‘Deixei uma Europa mutilada e desembarquei num país de sol’


Em texto de 1992, Gilles Lapouge fala sobre quando conheceu Julio de Mesquita Filho

Por Gilles Lapouge

“Conheci Julio de Mesquita Filho ao mesmo tempo que descobri o Brasil, dois personagens igualmente consideráveis. O encontro ocorreu no aeroporto do Rio, no início de 1951, durante o verão (...) Convidado por um amigo de Julio de Mesquita Filho, o professor Fernand Braudel, para ser redator econômico no Estado, deixei uma Europa cansada e mutilada por uma recente guerra, com sua tristeza provocada pela barbárie, seus horrores, e desembarquei num país de sol, alegria e vida. E o inacreditável foi ser recebido pelo próprio diretor do Estado, que teve a cortesia, a delicadeza de viajar de São Paulo ao Rio para receber um jovem jornalista francês. Viajamos para São Paulo. Observava espantado as paisagens pitorescas do País. Demos rápida volta pelo centro, onde admirei o edifício Matarazzo. Tudo era estranho. Fiquei hospedado num hotel no centro. Eu era jornalista do Estado. Escrevia artigos, aprendia a língua portuguesa e Julio de Mesquita Filho falava comigo todas as tardes, por volta das 17h (...) Durante mais de 20 anos trabalhei com ele, escutei seus ensinamentos. Admirei sua inteligência, cultura, a amplitude de sua visão. Mas o que mais admirei foi sua honestidade intelectual. E nesse dia de 1969, quando que jamais reveria Julio de Mesquita Filho ( que havia morrido), disse a mim mesmo que havia perdido um homem que, pela primeira vez, ousava chamar de ‘meu amigo’.”

Gilles Lapouge em seu escritório Foto: Jerôme/ Mathilde Garro Lapouge

“Conheci Julio de Mesquita Filho ao mesmo tempo que descobri o Brasil, dois personagens igualmente consideráveis. O encontro ocorreu no aeroporto do Rio, no início de 1951, durante o verão (...) Convidado por um amigo de Julio de Mesquita Filho, o professor Fernand Braudel, para ser redator econômico no Estado, deixei uma Europa cansada e mutilada por uma recente guerra, com sua tristeza provocada pela barbárie, seus horrores, e desembarquei num país de sol, alegria e vida. E o inacreditável foi ser recebido pelo próprio diretor do Estado, que teve a cortesia, a delicadeza de viajar de São Paulo ao Rio para receber um jovem jornalista francês. Viajamos para São Paulo. Observava espantado as paisagens pitorescas do País. Demos rápida volta pelo centro, onde admirei o edifício Matarazzo. Tudo era estranho. Fiquei hospedado num hotel no centro. Eu era jornalista do Estado. Escrevia artigos, aprendia a língua portuguesa e Julio de Mesquita Filho falava comigo todas as tardes, por volta das 17h (...) Durante mais de 20 anos trabalhei com ele, escutei seus ensinamentos. Admirei sua inteligência, cultura, a amplitude de sua visão. Mas o que mais admirei foi sua honestidade intelectual. E nesse dia de 1969, quando que jamais reveria Julio de Mesquita Filho ( que havia morrido), disse a mim mesmo que havia perdido um homem que, pela primeira vez, ousava chamar de ‘meu amigo’.”

Gilles Lapouge em seu escritório Foto: Jerôme/ Mathilde Garro Lapouge

“Conheci Julio de Mesquita Filho ao mesmo tempo que descobri o Brasil, dois personagens igualmente consideráveis. O encontro ocorreu no aeroporto do Rio, no início de 1951, durante o verão (...) Convidado por um amigo de Julio de Mesquita Filho, o professor Fernand Braudel, para ser redator econômico no Estado, deixei uma Europa cansada e mutilada por uma recente guerra, com sua tristeza provocada pela barbárie, seus horrores, e desembarquei num país de sol, alegria e vida. E o inacreditável foi ser recebido pelo próprio diretor do Estado, que teve a cortesia, a delicadeza de viajar de São Paulo ao Rio para receber um jovem jornalista francês. Viajamos para São Paulo. Observava espantado as paisagens pitorescas do País. Demos rápida volta pelo centro, onde admirei o edifício Matarazzo. Tudo era estranho. Fiquei hospedado num hotel no centro. Eu era jornalista do Estado. Escrevia artigos, aprendia a língua portuguesa e Julio de Mesquita Filho falava comigo todas as tardes, por volta das 17h (...) Durante mais de 20 anos trabalhei com ele, escutei seus ensinamentos. Admirei sua inteligência, cultura, a amplitude de sua visão. Mas o que mais admirei foi sua honestidade intelectual. E nesse dia de 1969, quando que jamais reveria Julio de Mesquita Filho ( que havia morrido), disse a mim mesmo que havia perdido um homem que, pela primeira vez, ousava chamar de ‘meu amigo’.”

Gilles Lapouge em seu escritório Foto: Jerôme/ Mathilde Garro Lapouge

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