Análises sobre o estado geral da nação

Opinião|Suspensão de perfis mostra que Marçal antissistema tem prazo de validade, como Bolsonaro


Candidato do PRTB não precisa de um marçalismo; muito mais eficiente é ser o herdeiro do bolsonarismo

Por Diogo Schelp

Pablo Marçal, candidato do nanico PRTB à prefeitura de São Paulo, ameaça a hegemonia de Jair Bolsonaro no campo da direita autoritária? Não há dúvida de que o influenciador de autoajuda conseguiu atrair para si a intenção de voto de eleitores bolsonaristas que hesitavam em aderir ao prefeito Ricardo Nunes, apoiado pelo ex-presidente. Mas estaria Marçal ganhando envergadura para substituir o próprio Bolsonaro como messias desse público?

Alguns analistas ponderam que o autonomeado coach não representa uma ameaça para Bolsonaro porque, apesar dos violentos embates online com os seus filhos, faz questão de se manter identificado com ele. Ora, tudo o que Marçal quer é surfar na onda desbravada por Bolsonaro, não produzir um tsunami próprio. Marçal não precisa de um marçalismo. Muito mais eficiente é ser o herdeiro do bolsonarismo. Se Bolsonaro não o reconhece como tal, tudo bem. O que importa é o reconhecimento dos eleitores de Bolsonaro.

Paulo Marçal em debate com candidatos à Prefeitura de São Paulo organizado pelo Estadão Foto: Werther Santana/Estadão
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É por isso que Marçal, entre um ataque e outro, faz acenos ao capitão. Nem tanto para voltar a cair em suas graças e obter o seu aval, mas para mostrar ao eleitorado bolsonarista que ele é um deles. Não um “traidor”, como foram vistos outros que romperam com o então presidente, como Sergio Moro, Joice Hasselmann e Wilson Witzel. Mas um verdadeiro “conservador” que respeita os valores defendidos por um Bolsonaro que já não pode liderar sua base como antes, por ter sido cooptado e acorrentado pelo “sistema”. Cooptado pela política partidária e pelas alianças com “falsos conservadores”, como Nunes. Acorrentado pela Justiça Eleitoral, que o impediu de disputar cargos públicos, e pelo STF, onde enfrenta inquéritos e restrições que o obrigam ao comedimento. Bolsonaro nunca foi verdadeiramente antissistema, mas se vendia como tal. Agora, nem isso consegue.

Marçal não enfrenta nenhuma amarra para ser antissistema — ainda. Seu partido nanico não lhe dá tempo de TV, mas lhe permite ignorar compromissos políticos — enquanto não tiver um cargo que exponha os desafios da governabilidade. Sua tática de vitimização com decisões judiciais desfavoráveis, como a que suspendeu suas contas em cinco redes sociais, funciona bem para reforçar a ideia de que o sistema está contra ele — até as punições começarem a doer no bolso e a inviabilizar o seu projeto político. O Marçal antissistema tem prazo de validade, como teve Bolsonaro.

Pablo Marçal, candidato do nanico PRTB à prefeitura de São Paulo, ameaça a hegemonia de Jair Bolsonaro no campo da direita autoritária? Não há dúvida de que o influenciador de autoajuda conseguiu atrair para si a intenção de voto de eleitores bolsonaristas que hesitavam em aderir ao prefeito Ricardo Nunes, apoiado pelo ex-presidente. Mas estaria Marçal ganhando envergadura para substituir o próprio Bolsonaro como messias desse público?

Alguns analistas ponderam que o autonomeado coach não representa uma ameaça para Bolsonaro porque, apesar dos violentos embates online com os seus filhos, faz questão de se manter identificado com ele. Ora, tudo o que Marçal quer é surfar na onda desbravada por Bolsonaro, não produzir um tsunami próprio. Marçal não precisa de um marçalismo. Muito mais eficiente é ser o herdeiro do bolsonarismo. Se Bolsonaro não o reconhece como tal, tudo bem. O que importa é o reconhecimento dos eleitores de Bolsonaro.

Paulo Marçal em debate com candidatos à Prefeitura de São Paulo organizado pelo Estadão Foto: Werther Santana/Estadão

É por isso que Marçal, entre um ataque e outro, faz acenos ao capitão. Nem tanto para voltar a cair em suas graças e obter o seu aval, mas para mostrar ao eleitorado bolsonarista que ele é um deles. Não um “traidor”, como foram vistos outros que romperam com o então presidente, como Sergio Moro, Joice Hasselmann e Wilson Witzel. Mas um verdadeiro “conservador” que respeita os valores defendidos por um Bolsonaro que já não pode liderar sua base como antes, por ter sido cooptado e acorrentado pelo “sistema”. Cooptado pela política partidária e pelas alianças com “falsos conservadores”, como Nunes. Acorrentado pela Justiça Eleitoral, que o impediu de disputar cargos públicos, e pelo STF, onde enfrenta inquéritos e restrições que o obrigam ao comedimento. Bolsonaro nunca foi verdadeiramente antissistema, mas se vendia como tal. Agora, nem isso consegue.

Marçal não enfrenta nenhuma amarra para ser antissistema — ainda. Seu partido nanico não lhe dá tempo de TV, mas lhe permite ignorar compromissos políticos — enquanto não tiver um cargo que exponha os desafios da governabilidade. Sua tática de vitimização com decisões judiciais desfavoráveis, como a que suspendeu suas contas em cinco redes sociais, funciona bem para reforçar a ideia de que o sistema está contra ele — até as punições começarem a doer no bolso e a inviabilizar o seu projeto político. O Marçal antissistema tem prazo de validade, como teve Bolsonaro.

Pablo Marçal, candidato do nanico PRTB à prefeitura de São Paulo, ameaça a hegemonia de Jair Bolsonaro no campo da direita autoritária? Não há dúvida de que o influenciador de autoajuda conseguiu atrair para si a intenção de voto de eleitores bolsonaristas que hesitavam em aderir ao prefeito Ricardo Nunes, apoiado pelo ex-presidente. Mas estaria Marçal ganhando envergadura para substituir o próprio Bolsonaro como messias desse público?

Alguns analistas ponderam que o autonomeado coach não representa uma ameaça para Bolsonaro porque, apesar dos violentos embates online com os seus filhos, faz questão de se manter identificado com ele. Ora, tudo o que Marçal quer é surfar na onda desbravada por Bolsonaro, não produzir um tsunami próprio. Marçal não precisa de um marçalismo. Muito mais eficiente é ser o herdeiro do bolsonarismo. Se Bolsonaro não o reconhece como tal, tudo bem. O que importa é o reconhecimento dos eleitores de Bolsonaro.

Paulo Marçal em debate com candidatos à Prefeitura de São Paulo organizado pelo Estadão Foto: Werther Santana/Estadão

É por isso que Marçal, entre um ataque e outro, faz acenos ao capitão. Nem tanto para voltar a cair em suas graças e obter o seu aval, mas para mostrar ao eleitorado bolsonarista que ele é um deles. Não um “traidor”, como foram vistos outros que romperam com o então presidente, como Sergio Moro, Joice Hasselmann e Wilson Witzel. Mas um verdadeiro “conservador” que respeita os valores defendidos por um Bolsonaro que já não pode liderar sua base como antes, por ter sido cooptado e acorrentado pelo “sistema”. Cooptado pela política partidária e pelas alianças com “falsos conservadores”, como Nunes. Acorrentado pela Justiça Eleitoral, que o impediu de disputar cargos públicos, e pelo STF, onde enfrenta inquéritos e restrições que o obrigam ao comedimento. Bolsonaro nunca foi verdadeiramente antissistema, mas se vendia como tal. Agora, nem isso consegue.

Marçal não enfrenta nenhuma amarra para ser antissistema — ainda. Seu partido nanico não lhe dá tempo de TV, mas lhe permite ignorar compromissos políticos — enquanto não tiver um cargo que exponha os desafios da governabilidade. Sua tática de vitimização com decisões judiciais desfavoráveis, como a que suspendeu suas contas em cinco redes sociais, funciona bem para reforçar a ideia de que o sistema está contra ele — até as punições começarem a doer no bolso e a inviabilizar o seu projeto político. O Marçal antissistema tem prazo de validade, como teve Bolsonaro.

Pablo Marçal, candidato do nanico PRTB à prefeitura de São Paulo, ameaça a hegemonia de Jair Bolsonaro no campo da direita autoritária? Não há dúvida de que o influenciador de autoajuda conseguiu atrair para si a intenção de voto de eleitores bolsonaristas que hesitavam em aderir ao prefeito Ricardo Nunes, apoiado pelo ex-presidente. Mas estaria Marçal ganhando envergadura para substituir o próprio Bolsonaro como messias desse público?

Alguns analistas ponderam que o autonomeado coach não representa uma ameaça para Bolsonaro porque, apesar dos violentos embates online com os seus filhos, faz questão de se manter identificado com ele. Ora, tudo o que Marçal quer é surfar na onda desbravada por Bolsonaro, não produzir um tsunami próprio. Marçal não precisa de um marçalismo. Muito mais eficiente é ser o herdeiro do bolsonarismo. Se Bolsonaro não o reconhece como tal, tudo bem. O que importa é o reconhecimento dos eleitores de Bolsonaro.

Paulo Marçal em debate com candidatos à Prefeitura de São Paulo organizado pelo Estadão Foto: Werther Santana/Estadão

É por isso que Marçal, entre um ataque e outro, faz acenos ao capitão. Nem tanto para voltar a cair em suas graças e obter o seu aval, mas para mostrar ao eleitorado bolsonarista que ele é um deles. Não um “traidor”, como foram vistos outros que romperam com o então presidente, como Sergio Moro, Joice Hasselmann e Wilson Witzel. Mas um verdadeiro “conservador” que respeita os valores defendidos por um Bolsonaro que já não pode liderar sua base como antes, por ter sido cooptado e acorrentado pelo “sistema”. Cooptado pela política partidária e pelas alianças com “falsos conservadores”, como Nunes. Acorrentado pela Justiça Eleitoral, que o impediu de disputar cargos públicos, e pelo STF, onde enfrenta inquéritos e restrições que o obrigam ao comedimento. Bolsonaro nunca foi verdadeiramente antissistema, mas se vendia como tal. Agora, nem isso consegue.

Marçal não enfrenta nenhuma amarra para ser antissistema — ainda. Seu partido nanico não lhe dá tempo de TV, mas lhe permite ignorar compromissos políticos — enquanto não tiver um cargo que exponha os desafios da governabilidade. Sua tática de vitimização com decisões judiciais desfavoráveis, como a que suspendeu suas contas em cinco redes sociais, funciona bem para reforçar a ideia de que o sistema está contra ele — até as punições começarem a doer no bolso e a inviabilizar o seu projeto político. O Marçal antissistema tem prazo de validade, como teve Bolsonaro.

Opinião por Diogo Schelp

Jornalista e comentarista político, foi editor executivo da Veja entre 2012 e 2018. Posteriormente, foi redator-chefe da Istoé, colunista de política do UOL e comentarista da Jovem Pan News. É mestre em Relações Internacionais pela USP.

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