Discurso ‘antitudo’ de Ciro Gomes é aposta perigosa e não conquista eleitor de 2022; leia análise


Na sabatina ‘Estadão’/FAAP, candidato do PDT insiste na estratégia de que há equivalência entre Lula e Bolsonaro; para não se posicionar sobre temas questionados, Ciro apela ao ataque a jornalistas, interrompe perguntas, fica irritado e sugere que a imprensa reproduz o que chama de ‘gabinete do ódio’ petista

Por Beatriz Bulla
Atualização:

A 11 dias do primeiro turno, Ciro Gomes (PDT) segue com o mesmo patamar de intenção de votos com que entrou em 2022: na casa dos 7%. O número de candidatos afunilou e a campanha foi para as ruas, mas nada mudou a perspectiva de ele sair derrotado na disputa presidencial que Ciro diz ser a última de sua carreira política. A postura e o discurso do candidato na sabatina promovida pelo Estadão em parceria com a FAAP nesta quarta-feira, 21, ajudam a explicar o insucesso do pedetista.

Ciro aposta na estratégia que o eleitor mostra rejeitar: a equivalência entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro. Os dois, segundo ele, representam os mesmos modelos político e econômico; um com um fascismo de direita e outro com um “fascismo de esquerda”.

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Não é como pensa a maior parte do eleitorado brasileiro. A última pesquisa Datafolha mostrou que, embora os líderes nas pesquisas tenham alto índice de rejeição, só 6% dos eleitores rejeitam tanto Lula como Bolsonaro - justamente o teto do candidato do PDT. Metade dos eleitores que não votam em Lula e em Bolsonaro escolhem um dos dois como a segunda opção. A terceira via não decolou, e a Ciro tem restado o discurso de se colocar como vítima de um grande sistema que opera no submundo da política.

O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, atacou o 'fascismo de esquerda' e fez duras críticas ao ex-presidente Lula durante a sabatina 'Estadão'/FAAP. Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

Ciro disse hoje que há um “grande esforço de um sistemão”, um “deep state” brasileiro, que quer manter tudo como está. A expressão era uma das teorias conspiratórias de Donald Trump para se vender como um outsider e conquistar a Casa Branca. Colou em 2016. Também levou Bolsonaro ao Planalto em 2018. Mas a ideia do “salvador da pátria” contra os políticos saiu derrotada em 2020 lá e mostra seus sinais de esgotamento aqui.

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Para não se posicionar sobre temas questionados, Ciro apela ao ataque a jornalistas, interrompe as perguntas, fica irritado, sugere que a imprensa reproduz o que chama de “gabinete do ódio” petista. Discutir aborto, diz ele, é parte de um “esquerdismo infantil” que beneficia a direita. E ficamos todos sem saber o que de fato o candidato à Presidência pensa sobre o tema.

Ciro Gomes ataca os adversários, o sistema político, pilares econômicos estabelecidos desde FHC, de Guilherme Boulos (PSOL) a Henrique Meirelles (União Brasil), a classe artística que se junta a Lula, o jornalismo. Por isso, e pela incapacidade de atrair mais partidos em torno de sua candidatura, Ciro é questionado, entrevista após entrevista, sobre como e com quem pretende governar se eleito.

A narrativa “antitudo” não o tem ajudado a conquistar votos. Nem a indicar como seria seu governo. Mas parece que nada disso importa, pois a sabatina desta quarta-feira mostra que Ciro seguirá agarrado a ela.

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Veja como foi a sabatina com Ciro Gomes

A 11 dias do primeiro turno, Ciro Gomes (PDT) segue com o mesmo patamar de intenção de votos com que entrou em 2022: na casa dos 7%. O número de candidatos afunilou e a campanha foi para as ruas, mas nada mudou a perspectiva de ele sair derrotado na disputa presidencial que Ciro diz ser a última de sua carreira política. A postura e o discurso do candidato na sabatina promovida pelo Estadão em parceria com a FAAP nesta quarta-feira, 21, ajudam a explicar o insucesso do pedetista.

Ciro aposta na estratégia que o eleitor mostra rejeitar: a equivalência entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro. Os dois, segundo ele, representam os mesmos modelos político e econômico; um com um fascismo de direita e outro com um “fascismo de esquerda”.

Não é como pensa a maior parte do eleitorado brasileiro. A última pesquisa Datafolha mostrou que, embora os líderes nas pesquisas tenham alto índice de rejeição, só 6% dos eleitores rejeitam tanto Lula como Bolsonaro - justamente o teto do candidato do PDT. Metade dos eleitores que não votam em Lula e em Bolsonaro escolhem um dos dois como a segunda opção. A terceira via não decolou, e a Ciro tem restado o discurso de se colocar como vítima de um grande sistema que opera no submundo da política.

O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, atacou o 'fascismo de esquerda' e fez duras críticas ao ex-presidente Lula durante a sabatina 'Estadão'/FAAP. Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

Ciro disse hoje que há um “grande esforço de um sistemão”, um “deep state” brasileiro, que quer manter tudo como está. A expressão era uma das teorias conspiratórias de Donald Trump para se vender como um outsider e conquistar a Casa Branca. Colou em 2016. Também levou Bolsonaro ao Planalto em 2018. Mas a ideia do “salvador da pátria” contra os políticos saiu derrotada em 2020 lá e mostra seus sinais de esgotamento aqui.

Para não se posicionar sobre temas questionados, Ciro apela ao ataque a jornalistas, interrompe as perguntas, fica irritado, sugere que a imprensa reproduz o que chama de “gabinete do ódio” petista. Discutir aborto, diz ele, é parte de um “esquerdismo infantil” que beneficia a direita. E ficamos todos sem saber o que de fato o candidato à Presidência pensa sobre o tema.

Ciro Gomes ataca os adversários, o sistema político, pilares econômicos estabelecidos desde FHC, de Guilherme Boulos (PSOL) a Henrique Meirelles (União Brasil), a classe artística que se junta a Lula, o jornalismo. Por isso, e pela incapacidade de atrair mais partidos em torno de sua candidatura, Ciro é questionado, entrevista após entrevista, sobre como e com quem pretende governar se eleito.

A narrativa “antitudo” não o tem ajudado a conquistar votos. Nem a indicar como seria seu governo. Mas parece que nada disso importa, pois a sabatina desta quarta-feira mostra que Ciro seguirá agarrado a ela.

Veja como foi a sabatina com Ciro Gomes

A 11 dias do primeiro turno, Ciro Gomes (PDT) segue com o mesmo patamar de intenção de votos com que entrou em 2022: na casa dos 7%. O número de candidatos afunilou e a campanha foi para as ruas, mas nada mudou a perspectiva de ele sair derrotado na disputa presidencial que Ciro diz ser a última de sua carreira política. A postura e o discurso do candidato na sabatina promovida pelo Estadão em parceria com a FAAP nesta quarta-feira, 21, ajudam a explicar o insucesso do pedetista.

Ciro aposta na estratégia que o eleitor mostra rejeitar: a equivalência entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro. Os dois, segundo ele, representam os mesmos modelos político e econômico; um com um fascismo de direita e outro com um “fascismo de esquerda”.

Não é como pensa a maior parte do eleitorado brasileiro. A última pesquisa Datafolha mostrou que, embora os líderes nas pesquisas tenham alto índice de rejeição, só 6% dos eleitores rejeitam tanto Lula como Bolsonaro - justamente o teto do candidato do PDT. Metade dos eleitores que não votam em Lula e em Bolsonaro escolhem um dos dois como a segunda opção. A terceira via não decolou, e a Ciro tem restado o discurso de se colocar como vítima de um grande sistema que opera no submundo da política.

O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, atacou o 'fascismo de esquerda' e fez duras críticas ao ex-presidente Lula durante a sabatina 'Estadão'/FAAP. Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

Ciro disse hoje que há um “grande esforço de um sistemão”, um “deep state” brasileiro, que quer manter tudo como está. A expressão era uma das teorias conspiratórias de Donald Trump para se vender como um outsider e conquistar a Casa Branca. Colou em 2016. Também levou Bolsonaro ao Planalto em 2018. Mas a ideia do “salvador da pátria” contra os políticos saiu derrotada em 2020 lá e mostra seus sinais de esgotamento aqui.

Para não se posicionar sobre temas questionados, Ciro apela ao ataque a jornalistas, interrompe as perguntas, fica irritado, sugere que a imprensa reproduz o que chama de “gabinete do ódio” petista. Discutir aborto, diz ele, é parte de um “esquerdismo infantil” que beneficia a direita. E ficamos todos sem saber o que de fato o candidato à Presidência pensa sobre o tema.

Ciro Gomes ataca os adversários, o sistema político, pilares econômicos estabelecidos desde FHC, de Guilherme Boulos (PSOL) a Henrique Meirelles (União Brasil), a classe artística que se junta a Lula, o jornalismo. Por isso, e pela incapacidade de atrair mais partidos em torno de sua candidatura, Ciro é questionado, entrevista após entrevista, sobre como e com quem pretende governar se eleito.

A narrativa “antitudo” não o tem ajudado a conquistar votos. Nem a indicar como seria seu governo. Mas parece que nada disso importa, pois a sabatina desta quarta-feira mostra que Ciro seguirá agarrado a ela.

Veja como foi a sabatina com Ciro Gomes

A 11 dias do primeiro turno, Ciro Gomes (PDT) segue com o mesmo patamar de intenção de votos com que entrou em 2022: na casa dos 7%. O número de candidatos afunilou e a campanha foi para as ruas, mas nada mudou a perspectiva de ele sair derrotado na disputa presidencial que Ciro diz ser a última de sua carreira política. A postura e o discurso do candidato na sabatina promovida pelo Estadão em parceria com a FAAP nesta quarta-feira, 21, ajudam a explicar o insucesso do pedetista.

Ciro aposta na estratégia que o eleitor mostra rejeitar: a equivalência entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro. Os dois, segundo ele, representam os mesmos modelos político e econômico; um com um fascismo de direita e outro com um “fascismo de esquerda”.

Não é como pensa a maior parte do eleitorado brasileiro. A última pesquisa Datafolha mostrou que, embora os líderes nas pesquisas tenham alto índice de rejeição, só 6% dos eleitores rejeitam tanto Lula como Bolsonaro - justamente o teto do candidato do PDT. Metade dos eleitores que não votam em Lula e em Bolsonaro escolhem um dos dois como a segunda opção. A terceira via não decolou, e a Ciro tem restado o discurso de se colocar como vítima de um grande sistema que opera no submundo da política.

O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, atacou o 'fascismo de esquerda' e fez duras críticas ao ex-presidente Lula durante a sabatina 'Estadão'/FAAP. Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo

Ciro disse hoje que há um “grande esforço de um sistemão”, um “deep state” brasileiro, que quer manter tudo como está. A expressão era uma das teorias conspiratórias de Donald Trump para se vender como um outsider e conquistar a Casa Branca. Colou em 2016. Também levou Bolsonaro ao Planalto em 2018. Mas a ideia do “salvador da pátria” contra os políticos saiu derrotada em 2020 lá e mostra seus sinais de esgotamento aqui.

Para não se posicionar sobre temas questionados, Ciro apela ao ataque a jornalistas, interrompe as perguntas, fica irritado, sugere que a imprensa reproduz o que chama de “gabinete do ódio” petista. Discutir aborto, diz ele, é parte de um “esquerdismo infantil” que beneficia a direita. E ficamos todos sem saber o que de fato o candidato à Presidência pensa sobre o tema.

Ciro Gomes ataca os adversários, o sistema político, pilares econômicos estabelecidos desde FHC, de Guilherme Boulos (PSOL) a Henrique Meirelles (União Brasil), a classe artística que se junta a Lula, o jornalismo. Por isso, e pela incapacidade de atrair mais partidos em torno de sua candidatura, Ciro é questionado, entrevista após entrevista, sobre como e com quem pretende governar se eleito.

A narrativa “antitudo” não o tem ajudado a conquistar votos. Nem a indicar como seria seu governo. Mas parece que nada disso importa, pois a sabatina desta quarta-feira mostra que Ciro seguirá agarrado a ela.

Veja como foi a sabatina com Ciro Gomes

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