Análises sobre o estado geral da nação

Opinião|EUA vão se tornar mais protecionistas seja com Trump, seja com Harris


Pelo teor das propostas, é dado como certo que um 2º mandato do republicano faria dos EUA um país mais fechado comercialmente do que um 1º mandato da democrata. Mas a diferença está na intensidade, não na essência

Por Diogo Schelp

Em 2008, o furacão Barack Obama atropelou Hillary Clinton nas primárias do Partido Democrata e venceu a eleição para a Presidência dos Estados Unidos pela primeira vez, tendo como adversário um candidato com uma plataforma claramente mais pró-livre-comércio: John McCain, do Partido Republicano. Obama é que era considerado o protecionista. Em 2012, ele foi reeleito e, quatro anos depois, veio Donald Trump e inverteu tudo.

Uma das primeiras decisões de Trump foi jogar no lixo um tratado de livre-comércio fechado por Obama com onze países da Ásia e do Pacífico. Atualmente, considera-se que o republicano representa o ideal do protecionismo e do isolacionismo, enquanto os democratas, nas figuras do presidente Joe Biden e da sua vice e candidata a sucessora Kamala Harris, seriam mais abertos para o mundo. Mas será que a diferença é tão grande assim entre eles?

Kamala Harris e Donald Trump, que disputam a Presidência dos EUA neste ano Foto: Associated Press
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O primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2020, de fato foi marcado pela criação de barreiras às importações, especialmente daquelas vindas da China. Ele aumentou as tarifas sobre produtos chineses de 3% para 20%, em média. No total, as novas taxas de importação criadas por Trump somaram o equivalente a US$ 80 bilhões. A gestão do democrata Biden não reverteu esse cenário. Ao contrário, ele não apenas manteve a maioria das tarifas criadas por Trump como criou novas barreiras ao comércio externo, efetivamente aumentando o protecionismo americano.

Quando Biden derrotou Trump na disputa para a Presidência, havia 102 empresas chinesas sob sanção direta ou indireta que constavam em uma lista de alerta para investidores americanos, segundo a consultoria Rhodium Group. Atualmente esse número está em cerca de 300. Se forem consideradas também as organizações que não estão listadas em Bolsa, o total de empresas chinesas que enfrentam restrições nos Estados Unidos chega a 1.300.

Por essas e outras, o economista Kenneth Rogoff, da Universidade Harvard, disse em março deste ano que Biden e Trump foram os presidentes mais protecionistas da história do país. A diferença entre os dois está mais nas motivações e nos métodos do que na essência.

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Trump vê a guerra comercial como uma forma de proteger empresários e trabalhadores americanos da concorrência externa, principalmente da China. Sua arma preferida é a taxação da importação. Na campanha deste ano, prometeu elevar as tarifas para 10% para produtos em geral e para 60% no caso daqueles vindos da China. Já Biden recorre mais às barreiras não tarifárias como método, ainda que tenha também elevado as tarifas sobre produtos como carros elétricos e painéis solares chineses. Sua motivação está ligada à disputa de longo prazo por poder com Pequim, via domínio tecnológico.

De Kamala Harris pode-se esperar que siga a mesma estratégia adotada por Biden, ou seja, uma escalada gradual nas barreiras alfandegárias e tarifárias às importações, enquanto mantém negociações comerciais aqui e ali que dão uma pequena abertura no comércio com outros países. O resultado geral, ainda assim, será de mais protecionismo.

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Pelo teor das propostas, é dado como certo que um segundo mandato de Trump faria dos Estados Unidos um país mais fechado comercialmente do que um primeiro mandato de Harris. Mas a diferença está na intensidade, não na essência. Com qualquer um dos dois, os Estados Unidos vão se tornar mais protecionistas.

Em 2008, o furacão Barack Obama atropelou Hillary Clinton nas primárias do Partido Democrata e venceu a eleição para a Presidência dos Estados Unidos pela primeira vez, tendo como adversário um candidato com uma plataforma claramente mais pró-livre-comércio: John McCain, do Partido Republicano. Obama é que era considerado o protecionista. Em 2012, ele foi reeleito e, quatro anos depois, veio Donald Trump e inverteu tudo.

Uma das primeiras decisões de Trump foi jogar no lixo um tratado de livre-comércio fechado por Obama com onze países da Ásia e do Pacífico. Atualmente, considera-se que o republicano representa o ideal do protecionismo e do isolacionismo, enquanto os democratas, nas figuras do presidente Joe Biden e da sua vice e candidata a sucessora Kamala Harris, seriam mais abertos para o mundo. Mas será que a diferença é tão grande assim entre eles?

Kamala Harris e Donald Trump, que disputam a Presidência dos EUA neste ano Foto: Associated Press

O primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2020, de fato foi marcado pela criação de barreiras às importações, especialmente daquelas vindas da China. Ele aumentou as tarifas sobre produtos chineses de 3% para 20%, em média. No total, as novas taxas de importação criadas por Trump somaram o equivalente a US$ 80 bilhões. A gestão do democrata Biden não reverteu esse cenário. Ao contrário, ele não apenas manteve a maioria das tarifas criadas por Trump como criou novas barreiras ao comércio externo, efetivamente aumentando o protecionismo americano.

Quando Biden derrotou Trump na disputa para a Presidência, havia 102 empresas chinesas sob sanção direta ou indireta que constavam em uma lista de alerta para investidores americanos, segundo a consultoria Rhodium Group. Atualmente esse número está em cerca de 300. Se forem consideradas também as organizações que não estão listadas em Bolsa, o total de empresas chinesas que enfrentam restrições nos Estados Unidos chega a 1.300.

Por essas e outras, o economista Kenneth Rogoff, da Universidade Harvard, disse em março deste ano que Biden e Trump foram os presidentes mais protecionistas da história do país. A diferença entre os dois está mais nas motivações e nos métodos do que na essência.

Trump vê a guerra comercial como uma forma de proteger empresários e trabalhadores americanos da concorrência externa, principalmente da China. Sua arma preferida é a taxação da importação. Na campanha deste ano, prometeu elevar as tarifas para 10% para produtos em geral e para 60% no caso daqueles vindos da China. Já Biden recorre mais às barreiras não tarifárias como método, ainda que tenha também elevado as tarifas sobre produtos como carros elétricos e painéis solares chineses. Sua motivação está ligada à disputa de longo prazo por poder com Pequim, via domínio tecnológico.

De Kamala Harris pode-se esperar que siga a mesma estratégia adotada por Biden, ou seja, uma escalada gradual nas barreiras alfandegárias e tarifárias às importações, enquanto mantém negociações comerciais aqui e ali que dão uma pequena abertura no comércio com outros países. O resultado geral, ainda assim, será de mais protecionismo.

Pelo teor das propostas, é dado como certo que um segundo mandato de Trump faria dos Estados Unidos um país mais fechado comercialmente do que um primeiro mandato de Harris. Mas a diferença está na intensidade, não na essência. Com qualquer um dos dois, os Estados Unidos vão se tornar mais protecionistas.

Em 2008, o furacão Barack Obama atropelou Hillary Clinton nas primárias do Partido Democrata e venceu a eleição para a Presidência dos Estados Unidos pela primeira vez, tendo como adversário um candidato com uma plataforma claramente mais pró-livre-comércio: John McCain, do Partido Republicano. Obama é que era considerado o protecionista. Em 2012, ele foi reeleito e, quatro anos depois, veio Donald Trump e inverteu tudo.

Uma das primeiras decisões de Trump foi jogar no lixo um tratado de livre-comércio fechado por Obama com onze países da Ásia e do Pacífico. Atualmente, considera-se que o republicano representa o ideal do protecionismo e do isolacionismo, enquanto os democratas, nas figuras do presidente Joe Biden e da sua vice e candidata a sucessora Kamala Harris, seriam mais abertos para o mundo. Mas será que a diferença é tão grande assim entre eles?

Kamala Harris e Donald Trump, que disputam a Presidência dos EUA neste ano Foto: Associated Press

O primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2020, de fato foi marcado pela criação de barreiras às importações, especialmente daquelas vindas da China. Ele aumentou as tarifas sobre produtos chineses de 3% para 20%, em média. No total, as novas taxas de importação criadas por Trump somaram o equivalente a US$ 80 bilhões. A gestão do democrata Biden não reverteu esse cenário. Ao contrário, ele não apenas manteve a maioria das tarifas criadas por Trump como criou novas barreiras ao comércio externo, efetivamente aumentando o protecionismo americano.

Quando Biden derrotou Trump na disputa para a Presidência, havia 102 empresas chinesas sob sanção direta ou indireta que constavam em uma lista de alerta para investidores americanos, segundo a consultoria Rhodium Group. Atualmente esse número está em cerca de 300. Se forem consideradas também as organizações que não estão listadas em Bolsa, o total de empresas chinesas que enfrentam restrições nos Estados Unidos chega a 1.300.

Por essas e outras, o economista Kenneth Rogoff, da Universidade Harvard, disse em março deste ano que Biden e Trump foram os presidentes mais protecionistas da história do país. A diferença entre os dois está mais nas motivações e nos métodos do que na essência.

Trump vê a guerra comercial como uma forma de proteger empresários e trabalhadores americanos da concorrência externa, principalmente da China. Sua arma preferida é a taxação da importação. Na campanha deste ano, prometeu elevar as tarifas para 10% para produtos em geral e para 60% no caso daqueles vindos da China. Já Biden recorre mais às barreiras não tarifárias como método, ainda que tenha também elevado as tarifas sobre produtos como carros elétricos e painéis solares chineses. Sua motivação está ligada à disputa de longo prazo por poder com Pequim, via domínio tecnológico.

De Kamala Harris pode-se esperar que siga a mesma estratégia adotada por Biden, ou seja, uma escalada gradual nas barreiras alfandegárias e tarifárias às importações, enquanto mantém negociações comerciais aqui e ali que dão uma pequena abertura no comércio com outros países. O resultado geral, ainda assim, será de mais protecionismo.

Pelo teor das propostas, é dado como certo que um segundo mandato de Trump faria dos Estados Unidos um país mais fechado comercialmente do que um primeiro mandato de Harris. Mas a diferença está na intensidade, não na essência. Com qualquer um dos dois, os Estados Unidos vão se tornar mais protecionistas.

Em 2008, o furacão Barack Obama atropelou Hillary Clinton nas primárias do Partido Democrata e venceu a eleição para a Presidência dos Estados Unidos pela primeira vez, tendo como adversário um candidato com uma plataforma claramente mais pró-livre-comércio: John McCain, do Partido Republicano. Obama é que era considerado o protecionista. Em 2012, ele foi reeleito e, quatro anos depois, veio Donald Trump e inverteu tudo.

Uma das primeiras decisões de Trump foi jogar no lixo um tratado de livre-comércio fechado por Obama com onze países da Ásia e do Pacífico. Atualmente, considera-se que o republicano representa o ideal do protecionismo e do isolacionismo, enquanto os democratas, nas figuras do presidente Joe Biden e da sua vice e candidata a sucessora Kamala Harris, seriam mais abertos para o mundo. Mas será que a diferença é tão grande assim entre eles?

Kamala Harris e Donald Trump, que disputam a Presidência dos EUA neste ano Foto: Associated Press

O primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2020, de fato foi marcado pela criação de barreiras às importações, especialmente daquelas vindas da China. Ele aumentou as tarifas sobre produtos chineses de 3% para 20%, em média. No total, as novas taxas de importação criadas por Trump somaram o equivalente a US$ 80 bilhões. A gestão do democrata Biden não reverteu esse cenário. Ao contrário, ele não apenas manteve a maioria das tarifas criadas por Trump como criou novas barreiras ao comércio externo, efetivamente aumentando o protecionismo americano.

Quando Biden derrotou Trump na disputa para a Presidência, havia 102 empresas chinesas sob sanção direta ou indireta que constavam em uma lista de alerta para investidores americanos, segundo a consultoria Rhodium Group. Atualmente esse número está em cerca de 300. Se forem consideradas também as organizações que não estão listadas em Bolsa, o total de empresas chinesas que enfrentam restrições nos Estados Unidos chega a 1.300.

Por essas e outras, o economista Kenneth Rogoff, da Universidade Harvard, disse em março deste ano que Biden e Trump foram os presidentes mais protecionistas da história do país. A diferença entre os dois está mais nas motivações e nos métodos do que na essência.

Trump vê a guerra comercial como uma forma de proteger empresários e trabalhadores americanos da concorrência externa, principalmente da China. Sua arma preferida é a taxação da importação. Na campanha deste ano, prometeu elevar as tarifas para 10% para produtos em geral e para 60% no caso daqueles vindos da China. Já Biden recorre mais às barreiras não tarifárias como método, ainda que tenha também elevado as tarifas sobre produtos como carros elétricos e painéis solares chineses. Sua motivação está ligada à disputa de longo prazo por poder com Pequim, via domínio tecnológico.

De Kamala Harris pode-se esperar que siga a mesma estratégia adotada por Biden, ou seja, uma escalada gradual nas barreiras alfandegárias e tarifárias às importações, enquanto mantém negociações comerciais aqui e ali que dão uma pequena abertura no comércio com outros países. O resultado geral, ainda assim, será de mais protecionismo.

Pelo teor das propostas, é dado como certo que um segundo mandato de Trump faria dos Estados Unidos um país mais fechado comercialmente do que um primeiro mandato de Harris. Mas a diferença está na intensidade, não na essência. Com qualquer um dos dois, os Estados Unidos vão se tornar mais protecionistas.

Opinião por Diogo Schelp

Jornalista e comentarista político, foi editor executivo da Veja entre 2012 e 2018. Posteriormente, foi redator-chefe da Istoé, colunista de política do UOL e comentarista da Jovem Pan News. É mestre em Relações Internacionais pela USP.

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