Apesar da densidade das provas contra os envolvidos no esquema desmantelado pela operação Dominó, da Polícia Federal, as dificuldades da investigação começaram a aparecer, devido ao poder dos criminosos envolvidos. Neste sábado, a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu habeas corpus para que o desembargador Sebastião Chaves, possa ser conduzido sem algemas para os depoimentos. A medida será estendida aos nove membros da Magistratura presos, os únicos com esse privilégio. A ministra argumentou que Chaves não resistiu à prisão, não representa perigo à ordem pública nem à segurança dos policiais. Chaves, que é presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, foi preso na sexta-feira, juntamente com outras 23 pessoas, entre as quais os presidentes da Assembléia Legislativa, deputado José Carlos de Oliveira (PSL). Segundo as investigações da Polícia Federal, há cerca de três anos o esquema desviava recursos públicos no Estado. Por força da imunidade e das prerrogativas, 21 deputados envolvidos no esquema deixaram de ser presos. Pelo menos mais 130 pessoas, incluindo servidores públicos e altos dirigentes dos três poderes serão investigados nessa fase e correm o risco de também serem processadas. A Polícia Federal informou neste Sábado que tem indícios de que há mais magistrados e membros do alto escalão do Ministério Público e do Poder Executivo envolvidos na quadrilha. Os próximos alvos incluem o procurador-geral de Justiça, Abdiel Ramos Figueira, que escapou da prisão por pouco, e mais dois desembargadores do Tribunal de Justiça, além dos deputados e o próprio governador do Estado, Ivo Cassol (PPS). Conforme as investigações, altos dirigentes dos três poderes de Rondônia, mais o Tribunal de Contas da União e o Ministério Público estadual, se juntaram numa associação criminosa para dilapidar o erário público por meio de fraudes sistemáticas. Um poder garantia a impunidade do outro. O esquema é o maior já flagrado no País até agora nas operações da PF.