiras para 15.

“Não é prudente um presidente da República ter um ministro da Suprema Corte que seja seu amigo”, disse. “Estou convencido de que mexer na Suprema Corte para botar amigo é um atraso, um retrocesso”, afirmou. Porém, o ex-presidente disse que a situação pode ser discutida se houver uma nova Constituinte.

Já Bolsonaro afirmou que a proposta em tramitação para mudar o número de ministros é de Luiza Erundina, que foi do PT e hoje é do PSOL. “Da minha parte, está feito o compromisso, assim como nunca estudei isso com profundidade”, afirmou. “No momento, o PT tem sete ministros, eu tenho dois.”

No início de outubro, tanto o presidente quanto seu vice, o senador eleito Hamilton Mourão, mencionaram a possibilidade de aumentar as vagas no STF, caso Bolsonaro seja reeleito. Em entrevista no dia 9, o presidente afirmou que vai decidir isso “depois das eleições” e que deve desistir se o Supremo “baixar a temperatura”.

Sérgio Moro volta à tropa de choque de Bolsonaro

O senador eleito Sérgio Moro (União Brasil-PR) voltou à tropa de choque de Bolsonaro. O ex-ministro da Justiça, que deixou o governo em 2020 sob a alegação de sofrer pressões de Bolsonaro para interferir na Polícia Federal, teve acesso ao estúdio e conversou com o presidente. Moro condenou Lula na Lava Jato, mas os processos foram anulados.

O ex-ministro Sérgio Moro teve acesso ao estúdio e conversou com o presidente Bolsonaro Foto: NELSON ALMEIDA/AFP

Depois do debate, Bolsonaro, ao lado de Moro, falou de corrupção. “Perdemos um pouco com a volta do Lula, interferindo em vários setores. Mas a gente acredita que a Lava Jato volte a ser uma realidade num futuro próximo para o bem do nosso Brasil”, afirmou.

Para evitar a repetição do clima tenso do debate do primeiro turno, a Band colocou grades e seguranças para separar correligionários do PT e PL. /BEATRIZ BULLA, BRUNO LUIZ, EDUARDO GAYER, LAÍS ADRIANA, LUIZ VASSALLO, GUSTAVO QUEIROZ, MATHEUS DE SOUZA, SOFIA AGUIAR, RUBENS ANATER E VERA ROSA

Agenda Estadão: Debates e propostas

Desde julho, o Estadão propõe, em uma série de reportagens, a discussão de soluções para 15 temas que considera fundamentais para a construção de um país mais justo, eficiente e igualitário. No debate de ontem, dois assuntos do Agenda Estadão foram abordados pelos candidatos: engessamento e governabilidade.

Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se enfrentaram na noite deste domingo, 16, no primeiro debate do segundo turno apostando principalmente em dois temas. Enquanto o ex-presidente procurou explorar a gestão do adversário na pandemia de covid-19, Bolsonaro deu ênfase aos episódios de corrupção durante as gestões petistas (veja como foi o debate).

O presidente disse que escândalos de desvios de dinheiro público fizeram de Lula “uma vergonha nacional”, e o petista afirmou que o atual ocupante do Palácio do Planalto “brincou com a pandemia e com a morte”. Durante o encontro, promovido pela Band TV em parceria com a TV Cultura, UOL, Folha de S.Paulo, a discussão sobre reformas econômicas foram coadjuvantes.

Logo no primeiro bloco, Lula abordou o adversário sobre educação, Auxílio Brasil e preservação da Amazônia, tentando direcionar o debate para as pautas sociais. Bolsonaro disse que vai manter o benefício e uma proposta que já está no Senado Federal, para que a despesa se torne permanente. O presidente afirmou que tudo será feito com “responsabilidade fiscal”. Lula, por sua vez, disse que a Lei de Diretrizes Orçamentárias só prevê pagamento até o final deste ano. O petista fez sua primeira pergunta sobre criação de escolas técnicas e universidades.

O ex-presidente disse que o nível de analfabetismo de crianças e adolescentes aumentou durante o governo Bolsonaro e prometeu que, caso eleito, vai se reunir com governadores na primeira semana de janeiro para conversar sobre como recuperar o atraso escolar de alunos – que piorou ao longo da pandemia de covid-19. Em resposta, Bolsonaro alegou que os governos petistas foram os verdadeiros responsáveis pelo analfabetismo no Brasil.

O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro durante debate na Band Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

O debate foi o primeiro que colocou Bolsonaro e Lula frente a frente após o primeiro turno, quando o petista obteve 48,43% dos votos válidos e o presidente, 43,20%. O formato permitiu que os candidatos fizessem perguntas um ao outro, sem mediação, no primeiro e no terceiro blocos do programa.

Lula conseguiu direcionar a maior parte dos temas na primeira altercação direta, que teve a discussão sobre compra de vacinas contra covid-19 e condução da pandemia como tema central. “A verdade é que o senhor debochou, dificultou, gozou das pessoas e imitou as pessoas morrendo por falta de oxigênio em Manaus. Não tem na história alguém que brincou com a pandemia e com a morte como você brincou”, atacou Lula, que acusou ainda Bolsonaro de ter sido “vendedor de um remédio que não servia para nada” e de não ter respeitado o Butantã e a Fiocruz.

A verdade é que o senhor debochou, dificultou, gozou das pessoas e imitou as pessoas morrendo por falta de oxigênio em Manaus. Não tem na história alguém que brincou com a pandemia e com a morte como você brincou.”

Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência

Bolsonaro, por sua vez, negou ter debochado dos que sofriam com a covid-19 e voltou a defender o tratamento precoce sem comprovação científica. O presidente argumentou que o País distribuiu 500 milhões de doses da vacina, e que “todos que quiseram tomar a vacina tomaram”. “O Brasil foi um dos países que mais vacinaram no mundo em tempo mais rápido.”

O ex-presidente Lula durante debate; encontro foi marcado por troca de acusações entre os candidatos Foto: Mariana Greif/Reuters

Marcola

Em outro ponto tenso do debate, Bolsonaro tentou associar Lula ao crime organizado e ao condenado Marcos Willians Camacho, o Marcola, apontado como líder da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O petista acusou o adversário de ser “amigo de miliciano” e o “rei das fake news”. A campanha de Lula conseguiu derrubar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma publicação em que Bolsonaro sugere que Marcola teria votado em Lula.

No enfrentamento com o petista, Bolsonaro questionou por que Lula não realizou a transferência de Marcola para um presídio federal e perguntou se isso se deve a “simpatia, amizade ou grande acordo” com o então governador de São Paulo e atual candidato a vice na chapa do petista, Geraldo Alckmin (PSB).

O presidente Jair Bolsonaro durante debate; chefe do Executivo ressalta casos de corrupção nas gestões petistas Foto: Sebastião Moreira/EFE

O presidente também puxou a discussão para o assunto da corrupção quando os dois tiveram nova oportunidade de debater diretamente no terceiro bloco. “Tudo tinha corrupção no seu governo. Você vem falar que não houve roubalheira?”, questionou Bolsonaro. “Lula, você deveria ficar em casa, curtindo a vida e não querendo voltar à cena do crime. Lula, tu é uma vergonha nacional.”

Lula, você deveria ficar em casa, curtindo a vida e não querendo voltar à cena do crime. Lula, tu é uma vergonha nacional.”

Jair Bolsonaro, presidente da República e candidato à reeleição

O ex-presidente voltou a admitir a prática de corrupção na estatal – os escândalos foram revelados pela Operação Lava Jato. “Eu não disse que não houve roubalheira, porque as pessoas confessaram. Que houve roubo na Petrobras deve ter havido”, disse Lula. “Não tenho nenhum problema de explicar o petrolão”, continuou o petista, após novamente prometer que vai derrubar os decretos de sigilo de cem anos feitos por Bolsonaro

O petista gastou antecipadamente o seu tempo de fala (o formato do debate previa o chamado banco de minutos) e deixou Bolsonaro com 5 minutos e 42 segundos disponíveis na reta final do encontro.

Lula e Bolsonaro dizem ser contra ampliação de cadeiras no STF

Durante o debate, Lula e Bolsonaro se comprometeram a não alterar o número de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje, a Corte tem 11 ministros, e há debates sobre ampliação das cadeiras para 15.

“Não é prudente um presidente da República ter um ministro da Suprema Corte que seja seu amigo”, disse. “Estou convencido de que mexer na Suprema Corte para botar amigo é um atraso, um retrocesso”, afirmou. Porém, o ex-presidente disse que a situação pode ser discutida se houver uma nova Constituinte.

Já Bolsonaro afirmou que a proposta em tramitação para mudar o número de ministros é de Luiza Erundina, que foi do PT e hoje é do PSOL. “Da minha parte, está feito o compromisso, assim como nunca estudei isso com profundidade”, afirmou. “No momento, o PT tem sete ministros, eu tenho dois.”

No início de outubro, tanto o presidente quanto seu vice, o senador eleito Hamilton Mourão, mencionaram a possibilidade de aumentar as vagas no STF, caso Bolsonaro seja reeleito. Em entrevista no dia 9, o presidente afirmou que vai decidir isso “depois das eleições” e que deve desistir se o Supremo “baixar a temperatura”.

Sérgio Moro volta à tropa de choque de Bolsonaro

O senador eleito Sérgio Moro (União Brasil-PR) voltou à tropa de choque de Bolsonaro. O ex-ministro da Justiça, que deixou o governo em 2020 sob a alegação de sofrer pressões de Bolsonaro para interferir na Polícia Federal, teve acesso ao estúdio e conversou com o presidente. Moro condenou Lula na Lava Jato, mas os processos foram anulados.

O ex-ministro Sérgio Moro teve acesso ao estúdio e conversou com o presidente Bolsonaro Foto: NELSON ALMEIDA/AFP

Depois do debate, Bolsonaro, ao lado de Moro, falou de corrupção. “Perdemos um pouco com a volta do Lula, interferindo em vários setores. Mas a gente acredita que a Lava Jato volte a ser uma realidade num futuro próximo para o bem do nosso Brasil”, afirmou.

Para evitar a repetição do clima tenso do debate do primeiro turno, a Band colocou grades e seguranças para separar correligionários do PT e PL. /BEATRIZ BULLA, BRUNO LUIZ, EDUARDO GAYER, LAÍS ADRIANA, LUIZ VASSALLO, GUSTAVO QUEIROZ, MATHEUS DE SOUZA, SOFIA AGUIAR, RUBENS ANATER E VERA ROSA

Agenda Estadão: Debates e propostas

Desde julho, o Estadão propõe, em uma série de reportagens, a discussão de soluções para 15 temas que considera fundamentais para a construção de um país mais justo, eficiente e igualitário. No debate de ontem, dois assuntos do Agenda Estadão foram abordados pelos candidatos: engessamento e governabilidade.

Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se enfrentaram na noite deste domingo, 16, no primeiro debate do segundo turno apostando principalmente em dois temas. Enquanto o ex-presidente procurou explorar a gestão do adversário na pandemia de covid-19, Bolsonaro deu ênfase aos episódios de corrupção durante as gestões petistas (veja como foi o debate).

O presidente disse que escândalos de desvios de dinheiro público fizeram de Lula “uma vergonha nacional”, e o petista afirmou que o atual ocupante do Palácio do Planalto “brincou com a pandemia e com a morte”. Durante o encontro, promovido pela Band TV em parceria com a TV Cultura, UOL, Folha de S.Paulo, a discussão sobre reformas econômicas foram coadjuvantes.

Logo no primeiro bloco, Lula abordou o adversário sobre educação, Auxílio Brasil e preservação da Amazônia, tentando direcionar o debate para as pautas sociais. Bolsonaro disse que vai manter o benefício e uma proposta que já está no Senado Federal, para que a despesa se torne permanente. O presidente afirmou que tudo será feito com “responsabilidade fiscal”. Lula, por sua vez, disse que a Lei de Diretrizes Orçamentárias só prevê pagamento até o final deste ano. O petista fez sua primeira pergunta sobre criação de escolas técnicas e universidades.

O ex-presidente disse que o nível de analfabetismo de crianças e adolescentes aumentou durante o governo Bolsonaro e prometeu que, caso eleito, vai se reunir com governadores na primeira semana de janeiro para conversar sobre como recuperar o atraso escolar de alunos – que piorou ao longo da pandemia de covid-19. Em resposta, Bolsonaro alegou que os governos petistas foram os verdadeiros responsáveis pelo analfabetismo no Brasil.

O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro durante debate na Band Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

O debate foi o primeiro que colocou Bolsonaro e Lula frente a frente após o primeiro turno, quando o petista obteve 48,43% dos votos válidos e o presidente, 43,20%. O formato permitiu que os candidatos fizessem perguntas um ao outro, sem mediação, no primeiro e no terceiro blocos do programa.

Lula conseguiu direcionar a maior parte dos temas na primeira altercação direta, que teve a discussão sobre compra de vacinas contra covid-19 e condução da pandemia como tema central. “A verdade é que o senhor debochou, dificultou, gozou das pessoas e imitou as pessoas morrendo por falta de oxigênio em Manaus. Não tem na história alguém que brincou com a pandemia e com a morte como você brincou”, atacou Lula, que acusou ainda Bolsonaro de ter sido “vendedor de um remédio que não servia para nada” e de não ter respeitado o Butantã e a Fiocruz.

A verdade é que o senhor debochou, dificultou, gozou das pessoas e imitou as pessoas morrendo por falta de oxigênio em Manaus. Não tem na história alguém que brincou com a pandemia e com a morte como você brincou.”

Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência

Bolsonaro, por sua vez, negou ter debochado dos que sofriam com a covid-19 e voltou a defender o tratamento precoce sem comprovação científica. O presidente argumentou que o País distribuiu 500 milhões de doses da vacina, e que “todos que quiseram tomar a vacina tomaram”. “O Brasil foi um dos países que mais vacinaram no mundo em tempo mais rápido.”

O ex-presidente Lula durante debate; encontro foi marcado por troca de acusações entre os candidatos Foto: Mariana Greif/Reuters

Marcola

Em outro ponto tenso do debate, Bolsonaro tentou associar Lula ao crime organizado e ao condenado Marcos Willians Camacho, o Marcola, apontado como líder da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O petista acusou o adversário de ser “amigo de miliciano” e o “rei das fake news”. A campanha de Lula conseguiu derrubar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma publicação em que Bolsonaro sugere que Marcola teria votado em Lula.

No enfrentamento com o petista, Bolsonaro questionou por que Lula não realizou a transferência de Marcola para um presídio federal e perguntou se isso se deve a “simpatia, amizade ou grande acordo” com o então governador de São Paulo e atual candidato a vice na chapa do petista, Geraldo Alckmin (PSB).

O presidente Jair Bolsonaro durante debate; chefe do Executivo ressalta casos de corrupção nas gestões petistas Foto: Sebastião Moreira/EFE

O presidente também puxou a discussão para o assunto da corrupção quando os dois tiveram nova oportunidade de debater diretamente no terceiro bloco. “Tudo tinha corrupção no seu governo. Você vem falar que não houve roubalheira?”, questionou Bolsonaro. “Lula, você deveria ficar em casa, curtindo a vida e não querendo voltar à cena do crime. Lula, tu é uma vergonha nacional.”

Lula, você deveria ficar em casa, curtindo a vida e não querendo voltar à cena do crime. Lula, tu é uma vergonha nacional.”

Jair Bolsonaro, presidente da República e candidato à reeleição

O ex-presidente voltou a admitir a prática de corrupção na estatal – os escândalos foram revelados pela Operação Lava Jato. “Eu não disse que não houve roubalheira, porque as pessoas confessaram. Que houve roubo na Petrobras deve ter havido”, disse Lula. “Não tenho nenhum problema de explicar o petrolão”, continuou o petista, após novamente prometer que vai derrubar os decretos de sigilo de cem anos feitos por Bolsonaro

O petista gastou antecipadamente o seu tempo de fala (o formato do debate previa o chamado banco de minutos) e deixou Bolsonaro com 5 minutos e 42 segundos disponíveis na reta final do encontro.

Lula e Bolsonaro dizem ser contra ampliação de cadeiras no STF

Durante o debate, Lula e Bolsonaro se comprometeram a não alterar o número de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje, a Corte tem 11 ministros, e há debates sobre ampliação das cadeiras para 15.

“Não é prudente um presidente da República ter um ministro da Suprema Corte que seja seu amigo”, disse. “Estou convencido de que mexer na Suprema Corte para botar amigo é um atraso, um retrocesso”, afirmou. Porém, o ex-presidente disse que a situação pode ser discutida se houver uma nova Constituinte.

Já Bolsonaro afirmou que a proposta em tramitação para mudar o número de ministros é de Luiza Erundina, que foi do PT e hoje é do PSOL. “Da minha parte, está feito o compromisso, assim como nunca estudei isso com profundidade”, afirmou. “No momento, o PT tem sete ministros, eu tenho dois.”

No início de outubro, tanto o presidente quanto seu vice, o senador eleito Hamilton Mourão, mencionaram a possibilidade de aumentar as vagas no STF, caso Bolsonaro seja reeleito. Em entrevista no dia 9, o presidente afirmou que vai decidir isso “depois das eleições” e que deve desistir se o Supremo “baixar a temperatura”.

Sérgio Moro volta à tropa de choque de Bolsonaro

O senador eleito Sérgio Moro (União Brasil-PR) voltou à tropa de choque de Bolsonaro. O ex-ministro da Justiça, que deixou o governo em 2020 sob a alegação de sofrer pressões de Bolsonaro para interferir na Polícia Federal, teve acesso ao estúdio e conversou com o presidente. Moro condenou Lula na Lava Jato, mas os processos foram anulados.

O ex-ministro Sérgio Moro teve acesso ao estúdio e conversou com o presidente Bolsonaro Foto: NELSON ALMEIDA/AFP

Depois do debate, Bolsonaro, ao lado de Moro, falou de corrupção. “Perdemos um pouco com a volta do Lula, interferindo em vários setores. Mas a gente acredita que a Lava Jato volte a ser uma realidade num futuro próximo para o bem do nosso Brasil”, afirmou.

Para evitar a repetição do clima tenso do debate do primeiro turno, a Band colocou grades e seguranças para separar correligionários do PT e PL. /BEATRIZ BULLA, BRUNO LUIZ, EDUARDO GAYER, LAÍS ADRIANA, LUIZ VASSALLO, GUSTAVO QUEIROZ, MATHEUS DE SOUZA, SOFIA AGUIAR, RUBENS ANATER E VERA ROSA

Agenda Estadão: Debates e propostas

Desde julho, o Estadão propõe, em uma série de reportagens, a discussão de soluções para 15 temas que considera fundamentais para a construção de um país mais justo, eficiente e igualitário. No debate de ontem, dois assuntos do Agenda Estadão foram abordados pelos candidatos: engessamento e governabilidade.

Os candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se enfrentaram na noite deste domingo, 16, no primeiro debate do segundo turno apostando principalmente em dois temas. Enquanto o ex-presidente procurou explorar a gestão do adversário na pandemia de covid-19, Bolsonaro deu ênfase aos episódios de corrupção durante as gestões petistas (veja como foi o debate).

O presidente disse que escândalos de desvios de dinheiro público fizeram de Lula “uma vergonha nacional”, e o petista afirmou que o atual ocupante do Palácio do Planalto “brincou com a pandemia e com a morte”. Durante o encontro, promovido pela Band TV em parceria com a TV Cultura, UOL, Folha de S.Paulo, a discussão sobre reformas econômicas foram coadjuvantes.

Logo no primeiro bloco, Lula abordou o adversário sobre educação, Auxílio Brasil e preservação da Amazônia, tentando direcionar o debate para as pautas sociais. Bolsonaro disse que vai manter o benefício e uma proposta que já está no Senado Federal, para que a despesa se torne permanente. O presidente afirmou que tudo será feito com “responsabilidade fiscal”. Lula, por sua vez, disse que a Lei de Diretrizes Orçamentárias só prevê pagamento até o final deste ano. O petista fez sua primeira pergunta sobre criação de escolas técnicas e universidades.

O ex-presidente disse que o nível de analfabetismo de crianças e adolescentes aumentou durante o governo Bolsonaro e prometeu que, caso eleito, vai se reunir com governadores na primeira semana de janeiro para conversar sobre como recuperar o atraso escolar de alunos – que piorou ao longo da pandemia de covid-19. Em resposta, Bolsonaro alegou que os governos petistas foram os verdadeiros responsáveis pelo analfabetismo no Brasil.

O ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro durante debate na Band Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

O debate foi o primeiro que colocou Bolsonaro e Lula frente a frente após o primeiro turno, quando o petista obteve 48,43% dos votos válidos e o presidente, 43,20%. O formato permitiu que os candidatos fizessem perguntas um ao outro, sem mediação, no primeiro e no terceiro blocos do programa.

Lula conseguiu direcionar a maior parte dos temas na primeira altercação direta, que teve a discussão sobre compra de vacinas contra covid-19 e condução da pandemia como tema central. “A verdade é que o senhor debochou, dificultou, gozou das pessoas e imitou as pessoas morrendo por falta de oxigênio em Manaus. Não tem na história alguém que brincou com a pandemia e com a morte como você brincou”, atacou Lula, que acusou ainda Bolsonaro de ter sido “vendedor de um remédio que não servia para nada” e de não ter respeitado o Butantã e a Fiocruz.

A verdade é que o senhor debochou, dificultou, gozou das pessoas e imitou as pessoas morrendo por falta de oxigênio em Manaus. Não tem na história alguém que brincou com a pandemia e com a morte como você brincou.”

Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência

Bolsonaro, por sua vez, negou ter debochado dos que sofriam com a covid-19 e voltou a defender o tratamento precoce sem comprovação científica. O presidente argumentou que o País distribuiu 500 milhões de doses da vacina, e que “todos que quiseram tomar a vacina tomaram”. “O Brasil foi um dos países que mais vacinaram no mundo em tempo mais rápido.”

O ex-presidente Lula durante debate; encontro foi marcado por troca de acusações entre os candidatos Foto: Mariana Greif/Reuters

Marcola

Em outro ponto tenso do debate, Bolsonaro tentou associar Lula ao crime organizado e ao condenado Marcos Willians Camacho, o Marcola, apontado como líder da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O petista acusou o adversário de ser “amigo de miliciano” e o “rei das fake news”. A campanha de Lula conseguiu derrubar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma publicação em que Bolsonaro sugere que Marcola teria votado em Lula.

No enfrentamento com o petista, Bolsonaro questionou por que Lula não realizou a transferência de Marcola para um presídio federal e perguntou se isso se deve a “simpatia, amizade ou grande acordo” com o então governador de São Paulo e atual candidato a vice na chapa do petista, Geraldo Alckmin (PSB).

O presidente Jair Bolsonaro durante debate; chefe do Executivo ressalta casos de corrupção nas gestões petistas Foto: Sebastião Moreira/EFE

O presidente também puxou a discussão para o assunto da corrupção quando os dois tiveram nova oportunidade de debater diretamente no terceiro bloco. “Tudo tinha corrupção no seu governo. Você vem falar que não houve roubalheira?”, questionou Bolsonaro. “Lula, você deveria ficar em casa, curtindo a vida e não querendo voltar à cena do crime. Lula, tu é uma vergonha nacional.”

Lula, você deveria ficar em casa, curtindo a vida e não querendo voltar à cena do crime. Lula, tu é uma vergonha nacional.”

Jair Bolsonaro, presidente da República e candidato à reeleição

O ex-presidente voltou a admitir a prática de corrupção na estatal – os escândalos foram revelados pela Operação Lava Jato. “Eu não disse que não houve roubalheira, porque as pessoas confessaram. Que houve roubo na Petrobras deve ter havido”, disse Lula. “Não tenho nenhum problema de explicar o petrolão”, continuou o petista, após novamente prometer que vai derrubar os decretos de sigilo de cem anos feitos por Bolsonaro

O petista gastou antecipadamente o seu tempo de fala (o formato do debate previa o chamado banco de minutos) e deixou Bolsonaro com 5 minutos e 42 segundos disponíveis na reta final do encontro.

Lula e Bolsonaro dizem ser contra ampliação de cadeiras no STF

Durante o debate, Lula e Bolsonaro se comprometeram a não alterar o número de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje, a Corte tem 11 ministros, e há debates sobre ampliação das cadeiras para 15.

“Não é prudente um presidente da República ter um ministro da Suprema Corte que seja seu amigo”, disse. “Estou convencido de que mexer na Suprema Corte para botar amigo é um atraso, um retrocesso”, afirmou. Porém, o ex-presidente disse que a situação pode ser discutida se houver uma nova Constituinte.

Já Bolsonaro afirmou que a proposta em tramitação para mudar o número de ministros é de Luiza Erundina, que foi do PT e hoje é do PSOL. “Da minha parte, está feito o compromisso, assim como nunca estudei isso com profundidade”, afirmou. “No momento, o PT tem sete ministros, eu tenho dois.”

No início de outubro, tanto o presidente quanto seu vice, o senador eleito Hamilton Mourão, mencionaram a possibilidade de aumentar as vagas no STF, caso Bolsonaro seja reeleito. Em entrevista no dia 9, o presidente afirmou que vai decidir isso “depois das eleições” e que deve desistir se o Supremo “baixar a temperatura”.

Sérgio Moro volta à tropa de choque de Bolsonaro

O senador eleito Sérgio Moro (União Brasil-PR) voltou à tropa de choque de Bolsonaro. O ex-ministro da Justiça, que deixou o governo em 2020 sob a alegação de sofrer pressões de Bolsonaro para interferir na Polícia Federal, teve acesso ao estúdio e conversou com o presidente. Moro condenou Lula na Lava Jato, mas os processos foram anulados.

O ex-ministro Sérgio Moro teve acesso ao estúdio e conversou com o presidente Bolsonaro Foto: NELSON ALMEIDA/AFP

Depois do debate, Bolsonaro, ao lado de Moro, falou de corrupção. “Perdemos um pouco com a volta do Lula, interferindo em vários setores. Mas a gente acredita que a Lava Jato volte a ser uma realidade num futuro próximo para o bem do nosso Brasil”, afirmou.

Para evitar a repetição do clima tenso do debate do primeiro turno, a Band colocou grades e seguranças para separar correligionários do PT e PL. /BEATRIZ BULLA, BRUNO LUIZ, EDUARDO GAYER, LAÍS ADRIANA, LUIZ VASSALLO, GUSTAVO QUEIROZ, MATHEUS DE SOUZA, SOFIA AGUIAR, RUBENS ANATER E VERA ROSA

Agenda Estadão: Debates e propostas

Desde julho, o Estadão propõe, em uma série de reportagens, a discussão de soluções para 15 temas que considera fundamentais para a construção de um país mais justo, eficiente e igualitário. No debate de ontem, dois assuntos do Agenda Estadão foram abordados pelos candidatos: engessamento e governabilidade.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.