BRASÍLIA - O líder DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), vai protocolar nesta segunda-feira, 7, uma representação na Procuradoria-Geral da República contra a presidente Dilma Rousseff por improbidade administrativa. No documento, o senador pede a instauração de uma investigação sobre a viagem que Dilma fez no sábado a São Bernardo do Campo, para visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Caiado argumenta que a presidente e o ministro Jaques Wagner (Casa Civil), que também é do PT, utilizaram recursos públicos para uma atividade com fim político-partidário. Os dois estiveram com Lula um dia depois de ele ser alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato.
"É inadmissível que uma presidente use o aparato do Estado para fazer uma viagem de solidariedade a uma pessoa que está sendo investigada pela Justiça por crime de corrupção, sob a suspeita de ocultação de patrimônio", disse.
Para o senador, a postura de Dilma incentiva o clima de enfrentamento entre os grupos que apoiam e os que são contra o ex-presidente. "Isso mostra que ela não tem estatura nenhuma para ser presidente da República", afirmou.
Já o líder do partido na Câmara, Pauderney Avelino (DEM-AM) vai apresentar um requerimento na Câmara para pedir informações à Presidência da República e à Casa Civil sobre a viagem."Queremos saber por que ela usou o avião e o helicóptero da Presidência para visitar o Lula", disse.
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Avelino informou que os parlamentares de oposição estão mobilizados para, já na segunda-feira, estarem em número suficiente para abertura da sessão no plenário da Câmara, às 14 horas. São necessários 51 deputados. O objetivo é fazer discursos centrando fogo contra o governo. "E, a partir da terça-feira, obstrução total." Os partidos contrários ao governo não querem votar nada até que a comissão especial que vai analisar o impeachment de Dilma seja instalada.
Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Silvio Costa (PTB-PE), ironizou a ofensiva do DEM. "Da próxima vez eu vou sugerir que a presidente visite Lula de jumento, em homenagem a uma parte da oposição brasileira", disse.
O Palácio do Planalto disse que somente se manifestaria sobre o assunto depois das ações serem protocoladas. Auxiliares da presidente, porém, minimizaram a questão e afirmaram que a oposição só que "fazer barulho", já que eles sabem que, por questão de segurança, qualquer deslocamento da presidente é feito com a estrutura do governo.