O governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), mostrou-se surpreso com a articulação, entre PDT e PFL, de uma frente contra a sua candidatura à Presidência da República pelo PSB. "Nós reconhecemos o Brizola como uma figura importante da história brasileira, mas, usando um termo que ele mesmo gosta de usar para os outros, o ex-governador começa a costear o alambrado para a direita", ironizou Garotinho. Na véspera, Brizola se reuniu em seu apartamento, no Rio, por mais de duas horas com o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), e com o prefeito do Rio, César Maia (PFL). No encontro, foi aberta a possibilidade de um possível apoio do PDT à pré-candidata do PFL a presidente, Roseana Sarney, num virtual confronto entre a governadora do Maranhão e Garotinho no segundo turno da eleição. O PFL defenderia ainda o lançamento da candidatura do líder pedetista à presidência, como forma de roubar votos de Garotinho, principalmente na Baixada Fluminense e no Rio Grande do Sul, onde o ex-governador ainda conta com fiéis eleitores. "Vez por outra o Brizola tem suas recaídas. Quem não se lembra dele fazendo alguns elogios ao Collor, ou então defendendo a prorrogação do mandato do Figueiredo?", disse Garotinho, que desponta em terceiro colocado nas pesquisas eleitorais. Na última consulta CNT/Sensus, divulgada na segunda-feira, o governador do Rio aparece com 15%, um crescimento de sete pontos porcentuais em relação à pesquisa de dezembro. Roseana continua em segundo, com 22,7%, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em primeiro, com 26,1%. A união entre o PDT e o PFL poderia se dar, inclusive, nos Estados. No Rio, por exemplo, Brizola admite ver com bons olhos uma chapa ao governo estadual, encabeçada pelo prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, tendo como vice o secretário de Meio Ambiente do Rio, Eduardo Paes, do PFL de Maia. Paes, por enquanto, é o nome mais forte dos pefelistas para concorrer ao governo do Estado, mas seu nome ainda não decolou nas pesquisas eleitorais.