Deputados ameaçam dar o troco no governo e no STF por indefinição sobre bloqueio de emendas


Parlamentares cogitam não votar lei que autoriza gastos do Executivo no próximo ano, em um evento que não tem precedente na história do Congresso; especialistas veem estratégia como ‘suicida’

Por Levy Teles
Atualização:

BRASÍLIA – Contrariados com a falta de definição sobre o bloqueio das emendas parlamentares, deputados ameaçam dar o troco e não votar a lei que autoriza os gastos do governo no próximo ano, que depende da aprovação do Congresso Nacional. A estratégia de integrantes da Comissão Mista de Orçamento é vista por especialistas como suicida, já que o Orçamento do Brasil ficaria completamente travado.

Parlamentares veem a medida como a principal moeda de troca para assegurar que o Supremo Tribunal Federal (STF) libere os recursos previstos nas emendas, destinando dinheiro público aos municípios do País.

Governo tem seis semanas para resolver impasse com o Congresso. Foto: Dida Sampaio/Estadão
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O repasse das emendas está suspenso desde agosto, quando o ministro Flávio Dino determinou que o Congresso e o governo dessem mais transparência e rastreabilidade para o envio das verbas aos municípios

No entendimento de membros da Comissão Mista de Orçamento (CMO) ouvidos pelo Estadão, governo e STF jogam juntos para frear a liberação de recursos para os deputados. E impedir a votação da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) imporia uma “humilhação” ao governo. Eles dizem que trata-se de um “movimento sem cabeça”, fruto da indignação coletiva dos congressistas.

Se o impasse não for resolvido e as emendas não forem liberadas, apontam eles, as emendas remanescentes deste ano e que aguardam destinação não valeriam para 2025. Além disso, relatam, há uma constante pressão de prefeitos para que os recursos voltem a suas cidades.

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“Existe uma insatisfação grande da base, tanto pelo bloqueio das emendas por decisão judicial e tanto pela falta de entendimento mais claro por parte do governo”, aponta o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), integrante da CMO que relata já ter ouvido a indignação de outros colegas. “Enquanto não houver uma decisão que envolva Legislativo, Executivo e Judiciário, existe um pensamento que a Câmara vai ficar no aguardo esperando as decisões saírem para voltar à sua rotina normal.”

O presidente da CMO, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), também confirma a movimentação. “Existe uma movimentação, mas acho que depois que o Senado aprovar (o projeto das emendas), resolve a questão”, diz. Segundo ele, a previsão é votar no final de novembro, se o Supremo liberar as emendas. Do contrário, afirma ele, “fica muito mais difícil”. “Acaba atingindo o orçamento do próprio Supremo.”

Congressistas queixam-se também da ausência do líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AP). Eles dizem que Randolfe é pouco presente nas negociações por um acordo em torno das matérias analisadas na comissão.

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“A reivindicações são justas, adequadas, mas vamos resolver e não acredito que vamos ficar sem votar a LDO”, diz Randolfe, ao Estadão. Segundo ele, o calendário eleitoral acabou apertando os prazos para votar projetos do governo na comissão. A última reunião deliberativa do colegiado foi em agosto.

O projeto de lei que estipula novas regras para as emendas parlamentares foi aprovado na Câmara dos Deputados na terça-feira, 5. Ainda resta a aprovação do Senado Federal e a sanção presidencial. Enquanto isso, faltam seis semanas para o fim do ano legislativo, que se encerra no dia 23 de dezembro. É uma corrida contra o tempo dos dois lados.

Mesmo com os prazos apertados, Randolfe acredita que será possível votar a LDO e o Orçamento de 2025. Segundo ele, já há o acerto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para votar o projeto das emendas no Senado na próxima terça-feira, 12.

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“Apesar do calendário estar apertado, acredito que vamos precisar correr. Vai ser um pouco mais apressado, mas vai ser tudo resolvido”, diz. “Não trabalhamos com a hipótese de não votar as duas propostas.”

Em tese, a LDO é enviada pelo Executivo ao Congresso até o dia 15 de abril. O texto passa pela análise da CMO e, após votação na comissão, Câmara e Senado aprovam o texto ou não conjuntamente em sessão do Congresso Nacional.

O Legislativo deveria já devolver o texto para sanção até o dia 17 de julho do mesmo ano. Essa, inclusive, é a condição para que haja o recesso parlamentar no meio do ano. Mesmo sem a aprovação, Câmara e Senado resolveram dar as férias de duas semanas mesmo assim — isso é o chamado “recesso branco”.

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Caso a LDO deixe de ser votada este ano seria um movimento sem precedente na história do Parlamento, que nunca deixou de votar a lei que estabelecer regras para uso do Orçamento federal. “Sim (é uma estratégia suicida)”, analisa Élida Graziane procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo. “Sem a LDO, nenhum gasto pode ser feito a partir de 1⁰ de janeiro. Sem LDO é impossível ficar, porque significaria paralisação completa de todos os gastos, incluídos os subsídios (salários) e as emendas dos próprios parlamentares.”

Especialistas ouvidos pela reportagem e também consultados por parlamentares dizem que, no caso da não aprovação da lei, o governo precisaria editar medida provisória liberando crédito extraordinário.

BRASÍLIA – Contrariados com a falta de definição sobre o bloqueio das emendas parlamentares, deputados ameaçam dar o troco e não votar a lei que autoriza os gastos do governo no próximo ano, que depende da aprovação do Congresso Nacional. A estratégia de integrantes da Comissão Mista de Orçamento é vista por especialistas como suicida, já que o Orçamento do Brasil ficaria completamente travado.

Parlamentares veem a medida como a principal moeda de troca para assegurar que o Supremo Tribunal Federal (STF) libere os recursos previstos nas emendas, destinando dinheiro público aos municípios do País.

Governo tem seis semanas para resolver impasse com o Congresso. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O repasse das emendas está suspenso desde agosto, quando o ministro Flávio Dino determinou que o Congresso e o governo dessem mais transparência e rastreabilidade para o envio das verbas aos municípios

No entendimento de membros da Comissão Mista de Orçamento (CMO) ouvidos pelo Estadão, governo e STF jogam juntos para frear a liberação de recursos para os deputados. E impedir a votação da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) imporia uma “humilhação” ao governo. Eles dizem que trata-se de um “movimento sem cabeça”, fruto da indignação coletiva dos congressistas.

Se o impasse não for resolvido e as emendas não forem liberadas, apontam eles, as emendas remanescentes deste ano e que aguardam destinação não valeriam para 2025. Além disso, relatam, há uma constante pressão de prefeitos para que os recursos voltem a suas cidades.

“Existe uma insatisfação grande da base, tanto pelo bloqueio das emendas por decisão judicial e tanto pela falta de entendimento mais claro por parte do governo”, aponta o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), integrante da CMO que relata já ter ouvido a indignação de outros colegas. “Enquanto não houver uma decisão que envolva Legislativo, Executivo e Judiciário, existe um pensamento que a Câmara vai ficar no aguardo esperando as decisões saírem para voltar à sua rotina normal.”

O presidente da CMO, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), também confirma a movimentação. “Existe uma movimentação, mas acho que depois que o Senado aprovar (o projeto das emendas), resolve a questão”, diz. Segundo ele, a previsão é votar no final de novembro, se o Supremo liberar as emendas. Do contrário, afirma ele, “fica muito mais difícil”. “Acaba atingindo o orçamento do próprio Supremo.”

Congressistas queixam-se também da ausência do líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AP). Eles dizem que Randolfe é pouco presente nas negociações por um acordo em torno das matérias analisadas na comissão.

“A reivindicações são justas, adequadas, mas vamos resolver e não acredito que vamos ficar sem votar a LDO”, diz Randolfe, ao Estadão. Segundo ele, o calendário eleitoral acabou apertando os prazos para votar projetos do governo na comissão. A última reunião deliberativa do colegiado foi em agosto.

O projeto de lei que estipula novas regras para as emendas parlamentares foi aprovado na Câmara dos Deputados na terça-feira, 5. Ainda resta a aprovação do Senado Federal e a sanção presidencial. Enquanto isso, faltam seis semanas para o fim do ano legislativo, que se encerra no dia 23 de dezembro. É uma corrida contra o tempo dos dois lados.

Mesmo com os prazos apertados, Randolfe acredita que será possível votar a LDO e o Orçamento de 2025. Segundo ele, já há o acerto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para votar o projeto das emendas no Senado na próxima terça-feira, 12.

“Apesar do calendário estar apertado, acredito que vamos precisar correr. Vai ser um pouco mais apressado, mas vai ser tudo resolvido”, diz. “Não trabalhamos com a hipótese de não votar as duas propostas.”

Em tese, a LDO é enviada pelo Executivo ao Congresso até o dia 15 de abril. O texto passa pela análise da CMO e, após votação na comissão, Câmara e Senado aprovam o texto ou não conjuntamente em sessão do Congresso Nacional.

O Legislativo deveria já devolver o texto para sanção até o dia 17 de julho do mesmo ano. Essa, inclusive, é a condição para que haja o recesso parlamentar no meio do ano. Mesmo sem a aprovação, Câmara e Senado resolveram dar as férias de duas semanas mesmo assim — isso é o chamado “recesso branco”.

Caso a LDO deixe de ser votada este ano seria um movimento sem precedente na história do Parlamento, que nunca deixou de votar a lei que estabelecer regras para uso do Orçamento federal. “Sim (é uma estratégia suicida)”, analisa Élida Graziane procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo. “Sem a LDO, nenhum gasto pode ser feito a partir de 1⁰ de janeiro. Sem LDO é impossível ficar, porque significaria paralisação completa de todos os gastos, incluídos os subsídios (salários) e as emendas dos próprios parlamentares.”

Especialistas ouvidos pela reportagem e também consultados por parlamentares dizem que, no caso da não aprovação da lei, o governo precisaria editar medida provisória liberando crédito extraordinário.

BRASÍLIA – Contrariados com a falta de definição sobre o bloqueio das emendas parlamentares, deputados ameaçam dar o troco e não votar a lei que autoriza os gastos do governo no próximo ano, que depende da aprovação do Congresso Nacional. A estratégia de integrantes da Comissão Mista de Orçamento é vista por especialistas como suicida, já que o Orçamento do Brasil ficaria completamente travado.

Parlamentares veem a medida como a principal moeda de troca para assegurar que o Supremo Tribunal Federal (STF) libere os recursos previstos nas emendas, destinando dinheiro público aos municípios do País.

Governo tem seis semanas para resolver impasse com o Congresso. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O repasse das emendas está suspenso desde agosto, quando o ministro Flávio Dino determinou que o Congresso e o governo dessem mais transparência e rastreabilidade para o envio das verbas aos municípios

No entendimento de membros da Comissão Mista de Orçamento (CMO) ouvidos pelo Estadão, governo e STF jogam juntos para frear a liberação de recursos para os deputados. E impedir a votação da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) imporia uma “humilhação” ao governo. Eles dizem que trata-se de um “movimento sem cabeça”, fruto da indignação coletiva dos congressistas.

Se o impasse não for resolvido e as emendas não forem liberadas, apontam eles, as emendas remanescentes deste ano e que aguardam destinação não valeriam para 2025. Além disso, relatam, há uma constante pressão de prefeitos para que os recursos voltem a suas cidades.

“Existe uma insatisfação grande da base, tanto pelo bloqueio das emendas por decisão judicial e tanto pela falta de entendimento mais claro por parte do governo”, aponta o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), integrante da CMO que relata já ter ouvido a indignação de outros colegas. “Enquanto não houver uma decisão que envolva Legislativo, Executivo e Judiciário, existe um pensamento que a Câmara vai ficar no aguardo esperando as decisões saírem para voltar à sua rotina normal.”

O presidente da CMO, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), também confirma a movimentação. “Existe uma movimentação, mas acho que depois que o Senado aprovar (o projeto das emendas), resolve a questão”, diz. Segundo ele, a previsão é votar no final de novembro, se o Supremo liberar as emendas. Do contrário, afirma ele, “fica muito mais difícil”. “Acaba atingindo o orçamento do próprio Supremo.”

Congressistas queixam-se também da ausência do líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AP). Eles dizem que Randolfe é pouco presente nas negociações por um acordo em torno das matérias analisadas na comissão.

“A reivindicações são justas, adequadas, mas vamos resolver e não acredito que vamos ficar sem votar a LDO”, diz Randolfe, ao Estadão. Segundo ele, o calendário eleitoral acabou apertando os prazos para votar projetos do governo na comissão. A última reunião deliberativa do colegiado foi em agosto.

O projeto de lei que estipula novas regras para as emendas parlamentares foi aprovado na Câmara dos Deputados na terça-feira, 5. Ainda resta a aprovação do Senado Federal e a sanção presidencial. Enquanto isso, faltam seis semanas para o fim do ano legislativo, que se encerra no dia 23 de dezembro. É uma corrida contra o tempo dos dois lados.

Mesmo com os prazos apertados, Randolfe acredita que será possível votar a LDO e o Orçamento de 2025. Segundo ele, já há o acerto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para votar o projeto das emendas no Senado na próxima terça-feira, 12.

“Apesar do calendário estar apertado, acredito que vamos precisar correr. Vai ser um pouco mais apressado, mas vai ser tudo resolvido”, diz. “Não trabalhamos com a hipótese de não votar as duas propostas.”

Em tese, a LDO é enviada pelo Executivo ao Congresso até o dia 15 de abril. O texto passa pela análise da CMO e, após votação na comissão, Câmara e Senado aprovam o texto ou não conjuntamente em sessão do Congresso Nacional.

O Legislativo deveria já devolver o texto para sanção até o dia 17 de julho do mesmo ano. Essa, inclusive, é a condição para que haja o recesso parlamentar no meio do ano. Mesmo sem a aprovação, Câmara e Senado resolveram dar as férias de duas semanas mesmo assim — isso é o chamado “recesso branco”.

Caso a LDO deixe de ser votada este ano seria um movimento sem precedente na história do Parlamento, que nunca deixou de votar a lei que estabelecer regras para uso do Orçamento federal. “Sim (é uma estratégia suicida)”, analisa Élida Graziane procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo. “Sem a LDO, nenhum gasto pode ser feito a partir de 1⁰ de janeiro. Sem LDO é impossível ficar, porque significaria paralisação completa de todos os gastos, incluídos os subsídios (salários) e as emendas dos próprios parlamentares.”

Especialistas ouvidos pela reportagem e também consultados por parlamentares dizem que, no caso da não aprovação da lei, o governo precisaria editar medida provisória liberando crédito extraordinário.

BRASÍLIA – Contrariados com a falta de definição sobre o bloqueio das emendas parlamentares, deputados ameaçam dar o troco e não votar a lei que autoriza os gastos do governo no próximo ano, que depende da aprovação do Congresso Nacional. A estratégia de integrantes da Comissão Mista de Orçamento é vista por especialistas como suicida, já que o Orçamento do Brasil ficaria completamente travado.

Parlamentares veem a medida como a principal moeda de troca para assegurar que o Supremo Tribunal Federal (STF) libere os recursos previstos nas emendas, destinando dinheiro público aos municípios do País.

Governo tem seis semanas para resolver impasse com o Congresso. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O repasse das emendas está suspenso desde agosto, quando o ministro Flávio Dino determinou que o Congresso e o governo dessem mais transparência e rastreabilidade para o envio das verbas aos municípios

No entendimento de membros da Comissão Mista de Orçamento (CMO) ouvidos pelo Estadão, governo e STF jogam juntos para frear a liberação de recursos para os deputados. E impedir a votação da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) imporia uma “humilhação” ao governo. Eles dizem que trata-se de um “movimento sem cabeça”, fruto da indignação coletiva dos congressistas.

Se o impasse não for resolvido e as emendas não forem liberadas, apontam eles, as emendas remanescentes deste ano e que aguardam destinação não valeriam para 2025. Além disso, relatam, há uma constante pressão de prefeitos para que os recursos voltem a suas cidades.

“Existe uma insatisfação grande da base, tanto pelo bloqueio das emendas por decisão judicial e tanto pela falta de entendimento mais claro por parte do governo”, aponta o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), integrante da CMO que relata já ter ouvido a indignação de outros colegas. “Enquanto não houver uma decisão que envolva Legislativo, Executivo e Judiciário, existe um pensamento que a Câmara vai ficar no aguardo esperando as decisões saírem para voltar à sua rotina normal.”

O presidente da CMO, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), também confirma a movimentação. “Existe uma movimentação, mas acho que depois que o Senado aprovar (o projeto das emendas), resolve a questão”, diz. Segundo ele, a previsão é votar no final de novembro, se o Supremo liberar as emendas. Do contrário, afirma ele, “fica muito mais difícil”. “Acaba atingindo o orçamento do próprio Supremo.”

Congressistas queixam-se também da ausência do líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AP). Eles dizem que Randolfe é pouco presente nas negociações por um acordo em torno das matérias analisadas na comissão.

“A reivindicações são justas, adequadas, mas vamos resolver e não acredito que vamos ficar sem votar a LDO”, diz Randolfe, ao Estadão. Segundo ele, o calendário eleitoral acabou apertando os prazos para votar projetos do governo na comissão. A última reunião deliberativa do colegiado foi em agosto.

O projeto de lei que estipula novas regras para as emendas parlamentares foi aprovado na Câmara dos Deputados na terça-feira, 5. Ainda resta a aprovação do Senado Federal e a sanção presidencial. Enquanto isso, faltam seis semanas para o fim do ano legislativo, que se encerra no dia 23 de dezembro. É uma corrida contra o tempo dos dois lados.

Mesmo com os prazos apertados, Randolfe acredita que será possível votar a LDO e o Orçamento de 2025. Segundo ele, já há o acerto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para votar o projeto das emendas no Senado na próxima terça-feira, 12.

“Apesar do calendário estar apertado, acredito que vamos precisar correr. Vai ser um pouco mais apressado, mas vai ser tudo resolvido”, diz. “Não trabalhamos com a hipótese de não votar as duas propostas.”

Em tese, a LDO é enviada pelo Executivo ao Congresso até o dia 15 de abril. O texto passa pela análise da CMO e, após votação na comissão, Câmara e Senado aprovam o texto ou não conjuntamente em sessão do Congresso Nacional.

O Legislativo deveria já devolver o texto para sanção até o dia 17 de julho do mesmo ano. Essa, inclusive, é a condição para que haja o recesso parlamentar no meio do ano. Mesmo sem a aprovação, Câmara e Senado resolveram dar as férias de duas semanas mesmo assim — isso é o chamado “recesso branco”.

Caso a LDO deixe de ser votada este ano seria um movimento sem precedente na história do Parlamento, que nunca deixou de votar a lei que estabelecer regras para uso do Orçamento federal. “Sim (é uma estratégia suicida)”, analisa Élida Graziane procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo. “Sem a LDO, nenhum gasto pode ser feito a partir de 1⁰ de janeiro. Sem LDO é impossível ficar, porque significaria paralisação completa de todos os gastos, incluídos os subsídios (salários) e as emendas dos próprios parlamentares.”

Especialistas ouvidos pela reportagem e também consultados por parlamentares dizem que, no caso da não aprovação da lei, o governo precisaria editar medida provisória liberando crédito extraordinário.

BRASÍLIA – Contrariados com a falta de definição sobre o bloqueio das emendas parlamentares, deputados ameaçam dar o troco e não votar a lei que autoriza os gastos do governo no próximo ano, que depende da aprovação do Congresso Nacional. A estratégia de integrantes da Comissão Mista de Orçamento é vista por especialistas como suicida, já que o Orçamento do Brasil ficaria completamente travado.

Parlamentares veem a medida como a principal moeda de troca para assegurar que o Supremo Tribunal Federal (STF) libere os recursos previstos nas emendas, destinando dinheiro público aos municípios do País.

Governo tem seis semanas para resolver impasse com o Congresso. Foto: Dida Sampaio/Estadão

O repasse das emendas está suspenso desde agosto, quando o ministro Flávio Dino determinou que o Congresso e o governo dessem mais transparência e rastreabilidade para o envio das verbas aos municípios

No entendimento de membros da Comissão Mista de Orçamento (CMO) ouvidos pelo Estadão, governo e STF jogam juntos para frear a liberação de recursos para os deputados. E impedir a votação da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) imporia uma “humilhação” ao governo. Eles dizem que trata-se de um “movimento sem cabeça”, fruto da indignação coletiva dos congressistas.

Se o impasse não for resolvido e as emendas não forem liberadas, apontam eles, as emendas remanescentes deste ano e que aguardam destinação não valeriam para 2025. Além disso, relatam, há uma constante pressão de prefeitos para que os recursos voltem a suas cidades.

“Existe uma insatisfação grande da base, tanto pelo bloqueio das emendas por decisão judicial e tanto pela falta de entendimento mais claro por parte do governo”, aponta o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), integrante da CMO que relata já ter ouvido a indignação de outros colegas. “Enquanto não houver uma decisão que envolva Legislativo, Executivo e Judiciário, existe um pensamento que a Câmara vai ficar no aguardo esperando as decisões saírem para voltar à sua rotina normal.”

O presidente da CMO, deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), também confirma a movimentação. “Existe uma movimentação, mas acho que depois que o Senado aprovar (o projeto das emendas), resolve a questão”, diz. Segundo ele, a previsão é votar no final de novembro, se o Supremo liberar as emendas. Do contrário, afirma ele, “fica muito mais difícil”. “Acaba atingindo o orçamento do próprio Supremo.”

Congressistas queixam-se também da ausência do líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (PT-AP). Eles dizem que Randolfe é pouco presente nas negociações por um acordo em torno das matérias analisadas na comissão.

“A reivindicações são justas, adequadas, mas vamos resolver e não acredito que vamos ficar sem votar a LDO”, diz Randolfe, ao Estadão. Segundo ele, o calendário eleitoral acabou apertando os prazos para votar projetos do governo na comissão. A última reunião deliberativa do colegiado foi em agosto.

O projeto de lei que estipula novas regras para as emendas parlamentares foi aprovado na Câmara dos Deputados na terça-feira, 5. Ainda resta a aprovação do Senado Federal e a sanção presidencial. Enquanto isso, faltam seis semanas para o fim do ano legislativo, que se encerra no dia 23 de dezembro. É uma corrida contra o tempo dos dois lados.

Mesmo com os prazos apertados, Randolfe acredita que será possível votar a LDO e o Orçamento de 2025. Segundo ele, já há o acerto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para votar o projeto das emendas no Senado na próxima terça-feira, 12.

“Apesar do calendário estar apertado, acredito que vamos precisar correr. Vai ser um pouco mais apressado, mas vai ser tudo resolvido”, diz. “Não trabalhamos com a hipótese de não votar as duas propostas.”

Em tese, a LDO é enviada pelo Executivo ao Congresso até o dia 15 de abril. O texto passa pela análise da CMO e, após votação na comissão, Câmara e Senado aprovam o texto ou não conjuntamente em sessão do Congresso Nacional.

O Legislativo deveria já devolver o texto para sanção até o dia 17 de julho do mesmo ano. Essa, inclusive, é a condição para que haja o recesso parlamentar no meio do ano. Mesmo sem a aprovação, Câmara e Senado resolveram dar as férias de duas semanas mesmo assim — isso é o chamado “recesso branco”.

Caso a LDO deixe de ser votada este ano seria um movimento sem precedente na história do Parlamento, que nunca deixou de votar a lei que estabelecer regras para uso do Orçamento federal. “Sim (é uma estratégia suicida)”, analisa Élida Graziane procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo. “Sem a LDO, nenhum gasto pode ser feito a partir de 1⁰ de janeiro. Sem LDO é impossível ficar, porque significaria paralisação completa de todos os gastos, incluídos os subsídios (salários) e as emendas dos próprios parlamentares.”

Especialistas ouvidos pela reportagem e também consultados por parlamentares dizem que, no caso da não aprovação da lei, o governo precisaria editar medida provisória liberando crédito extraordinário.

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