Deputado bolsonarista vira o preferido de Tarcísio para assumir Segurança Pública em SP


Governador eleito deve anunciar escolha de Capitão Derrite (PL) na próxima semana; parlamentar foi oficial da Rota e é classificado como representante da ala mais ideológica de apoio ao presidente

Por Pedro Venceslau

O governador eleito Tarcísio de Freitas deve anunciar na próxima semana o nome do deputado federal bolsonarista Capitão Derrite (PL-SP) como secretário de Segurança Pública de São Paulo a partir de 2023. O parlamentar já integra a equipe do gabinete de transição, além de ter participado da campanha como um dos coordenadores do plano de governo da área.

O deputado federal bolsonarista Capitão Derrite (PL-SP) é próximo da ala ideológica do bolsonarismo.  Foto: Capitão Derrite/Divulgação

Derrite é próximo da ala ideológica do bolsonarismo. Ele foi oficial das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (a Rota), uma das tropas de elite da Polícia Militar de São Paulo. A escolha atende às pressões de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem Tarcísio é apadrinhado político. Outros dois nomes ainda disputam o cargo: o procurador de Justiça Antônio Ferreira Pinto, que já foi comandante da pasta e tem a confiança de Tarcísio, e o coronel Ricardo Mello, atual presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e também ex-comandante da Rota.

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O governador eleito tem dito a interlocutores que há 90% de chances de Derrite ocupar a cadeira. A aliados, Tarcísio tem elogiado a “consistência técnica” do deputado, que estaria preparado para combater o crime organizado com inteligência e tecnologia da informação - bandeiras defendidas durante a campanha. Até o anúncio, no entanto, o ex-ministro de Bolsonaro tem testado a aceitação de seu preferido nas duas corporações - Polícias Militar e Civil - e, segundo aliados, ficou positivamente surpreso.

Segundo o Estadão apurou, Derrite já tem marcado reuniões com atuais representantes da área para debater propostas para a Segurança Pública a partir de 2023. Assim como Tarcísio, o parlamentar critica o uso de câmeras nos uniformes dos policiais militares. Segundo já afirmou em entrevistas, os equipamentos inibem a atuação dos PMs.

Com um discurso tido como radical, Derrite defende também o fim das saídas temporárias de presos em datas comemorativas, como Natal e Dia das Mães. O deputado conseguiu aprovar em agosto na Câmara um projeto de lei de sua autoria que veta essa possibilidade por 311 votos a favor e 98 contrários. Segundo o texto, as chamadas saidinhas serão extintas, mas desde que passe pelo Senado e tenha sanção presidencial.

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Em consonância com o que defende Tarcísio, o deputado também é contra a realização de audiências de custódia para avaliar a legalidade e manutenção das prisões efetuadas pela polícia. O parlamentar já protocolou dois projetos de lei que tratam do tem. O PL 421/2020 pede a extinção total das audiências de custódia e o PL 422/2020 estabelece que o réu preso em flagrante não possa ser solto caso a audiência de custódia seja realizada em período superior a 24 horas.

Secretariado

O governador eleito já definiu outros cinco nomes para chefiar pastas estaduais a partir de janeiro de 2023. O ex-ministro tenta equilibrar a pressão de bolsonaristas e de partidos que compuseram sua coligação por cargos, enquanto mantém a afirmação de que vai escolher apenas quadros técnicos para os cargos. Os anúncios acontecem a conta-gotas desde o início da semana.

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Gilberto Kassab (PSD) e o governador eleito de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em evento do Esfera Brasil no Guarujá. FOTO Beatriz Bulla/ESTADAO Foto: Beatriz Bulla

O escolhido para a principal pasta foi o aliado e presidente do PSD, Gilberto Kassab, que assumirá a Secretaria de Governo O anúncio oficial ainda não foi feito pelo novo governo, mas Tarcísio de Freitas confirmou a informação ao ser questionado por jornalistas ao chegar a evento organizado pelo Esfera Brasil, em hotel no Guarujá nesta sexta, 25.

A pasta de educação ficará sob o comando de Renato Feder, paulistano que deixará o posto de secretário de Educação do Paraná para assumir a função no Estado natal. Feder é graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e mestre em Economia pela USP. Antes de atuar na administração pública paranaense foi assessor especial da Secretaria de Educação de São Paulo. Em 2017, ele abordou em um evento o então secretário José Renato Nalini, na gestão de Geraldo Alckmin, e pediu um emprego na secretaria.

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Na saúde, o futuro secretário será o médico Eleuses Paiva. Ele foi presidente da Associação Médica Brasileira por dois mandatos, de 1999 a 2005. Ex-vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), é um dos nomes indicados pelo grupo político de Gilberto Kassab (PSD). Especializado em medicina nuclear pela USP, foi deputado federal em três legislaturas, duas delas assumindo como suplente.

Uma das principais pastas da gestão, a Casa Civil terá o comando do advogado Arthur Lima, que é considerado um nome técnico, sem filiação partidária. Ele é advogado e bacharel em ciências militares pela Academia Militar das Agulhas Negras. Lima chegou a ocupar o cargo de diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (atual Infra S.A.) e foi diretor-executivo do Fundo de Saúde da Secretaria de Saúde do governo do Distrito Federal. Ele atuou como um auxiliar da confiança estrita de Tarcísio no Ministério da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL) e agora é um dos coordenadores do grupo de transição.

Única mulher anunciada até aqui, Natalia Resende vai comandar uma “supersecretaria”, que incorpora a de Infraestrutura e Meio Ambiente com a de Logística e Transportes. Graduada em direito e engenharia civil, Natalia é procuradora federal e foi consultora jurídica no Ministério da Infraestrutura. Também atuou na coordenação da Câmara Nacional de Infraestrutura e Regulação (CNIR/CGU) e esteve com Tarcísio na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).

O governador eleito Tarcísio de Freitas deve anunciar na próxima semana o nome do deputado federal bolsonarista Capitão Derrite (PL-SP) como secretário de Segurança Pública de São Paulo a partir de 2023. O parlamentar já integra a equipe do gabinete de transição, além de ter participado da campanha como um dos coordenadores do plano de governo da área.

O deputado federal bolsonarista Capitão Derrite (PL-SP) é próximo da ala ideológica do bolsonarismo.  Foto: Capitão Derrite/Divulgação

Derrite é próximo da ala ideológica do bolsonarismo. Ele foi oficial das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (a Rota), uma das tropas de elite da Polícia Militar de São Paulo. A escolha atende às pressões de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem Tarcísio é apadrinhado político. Outros dois nomes ainda disputam o cargo: o procurador de Justiça Antônio Ferreira Pinto, que já foi comandante da pasta e tem a confiança de Tarcísio, e o coronel Ricardo Mello, atual presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e também ex-comandante da Rota.

O governador eleito tem dito a interlocutores que há 90% de chances de Derrite ocupar a cadeira. A aliados, Tarcísio tem elogiado a “consistência técnica” do deputado, que estaria preparado para combater o crime organizado com inteligência e tecnologia da informação - bandeiras defendidas durante a campanha. Até o anúncio, no entanto, o ex-ministro de Bolsonaro tem testado a aceitação de seu preferido nas duas corporações - Polícias Militar e Civil - e, segundo aliados, ficou positivamente surpreso.

Segundo o Estadão apurou, Derrite já tem marcado reuniões com atuais representantes da área para debater propostas para a Segurança Pública a partir de 2023. Assim como Tarcísio, o parlamentar critica o uso de câmeras nos uniformes dos policiais militares. Segundo já afirmou em entrevistas, os equipamentos inibem a atuação dos PMs.

Com um discurso tido como radical, Derrite defende também o fim das saídas temporárias de presos em datas comemorativas, como Natal e Dia das Mães. O deputado conseguiu aprovar em agosto na Câmara um projeto de lei de sua autoria que veta essa possibilidade por 311 votos a favor e 98 contrários. Segundo o texto, as chamadas saidinhas serão extintas, mas desde que passe pelo Senado e tenha sanção presidencial.

Em consonância com o que defende Tarcísio, o deputado também é contra a realização de audiências de custódia para avaliar a legalidade e manutenção das prisões efetuadas pela polícia. O parlamentar já protocolou dois projetos de lei que tratam do tem. O PL 421/2020 pede a extinção total das audiências de custódia e o PL 422/2020 estabelece que o réu preso em flagrante não possa ser solto caso a audiência de custódia seja realizada em período superior a 24 horas.

Secretariado

O governador eleito já definiu outros cinco nomes para chefiar pastas estaduais a partir de janeiro de 2023. O ex-ministro tenta equilibrar a pressão de bolsonaristas e de partidos que compuseram sua coligação por cargos, enquanto mantém a afirmação de que vai escolher apenas quadros técnicos para os cargos. Os anúncios acontecem a conta-gotas desde o início da semana.

Gilberto Kassab (PSD) e o governador eleito de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em evento do Esfera Brasil no Guarujá. FOTO Beatriz Bulla/ESTADAO Foto: Beatriz Bulla

O escolhido para a principal pasta foi o aliado e presidente do PSD, Gilberto Kassab, que assumirá a Secretaria de Governo O anúncio oficial ainda não foi feito pelo novo governo, mas Tarcísio de Freitas confirmou a informação ao ser questionado por jornalistas ao chegar a evento organizado pelo Esfera Brasil, em hotel no Guarujá nesta sexta, 25.

A pasta de educação ficará sob o comando de Renato Feder, paulistano que deixará o posto de secretário de Educação do Paraná para assumir a função no Estado natal. Feder é graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e mestre em Economia pela USP. Antes de atuar na administração pública paranaense foi assessor especial da Secretaria de Educação de São Paulo. Em 2017, ele abordou em um evento o então secretário José Renato Nalini, na gestão de Geraldo Alckmin, e pediu um emprego na secretaria.

Na saúde, o futuro secretário será o médico Eleuses Paiva. Ele foi presidente da Associação Médica Brasileira por dois mandatos, de 1999 a 2005. Ex-vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), é um dos nomes indicados pelo grupo político de Gilberto Kassab (PSD). Especializado em medicina nuclear pela USP, foi deputado federal em três legislaturas, duas delas assumindo como suplente.

Uma das principais pastas da gestão, a Casa Civil terá o comando do advogado Arthur Lima, que é considerado um nome técnico, sem filiação partidária. Ele é advogado e bacharel em ciências militares pela Academia Militar das Agulhas Negras. Lima chegou a ocupar o cargo de diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (atual Infra S.A.) e foi diretor-executivo do Fundo de Saúde da Secretaria de Saúde do governo do Distrito Federal. Ele atuou como um auxiliar da confiança estrita de Tarcísio no Ministério da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL) e agora é um dos coordenadores do grupo de transição.

Única mulher anunciada até aqui, Natalia Resende vai comandar uma “supersecretaria”, que incorpora a de Infraestrutura e Meio Ambiente com a de Logística e Transportes. Graduada em direito e engenharia civil, Natalia é procuradora federal e foi consultora jurídica no Ministério da Infraestrutura. Também atuou na coordenação da Câmara Nacional de Infraestrutura e Regulação (CNIR/CGU) e esteve com Tarcísio na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).

O governador eleito Tarcísio de Freitas deve anunciar na próxima semana o nome do deputado federal bolsonarista Capitão Derrite (PL-SP) como secretário de Segurança Pública de São Paulo a partir de 2023. O parlamentar já integra a equipe do gabinete de transição, além de ter participado da campanha como um dos coordenadores do plano de governo da área.

O deputado federal bolsonarista Capitão Derrite (PL-SP) é próximo da ala ideológica do bolsonarismo.  Foto: Capitão Derrite/Divulgação

Derrite é próximo da ala ideológica do bolsonarismo. Ele foi oficial das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (a Rota), uma das tropas de elite da Polícia Militar de São Paulo. A escolha atende às pressões de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem Tarcísio é apadrinhado político. Outros dois nomes ainda disputam o cargo: o procurador de Justiça Antônio Ferreira Pinto, que já foi comandante da pasta e tem a confiança de Tarcísio, e o coronel Ricardo Mello, atual presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e também ex-comandante da Rota.

O governador eleito tem dito a interlocutores que há 90% de chances de Derrite ocupar a cadeira. A aliados, Tarcísio tem elogiado a “consistência técnica” do deputado, que estaria preparado para combater o crime organizado com inteligência e tecnologia da informação - bandeiras defendidas durante a campanha. Até o anúncio, no entanto, o ex-ministro de Bolsonaro tem testado a aceitação de seu preferido nas duas corporações - Polícias Militar e Civil - e, segundo aliados, ficou positivamente surpreso.

Segundo o Estadão apurou, Derrite já tem marcado reuniões com atuais representantes da área para debater propostas para a Segurança Pública a partir de 2023. Assim como Tarcísio, o parlamentar critica o uso de câmeras nos uniformes dos policiais militares. Segundo já afirmou em entrevistas, os equipamentos inibem a atuação dos PMs.

Com um discurso tido como radical, Derrite defende também o fim das saídas temporárias de presos em datas comemorativas, como Natal e Dia das Mães. O deputado conseguiu aprovar em agosto na Câmara um projeto de lei de sua autoria que veta essa possibilidade por 311 votos a favor e 98 contrários. Segundo o texto, as chamadas saidinhas serão extintas, mas desde que passe pelo Senado e tenha sanção presidencial.

Em consonância com o que defende Tarcísio, o deputado também é contra a realização de audiências de custódia para avaliar a legalidade e manutenção das prisões efetuadas pela polícia. O parlamentar já protocolou dois projetos de lei que tratam do tem. O PL 421/2020 pede a extinção total das audiências de custódia e o PL 422/2020 estabelece que o réu preso em flagrante não possa ser solto caso a audiência de custódia seja realizada em período superior a 24 horas.

Secretariado

O governador eleito já definiu outros cinco nomes para chefiar pastas estaduais a partir de janeiro de 2023. O ex-ministro tenta equilibrar a pressão de bolsonaristas e de partidos que compuseram sua coligação por cargos, enquanto mantém a afirmação de que vai escolher apenas quadros técnicos para os cargos. Os anúncios acontecem a conta-gotas desde o início da semana.

Gilberto Kassab (PSD) e o governador eleito de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em evento do Esfera Brasil no Guarujá. FOTO Beatriz Bulla/ESTADAO Foto: Beatriz Bulla

O escolhido para a principal pasta foi o aliado e presidente do PSD, Gilberto Kassab, que assumirá a Secretaria de Governo O anúncio oficial ainda não foi feito pelo novo governo, mas Tarcísio de Freitas confirmou a informação ao ser questionado por jornalistas ao chegar a evento organizado pelo Esfera Brasil, em hotel no Guarujá nesta sexta, 25.

A pasta de educação ficará sob o comando de Renato Feder, paulistano que deixará o posto de secretário de Educação do Paraná para assumir a função no Estado natal. Feder é graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e mestre em Economia pela USP. Antes de atuar na administração pública paranaense foi assessor especial da Secretaria de Educação de São Paulo. Em 2017, ele abordou em um evento o então secretário José Renato Nalini, na gestão de Geraldo Alckmin, e pediu um emprego na secretaria.

Na saúde, o futuro secretário será o médico Eleuses Paiva. Ele foi presidente da Associação Médica Brasileira por dois mandatos, de 1999 a 2005. Ex-vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), é um dos nomes indicados pelo grupo político de Gilberto Kassab (PSD). Especializado em medicina nuclear pela USP, foi deputado federal em três legislaturas, duas delas assumindo como suplente.

Uma das principais pastas da gestão, a Casa Civil terá o comando do advogado Arthur Lima, que é considerado um nome técnico, sem filiação partidária. Ele é advogado e bacharel em ciências militares pela Academia Militar das Agulhas Negras. Lima chegou a ocupar o cargo de diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (atual Infra S.A.) e foi diretor-executivo do Fundo de Saúde da Secretaria de Saúde do governo do Distrito Federal. Ele atuou como um auxiliar da confiança estrita de Tarcísio no Ministério da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL) e agora é um dos coordenadores do grupo de transição.

Única mulher anunciada até aqui, Natalia Resende vai comandar uma “supersecretaria”, que incorpora a de Infraestrutura e Meio Ambiente com a de Logística e Transportes. Graduada em direito e engenharia civil, Natalia é procuradora federal e foi consultora jurídica no Ministério da Infraestrutura. Também atuou na coordenação da Câmara Nacional de Infraestrutura e Regulação (CNIR/CGU) e esteve com Tarcísio na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).

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