Dilma sugere que governadores façam pressão por CPMF


Planalto quer que chefes de Executivos estaduais convençam bancadas em troca de fatia do que novo imposto arrecadar

Por Erich Decat e Isadora Peron

BRASÍLIA - O Planalto elaborou uma estratégia para diminuir as resistências do Congresso ao retorno da CPMF: estimular governadores e prefeitos a pressionarem as bancadas da Câmara e do Senado a aumentar a alíquota de 0,20% durante a tramitação da proposta para, assim, conseguirem ficar com parte do total arrecadado. Com isso, a alíquota do tributo chegaria ao valor que tinha quando ele foi abolido, 0,38%, sendo que 0,18% destes seriam destinados a Estados e municípios.

A estratégia foi colocada em prática já na noite de ontem, quando a presidente Dilma Rousseff jantou com 19 governadores para pedir apoio às medidas.

Presidente Dilme entre os governadores do Rio, Fernando Pezão, e de Minas, Fernando Pimentel Foto: André Dusek/Estadão
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"Houve o compromisso de todos em dialogar com as bancadas. Todos os governadores se colocaram a favor da CPMF que é um dos pontos mais polêmicos das medidas", afirmou ao Estado o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), após a reunião no Palácio do Alvorada. No encontro, que durou cerca de três horas, coube ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), levantar a questão sobre a ampliação da alíquota da CPMF do atuais 0,20%, sugerido pela equipe econômica. O valor final deverá ser acertado, entretanto, em uma nova rodada de discussões entre os próprios governadores que pode ocorrer amanhã.

Na saída do encontro, os governadores preferiram não parar para falar com a imprensa. Segundo alguns assessores de chefes do Executivo estadual, em razão de o tema de aumento de impostos ser considerado impopular não há pouca vontade em realizar declarações públicas.

Durante a tarde, Dilma já havia entrado pessoalmente nas negociações para tentar aprovar o pacote de medidas de contenção de gastos e de aumento de impostos. Antes do anúncio, que ocorreu no meio da tarde, Dilma ligou para os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para lhes informar, em linhas gerais, as medidas que seriam tomadas. De Renan, ouviu das dificuldades de o Congresso apoiar um aumento de impostos. Ele, contudo, elogiou o "corte na carne" do governo.

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Ao longo do dia, a presidente conversou com parlamentares das duas Casas, como o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e os líderes do PSD e do PP na Câmara, respectivamente Rogério Rosso (DF), e do Dudu da Fonte (PE). Dilma se reúne na manhã de hoje no Palácio do Planalto com líderes da Câmara e, à tarde, com os representantes do Senado. / COLABORARAM A. C., R.B., D.C. e RACHEL GAMARSKI

BRASÍLIA - O Planalto elaborou uma estratégia para diminuir as resistências do Congresso ao retorno da CPMF: estimular governadores e prefeitos a pressionarem as bancadas da Câmara e do Senado a aumentar a alíquota de 0,20% durante a tramitação da proposta para, assim, conseguirem ficar com parte do total arrecadado. Com isso, a alíquota do tributo chegaria ao valor que tinha quando ele foi abolido, 0,38%, sendo que 0,18% destes seriam destinados a Estados e municípios.

A estratégia foi colocada em prática já na noite de ontem, quando a presidente Dilma Rousseff jantou com 19 governadores para pedir apoio às medidas.

Presidente Dilme entre os governadores do Rio, Fernando Pezão, e de Minas, Fernando Pimentel Foto: André Dusek/Estadão

"Houve o compromisso de todos em dialogar com as bancadas. Todos os governadores se colocaram a favor da CPMF que é um dos pontos mais polêmicos das medidas", afirmou ao Estado o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), após a reunião no Palácio do Alvorada. No encontro, que durou cerca de três horas, coube ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), levantar a questão sobre a ampliação da alíquota da CPMF do atuais 0,20%, sugerido pela equipe econômica. O valor final deverá ser acertado, entretanto, em uma nova rodada de discussões entre os próprios governadores que pode ocorrer amanhã.

Na saída do encontro, os governadores preferiram não parar para falar com a imprensa. Segundo alguns assessores de chefes do Executivo estadual, em razão de o tema de aumento de impostos ser considerado impopular não há pouca vontade em realizar declarações públicas.

Durante a tarde, Dilma já havia entrado pessoalmente nas negociações para tentar aprovar o pacote de medidas de contenção de gastos e de aumento de impostos. Antes do anúncio, que ocorreu no meio da tarde, Dilma ligou para os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para lhes informar, em linhas gerais, as medidas que seriam tomadas. De Renan, ouviu das dificuldades de o Congresso apoiar um aumento de impostos. Ele, contudo, elogiou o "corte na carne" do governo.

Ao longo do dia, a presidente conversou com parlamentares das duas Casas, como o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e os líderes do PSD e do PP na Câmara, respectivamente Rogério Rosso (DF), e do Dudu da Fonte (PE). Dilma se reúne na manhã de hoje no Palácio do Planalto com líderes da Câmara e, à tarde, com os representantes do Senado. / COLABORARAM A. C., R.B., D.C. e RACHEL GAMARSKI

BRASÍLIA - O Planalto elaborou uma estratégia para diminuir as resistências do Congresso ao retorno da CPMF: estimular governadores e prefeitos a pressionarem as bancadas da Câmara e do Senado a aumentar a alíquota de 0,20% durante a tramitação da proposta para, assim, conseguirem ficar com parte do total arrecadado. Com isso, a alíquota do tributo chegaria ao valor que tinha quando ele foi abolido, 0,38%, sendo que 0,18% destes seriam destinados a Estados e municípios.

A estratégia foi colocada em prática já na noite de ontem, quando a presidente Dilma Rousseff jantou com 19 governadores para pedir apoio às medidas.

Presidente Dilme entre os governadores do Rio, Fernando Pezão, e de Minas, Fernando Pimentel Foto: André Dusek/Estadão

"Houve o compromisso de todos em dialogar com as bancadas. Todos os governadores se colocaram a favor da CPMF que é um dos pontos mais polêmicos das medidas", afirmou ao Estado o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), após a reunião no Palácio do Alvorada. No encontro, que durou cerca de três horas, coube ao governador da Bahia, Rui Costa (PT), levantar a questão sobre a ampliação da alíquota da CPMF do atuais 0,20%, sugerido pela equipe econômica. O valor final deverá ser acertado, entretanto, em uma nova rodada de discussões entre os próprios governadores que pode ocorrer amanhã.

Na saída do encontro, os governadores preferiram não parar para falar com a imprensa. Segundo alguns assessores de chefes do Executivo estadual, em razão de o tema de aumento de impostos ser considerado impopular não há pouca vontade em realizar declarações públicas.

Durante a tarde, Dilma já havia entrado pessoalmente nas negociações para tentar aprovar o pacote de medidas de contenção de gastos e de aumento de impostos. Antes do anúncio, que ocorreu no meio da tarde, Dilma ligou para os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para lhes informar, em linhas gerais, as medidas que seriam tomadas. De Renan, ouviu das dificuldades de o Congresso apoiar um aumento de impostos. Ele, contudo, elogiou o "corte na carne" do governo.

Ao longo do dia, a presidente conversou com parlamentares das duas Casas, como o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), e os líderes do PSD e do PP na Câmara, respectivamente Rogério Rosso (DF), e do Dudu da Fonte (PE). Dilma se reúne na manhã de hoje no Palácio do Planalto com líderes da Câmara e, à tarde, com os representantes do Senado. / COLABORARAM A. C., R.B., D.C. e RACHEL GAMARSKI

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