Delegada na equipe de Moro integrou Lava Jato e operação marcada por suicídio de reitor


Erika Marena atuou desde o início na Operação Lava Jato e teve papel central na Ouvidos Moucos, que prendeu o ex-reitor da USFC, que se suicidou três semanas depois

Por Breno Pires

O ex-juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, trouxe para auxiliá-lo nos trabalhos de transição de governo a delegada da Polícia Federal Érika Marena, que atuou nas operações Lava Jato e Ouvidos Moucos. Na primeira, a delegada teve papel central no início da apuração do escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobrás; na segunda, ficou marcada por ter feito o pedido de prisão do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, que se suicidou menos de três semanas após ser preso.

Os nomes de Erika e de Rosalvo Ferreira Franco, ex-superintendente da PF no Paraná, foram confirmados nesta segunda-feira, 19, por Moro, como integrantes da equipe de transição ministerial e devem fazer parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ida de Erika para a pasta foi antecipada pela Coluna do Estadão na sexta-feira, 16. A delegada chegou a ser citada como possível escolha para a Diretora-Geral da PF, mas o principal cotado para a função é o superintendente da PF no Paraná, Maurício Valeixo, amigo de longa data de Moro. 

A delegada Erika Marena, superintendente da PF em Sergipe, durante almoco com o Juiz Sergio Fernando Moro, no restaurante do CCBB. Foto: Dida Sampaio/Estadão
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A Ouvidos Moucos foi deflagrada em setembro de 2017 para combater supostos desvios de dinheiro em programas de ensino a distância da UFSC. A operação ficou marcada pelo suicídio de Cancellier, que deixou um bilhete no qual escrevia: "Eu decretei a minha morte no dia da minha prisão pela Polícia Federal". 

Na época, houve críticas na comunidade acadêmica e entre autoridades como o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Segundo disse o magistrado dias após a morte de Cancellier, o acontecido “serve de alerta sobre as consequências de eventual abuso de poder por parte das autoridades”. Por outro lado, delegados da PF saíram em defesa da conduta de Erika. A principal associação da classe afirmou que 'não se pode admitir que terceiros se utilizem da dor e comoção da família para tentar macular a imagem da Polícia Federal.

Os pedidos que basearam a operação foram feitos pela delegada e pelo procurador da República André Bertuol e autorizados pela juíza Janaína Cassol Machado. Cancellier foi solto por decisão da justiça federal no dia seguinte à prisão, mas proibido de entrar na universidade. 

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Outra polêmica envolvendo o caso foi a denúncia posterior de que o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ubaldo Cesar Balthazar, e o chefe de gabinete da Reitoria, Áureo Mafra de Moraes, teriam cometido o crime de injúria contra a delegada Erika Marena. Após investigação da PF, a acusação formal foi feita pelo Ministério Público Federal em agosto, mas foi rejeitada pela juíza Simone Barbisan Fortes, da 1.ª Vara Federal de Florianópolis.

A acusação era a de que uma faixa confeccionada por ‘manifestantes não identificados’ e exibida em uma cerimônia em dezembro de 2017 atingiu a ‘honra funcional’ da delegada. No evento, em que foi fixado quadro com a foto de Cancellier na galeria de ex-reitores da UFSC, havia uma faixa com uma foto da delegada e o título ‘As faces do abuso de poder’, além dos dizeres ‘Agentes públicos que praticaram abuso de poder e que levou ao suicídio do reitor’. Para a juíza, porém, “a manifestação indicada na denúncia estaria dentro do exercício da liberdade de expressão, expondo sentimentos de revolta em um momento traumático para a comunidade universitária, sem que tenha havido ofensa à honra da delegada".

No mês da morte de Cancellier, a família apresentou uma queixa-crime ao Ministério da Juíza contra a delegada federal, pedindo instauração de “procedimento administrativo para apurar a responsabilidade da delegada Érika Mialik Marena pelos abusos e excessos cometidos na denominada Operação Ouvidos Moucos”. O Ministério da Justiça disse que o caso seguiu para o Ministério de Segurança Pública e a análise deveria ser feita pela PF. Em dezembro de 2017, uma sindicância da Corregedoria da PF sobre a conduta da delegada concluiu que não houve irregularidade nos procedimentos adotados na Operação Ouvidos Moucos. A reportagem não conseguiu confirmar se houve arquivamento do caso.

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Indicação. Erika é bastante respeitada na Polícia Federal e chegou a ser eleita como primeiro nome na lista tríplice formulada pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), em maio de 2016, para apresentar ao governo Temer, como sugestão para indicação à Diretoria-Geral da Polícia Federal. Ela teve 1065 votos. Naquele ano, Temer escolheu como diretor-geral Fernando Segóvia.

Na Lava Jato, Marena atuou desde o início, ao lado do delegado Marcio Adriano Anselmo. Foi quem batizou a operação e integrou a o grupo da Lava Jato até o fim de 2016. A partir de então, atuou nos casos de Santa Catarina. Desde dezembro de 2017, comanda a Superintendência da PF no estado de Sergipe, nomeada por Segóvia.

Além da Lava Jato e da Ouvidos Moucos, Erika Marena participou do caso Banestado, no qual também atuou o juiz Sergio Moro. Ela também foi procuradora do Banco Central e técnica da justiça eleitoral.

O ex-juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, trouxe para auxiliá-lo nos trabalhos de transição de governo a delegada da Polícia Federal Érika Marena, que atuou nas operações Lava Jato e Ouvidos Moucos. Na primeira, a delegada teve papel central no início da apuração do escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobrás; na segunda, ficou marcada por ter feito o pedido de prisão do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, que se suicidou menos de três semanas após ser preso.

Os nomes de Erika e de Rosalvo Ferreira Franco, ex-superintendente da PF no Paraná, foram confirmados nesta segunda-feira, 19, por Moro, como integrantes da equipe de transição ministerial e devem fazer parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ida de Erika para a pasta foi antecipada pela Coluna do Estadão na sexta-feira, 16. A delegada chegou a ser citada como possível escolha para a Diretora-Geral da PF, mas o principal cotado para a função é o superintendente da PF no Paraná, Maurício Valeixo, amigo de longa data de Moro. 

A delegada Erika Marena, superintendente da PF em Sergipe, durante almoco com o Juiz Sergio Fernando Moro, no restaurante do CCBB. Foto: Dida Sampaio/Estadão

A Ouvidos Moucos foi deflagrada em setembro de 2017 para combater supostos desvios de dinheiro em programas de ensino a distância da UFSC. A operação ficou marcada pelo suicídio de Cancellier, que deixou um bilhete no qual escrevia: "Eu decretei a minha morte no dia da minha prisão pela Polícia Federal". 

Na época, houve críticas na comunidade acadêmica e entre autoridades como o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Segundo disse o magistrado dias após a morte de Cancellier, o acontecido “serve de alerta sobre as consequências de eventual abuso de poder por parte das autoridades”. Por outro lado, delegados da PF saíram em defesa da conduta de Erika. A principal associação da classe afirmou que 'não se pode admitir que terceiros se utilizem da dor e comoção da família para tentar macular a imagem da Polícia Federal.

Os pedidos que basearam a operação foram feitos pela delegada e pelo procurador da República André Bertuol e autorizados pela juíza Janaína Cassol Machado. Cancellier foi solto por decisão da justiça federal no dia seguinte à prisão, mas proibido de entrar na universidade. 

Outra polêmica envolvendo o caso foi a denúncia posterior de que o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ubaldo Cesar Balthazar, e o chefe de gabinete da Reitoria, Áureo Mafra de Moraes, teriam cometido o crime de injúria contra a delegada Erika Marena. Após investigação da PF, a acusação formal foi feita pelo Ministério Público Federal em agosto, mas foi rejeitada pela juíza Simone Barbisan Fortes, da 1.ª Vara Federal de Florianópolis.

A acusação era a de que uma faixa confeccionada por ‘manifestantes não identificados’ e exibida em uma cerimônia em dezembro de 2017 atingiu a ‘honra funcional’ da delegada. No evento, em que foi fixado quadro com a foto de Cancellier na galeria de ex-reitores da UFSC, havia uma faixa com uma foto da delegada e o título ‘As faces do abuso de poder’, além dos dizeres ‘Agentes públicos que praticaram abuso de poder e que levou ao suicídio do reitor’. Para a juíza, porém, “a manifestação indicada na denúncia estaria dentro do exercício da liberdade de expressão, expondo sentimentos de revolta em um momento traumático para a comunidade universitária, sem que tenha havido ofensa à honra da delegada".

No mês da morte de Cancellier, a família apresentou uma queixa-crime ao Ministério da Juíza contra a delegada federal, pedindo instauração de “procedimento administrativo para apurar a responsabilidade da delegada Érika Mialik Marena pelos abusos e excessos cometidos na denominada Operação Ouvidos Moucos”. O Ministério da Justiça disse que o caso seguiu para o Ministério de Segurança Pública e a análise deveria ser feita pela PF. Em dezembro de 2017, uma sindicância da Corregedoria da PF sobre a conduta da delegada concluiu que não houve irregularidade nos procedimentos adotados na Operação Ouvidos Moucos. A reportagem não conseguiu confirmar se houve arquivamento do caso.

Indicação. Erika é bastante respeitada na Polícia Federal e chegou a ser eleita como primeiro nome na lista tríplice formulada pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), em maio de 2016, para apresentar ao governo Temer, como sugestão para indicação à Diretoria-Geral da Polícia Federal. Ela teve 1065 votos. Naquele ano, Temer escolheu como diretor-geral Fernando Segóvia.

Na Lava Jato, Marena atuou desde o início, ao lado do delegado Marcio Adriano Anselmo. Foi quem batizou a operação e integrou a o grupo da Lava Jato até o fim de 2016. A partir de então, atuou nos casos de Santa Catarina. Desde dezembro de 2017, comanda a Superintendência da PF no estado de Sergipe, nomeada por Segóvia.

Além da Lava Jato e da Ouvidos Moucos, Erika Marena participou do caso Banestado, no qual também atuou o juiz Sergio Moro. Ela também foi procuradora do Banco Central e técnica da justiça eleitoral.

O ex-juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, trouxe para auxiliá-lo nos trabalhos de transição de governo a delegada da Polícia Federal Érika Marena, que atuou nas operações Lava Jato e Ouvidos Moucos. Na primeira, a delegada teve papel central no início da apuração do escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobrás; na segunda, ficou marcada por ter feito o pedido de prisão do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, que se suicidou menos de três semanas após ser preso.

Os nomes de Erika e de Rosalvo Ferreira Franco, ex-superintendente da PF no Paraná, foram confirmados nesta segunda-feira, 19, por Moro, como integrantes da equipe de transição ministerial e devem fazer parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ida de Erika para a pasta foi antecipada pela Coluna do Estadão na sexta-feira, 16. A delegada chegou a ser citada como possível escolha para a Diretora-Geral da PF, mas o principal cotado para a função é o superintendente da PF no Paraná, Maurício Valeixo, amigo de longa data de Moro. 

A delegada Erika Marena, superintendente da PF em Sergipe, durante almoco com o Juiz Sergio Fernando Moro, no restaurante do CCBB. Foto: Dida Sampaio/Estadão

A Ouvidos Moucos foi deflagrada em setembro de 2017 para combater supostos desvios de dinheiro em programas de ensino a distância da UFSC. A operação ficou marcada pelo suicídio de Cancellier, que deixou um bilhete no qual escrevia: "Eu decretei a minha morte no dia da minha prisão pela Polícia Federal". 

Na época, houve críticas na comunidade acadêmica e entre autoridades como o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Segundo disse o magistrado dias após a morte de Cancellier, o acontecido “serve de alerta sobre as consequências de eventual abuso de poder por parte das autoridades”. Por outro lado, delegados da PF saíram em defesa da conduta de Erika. A principal associação da classe afirmou que 'não se pode admitir que terceiros se utilizem da dor e comoção da família para tentar macular a imagem da Polícia Federal.

Os pedidos que basearam a operação foram feitos pela delegada e pelo procurador da República André Bertuol e autorizados pela juíza Janaína Cassol Machado. Cancellier foi solto por decisão da justiça federal no dia seguinte à prisão, mas proibido de entrar na universidade. 

Outra polêmica envolvendo o caso foi a denúncia posterior de que o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ubaldo Cesar Balthazar, e o chefe de gabinete da Reitoria, Áureo Mafra de Moraes, teriam cometido o crime de injúria contra a delegada Erika Marena. Após investigação da PF, a acusação formal foi feita pelo Ministério Público Federal em agosto, mas foi rejeitada pela juíza Simone Barbisan Fortes, da 1.ª Vara Federal de Florianópolis.

A acusação era a de que uma faixa confeccionada por ‘manifestantes não identificados’ e exibida em uma cerimônia em dezembro de 2017 atingiu a ‘honra funcional’ da delegada. No evento, em que foi fixado quadro com a foto de Cancellier na galeria de ex-reitores da UFSC, havia uma faixa com uma foto da delegada e o título ‘As faces do abuso de poder’, além dos dizeres ‘Agentes públicos que praticaram abuso de poder e que levou ao suicídio do reitor’. Para a juíza, porém, “a manifestação indicada na denúncia estaria dentro do exercício da liberdade de expressão, expondo sentimentos de revolta em um momento traumático para a comunidade universitária, sem que tenha havido ofensa à honra da delegada".

No mês da morte de Cancellier, a família apresentou uma queixa-crime ao Ministério da Juíza contra a delegada federal, pedindo instauração de “procedimento administrativo para apurar a responsabilidade da delegada Érika Mialik Marena pelos abusos e excessos cometidos na denominada Operação Ouvidos Moucos”. O Ministério da Justiça disse que o caso seguiu para o Ministério de Segurança Pública e a análise deveria ser feita pela PF. Em dezembro de 2017, uma sindicância da Corregedoria da PF sobre a conduta da delegada concluiu que não houve irregularidade nos procedimentos adotados na Operação Ouvidos Moucos. A reportagem não conseguiu confirmar se houve arquivamento do caso.

Indicação. Erika é bastante respeitada na Polícia Federal e chegou a ser eleita como primeiro nome na lista tríplice formulada pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), em maio de 2016, para apresentar ao governo Temer, como sugestão para indicação à Diretoria-Geral da Polícia Federal. Ela teve 1065 votos. Naquele ano, Temer escolheu como diretor-geral Fernando Segóvia.

Na Lava Jato, Marena atuou desde o início, ao lado do delegado Marcio Adriano Anselmo. Foi quem batizou a operação e integrou a o grupo da Lava Jato até o fim de 2016. A partir de então, atuou nos casos de Santa Catarina. Desde dezembro de 2017, comanda a Superintendência da PF no estado de Sergipe, nomeada por Segóvia.

Além da Lava Jato e da Ouvidos Moucos, Erika Marena participou do caso Banestado, no qual também atuou o juiz Sergio Moro. Ela também foi procuradora do Banco Central e técnica da justiça eleitoral.

O ex-juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, trouxe para auxiliá-lo nos trabalhos de transição de governo a delegada da Polícia Federal Érika Marena, que atuou nas operações Lava Jato e Ouvidos Moucos. Na primeira, a delegada teve papel central no início da apuração do escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobrás; na segunda, ficou marcada por ter feito o pedido de prisão do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, que se suicidou menos de três semanas após ser preso.

Os nomes de Erika e de Rosalvo Ferreira Franco, ex-superintendente da PF no Paraná, foram confirmados nesta segunda-feira, 19, por Moro, como integrantes da equipe de transição ministerial e devem fazer parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ida de Erika para a pasta foi antecipada pela Coluna do Estadão na sexta-feira, 16. A delegada chegou a ser citada como possível escolha para a Diretora-Geral da PF, mas o principal cotado para a função é o superintendente da PF no Paraná, Maurício Valeixo, amigo de longa data de Moro. 

A delegada Erika Marena, superintendente da PF em Sergipe, durante almoco com o Juiz Sergio Fernando Moro, no restaurante do CCBB. Foto: Dida Sampaio/Estadão

A Ouvidos Moucos foi deflagrada em setembro de 2017 para combater supostos desvios de dinheiro em programas de ensino a distância da UFSC. A operação ficou marcada pelo suicídio de Cancellier, que deixou um bilhete no qual escrevia: "Eu decretei a minha morte no dia da minha prisão pela Polícia Federal". 

Na época, houve críticas na comunidade acadêmica e entre autoridades como o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Segundo disse o magistrado dias após a morte de Cancellier, o acontecido “serve de alerta sobre as consequências de eventual abuso de poder por parte das autoridades”. Por outro lado, delegados da PF saíram em defesa da conduta de Erika. A principal associação da classe afirmou que 'não se pode admitir que terceiros se utilizem da dor e comoção da família para tentar macular a imagem da Polícia Federal.

Os pedidos que basearam a operação foram feitos pela delegada e pelo procurador da República André Bertuol e autorizados pela juíza Janaína Cassol Machado. Cancellier foi solto por decisão da justiça federal no dia seguinte à prisão, mas proibido de entrar na universidade. 

Outra polêmica envolvendo o caso foi a denúncia posterior de que o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ubaldo Cesar Balthazar, e o chefe de gabinete da Reitoria, Áureo Mafra de Moraes, teriam cometido o crime de injúria contra a delegada Erika Marena. Após investigação da PF, a acusação formal foi feita pelo Ministério Público Federal em agosto, mas foi rejeitada pela juíza Simone Barbisan Fortes, da 1.ª Vara Federal de Florianópolis.

A acusação era a de que uma faixa confeccionada por ‘manifestantes não identificados’ e exibida em uma cerimônia em dezembro de 2017 atingiu a ‘honra funcional’ da delegada. No evento, em que foi fixado quadro com a foto de Cancellier na galeria de ex-reitores da UFSC, havia uma faixa com uma foto da delegada e o título ‘As faces do abuso de poder’, além dos dizeres ‘Agentes públicos que praticaram abuso de poder e que levou ao suicídio do reitor’. Para a juíza, porém, “a manifestação indicada na denúncia estaria dentro do exercício da liberdade de expressão, expondo sentimentos de revolta em um momento traumático para a comunidade universitária, sem que tenha havido ofensa à honra da delegada".

No mês da morte de Cancellier, a família apresentou uma queixa-crime ao Ministério da Juíza contra a delegada federal, pedindo instauração de “procedimento administrativo para apurar a responsabilidade da delegada Érika Mialik Marena pelos abusos e excessos cometidos na denominada Operação Ouvidos Moucos”. O Ministério da Justiça disse que o caso seguiu para o Ministério de Segurança Pública e a análise deveria ser feita pela PF. Em dezembro de 2017, uma sindicância da Corregedoria da PF sobre a conduta da delegada concluiu que não houve irregularidade nos procedimentos adotados na Operação Ouvidos Moucos. A reportagem não conseguiu confirmar se houve arquivamento do caso.

Indicação. Erika é bastante respeitada na Polícia Federal e chegou a ser eleita como primeiro nome na lista tríplice formulada pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), em maio de 2016, para apresentar ao governo Temer, como sugestão para indicação à Diretoria-Geral da Polícia Federal. Ela teve 1065 votos. Naquele ano, Temer escolheu como diretor-geral Fernando Segóvia.

Na Lava Jato, Marena atuou desde o início, ao lado do delegado Marcio Adriano Anselmo. Foi quem batizou a operação e integrou a o grupo da Lava Jato até o fim de 2016. A partir de então, atuou nos casos de Santa Catarina. Desde dezembro de 2017, comanda a Superintendência da PF no estado de Sergipe, nomeada por Segóvia.

Além da Lava Jato e da Ouvidos Moucos, Erika Marena participou do caso Banestado, no qual também atuou o juiz Sergio Moro. Ela também foi procuradora do Banco Central e técnica da justiça eleitoral.

O ex-juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, trouxe para auxiliá-lo nos trabalhos de transição de governo a delegada da Polícia Federal Érika Marena, que atuou nas operações Lava Jato e Ouvidos Moucos. Na primeira, a delegada teve papel central no início da apuração do escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobrás; na segunda, ficou marcada por ter feito o pedido de prisão do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, que se suicidou menos de três semanas após ser preso.

Os nomes de Erika e de Rosalvo Ferreira Franco, ex-superintendente da PF no Paraná, foram confirmados nesta segunda-feira, 19, por Moro, como integrantes da equipe de transição ministerial e devem fazer parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública. A ida de Erika para a pasta foi antecipada pela Coluna do Estadão na sexta-feira, 16. A delegada chegou a ser citada como possível escolha para a Diretora-Geral da PF, mas o principal cotado para a função é o superintendente da PF no Paraná, Maurício Valeixo, amigo de longa data de Moro. 

A delegada Erika Marena, superintendente da PF em Sergipe, durante almoco com o Juiz Sergio Fernando Moro, no restaurante do CCBB. Foto: Dida Sampaio/Estadão

A Ouvidos Moucos foi deflagrada em setembro de 2017 para combater supostos desvios de dinheiro em programas de ensino a distância da UFSC. A operação ficou marcada pelo suicídio de Cancellier, que deixou um bilhete no qual escrevia: "Eu decretei a minha morte no dia da minha prisão pela Polícia Federal". 

Na época, houve críticas na comunidade acadêmica e entre autoridades como o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal. Segundo disse o magistrado dias após a morte de Cancellier, o acontecido “serve de alerta sobre as consequências de eventual abuso de poder por parte das autoridades”. Por outro lado, delegados da PF saíram em defesa da conduta de Erika. A principal associação da classe afirmou que 'não se pode admitir que terceiros se utilizem da dor e comoção da família para tentar macular a imagem da Polícia Federal.

Os pedidos que basearam a operação foram feitos pela delegada e pelo procurador da República André Bertuol e autorizados pela juíza Janaína Cassol Machado. Cancellier foi solto por decisão da justiça federal no dia seguinte à prisão, mas proibido de entrar na universidade. 

Outra polêmica envolvendo o caso foi a denúncia posterior de que o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Ubaldo Cesar Balthazar, e o chefe de gabinete da Reitoria, Áureo Mafra de Moraes, teriam cometido o crime de injúria contra a delegada Erika Marena. Após investigação da PF, a acusação formal foi feita pelo Ministério Público Federal em agosto, mas foi rejeitada pela juíza Simone Barbisan Fortes, da 1.ª Vara Federal de Florianópolis.

A acusação era a de que uma faixa confeccionada por ‘manifestantes não identificados’ e exibida em uma cerimônia em dezembro de 2017 atingiu a ‘honra funcional’ da delegada. No evento, em que foi fixado quadro com a foto de Cancellier na galeria de ex-reitores da UFSC, havia uma faixa com uma foto da delegada e o título ‘As faces do abuso de poder’, além dos dizeres ‘Agentes públicos que praticaram abuso de poder e que levou ao suicídio do reitor’. Para a juíza, porém, “a manifestação indicada na denúncia estaria dentro do exercício da liberdade de expressão, expondo sentimentos de revolta em um momento traumático para a comunidade universitária, sem que tenha havido ofensa à honra da delegada".

No mês da morte de Cancellier, a família apresentou uma queixa-crime ao Ministério da Juíza contra a delegada federal, pedindo instauração de “procedimento administrativo para apurar a responsabilidade da delegada Érika Mialik Marena pelos abusos e excessos cometidos na denominada Operação Ouvidos Moucos”. O Ministério da Justiça disse que o caso seguiu para o Ministério de Segurança Pública e a análise deveria ser feita pela PF. Em dezembro de 2017, uma sindicância da Corregedoria da PF sobre a conduta da delegada concluiu que não houve irregularidade nos procedimentos adotados na Operação Ouvidos Moucos. A reportagem não conseguiu confirmar se houve arquivamento do caso.

Indicação. Erika é bastante respeitada na Polícia Federal e chegou a ser eleita como primeiro nome na lista tríplice formulada pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), em maio de 2016, para apresentar ao governo Temer, como sugestão para indicação à Diretoria-Geral da Polícia Federal. Ela teve 1065 votos. Naquele ano, Temer escolheu como diretor-geral Fernando Segóvia.

Na Lava Jato, Marena atuou desde o início, ao lado do delegado Marcio Adriano Anselmo. Foi quem batizou a operação e integrou a o grupo da Lava Jato até o fim de 2016. A partir de então, atuou nos casos de Santa Catarina. Desde dezembro de 2017, comanda a Superintendência da PF no estado de Sergipe, nomeada por Segóvia.

Além da Lava Jato e da Ouvidos Moucos, Erika Marena participou do caso Banestado, no qual também atuou o juiz Sergio Moro. Ela também foi procuradora do Banco Central e técnica da justiça eleitoral.

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