Denúncia de Marcos do Val é novo capítulo de movimentos golpistas; veja cronologia


Articulações de suposto plano citado pelo senador ocorreram em meio à produção de minuta golpista e ataques à sede dos três poderes

Por Redação
Atualização:

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou na madrugada desta quinta-feira, 2, que sofreu coação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado federal Daniel Silveira para se aliar a eles em um golpe de Estado que envolveria também dois generais. Do Val disse ter negado a proposta, mas horas depois, recuou e culpou Silveira pelo plano. Este foi o episódio mais recente de uma série de movimentos que culminaram nos atos golpistas que depredaram os Três Poderes em 8 de janeiro. Veja a cronologia:

30 de outubro

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Eleição

Bolsonaro se cala, não admite derrota eleitoral, e apoiadores instalam acampamentos na entrada de quartéis das Forças Armadas pelo País; estradas são bloqueadas.

2 de novembro

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Pronunciamento

Pressionado, Bolsonaro grava vídeo pedindo que apoiadores desobstruam estradas por causa de prejuízos à economia.

18 de novembro

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Acampamentos

Vice na chapa de Bolsonaro, o ex-ministro e general Braga Netto encontra apoiadores que se aglomeravam em quartel e diz para que não se desmobilizem: ‘Não percam a fé. É tudo o que posso falar para vocês agora. Tem que dar um tempo’

22 de novembro

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Relatório

PL, partido de Bolsonaro, apresenta relatório para anular votos em urnas eletrônicas que deram vantagem a Lula no segundo turno.

7 de dezembro

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Contato

Segundo reportagem da revista Veja, o senador Marcos Do Val (Podemos-ES) é procurado pelo deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) durante sessão do Congresso. O deputado diz que o presidente Jair Bolsonaro tem um assunto urgente para falar com ele. Um encontro é combinado para dois dias depois.

O Senador Marcos Do Val concede entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (02) no seu gabinete no Congresso Nacional para falar de propostas golpistas que recebeu Foto: Wilton Junior/Estadão
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9 de dezembro

Fim do silêncio

Em sua primeira manifestação após a derrota na eleição, Bolsonaro afirma a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, que “nada está perdido” e que eles são responsáveis por decidir o futuro do País e “para onde vão as Forças Armadas”.

Reunião

Em reunião no Alvorada, conforme a reportagem, Bolsonaro relata a Daniel Silveira e a Marcos do Val um plano para anular o resultado das eleições, impedir a posse de Lula e permanecer no poder. Próximo do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, ao senador caberia a missão de gravar o magistrado e captar algo que pudesse comprometê-lo.

10 de dezembro

Resposta

Silveira envia uma série de mensagens ao senador cobrando uma resposta. Ainda de acordo com Veja, o deputado reafirma que Do Val poderia ficar tranquilo, que a missão é segura.

12 de dezembro

Diplomação

O presidente Lula é diplomado no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Protestos

Bolsonaristas incendeiam veículos em vias na região central de Brasília e tentam invadir a sede de Polícia Federal, em protesto contra a diplomação do novo presidente. No mesmo dia, Bolsonaro sai do isolamento no Alvorada, encontra e acena a apoiadores.

Ação ‘criminal’

Do Val, segundo Veja, diz em mensagem a Moraes que Bolsonaro e Silveira o convidaram para participar de uma ação “esdrúxula, imoral e até criminal”.

14 de dezembro

Encontro

Do Val se encontra com o ministro Alexandre de Moraes no Supremo; nesse dia, a Corte julgava a legalidade do orçamento secreto. O senador relata ao ministro o teor da reunião no Alvorada, de acordo com a reportagem da revista Veja.

Recusa

O senador Marcos do Val diz a Daniel Silveira que “declina da missão”, ainda de acordo com a reportagem.

24 de dezembro

Bomba

Polícia intercepta tentativa de bolsonaristas explodirem uma bomba no aeroporto de Brasília, para provocar instabilidade institucional.

Polícia Militar encontrou bomba em região próxima ao Aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro. Foto: Reprodução

30 de dezembro

Live

Antes de deixar o País para não passar a faixa ao sucessor, Bolsonaro afirma em live que buscou maneiras, mas não teve apoio necessário para contestar a eleição de Lula e acusa Justiça Eleitoral de parcialidade na eleição.

08 de janeiro

Ataques aos Três Poderes

Uma semana depois da posse de Lula, bolsonaristas radicais invadem e depredam a sede dos três poderes em Brasília.

Grupos de Bolsonaristas radicais invadirem as sedes dos três Poderes em Brasília-DF Foto: Wilton Junior/Estadão

12 de janeiro

Minuta

Polícia Federal apreende na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres minuta de um decreto golpista para impor Estado de Defesa na Justiça Eleitoral.

02 de fevereiro

Denúncia

Em live nas redes sociais, o senador afirma que sofreu coação do ex-presidente Jair Bolsonaro para se aliar a ele em um golpe de Estado. O plano incluía gravar ilegalmente o ministro Alexandre de Moraes. Horas depois da revelação, o senador comunicou que apresentaria sua renúncia no Senado Federal.

Silveira preso

O ex-deputado federal Daniel Silveira foi preso por determinação de Moraes após o descumprimento de uma série de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e proibição do uso de redes sociais. Na decisão, Moraes determinou ainda a busca pessoal e a apreensão em imóveis e automóveis do ex-deputado, autorizou o acesso e a análise do conteúdo em computadores, servidores, redes e dispositivos eletrônicos de Silveira e a apreensão de dinheiro em espécie.

O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) chega a sede da Polícia Federal, no centro do Rio, nesta quinta-feira, 2 Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Recuo

Depois de receber ligações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Marcos do Val mudou sua versão sobre a denúncia e agora diz que o plano, na verdade, foi do ex-deputado Daniel Silveira. Flávio confirmou que o pai teve uma reunião com o Marcos do Val, mas alegou que a situação não configura “nenhum tipo de crime” e também responsabilizou Silveira.

Depoimento

que foi preso nesta quinta-feira, 2, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) por violação de decisão judicial. O senador é aguardado para depor à Polícia Federal às 17h desta quinta-feira.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou na madrugada desta quinta-feira, 2, que sofreu coação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado federal Daniel Silveira para se aliar a eles em um golpe de Estado que envolveria também dois generais. Do Val disse ter negado a proposta, mas horas depois, recuou e culpou Silveira pelo plano. Este foi o episódio mais recente de uma série de movimentos que culminaram nos atos golpistas que depredaram os Três Poderes em 8 de janeiro. Veja a cronologia:

30 de outubro

Eleição

Bolsonaro se cala, não admite derrota eleitoral, e apoiadores instalam acampamentos na entrada de quartéis das Forças Armadas pelo País; estradas são bloqueadas.

2 de novembro

Pronunciamento

Pressionado, Bolsonaro grava vídeo pedindo que apoiadores desobstruam estradas por causa de prejuízos à economia.

18 de novembro

Acampamentos

Vice na chapa de Bolsonaro, o ex-ministro e general Braga Netto encontra apoiadores que se aglomeravam em quartel e diz para que não se desmobilizem: ‘Não percam a fé. É tudo o que posso falar para vocês agora. Tem que dar um tempo’

22 de novembro

Relatório

PL, partido de Bolsonaro, apresenta relatório para anular votos em urnas eletrônicas que deram vantagem a Lula no segundo turno.

7 de dezembro

Contato

Segundo reportagem da revista Veja, o senador Marcos Do Val (Podemos-ES) é procurado pelo deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) durante sessão do Congresso. O deputado diz que o presidente Jair Bolsonaro tem um assunto urgente para falar com ele. Um encontro é combinado para dois dias depois.

O Senador Marcos Do Val concede entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (02) no seu gabinete no Congresso Nacional para falar de propostas golpistas que recebeu Foto: Wilton Junior/Estadão

9 de dezembro

Fim do silêncio

Em sua primeira manifestação após a derrota na eleição, Bolsonaro afirma a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, que “nada está perdido” e que eles são responsáveis por decidir o futuro do País e “para onde vão as Forças Armadas”.

Reunião

Em reunião no Alvorada, conforme a reportagem, Bolsonaro relata a Daniel Silveira e a Marcos do Val um plano para anular o resultado das eleições, impedir a posse de Lula e permanecer no poder. Próximo do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, ao senador caberia a missão de gravar o magistrado e captar algo que pudesse comprometê-lo.

10 de dezembro

Resposta

Silveira envia uma série de mensagens ao senador cobrando uma resposta. Ainda de acordo com Veja, o deputado reafirma que Do Val poderia ficar tranquilo, que a missão é segura.

12 de dezembro

Diplomação

O presidente Lula é diplomado no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Protestos

Bolsonaristas incendeiam veículos em vias na região central de Brasília e tentam invadir a sede de Polícia Federal, em protesto contra a diplomação do novo presidente. No mesmo dia, Bolsonaro sai do isolamento no Alvorada, encontra e acena a apoiadores.

Ação ‘criminal’

Do Val, segundo Veja, diz em mensagem a Moraes que Bolsonaro e Silveira o convidaram para participar de uma ação “esdrúxula, imoral e até criminal”.

14 de dezembro

Encontro

Do Val se encontra com o ministro Alexandre de Moraes no Supremo; nesse dia, a Corte julgava a legalidade do orçamento secreto. O senador relata ao ministro o teor da reunião no Alvorada, de acordo com a reportagem da revista Veja.

Recusa

O senador Marcos do Val diz a Daniel Silveira que “declina da missão”, ainda de acordo com a reportagem.

24 de dezembro

Bomba

Polícia intercepta tentativa de bolsonaristas explodirem uma bomba no aeroporto de Brasília, para provocar instabilidade institucional.

Polícia Militar encontrou bomba em região próxima ao Aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro. Foto: Reprodução

30 de dezembro

Live

Antes de deixar o País para não passar a faixa ao sucessor, Bolsonaro afirma em live que buscou maneiras, mas não teve apoio necessário para contestar a eleição de Lula e acusa Justiça Eleitoral de parcialidade na eleição.

08 de janeiro

Ataques aos Três Poderes

Uma semana depois da posse de Lula, bolsonaristas radicais invadem e depredam a sede dos três poderes em Brasília.

Grupos de Bolsonaristas radicais invadirem as sedes dos três Poderes em Brasília-DF Foto: Wilton Junior/Estadão

12 de janeiro

Minuta

Polícia Federal apreende na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres minuta de um decreto golpista para impor Estado de Defesa na Justiça Eleitoral.

02 de fevereiro

Denúncia

Em live nas redes sociais, o senador afirma que sofreu coação do ex-presidente Jair Bolsonaro para se aliar a ele em um golpe de Estado. O plano incluía gravar ilegalmente o ministro Alexandre de Moraes. Horas depois da revelação, o senador comunicou que apresentaria sua renúncia no Senado Federal.

Silveira preso

O ex-deputado federal Daniel Silveira foi preso por determinação de Moraes após o descumprimento de uma série de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e proibição do uso de redes sociais. Na decisão, Moraes determinou ainda a busca pessoal e a apreensão em imóveis e automóveis do ex-deputado, autorizou o acesso e a análise do conteúdo em computadores, servidores, redes e dispositivos eletrônicos de Silveira e a apreensão de dinheiro em espécie.

O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) chega a sede da Polícia Federal, no centro do Rio, nesta quinta-feira, 2 Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Recuo

Depois de receber ligações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Marcos do Val mudou sua versão sobre a denúncia e agora diz que o plano, na verdade, foi do ex-deputado Daniel Silveira. Flávio confirmou que o pai teve uma reunião com o Marcos do Val, mas alegou que a situação não configura “nenhum tipo de crime” e também responsabilizou Silveira.

Depoimento

que foi preso nesta quinta-feira, 2, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) por violação de decisão judicial. O senador é aguardado para depor à Polícia Federal às 17h desta quinta-feira.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou na madrugada desta quinta-feira, 2, que sofreu coação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado federal Daniel Silveira para se aliar a eles em um golpe de Estado que envolveria também dois generais. Do Val disse ter negado a proposta, mas horas depois, recuou e culpou Silveira pelo plano. Este foi o episódio mais recente de uma série de movimentos que culminaram nos atos golpistas que depredaram os Três Poderes em 8 de janeiro. Veja a cronologia:

30 de outubro

Eleição

Bolsonaro se cala, não admite derrota eleitoral, e apoiadores instalam acampamentos na entrada de quartéis das Forças Armadas pelo País; estradas são bloqueadas.

2 de novembro

Pronunciamento

Pressionado, Bolsonaro grava vídeo pedindo que apoiadores desobstruam estradas por causa de prejuízos à economia.

18 de novembro

Acampamentos

Vice na chapa de Bolsonaro, o ex-ministro e general Braga Netto encontra apoiadores que se aglomeravam em quartel e diz para que não se desmobilizem: ‘Não percam a fé. É tudo o que posso falar para vocês agora. Tem que dar um tempo’

22 de novembro

Relatório

PL, partido de Bolsonaro, apresenta relatório para anular votos em urnas eletrônicas que deram vantagem a Lula no segundo turno.

7 de dezembro

Contato

Segundo reportagem da revista Veja, o senador Marcos Do Val (Podemos-ES) é procurado pelo deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) durante sessão do Congresso. O deputado diz que o presidente Jair Bolsonaro tem um assunto urgente para falar com ele. Um encontro é combinado para dois dias depois.

O Senador Marcos Do Val concede entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (02) no seu gabinete no Congresso Nacional para falar de propostas golpistas que recebeu Foto: Wilton Junior/Estadão

9 de dezembro

Fim do silêncio

Em sua primeira manifestação após a derrota na eleição, Bolsonaro afirma a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, que “nada está perdido” e que eles são responsáveis por decidir o futuro do País e “para onde vão as Forças Armadas”.

Reunião

Em reunião no Alvorada, conforme a reportagem, Bolsonaro relata a Daniel Silveira e a Marcos do Val um plano para anular o resultado das eleições, impedir a posse de Lula e permanecer no poder. Próximo do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, ao senador caberia a missão de gravar o magistrado e captar algo que pudesse comprometê-lo.

10 de dezembro

Resposta

Silveira envia uma série de mensagens ao senador cobrando uma resposta. Ainda de acordo com Veja, o deputado reafirma que Do Val poderia ficar tranquilo, que a missão é segura.

12 de dezembro

Diplomação

O presidente Lula é diplomado no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Protestos

Bolsonaristas incendeiam veículos em vias na região central de Brasília e tentam invadir a sede de Polícia Federal, em protesto contra a diplomação do novo presidente. No mesmo dia, Bolsonaro sai do isolamento no Alvorada, encontra e acena a apoiadores.

Ação ‘criminal’

Do Val, segundo Veja, diz em mensagem a Moraes que Bolsonaro e Silveira o convidaram para participar de uma ação “esdrúxula, imoral e até criminal”.

14 de dezembro

Encontro

Do Val se encontra com o ministro Alexandre de Moraes no Supremo; nesse dia, a Corte julgava a legalidade do orçamento secreto. O senador relata ao ministro o teor da reunião no Alvorada, de acordo com a reportagem da revista Veja.

Recusa

O senador Marcos do Val diz a Daniel Silveira que “declina da missão”, ainda de acordo com a reportagem.

24 de dezembro

Bomba

Polícia intercepta tentativa de bolsonaristas explodirem uma bomba no aeroporto de Brasília, para provocar instabilidade institucional.

Polícia Militar encontrou bomba em região próxima ao Aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro. Foto: Reprodução

30 de dezembro

Live

Antes de deixar o País para não passar a faixa ao sucessor, Bolsonaro afirma em live que buscou maneiras, mas não teve apoio necessário para contestar a eleição de Lula e acusa Justiça Eleitoral de parcialidade na eleição.

08 de janeiro

Ataques aos Três Poderes

Uma semana depois da posse de Lula, bolsonaristas radicais invadem e depredam a sede dos três poderes em Brasília.

Grupos de Bolsonaristas radicais invadirem as sedes dos três Poderes em Brasília-DF Foto: Wilton Junior/Estadão

12 de janeiro

Minuta

Polícia Federal apreende na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres minuta de um decreto golpista para impor Estado de Defesa na Justiça Eleitoral.

02 de fevereiro

Denúncia

Em live nas redes sociais, o senador afirma que sofreu coação do ex-presidente Jair Bolsonaro para se aliar a ele em um golpe de Estado. O plano incluía gravar ilegalmente o ministro Alexandre de Moraes. Horas depois da revelação, o senador comunicou que apresentaria sua renúncia no Senado Federal.

Silveira preso

O ex-deputado federal Daniel Silveira foi preso por determinação de Moraes após o descumprimento de uma série de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e proibição do uso de redes sociais. Na decisão, Moraes determinou ainda a busca pessoal e a apreensão em imóveis e automóveis do ex-deputado, autorizou o acesso e a análise do conteúdo em computadores, servidores, redes e dispositivos eletrônicos de Silveira e a apreensão de dinheiro em espécie.

O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) chega a sede da Polícia Federal, no centro do Rio, nesta quinta-feira, 2 Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Recuo

Depois de receber ligações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Marcos do Val mudou sua versão sobre a denúncia e agora diz que o plano, na verdade, foi do ex-deputado Daniel Silveira. Flávio confirmou que o pai teve uma reunião com o Marcos do Val, mas alegou que a situação não configura “nenhum tipo de crime” e também responsabilizou Silveira.

Depoimento

que foi preso nesta quinta-feira, 2, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) por violação de decisão judicial. O senador é aguardado para depor à Polícia Federal às 17h desta quinta-feira.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou na madrugada desta quinta-feira, 2, que sofreu coação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado federal Daniel Silveira para se aliar a eles em um golpe de Estado que envolveria também dois generais. Do Val disse ter negado a proposta, mas horas depois, recuou e culpou Silveira pelo plano. Este foi o episódio mais recente de uma série de movimentos que culminaram nos atos golpistas que depredaram os Três Poderes em 8 de janeiro. Veja a cronologia:

30 de outubro

Eleição

Bolsonaro se cala, não admite derrota eleitoral, e apoiadores instalam acampamentos na entrada de quartéis das Forças Armadas pelo País; estradas são bloqueadas.

2 de novembro

Pronunciamento

Pressionado, Bolsonaro grava vídeo pedindo que apoiadores desobstruam estradas por causa de prejuízos à economia.

18 de novembro

Acampamentos

Vice na chapa de Bolsonaro, o ex-ministro e general Braga Netto encontra apoiadores que se aglomeravam em quartel e diz para que não se desmobilizem: ‘Não percam a fé. É tudo o que posso falar para vocês agora. Tem que dar um tempo’

22 de novembro

Relatório

PL, partido de Bolsonaro, apresenta relatório para anular votos em urnas eletrônicas que deram vantagem a Lula no segundo turno.

7 de dezembro

Contato

Segundo reportagem da revista Veja, o senador Marcos Do Val (Podemos-ES) é procurado pelo deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) durante sessão do Congresso. O deputado diz que o presidente Jair Bolsonaro tem um assunto urgente para falar com ele. Um encontro é combinado para dois dias depois.

O Senador Marcos Do Val concede entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira (02) no seu gabinete no Congresso Nacional para falar de propostas golpistas que recebeu Foto: Wilton Junior/Estadão

9 de dezembro

Fim do silêncio

Em sua primeira manifestação após a derrota na eleição, Bolsonaro afirma a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, que “nada está perdido” e que eles são responsáveis por decidir o futuro do País e “para onde vão as Forças Armadas”.

Reunião

Em reunião no Alvorada, conforme a reportagem, Bolsonaro relata a Daniel Silveira e a Marcos do Val um plano para anular o resultado das eleições, impedir a posse de Lula e permanecer no poder. Próximo do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, ao senador caberia a missão de gravar o magistrado e captar algo que pudesse comprometê-lo.

10 de dezembro

Resposta

Silveira envia uma série de mensagens ao senador cobrando uma resposta. Ainda de acordo com Veja, o deputado reafirma que Do Val poderia ficar tranquilo, que a missão é segura.

12 de dezembro

Diplomação

O presidente Lula é diplomado no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Protestos

Bolsonaristas incendeiam veículos em vias na região central de Brasília e tentam invadir a sede de Polícia Federal, em protesto contra a diplomação do novo presidente. No mesmo dia, Bolsonaro sai do isolamento no Alvorada, encontra e acena a apoiadores.

Ação ‘criminal’

Do Val, segundo Veja, diz em mensagem a Moraes que Bolsonaro e Silveira o convidaram para participar de uma ação “esdrúxula, imoral e até criminal”.

14 de dezembro

Encontro

Do Val se encontra com o ministro Alexandre de Moraes no Supremo; nesse dia, a Corte julgava a legalidade do orçamento secreto. O senador relata ao ministro o teor da reunião no Alvorada, de acordo com a reportagem da revista Veja.

Recusa

O senador Marcos do Val diz a Daniel Silveira que “declina da missão”, ainda de acordo com a reportagem.

24 de dezembro

Bomba

Polícia intercepta tentativa de bolsonaristas explodirem uma bomba no aeroporto de Brasília, para provocar instabilidade institucional.

Polícia Militar encontrou bomba em região próxima ao Aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro. Foto: Reprodução

30 de dezembro

Live

Antes de deixar o País para não passar a faixa ao sucessor, Bolsonaro afirma em live que buscou maneiras, mas não teve apoio necessário para contestar a eleição de Lula e acusa Justiça Eleitoral de parcialidade na eleição.

08 de janeiro

Ataques aos Três Poderes

Uma semana depois da posse de Lula, bolsonaristas radicais invadem e depredam a sede dos três poderes em Brasília.

Grupos de Bolsonaristas radicais invadirem as sedes dos três Poderes em Brasília-DF Foto: Wilton Junior/Estadão

12 de janeiro

Minuta

Polícia Federal apreende na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres minuta de um decreto golpista para impor Estado de Defesa na Justiça Eleitoral.

02 de fevereiro

Denúncia

Em live nas redes sociais, o senador afirma que sofreu coação do ex-presidente Jair Bolsonaro para se aliar a ele em um golpe de Estado. O plano incluía gravar ilegalmente o ministro Alexandre de Moraes. Horas depois da revelação, o senador comunicou que apresentaria sua renúncia no Senado Federal.

Silveira preso

O ex-deputado federal Daniel Silveira foi preso por determinação de Moraes após o descumprimento de uma série de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e proibição do uso de redes sociais. Na decisão, Moraes determinou ainda a busca pessoal e a apreensão em imóveis e automóveis do ex-deputado, autorizou o acesso e a análise do conteúdo em computadores, servidores, redes e dispositivos eletrônicos de Silveira e a apreensão de dinheiro em espécie.

O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) chega a sede da Polícia Federal, no centro do Rio, nesta quinta-feira, 2 Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Recuo

Depois de receber ligações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Marcos do Val mudou sua versão sobre a denúncia e agora diz que o plano, na verdade, foi do ex-deputado Daniel Silveira. Flávio confirmou que o pai teve uma reunião com o Marcos do Val, mas alegou que a situação não configura “nenhum tipo de crime” e também responsabilizou Silveira.

Depoimento

que foi preso nesta quinta-feira, 2, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) por violação de decisão judicial. O senador é aguardado para depor à Polícia Federal às 17h desta quinta-feira.

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