Análises sobre o estado geral da nação

Opinião|Tarcísio e Zema têm o desafio de manter Bolsonaro a uma distância segura para 2026


Quem quiser alçar voos à Presidência terá que se equilibrar entre a lealdade bolsonarista de um lado e o apego à ordem institucional do outro

Por Diogo Schelp

Se há algo que ficou claro nas eleições de 2018 e 2022, e que as pesquisas de opinião seguem comprovando, é que o bolsonarismo fagocitou a direita brasileira. Qualquer aspirante à cadeira de presidente que pretenda antagonizar com o petismo terá dificuldade de fazê-lo fora das raias bolsonaristas. Por esse motivo, a Operação Tempus Veritatis, que atingiu o ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus assessores e ex-ministros, além de militares de alta patente, impõe um dilema a políticos cotados para disputar a presidência em 2026, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.

Governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e de Minas, Romeu Zema, são nomes cotados para disputar o Palácio do Planalto em 2026 no campo da direita Foto: Fernando Nascimento/Divulgação

O dilema consiste em se solidarizar com as dores do bolsonarismo e, ao mesmo tempo, não se deixar contaminar pelos efeitos tóxicos da suspeita, investigada pela Polícia Federal, de que Bolsonaro liderou um plano fracassado de golpe de Estado. Ou seja, é preciso manter o ex-presidente e tudo o que ele representa a uma distância segura. Nem muito distante a ponto de perder o apoio da sua base de apoiadores (e de se tornar alvo de sua artilharia digital), nem muito perto a ponto de se ver associado com suas estripulias golpistas. Será preciso equilibrar lealdade bolsonarista de um lado com apego à ordem institucional do outro.

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De imediato, Tarcísio mexeu apenas no segundo lado da balança ao afastar o major da reserva Angelo Martins Denicoli, um dos alvos da operação da PF, do cargo que ocupava no governo de São Paulo. De resto, Tarcísio e Zema, assim como outros governadores do Sul e do Sudeste, têm evitado se manifestar sobre a operação da PF contra o ex-presidente. Serão cobrados por isso pela militância bolsonarista. Principalmente Tarcísio, que se elegeu em São Paulo apadrinhado por Bolsonaro. Cedo ou tarde, ele precisará sinalizar que compartilha de algumas das dores do bolsonarismo para equilibrar a balança do seu capital político.

Essas dores são as mesmas desde que Bolsonaro foi derrotado nas urnas em 2022, mas foram potencializadas quando a PF bateu à porta de seus aliados e recolheu o seu passaporte, na semana passada: a crença de que o “sistema” atuou contra a “verdadeira” vontade da maioria nas eleições, a convicção de que Bolsonaro e seu entorno sofrem perseguição política e a percepção de que os valores conservadores estão sob grave ameaça.

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Solucionado o dilema entre lealdade bolsonarista e rechaço ao golpismo, Tarcísio e Zema podem até se beneficiar com o encontro de Bolsonaro com a Justiça. Nenhum dos dois pertence ao PL, o partido do ex-presidente que está sendo sugado junto para o buraco das suspeitas de tentativa de golpe. Além disso, as restrições impostas a Bolsonaro, como a proibição de falar com os outros investigados, reduzem bastante sua capacidade de articulação política. Isso abre espaço para que seus herdeiros políticos conquistem um pouco mais de autonomia. Não há vácuo no poder.

Se há algo que ficou claro nas eleições de 2018 e 2022, e que as pesquisas de opinião seguem comprovando, é que o bolsonarismo fagocitou a direita brasileira. Qualquer aspirante à cadeira de presidente que pretenda antagonizar com o petismo terá dificuldade de fazê-lo fora das raias bolsonaristas. Por esse motivo, a Operação Tempus Veritatis, que atingiu o ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus assessores e ex-ministros, além de militares de alta patente, impõe um dilema a políticos cotados para disputar a presidência em 2026, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.

Governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e de Minas, Romeu Zema, são nomes cotados para disputar o Palácio do Planalto em 2026 no campo da direita Foto: Fernando Nascimento/Divulgação

O dilema consiste em se solidarizar com as dores do bolsonarismo e, ao mesmo tempo, não se deixar contaminar pelos efeitos tóxicos da suspeita, investigada pela Polícia Federal, de que Bolsonaro liderou um plano fracassado de golpe de Estado. Ou seja, é preciso manter o ex-presidente e tudo o que ele representa a uma distância segura. Nem muito distante a ponto de perder o apoio da sua base de apoiadores (e de se tornar alvo de sua artilharia digital), nem muito perto a ponto de se ver associado com suas estripulias golpistas. Será preciso equilibrar lealdade bolsonarista de um lado com apego à ordem institucional do outro.

De imediato, Tarcísio mexeu apenas no segundo lado da balança ao afastar o major da reserva Angelo Martins Denicoli, um dos alvos da operação da PF, do cargo que ocupava no governo de São Paulo. De resto, Tarcísio e Zema, assim como outros governadores do Sul e do Sudeste, têm evitado se manifestar sobre a operação da PF contra o ex-presidente. Serão cobrados por isso pela militância bolsonarista. Principalmente Tarcísio, que se elegeu em São Paulo apadrinhado por Bolsonaro. Cedo ou tarde, ele precisará sinalizar que compartilha de algumas das dores do bolsonarismo para equilibrar a balança do seu capital político.

Essas dores são as mesmas desde que Bolsonaro foi derrotado nas urnas em 2022, mas foram potencializadas quando a PF bateu à porta de seus aliados e recolheu o seu passaporte, na semana passada: a crença de que o “sistema” atuou contra a “verdadeira” vontade da maioria nas eleições, a convicção de que Bolsonaro e seu entorno sofrem perseguição política e a percepção de que os valores conservadores estão sob grave ameaça.

Solucionado o dilema entre lealdade bolsonarista e rechaço ao golpismo, Tarcísio e Zema podem até se beneficiar com o encontro de Bolsonaro com a Justiça. Nenhum dos dois pertence ao PL, o partido do ex-presidente que está sendo sugado junto para o buraco das suspeitas de tentativa de golpe. Além disso, as restrições impostas a Bolsonaro, como a proibição de falar com os outros investigados, reduzem bastante sua capacidade de articulação política. Isso abre espaço para que seus herdeiros políticos conquistem um pouco mais de autonomia. Não há vácuo no poder.

Se há algo que ficou claro nas eleições de 2018 e 2022, e que as pesquisas de opinião seguem comprovando, é que o bolsonarismo fagocitou a direita brasileira. Qualquer aspirante à cadeira de presidente que pretenda antagonizar com o petismo terá dificuldade de fazê-lo fora das raias bolsonaristas. Por esse motivo, a Operação Tempus Veritatis, que atingiu o ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus assessores e ex-ministros, além de militares de alta patente, impõe um dilema a políticos cotados para disputar a presidência em 2026, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.

Governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e de Minas, Romeu Zema, são nomes cotados para disputar o Palácio do Planalto em 2026 no campo da direita Foto: Fernando Nascimento/Divulgação

O dilema consiste em se solidarizar com as dores do bolsonarismo e, ao mesmo tempo, não se deixar contaminar pelos efeitos tóxicos da suspeita, investigada pela Polícia Federal, de que Bolsonaro liderou um plano fracassado de golpe de Estado. Ou seja, é preciso manter o ex-presidente e tudo o que ele representa a uma distância segura. Nem muito distante a ponto de perder o apoio da sua base de apoiadores (e de se tornar alvo de sua artilharia digital), nem muito perto a ponto de se ver associado com suas estripulias golpistas. Será preciso equilibrar lealdade bolsonarista de um lado com apego à ordem institucional do outro.

De imediato, Tarcísio mexeu apenas no segundo lado da balança ao afastar o major da reserva Angelo Martins Denicoli, um dos alvos da operação da PF, do cargo que ocupava no governo de São Paulo. De resto, Tarcísio e Zema, assim como outros governadores do Sul e do Sudeste, têm evitado se manifestar sobre a operação da PF contra o ex-presidente. Serão cobrados por isso pela militância bolsonarista. Principalmente Tarcísio, que se elegeu em São Paulo apadrinhado por Bolsonaro. Cedo ou tarde, ele precisará sinalizar que compartilha de algumas das dores do bolsonarismo para equilibrar a balança do seu capital político.

Essas dores são as mesmas desde que Bolsonaro foi derrotado nas urnas em 2022, mas foram potencializadas quando a PF bateu à porta de seus aliados e recolheu o seu passaporte, na semana passada: a crença de que o “sistema” atuou contra a “verdadeira” vontade da maioria nas eleições, a convicção de que Bolsonaro e seu entorno sofrem perseguição política e a percepção de que os valores conservadores estão sob grave ameaça.

Solucionado o dilema entre lealdade bolsonarista e rechaço ao golpismo, Tarcísio e Zema podem até se beneficiar com o encontro de Bolsonaro com a Justiça. Nenhum dos dois pertence ao PL, o partido do ex-presidente que está sendo sugado junto para o buraco das suspeitas de tentativa de golpe. Além disso, as restrições impostas a Bolsonaro, como a proibição de falar com os outros investigados, reduzem bastante sua capacidade de articulação política. Isso abre espaço para que seus herdeiros políticos conquistem um pouco mais de autonomia. Não há vácuo no poder.

Se há algo que ficou claro nas eleições de 2018 e 2022, e que as pesquisas de opinião seguem comprovando, é que o bolsonarismo fagocitou a direita brasileira. Qualquer aspirante à cadeira de presidente que pretenda antagonizar com o petismo terá dificuldade de fazê-lo fora das raias bolsonaristas. Por esse motivo, a Operação Tempus Veritatis, que atingiu o ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns de seus assessores e ex-ministros, além de militares de alta patente, impõe um dilema a políticos cotados para disputar a presidência em 2026, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais.

Governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e de Minas, Romeu Zema, são nomes cotados para disputar o Palácio do Planalto em 2026 no campo da direita Foto: Fernando Nascimento/Divulgação

O dilema consiste em se solidarizar com as dores do bolsonarismo e, ao mesmo tempo, não se deixar contaminar pelos efeitos tóxicos da suspeita, investigada pela Polícia Federal, de que Bolsonaro liderou um plano fracassado de golpe de Estado. Ou seja, é preciso manter o ex-presidente e tudo o que ele representa a uma distância segura. Nem muito distante a ponto de perder o apoio da sua base de apoiadores (e de se tornar alvo de sua artilharia digital), nem muito perto a ponto de se ver associado com suas estripulias golpistas. Será preciso equilibrar lealdade bolsonarista de um lado com apego à ordem institucional do outro.

De imediato, Tarcísio mexeu apenas no segundo lado da balança ao afastar o major da reserva Angelo Martins Denicoli, um dos alvos da operação da PF, do cargo que ocupava no governo de São Paulo. De resto, Tarcísio e Zema, assim como outros governadores do Sul e do Sudeste, têm evitado se manifestar sobre a operação da PF contra o ex-presidente. Serão cobrados por isso pela militância bolsonarista. Principalmente Tarcísio, que se elegeu em São Paulo apadrinhado por Bolsonaro. Cedo ou tarde, ele precisará sinalizar que compartilha de algumas das dores do bolsonarismo para equilibrar a balança do seu capital político.

Essas dores são as mesmas desde que Bolsonaro foi derrotado nas urnas em 2022, mas foram potencializadas quando a PF bateu à porta de seus aliados e recolheu o seu passaporte, na semana passada: a crença de que o “sistema” atuou contra a “verdadeira” vontade da maioria nas eleições, a convicção de que Bolsonaro e seu entorno sofrem perseguição política e a percepção de que os valores conservadores estão sob grave ameaça.

Solucionado o dilema entre lealdade bolsonarista e rechaço ao golpismo, Tarcísio e Zema podem até se beneficiar com o encontro de Bolsonaro com a Justiça. Nenhum dos dois pertence ao PL, o partido do ex-presidente que está sendo sugado junto para o buraco das suspeitas de tentativa de golpe. Além disso, as restrições impostas a Bolsonaro, como a proibição de falar com os outros investigados, reduzem bastante sua capacidade de articulação política. Isso abre espaço para que seus herdeiros políticos conquistem um pouco mais de autonomia. Não há vácuo no poder.

Opinião por Diogo Schelp

Jornalista e comentarista político, foi editor executivo da Veja entre 2012 e 2018. Posteriormente, foi redator-chefe da Istoé, colunista de política do UOL e comentarista da Jovem Pan News. É mestre em Relações Internacionais pela USP.

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