Análises sobre o estado geral da nação

Opinião|A moderação política surpreende e dá resultados nas eleições municipais


Panorama das eleições municipais nas grandes cidades não confirma previsões de reincidência da polarização vivida em 2022

Por Diogo Schelp

No período da pré-campanha, muito se falava na possibilidade de que as eleições municipais deste ano repetissem o padrão de polarização política extrema da disputa presidencial de 2022. Em dezembro do ano passado, o presidente Lula fez a seguinte previsão em evento do PT: “Acho que nessa eleição vai acontecer um fenômeno. Vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando as eleições nos municípios.” O PL de Valdemar Costa Neto acreditou na mesma ideia ao alistar o ex-presidente Jair Bolsonaro como cabo eleitoral para ajudar o partido a cumprir a ambiciosa meta de eleger 1500 prefeitos.

Quem tentasse fugir dessa lógica, procurando passar uma imagem de moderação, teria o mesmo destino da chamada “terceira via” de 2022: ser um coadjuvante do primeiro turno e um endosso de “frente ampla” no segundo.

Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram número de filiados antes das eleições municipais de 2024 Foto: Wilton Junior/Estadão
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O que temos visto em algumas das principais capitais, no entanto, é o oposto. Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são os moderados, não os que procuram replicar o padrão de polarização afetiva, aquela baseada em adesão irracional a um líder político em vez de explorar identificações partidárias ou divergência de ideias. Em São Paulo, por exemplo, Pablo Marçal (PRTB), o candidato que adotou o discurso de demonização e desumanização dos adversários, cresceu na preferência dos eleitores ao custo de uma elevada rejeição que pode reduzir muito suas chances em um eventual segundo turno.

Já o prefeito Ricardo Nunes (MDB) cresce com uma estratégia para cooptar os votos da direita bolsonarista sem perder a aura de moderação política. No atual estágio da campanha, ele explora mais o contraste com Marçal do que propriamente com o esquerdista Guilherme Boulos (PSOL), que aliás também se esforça para ser visto como moderado. Nunes se apresenta como o “caminho seguro” para São Paulo, ou seja, passando ao largo de qualquer promessa de mudança radical que caracteriza os extremos políticos. É difícil imaginar um slogan mais antipolarização do que esse. Para completar, a hesitação de Bolsonaro em entrar de cabeça na campanha de Nunes, vejam só, parece estar contribuindo para a recuperação do prefeito nas pesquisas. Ainda que no segundo turno aconteça uma enfrentamento entre Nunes, com a adesão tardia de Bolsonaro, e Boulos, com o apoio de Lula, o que veremos será mais um embate clássico entre direita e esquerda, com dois candidatos que convergem para o centro, do que o radicalismo e o comportamento de tribo verificados nos embates entre bolsonaristas e petistas em 2022.

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No Rio de Janeiro, a polarização política tampouco tem sido o fator primordial para definir a preferência do eleitorado. Eduardo Paes (PSD) é o favorito nas pesquisas com votos da esquerda, do centro e da direita. Mesmo sendo o candidato apoiado por Lula, ele detém nada menos que 21% das intenções de voto de eleitores de Bolsonaro, segundo a última pesquisa Datafolha realizada na cidade. E isso em uma disputa que tem do outro lado um candidato bolsonarista por excelência, Alexandre Ramagem (PL), que tem só 2% das intenções de voto de eleitores de Lula. Ou seja, também no Rio a moderação política trouxe dividendos para o favorito.

Em Belo Horizonte, o candidato que lidera a pesquisa Datafolha é Mauro Tramonte (Republicanos), bem à frente do segundo pelotão, que tem o prefeito Fuad Noman (PSD), Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT), embolados em empates técnicos. Tramonte é apoiado por dois políticos de campos opostos, o ex-prefeito Alexandre Kalil e o governador Romeu Zema, e se apresenta como um candidato de centro, que rechaça a polarização política. Os escolhidos oficiais de Bolsonaro e Lula, respectivamente Engler e Correia, e as disputas entre eles não estão ditando o rumo da campanha na capital mineira.

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Obedecendo à máxima de que em campanha municipal o que importa mesmo são os buracos de rua, não as disputas políticas em nível nacional, Fortaleza tem dois candidatos de direita (André Fernandes, do PL, e Capitão Wagner, do União Brasil) liderando a pesquisa Datafolha, e Recife tem o prefeito João Campos (PSB) disparado na frente, sem dar chance para polarizações, à semelhança do que ocorre em Salvador com o prefeito Bruno Reis (União Brasil), segundo a Paraná Pesquisas.

Há, sim, exemplos de disputas nas capitais que parecem secundar o antagonismo entre Bolsonaro e Lula, como em Porto Alegre com Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT) e em Curitiba com Eduardo Pimentel (PSD) e Luciano Ducci (PSB). Mas o panorama geral das eleições municipais nas grandes cidades está longe de confirmar as previsões de reincidência da polarização vivida em 2022. Nos casos mais vistosos, ao contrário, a moderação política tem trazido melhores resultados.

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No período da pré-campanha, muito se falava na possibilidade de que as eleições municipais deste ano repetissem o padrão de polarização política extrema da disputa presidencial de 2022. Em dezembro do ano passado, o presidente Lula fez a seguinte previsão em evento do PT: “Acho que nessa eleição vai acontecer um fenômeno. Vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando as eleições nos municípios.” O PL de Valdemar Costa Neto acreditou na mesma ideia ao alistar o ex-presidente Jair Bolsonaro como cabo eleitoral para ajudar o partido a cumprir a ambiciosa meta de eleger 1500 prefeitos.

Quem tentasse fugir dessa lógica, procurando passar uma imagem de moderação, teria o mesmo destino da chamada “terceira via” de 2022: ser um coadjuvante do primeiro turno e um endosso de “frente ampla” no segundo.

Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram número de filiados antes das eleições municipais de 2024 Foto: Wilton Junior/Estadão

O que temos visto em algumas das principais capitais, no entanto, é o oposto. Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são os moderados, não os que procuram replicar o padrão de polarização afetiva, aquela baseada em adesão irracional a um líder político em vez de explorar identificações partidárias ou divergência de ideias. Em São Paulo, por exemplo, Pablo Marçal (PRTB), o candidato que adotou o discurso de demonização e desumanização dos adversários, cresceu na preferência dos eleitores ao custo de uma elevada rejeição que pode reduzir muito suas chances em um eventual segundo turno.

Já o prefeito Ricardo Nunes (MDB) cresce com uma estratégia para cooptar os votos da direita bolsonarista sem perder a aura de moderação política. No atual estágio da campanha, ele explora mais o contraste com Marçal do que propriamente com o esquerdista Guilherme Boulos (PSOL), que aliás também se esforça para ser visto como moderado. Nunes se apresenta como o “caminho seguro” para São Paulo, ou seja, passando ao largo de qualquer promessa de mudança radical que caracteriza os extremos políticos. É difícil imaginar um slogan mais antipolarização do que esse. Para completar, a hesitação de Bolsonaro em entrar de cabeça na campanha de Nunes, vejam só, parece estar contribuindo para a recuperação do prefeito nas pesquisas. Ainda que no segundo turno aconteça uma enfrentamento entre Nunes, com a adesão tardia de Bolsonaro, e Boulos, com o apoio de Lula, o que veremos será mais um embate clássico entre direita e esquerda, com dois candidatos que convergem para o centro, do que o radicalismo e o comportamento de tribo verificados nos embates entre bolsonaristas e petistas em 2022.

No Rio de Janeiro, a polarização política tampouco tem sido o fator primordial para definir a preferência do eleitorado. Eduardo Paes (PSD) é o favorito nas pesquisas com votos da esquerda, do centro e da direita. Mesmo sendo o candidato apoiado por Lula, ele detém nada menos que 21% das intenções de voto de eleitores de Bolsonaro, segundo a última pesquisa Datafolha realizada na cidade. E isso em uma disputa que tem do outro lado um candidato bolsonarista por excelência, Alexandre Ramagem (PL), que tem só 2% das intenções de voto de eleitores de Lula. Ou seja, também no Rio a moderação política trouxe dividendos para o favorito.

Em Belo Horizonte, o candidato que lidera a pesquisa Datafolha é Mauro Tramonte (Republicanos), bem à frente do segundo pelotão, que tem o prefeito Fuad Noman (PSD), Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT), embolados em empates técnicos. Tramonte é apoiado por dois políticos de campos opostos, o ex-prefeito Alexandre Kalil e o governador Romeu Zema, e se apresenta como um candidato de centro, que rechaça a polarização política. Os escolhidos oficiais de Bolsonaro e Lula, respectivamente Engler e Correia, e as disputas entre eles não estão ditando o rumo da campanha na capital mineira.

Obedecendo à máxima de que em campanha municipal o que importa mesmo são os buracos de rua, não as disputas políticas em nível nacional, Fortaleza tem dois candidatos de direita (André Fernandes, do PL, e Capitão Wagner, do União Brasil) liderando a pesquisa Datafolha, e Recife tem o prefeito João Campos (PSB) disparado na frente, sem dar chance para polarizações, à semelhança do que ocorre em Salvador com o prefeito Bruno Reis (União Brasil), segundo a Paraná Pesquisas.

Há, sim, exemplos de disputas nas capitais que parecem secundar o antagonismo entre Bolsonaro e Lula, como em Porto Alegre com Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT) e em Curitiba com Eduardo Pimentel (PSD) e Luciano Ducci (PSB). Mas o panorama geral das eleições municipais nas grandes cidades está longe de confirmar as previsões de reincidência da polarização vivida em 2022. Nos casos mais vistosos, ao contrário, a moderação política tem trazido melhores resultados.

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No período da pré-campanha, muito se falava na possibilidade de que as eleições municipais deste ano repetissem o padrão de polarização política extrema da disputa presidencial de 2022. Em dezembro do ano passado, o presidente Lula fez a seguinte previsão em evento do PT: “Acho que nessa eleição vai acontecer um fenômeno. Vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando as eleições nos municípios.” O PL de Valdemar Costa Neto acreditou na mesma ideia ao alistar o ex-presidente Jair Bolsonaro como cabo eleitoral para ajudar o partido a cumprir a ambiciosa meta de eleger 1500 prefeitos.

Quem tentasse fugir dessa lógica, procurando passar uma imagem de moderação, teria o mesmo destino da chamada “terceira via” de 2022: ser um coadjuvante do primeiro turno e um endosso de “frente ampla” no segundo.

Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram número de filiados antes das eleições municipais de 2024 Foto: Wilton Junior/Estadão

O que temos visto em algumas das principais capitais, no entanto, é o oposto. Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são os moderados, não os que procuram replicar o padrão de polarização afetiva, aquela baseada em adesão irracional a um líder político em vez de explorar identificações partidárias ou divergência de ideias. Em São Paulo, por exemplo, Pablo Marçal (PRTB), o candidato que adotou o discurso de demonização e desumanização dos adversários, cresceu na preferência dos eleitores ao custo de uma elevada rejeição que pode reduzir muito suas chances em um eventual segundo turno.

Já o prefeito Ricardo Nunes (MDB) cresce com uma estratégia para cooptar os votos da direita bolsonarista sem perder a aura de moderação política. No atual estágio da campanha, ele explora mais o contraste com Marçal do que propriamente com o esquerdista Guilherme Boulos (PSOL), que aliás também se esforça para ser visto como moderado. Nunes se apresenta como o “caminho seguro” para São Paulo, ou seja, passando ao largo de qualquer promessa de mudança radical que caracteriza os extremos políticos. É difícil imaginar um slogan mais antipolarização do que esse. Para completar, a hesitação de Bolsonaro em entrar de cabeça na campanha de Nunes, vejam só, parece estar contribuindo para a recuperação do prefeito nas pesquisas. Ainda que no segundo turno aconteça uma enfrentamento entre Nunes, com a adesão tardia de Bolsonaro, e Boulos, com o apoio de Lula, o que veremos será mais um embate clássico entre direita e esquerda, com dois candidatos que convergem para o centro, do que o radicalismo e o comportamento de tribo verificados nos embates entre bolsonaristas e petistas em 2022.

No Rio de Janeiro, a polarização política tampouco tem sido o fator primordial para definir a preferência do eleitorado. Eduardo Paes (PSD) é o favorito nas pesquisas com votos da esquerda, do centro e da direita. Mesmo sendo o candidato apoiado por Lula, ele detém nada menos que 21% das intenções de voto de eleitores de Bolsonaro, segundo a última pesquisa Datafolha realizada na cidade. E isso em uma disputa que tem do outro lado um candidato bolsonarista por excelência, Alexandre Ramagem (PL), que tem só 2% das intenções de voto de eleitores de Lula. Ou seja, também no Rio a moderação política trouxe dividendos para o favorito.

Em Belo Horizonte, o candidato que lidera a pesquisa Datafolha é Mauro Tramonte (Republicanos), bem à frente do segundo pelotão, que tem o prefeito Fuad Noman (PSD), Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT), embolados em empates técnicos. Tramonte é apoiado por dois políticos de campos opostos, o ex-prefeito Alexandre Kalil e o governador Romeu Zema, e se apresenta como um candidato de centro, que rechaça a polarização política. Os escolhidos oficiais de Bolsonaro e Lula, respectivamente Engler e Correia, e as disputas entre eles não estão ditando o rumo da campanha na capital mineira.

Obedecendo à máxima de que em campanha municipal o que importa mesmo são os buracos de rua, não as disputas políticas em nível nacional, Fortaleza tem dois candidatos de direita (André Fernandes, do PL, e Capitão Wagner, do União Brasil) liderando a pesquisa Datafolha, e Recife tem o prefeito João Campos (PSB) disparado na frente, sem dar chance para polarizações, à semelhança do que ocorre em Salvador com o prefeito Bruno Reis (União Brasil), segundo a Paraná Pesquisas.

Há, sim, exemplos de disputas nas capitais que parecem secundar o antagonismo entre Bolsonaro e Lula, como em Porto Alegre com Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT) e em Curitiba com Eduardo Pimentel (PSD) e Luciano Ducci (PSB). Mas o panorama geral das eleições municipais nas grandes cidades está longe de confirmar as previsões de reincidência da polarização vivida em 2022. Nos casos mais vistosos, ao contrário, a moderação política tem trazido melhores resultados.

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Quem tentasse fugir dessa lógica, procurando passar uma imagem de moderação, teria o mesmo destino da chamada “terceira via” de 2022: ser um coadjuvante do primeiro turno e um endosso de “frente ampla” no segundo.

Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram número de filiados antes das eleições municipais de 2024 Foto: Wilton Junior/Estadão

O que temos visto em algumas das principais capitais, no entanto, é o oposto. Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são os moderados, não os que procuram replicar o padrão de polarização afetiva, aquela baseada em adesão irracional a um líder político em vez de explorar identificações partidárias ou divergência de ideias. Em São Paulo, por exemplo, Pablo Marçal (PRTB), o candidato que adotou o discurso de demonização e desumanização dos adversários, cresceu na preferência dos eleitores ao custo de uma elevada rejeição que pode reduzir muito suas chances em um eventual segundo turno.

Já o prefeito Ricardo Nunes (MDB) cresce com uma estratégia para cooptar os votos da direita bolsonarista sem perder a aura de moderação política. No atual estágio da campanha, ele explora mais o contraste com Marçal do que propriamente com o esquerdista Guilherme Boulos (PSOL), que aliás também se esforça para ser visto como moderado. Nunes se apresenta como o “caminho seguro” para São Paulo, ou seja, passando ao largo de qualquer promessa de mudança radical que caracteriza os extremos políticos. É difícil imaginar um slogan mais antipolarização do que esse. Para completar, a hesitação de Bolsonaro em entrar de cabeça na campanha de Nunes, vejam só, parece estar contribuindo para a recuperação do prefeito nas pesquisas. Ainda que no segundo turno aconteça uma enfrentamento entre Nunes, com a adesão tardia de Bolsonaro, e Boulos, com o apoio de Lula, o que veremos será mais um embate clássico entre direita e esquerda, com dois candidatos que convergem para o centro, do que o radicalismo e o comportamento de tribo verificados nos embates entre bolsonaristas e petistas em 2022.

No Rio de Janeiro, a polarização política tampouco tem sido o fator primordial para definir a preferência do eleitorado. Eduardo Paes (PSD) é o favorito nas pesquisas com votos da esquerda, do centro e da direita. Mesmo sendo o candidato apoiado por Lula, ele detém nada menos que 21% das intenções de voto de eleitores de Bolsonaro, segundo a última pesquisa Datafolha realizada na cidade. E isso em uma disputa que tem do outro lado um candidato bolsonarista por excelência, Alexandre Ramagem (PL), que tem só 2% das intenções de voto de eleitores de Lula. Ou seja, também no Rio a moderação política trouxe dividendos para o favorito.

Em Belo Horizonte, o candidato que lidera a pesquisa Datafolha é Mauro Tramonte (Republicanos), bem à frente do segundo pelotão, que tem o prefeito Fuad Noman (PSD), Bruno Engler (PL), Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT), embolados em empates técnicos. Tramonte é apoiado por dois políticos de campos opostos, o ex-prefeito Alexandre Kalil e o governador Romeu Zema, e se apresenta como um candidato de centro, que rechaça a polarização política. Os escolhidos oficiais de Bolsonaro e Lula, respectivamente Engler e Correia, e as disputas entre eles não estão ditando o rumo da campanha na capital mineira.

Obedecendo à máxima de que em campanha municipal o que importa mesmo são os buracos de rua, não as disputas políticas em nível nacional, Fortaleza tem dois candidatos de direita (André Fernandes, do PL, e Capitão Wagner, do União Brasil) liderando a pesquisa Datafolha, e Recife tem o prefeito João Campos (PSB) disparado na frente, sem dar chance para polarizações, à semelhança do que ocorre em Salvador com o prefeito Bruno Reis (União Brasil), segundo a Paraná Pesquisas.

Há, sim, exemplos de disputas nas capitais que parecem secundar o antagonismo entre Bolsonaro e Lula, como em Porto Alegre com Sebastião Melo (MDB) e Maria do Rosário (PT) e em Curitiba com Eduardo Pimentel (PSD) e Luciano Ducci (PSB). Mas o panorama geral das eleições municipais nas grandes cidades está longe de confirmar as previsões de reincidência da polarização vivida em 2022. Nos casos mais vistosos, ao contrário, a moderação política tem trazido melhores resultados.

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Opinião por Diogo Schelp

Jornalista e comentarista político, foi editor executivo da Veja entre 2012 e 2018. Posteriormente, foi redator-chefe da Istoé, colunista de política do UOL e comentarista da Jovem Pan News. É mestre em Relações Internacionais pela USP.

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