Direita se movimenta para ter novas candidaturas com desgaste de Alexandre Ramagem no Rio


Candidatos buscam preferência por eleitorado conservador e de direita na disputa pela prefeitura da capital fluminense nas eleições municipais de 2024

Por Rayanderson Guerra
Atualização:

RIO – Desde que dois dos principais nomes do campo conservador no Rio de Janeiro foram alvos de investigações, a disputa pelo voto de direita na capital fluminense para as eleições municipais de 2024 e as discussões partidárias sobre o melhor nome para o pleito se intensificaram. Personagens até então escanteados ou com pouca expressão ganharam espaço e buscam se viabilizar como opções no pleito em que Eduardo Paes (PSD) tentará a reeleição.

Com as bênçãos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tocar as pré-candidaturas, o ex-ministro Walter Braga Netto (Casa Civil), que foi candidato a vice na chapa bolsonarista em 2022, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-SP) tiveram os planos de chegar ao Executivo carioca dificultados ou impedidos recentemente. Braga Netto foi considerado inelegível no ano passado e Ramagem alvo de operação da Polícia Federal (PF) que apura um esquema ilegal de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

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Sem um plano B para a disputa à Prefeitura do Rio, o PL aguarda os desdobramentos da operação contra Ramagem para avaliar os impactos na corrida eleitoral municipal na capital fluminense. A operação representa um novo desgaste para a pré-candidatura de Ramagem. Na segunda-feira, 29, Bolsonaro reafirmou o apoio ao ex-diretor da Abin, e na terça, 30, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, saiu em defesa do vereador Carlos Bolsonaro – que se tornou alvo da PF nesta semana. O cacique do Partido Liberal relaciona as operações à discussão eleitoral no Rio.

O vereador Carlos Bolsonaro em sessão da Câmara Municipal do Rio no dia 7 de junho de 2022 Foto: Flávio Marroso/CMRJ

Sem Braga Netto e com Ramagem alvo de investigação, o senador Carlos Portinho (PL) ainda não descarta a discussão pela indicação do partido para as eleições. O parlamentar tem debatido com lideranças de outros partidos, como PP e MDB, e se colocado como um nome da sigla preparado para um projeto alternativo à direita.

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Vereador do Rio de Janeiro Pedro Duarte (Novo) Foto: Divulgação/Câmara Municipal do Rio

O vereador Pedro Duarte (Novo) foi anunciado como pré-candidato do partido à prefeitura em novembro do ano passado. De acordo com o parlamentar, ele e Ramagem disputam uma parte comum do eleitorado de direita no Rio, mas que há uma parcela do apoio de ambas as candidaturas que não é “transferível”.

“As discussões sobre a minha candidatura continuam. Estamos debatendo uma alternativa de projeto para a cidade. Há espaço para as candidaturas do campo (da direita)”, disse. Questionado se vê uma busca comum de eleitores conservadores entre ele e Ramagem, Duarte confirma, mas pontua uma diferença entre as duas pré-candidaturas: “Há também eleitores que votariam em Ramagem que não votariam em mim, assim como pessoas que nos apoiariam que não votariam nele”.

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Um dos grupos com peso para decidir as eleições municipais do Rio são os evangélicos – alvos da esquerda e da direita. Nas eleições de 2020, a capital fluminense registrou 2,6 milhões de votos úteis, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com o Censo de 2010, mais da metade dos eleitores é evangélica, com 1,4 milhões, o que representa 56%.

Deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

É esse o eleitor que o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) busca para se cacifar como um nome competitivo. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar não deve contar com o apoio formal do ex-chefe do Executivo por “questões partidárias”, segundo ele. De acordo com o deputado, a operação contra Ramagem acrescenta “dificuldades” para o pré-candidato do PL.

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“Todas as candidaturas propostas são plenamente viáveis. Eu tenho um profundo respeito pelo Ramagem, que é meu colega aqui na Câmara federal. Entendo as dificuldades que ele enfrenta neste momento complicado que estamos passando. Torço para que tudo dê certo. Agora, eu faço uma separação entre o que é o bolsonarismo e o que é o conservadorismo. O bolsonarismo tem um teto e não é isso que as pesquisas mostram do conservadorismo. Existem conservadores de direita e de esquerda”, afirmou.

O deputado Marcelo Queiroz (PP-RJ)  Foto: Reprodução/TV Câmara

Outro nome na disputa pelo voto conservador é o deputado federal Marcelo Queiroz (PP). O parlamentar recebeu o aval do presidente nacional do partido, Ciro Nogueira (PP-PI), para se colocar como pré-candidato do partido no Rio de Janeiro. Queiroz é um dos nomes que pode agregar partidos da base do governador Cláudio Castro (PL) que buscam um nome moderado e pragmático para a disputa. Aliado de Bolsonaro, Castro estimula a discussão sobre uma coligação que reúna os partidos de direita.

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“A ideia é ser candidato. Sempre defendi isso dentro do partido. A minha candidatura foi posta antes de qualquer problema (com Ramagem). A nossa estratégia é focar no Rio de Janeiro. Eu comparo um pouco ao que aconteceu em 1982. Geralmente tem voto e ganha a eleição quem foca no Rio. Acredito que nada muda. O PL continua com um candidato independentemente de Ramagem. E acredito na transferência de voto do ex-presidente Jair Bolsonaro para qualquer deputado do partido”, afirmou.

Em 1982, Leonel Brizola (PDT) foi eleito governador contra Moreira Franco (PDS). O foco de Brizola foi a discussão sobre a necessidade da reforma educacional do Estado.

RIO – Desde que dois dos principais nomes do campo conservador no Rio de Janeiro foram alvos de investigações, a disputa pelo voto de direita na capital fluminense para as eleições municipais de 2024 e as discussões partidárias sobre o melhor nome para o pleito se intensificaram. Personagens até então escanteados ou com pouca expressão ganharam espaço e buscam se viabilizar como opções no pleito em que Eduardo Paes (PSD) tentará a reeleição.

Com as bênçãos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tocar as pré-candidaturas, o ex-ministro Walter Braga Netto (Casa Civil), que foi candidato a vice na chapa bolsonarista em 2022, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-SP) tiveram os planos de chegar ao Executivo carioca dificultados ou impedidos recentemente. Braga Netto foi considerado inelegível no ano passado e Ramagem alvo de operação da Polícia Federal (PF) que apura um esquema ilegal de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Sem um plano B para a disputa à Prefeitura do Rio, o PL aguarda os desdobramentos da operação contra Ramagem para avaliar os impactos na corrida eleitoral municipal na capital fluminense. A operação representa um novo desgaste para a pré-candidatura de Ramagem. Na segunda-feira, 29, Bolsonaro reafirmou o apoio ao ex-diretor da Abin, e na terça, 30, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, saiu em defesa do vereador Carlos Bolsonaro – que se tornou alvo da PF nesta semana. O cacique do Partido Liberal relaciona as operações à discussão eleitoral no Rio.

O vereador Carlos Bolsonaro em sessão da Câmara Municipal do Rio no dia 7 de junho de 2022 Foto: Flávio Marroso/CMRJ

Sem Braga Netto e com Ramagem alvo de investigação, o senador Carlos Portinho (PL) ainda não descarta a discussão pela indicação do partido para as eleições. O parlamentar tem debatido com lideranças de outros partidos, como PP e MDB, e se colocado como um nome da sigla preparado para um projeto alternativo à direita.

Vereador do Rio de Janeiro Pedro Duarte (Novo) Foto: Divulgação/Câmara Municipal do Rio

O vereador Pedro Duarte (Novo) foi anunciado como pré-candidato do partido à prefeitura em novembro do ano passado. De acordo com o parlamentar, ele e Ramagem disputam uma parte comum do eleitorado de direita no Rio, mas que há uma parcela do apoio de ambas as candidaturas que não é “transferível”.

“As discussões sobre a minha candidatura continuam. Estamos debatendo uma alternativa de projeto para a cidade. Há espaço para as candidaturas do campo (da direita)”, disse. Questionado se vê uma busca comum de eleitores conservadores entre ele e Ramagem, Duarte confirma, mas pontua uma diferença entre as duas pré-candidaturas: “Há também eleitores que votariam em Ramagem que não votariam em mim, assim como pessoas que nos apoiariam que não votariam nele”.

Um dos grupos com peso para decidir as eleições municipais do Rio são os evangélicos – alvos da esquerda e da direita. Nas eleições de 2020, a capital fluminense registrou 2,6 milhões de votos úteis, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com o Censo de 2010, mais da metade dos eleitores é evangélica, com 1,4 milhões, o que representa 56%.

Deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

É esse o eleitor que o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) busca para se cacifar como um nome competitivo. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar não deve contar com o apoio formal do ex-chefe do Executivo por “questões partidárias”, segundo ele. De acordo com o deputado, a operação contra Ramagem acrescenta “dificuldades” para o pré-candidato do PL.

“Todas as candidaturas propostas são plenamente viáveis. Eu tenho um profundo respeito pelo Ramagem, que é meu colega aqui na Câmara federal. Entendo as dificuldades que ele enfrenta neste momento complicado que estamos passando. Torço para que tudo dê certo. Agora, eu faço uma separação entre o que é o bolsonarismo e o que é o conservadorismo. O bolsonarismo tem um teto e não é isso que as pesquisas mostram do conservadorismo. Existem conservadores de direita e de esquerda”, afirmou.

O deputado Marcelo Queiroz (PP-RJ)  Foto: Reprodução/TV Câmara

Outro nome na disputa pelo voto conservador é o deputado federal Marcelo Queiroz (PP). O parlamentar recebeu o aval do presidente nacional do partido, Ciro Nogueira (PP-PI), para se colocar como pré-candidato do partido no Rio de Janeiro. Queiroz é um dos nomes que pode agregar partidos da base do governador Cláudio Castro (PL) que buscam um nome moderado e pragmático para a disputa. Aliado de Bolsonaro, Castro estimula a discussão sobre uma coligação que reúna os partidos de direita.

“A ideia é ser candidato. Sempre defendi isso dentro do partido. A minha candidatura foi posta antes de qualquer problema (com Ramagem). A nossa estratégia é focar no Rio de Janeiro. Eu comparo um pouco ao que aconteceu em 1982. Geralmente tem voto e ganha a eleição quem foca no Rio. Acredito que nada muda. O PL continua com um candidato independentemente de Ramagem. E acredito na transferência de voto do ex-presidente Jair Bolsonaro para qualquer deputado do partido”, afirmou.

Em 1982, Leonel Brizola (PDT) foi eleito governador contra Moreira Franco (PDS). O foco de Brizola foi a discussão sobre a necessidade da reforma educacional do Estado.

RIO – Desde que dois dos principais nomes do campo conservador no Rio de Janeiro foram alvos de investigações, a disputa pelo voto de direita na capital fluminense para as eleições municipais de 2024 e as discussões partidárias sobre o melhor nome para o pleito se intensificaram. Personagens até então escanteados ou com pouca expressão ganharam espaço e buscam se viabilizar como opções no pleito em que Eduardo Paes (PSD) tentará a reeleição.

Com as bênçãos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tocar as pré-candidaturas, o ex-ministro Walter Braga Netto (Casa Civil), que foi candidato a vice na chapa bolsonarista em 2022, e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-SP) tiveram os planos de chegar ao Executivo carioca dificultados ou impedidos recentemente. Braga Netto foi considerado inelegível no ano passado e Ramagem alvo de operação da Polícia Federal (PF) que apura um esquema ilegal de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Sem um plano B para a disputa à Prefeitura do Rio, o PL aguarda os desdobramentos da operação contra Ramagem para avaliar os impactos na corrida eleitoral municipal na capital fluminense. A operação representa um novo desgaste para a pré-candidatura de Ramagem. Na segunda-feira, 29, Bolsonaro reafirmou o apoio ao ex-diretor da Abin, e na terça, 30, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, saiu em defesa do vereador Carlos Bolsonaro – que se tornou alvo da PF nesta semana. O cacique do Partido Liberal relaciona as operações à discussão eleitoral no Rio.

O vereador Carlos Bolsonaro em sessão da Câmara Municipal do Rio no dia 7 de junho de 2022 Foto: Flávio Marroso/CMRJ

Sem Braga Netto e com Ramagem alvo de investigação, o senador Carlos Portinho (PL) ainda não descarta a discussão pela indicação do partido para as eleições. O parlamentar tem debatido com lideranças de outros partidos, como PP e MDB, e se colocado como um nome da sigla preparado para um projeto alternativo à direita.

Vereador do Rio de Janeiro Pedro Duarte (Novo) Foto: Divulgação/Câmara Municipal do Rio

O vereador Pedro Duarte (Novo) foi anunciado como pré-candidato do partido à prefeitura em novembro do ano passado. De acordo com o parlamentar, ele e Ramagem disputam uma parte comum do eleitorado de direita no Rio, mas que há uma parcela do apoio de ambas as candidaturas que não é “transferível”.

“As discussões sobre a minha candidatura continuam. Estamos debatendo uma alternativa de projeto para a cidade. Há espaço para as candidaturas do campo (da direita)”, disse. Questionado se vê uma busca comum de eleitores conservadores entre ele e Ramagem, Duarte confirma, mas pontua uma diferença entre as duas pré-candidaturas: “Há também eleitores que votariam em Ramagem que não votariam em mim, assim como pessoas que nos apoiariam que não votariam nele”.

Um dos grupos com peso para decidir as eleições municipais do Rio são os evangélicos – alvos da esquerda e da direita. Nas eleições de 2020, a capital fluminense registrou 2,6 milhões de votos úteis, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com o Censo de 2010, mais da metade dos eleitores é evangélica, com 1,4 milhões, o que representa 56%.

Deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

É esse o eleitor que o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) busca para se cacifar como um nome competitivo. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o parlamentar não deve contar com o apoio formal do ex-chefe do Executivo por “questões partidárias”, segundo ele. De acordo com o deputado, a operação contra Ramagem acrescenta “dificuldades” para o pré-candidato do PL.

“Todas as candidaturas propostas são plenamente viáveis. Eu tenho um profundo respeito pelo Ramagem, que é meu colega aqui na Câmara federal. Entendo as dificuldades que ele enfrenta neste momento complicado que estamos passando. Torço para que tudo dê certo. Agora, eu faço uma separação entre o que é o bolsonarismo e o que é o conservadorismo. O bolsonarismo tem um teto e não é isso que as pesquisas mostram do conservadorismo. Existem conservadores de direita e de esquerda”, afirmou.

O deputado Marcelo Queiroz (PP-RJ)  Foto: Reprodução/TV Câmara

Outro nome na disputa pelo voto conservador é o deputado federal Marcelo Queiroz (PP). O parlamentar recebeu o aval do presidente nacional do partido, Ciro Nogueira (PP-PI), para se colocar como pré-candidato do partido no Rio de Janeiro. Queiroz é um dos nomes que pode agregar partidos da base do governador Cláudio Castro (PL) que buscam um nome moderado e pragmático para a disputa. Aliado de Bolsonaro, Castro estimula a discussão sobre uma coligação que reúna os partidos de direita.

“A ideia é ser candidato. Sempre defendi isso dentro do partido. A minha candidatura foi posta antes de qualquer problema (com Ramagem). A nossa estratégia é focar no Rio de Janeiro. Eu comparo um pouco ao que aconteceu em 1982. Geralmente tem voto e ganha a eleição quem foca no Rio. Acredito que nada muda. O PL continua com um candidato independentemente de Ramagem. E acredito na transferência de voto do ex-presidente Jair Bolsonaro para qualquer deputado do partido”, afirmou.

Em 1982, Leonel Brizola (PDT) foi eleito governador contra Moreira Franco (PDS). O foco de Brizola foi a discussão sobre a necessidade da reforma educacional do Estado.

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