Análises sobre o estado geral da nação

Opinião|Lula leva ‘toma lá, da cá’ ao patamar do escracho


No mesmo dia em que se confirmou a troca no comando da Caixa para por um indicado de Arthur Lira, a Câmara aprovou um projeto do governo para taxar contas em paraísos fiscais e fundos de investimentos usados por milionários

Por Diogo Schelp

Em entrevista concedida em 2020, quase seis meses depois de sair da cadeia, Lula disse que o “beija-mão” e “o favor” fazem parte da cultura política brasileira e que distribuir cargos para governar é a prática em qualquer democracia. Não é de hoje que o famoso “toma lá, dá cá” é justificado pela governabilidade.

Quase todos os presidentes desde a redemocratização montaram coalizões partidárias para obter maioria no Congresso, entregando ministérios — e orçamentos — às legendas aliadas. A exceção foi Jair Bolsonaro, que preferiu encher seu gabinete ministerial com militares e ideólogos. A certa altura, viu-se obrigado a ceder, mas não chegou a formar coalizões duradouras e conseguiu aprovar apenas 52% dos projetos próprios no Congresso.

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Nos dois primeiros mandatos de Lula, em comparação, as taxas de aprovação de projetos do Executivo foram de quase 83% e 79%, respectivamente. Mas havia um certo melindre entre lideranças petistas em se valer da estratégia de governabilidade dos presidentes anteriores, e o loteamento de cargos ministeriais acabou não sendo, como se sabe, o único instrumento para angariar votos legislativos: houve também negociações ocultas dos olhos do público no ilícito e infame Mensalão.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT)(c), acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)(d), chega para discursar durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), para assinatura do Projeto de Lei do Programa Combustível do Futuro Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO CONTEÚDO

A maneira como se deu a recente troca na presidência da Caixa Econômica Federal, agora nas mãos de um indicado de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, mostra que, em seu terceiro mandato, Lula deixou os melindres de lado e levou o “toma lá, dá cá” ao patamar do escracho. Lula disse na sexta, 27, que não negocia com o Centrão, mas com partidos. Há quem diga que come proteína, em vez de carne.

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Como forma de pressão, Lira havia ameaçado obstruir pautas do governo na Câmara. Também garganteou que as nomeações para as vice-presidências do banco estatal devem passar por ele. Conseguiu dobrar o governo depois de uma exposição patrocinada pela Caixa mostrar uma imagem dele, Lira, em uma lata de lixo. A mesma indignação não emergiu quando se revelou que seu filho é sócio de uma empresa que representa fornecedoras de serviços de publicidade para a Caixa.

No mesmo dia em que se confirmou a troca no banco, a Câmara aprovou um projeto do governo para taxar contas em paraísos fiscais e fundos de investimentos usados por milionários. E tem quem chame isso de articulação política.

Em entrevista concedida em 2020, quase seis meses depois de sair da cadeia, Lula disse que o “beija-mão” e “o favor” fazem parte da cultura política brasileira e que distribuir cargos para governar é a prática em qualquer democracia. Não é de hoje que o famoso “toma lá, dá cá” é justificado pela governabilidade.

Quase todos os presidentes desde a redemocratização montaram coalizões partidárias para obter maioria no Congresso, entregando ministérios — e orçamentos — às legendas aliadas. A exceção foi Jair Bolsonaro, que preferiu encher seu gabinete ministerial com militares e ideólogos. A certa altura, viu-se obrigado a ceder, mas não chegou a formar coalizões duradouras e conseguiu aprovar apenas 52% dos projetos próprios no Congresso.

Nos dois primeiros mandatos de Lula, em comparação, as taxas de aprovação de projetos do Executivo foram de quase 83% e 79%, respectivamente. Mas havia um certo melindre entre lideranças petistas em se valer da estratégia de governabilidade dos presidentes anteriores, e o loteamento de cargos ministeriais acabou não sendo, como se sabe, o único instrumento para angariar votos legislativos: houve também negociações ocultas dos olhos do público no ilícito e infame Mensalão.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT)(c), acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)(d), chega para discursar durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), para assinatura do Projeto de Lei do Programa Combustível do Futuro Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO CONTEÚDO

A maneira como se deu a recente troca na presidência da Caixa Econômica Federal, agora nas mãos de um indicado de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, mostra que, em seu terceiro mandato, Lula deixou os melindres de lado e levou o “toma lá, dá cá” ao patamar do escracho. Lula disse na sexta, 27, que não negocia com o Centrão, mas com partidos. Há quem diga que come proteína, em vez de carne.

Como forma de pressão, Lira havia ameaçado obstruir pautas do governo na Câmara. Também garganteou que as nomeações para as vice-presidências do banco estatal devem passar por ele. Conseguiu dobrar o governo depois de uma exposição patrocinada pela Caixa mostrar uma imagem dele, Lira, em uma lata de lixo. A mesma indignação não emergiu quando se revelou que seu filho é sócio de uma empresa que representa fornecedoras de serviços de publicidade para a Caixa.

No mesmo dia em que se confirmou a troca no banco, a Câmara aprovou um projeto do governo para taxar contas em paraísos fiscais e fundos de investimentos usados por milionários. E tem quem chame isso de articulação política.

Em entrevista concedida em 2020, quase seis meses depois de sair da cadeia, Lula disse que o “beija-mão” e “o favor” fazem parte da cultura política brasileira e que distribuir cargos para governar é a prática em qualquer democracia. Não é de hoje que o famoso “toma lá, dá cá” é justificado pela governabilidade.

Quase todos os presidentes desde a redemocratização montaram coalizões partidárias para obter maioria no Congresso, entregando ministérios — e orçamentos — às legendas aliadas. A exceção foi Jair Bolsonaro, que preferiu encher seu gabinete ministerial com militares e ideólogos. A certa altura, viu-se obrigado a ceder, mas não chegou a formar coalizões duradouras e conseguiu aprovar apenas 52% dos projetos próprios no Congresso.

Nos dois primeiros mandatos de Lula, em comparação, as taxas de aprovação de projetos do Executivo foram de quase 83% e 79%, respectivamente. Mas havia um certo melindre entre lideranças petistas em se valer da estratégia de governabilidade dos presidentes anteriores, e o loteamento de cargos ministeriais acabou não sendo, como se sabe, o único instrumento para angariar votos legislativos: houve também negociações ocultas dos olhos do público no ilícito e infame Mensalão.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT)(c), acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)(d), chega para discursar durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), para assinatura do Projeto de Lei do Programa Combustível do Futuro Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO CONTEÚDO

A maneira como se deu a recente troca na presidência da Caixa Econômica Federal, agora nas mãos de um indicado de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, mostra que, em seu terceiro mandato, Lula deixou os melindres de lado e levou o “toma lá, dá cá” ao patamar do escracho. Lula disse na sexta, 27, que não negocia com o Centrão, mas com partidos. Há quem diga que come proteína, em vez de carne.

Como forma de pressão, Lira havia ameaçado obstruir pautas do governo na Câmara. Também garganteou que as nomeações para as vice-presidências do banco estatal devem passar por ele. Conseguiu dobrar o governo depois de uma exposição patrocinada pela Caixa mostrar uma imagem dele, Lira, em uma lata de lixo. A mesma indignação não emergiu quando se revelou que seu filho é sócio de uma empresa que representa fornecedoras de serviços de publicidade para a Caixa.

No mesmo dia em que se confirmou a troca no banco, a Câmara aprovou um projeto do governo para taxar contas em paraísos fiscais e fundos de investimentos usados por milionários. E tem quem chame isso de articulação política.

Em entrevista concedida em 2020, quase seis meses depois de sair da cadeia, Lula disse que o “beija-mão” e “o favor” fazem parte da cultura política brasileira e que distribuir cargos para governar é a prática em qualquer democracia. Não é de hoje que o famoso “toma lá, dá cá” é justificado pela governabilidade.

Quase todos os presidentes desde a redemocratização montaram coalizões partidárias para obter maioria no Congresso, entregando ministérios — e orçamentos — às legendas aliadas. A exceção foi Jair Bolsonaro, que preferiu encher seu gabinete ministerial com militares e ideólogos. A certa altura, viu-se obrigado a ceder, mas não chegou a formar coalizões duradouras e conseguiu aprovar apenas 52% dos projetos próprios no Congresso.

Nos dois primeiros mandatos de Lula, em comparação, as taxas de aprovação de projetos do Executivo foram de quase 83% e 79%, respectivamente. Mas havia um certo melindre entre lideranças petistas em se valer da estratégia de governabilidade dos presidentes anteriores, e o loteamento de cargos ministeriais acabou não sendo, como se sabe, o único instrumento para angariar votos legislativos: houve também negociações ocultas dos olhos do público no ilícito e infame Mensalão.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT)(c), acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)(d), chega para discursar durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), para assinatura do Projeto de Lei do Programa Combustível do Futuro Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO CONTEÚDO

A maneira como se deu a recente troca na presidência da Caixa Econômica Federal, agora nas mãos de um indicado de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, mostra que, em seu terceiro mandato, Lula deixou os melindres de lado e levou o “toma lá, dá cá” ao patamar do escracho. Lula disse na sexta, 27, que não negocia com o Centrão, mas com partidos. Há quem diga que come proteína, em vez de carne.

Como forma de pressão, Lira havia ameaçado obstruir pautas do governo na Câmara. Também garganteou que as nomeações para as vice-presidências do banco estatal devem passar por ele. Conseguiu dobrar o governo depois de uma exposição patrocinada pela Caixa mostrar uma imagem dele, Lira, em uma lata de lixo. A mesma indignação não emergiu quando se revelou que seu filho é sócio de uma empresa que representa fornecedoras de serviços de publicidade para a Caixa.

No mesmo dia em que se confirmou a troca no banco, a Câmara aprovou um projeto do governo para taxar contas em paraísos fiscais e fundos de investimentos usados por milionários. E tem quem chame isso de articulação política.

Em entrevista concedida em 2020, quase seis meses depois de sair da cadeia, Lula disse que o “beija-mão” e “o favor” fazem parte da cultura política brasileira e que distribuir cargos para governar é a prática em qualquer democracia. Não é de hoje que o famoso “toma lá, dá cá” é justificado pela governabilidade.

Quase todos os presidentes desde a redemocratização montaram coalizões partidárias para obter maioria no Congresso, entregando ministérios — e orçamentos — às legendas aliadas. A exceção foi Jair Bolsonaro, que preferiu encher seu gabinete ministerial com militares e ideólogos. A certa altura, viu-se obrigado a ceder, mas não chegou a formar coalizões duradouras e conseguiu aprovar apenas 52% dos projetos próprios no Congresso.

Nos dois primeiros mandatos de Lula, em comparação, as taxas de aprovação de projetos do Executivo foram de quase 83% e 79%, respectivamente. Mas havia um certo melindre entre lideranças petistas em se valer da estratégia de governabilidade dos presidentes anteriores, e o loteamento de cargos ministeriais acabou não sendo, como se sabe, o único instrumento para angariar votos legislativos: houve também negociações ocultas dos olhos do público no ilícito e infame Mensalão.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT)(c), acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL)(d), chega para discursar durante cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), para assinatura do Projeto de Lei do Programa Combustível do Futuro Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO CONTEÚDO

A maneira como se deu a recente troca na presidência da Caixa Econômica Federal, agora nas mãos de um indicado de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, mostra que, em seu terceiro mandato, Lula deixou os melindres de lado e levou o “toma lá, dá cá” ao patamar do escracho. Lula disse na sexta, 27, que não negocia com o Centrão, mas com partidos. Há quem diga que come proteína, em vez de carne.

Como forma de pressão, Lira havia ameaçado obstruir pautas do governo na Câmara. Também garganteou que as nomeações para as vice-presidências do banco estatal devem passar por ele. Conseguiu dobrar o governo depois de uma exposição patrocinada pela Caixa mostrar uma imagem dele, Lira, em uma lata de lixo. A mesma indignação não emergiu quando se revelou que seu filho é sócio de uma empresa que representa fornecedoras de serviços de publicidade para a Caixa.

No mesmo dia em que se confirmou a troca no banco, a Câmara aprovou um projeto do governo para taxar contas em paraísos fiscais e fundos de investimentos usados por milionários. E tem quem chame isso de articulação política.

Opinião por Diogo Schelp

Jornalista e comentarista político, foi editor executivo da Veja entre 2012 e 2018. Posteriormente, foi redator-chefe da Istoé, colunista de política do UOL e comentarista da Jovem Pan News. É mestre em Relações Internacionais pela USP.

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