BRASÍLIA - Faltando menos de quatro horas para virada do ano, algumas dezenas de radicais bolsonaristas ainda seguem acampados no Quartel General do Exército em Brasília e pretendem passar o Réveillon no local. Durante o pronunciamento do presidente em exercício Hamilton Mourão em rede nacional, ouviram-se vaias dos apoiadores de Bolsonaro a seu vice.
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Houve divergências sobre a postura do general e senador eleito pelo Rio Grande do Sul. “Ele só cumpriu o protocolo. Temos que confiar no Exército”, disse uma apoiadora com microfone na mão. Outros desesperados pediam que algo fosse feito até a meia-noite. “Não podemos esperar”, afirmou outra militante ouvida pela reportagem do Estadão no local.
No discurso, Mourão pediu que bolsonaristas lutem “pela preservação da democracia” e que voltem “à normalidade”, trecho que irritou parte dos militantes acampados na capital federal. “A alternância de poder é saudável e deve ser preservada”, afirmou Mourão, que pediu uma oposição ao novo governo e não ao Brasil.
No QG do Exército, os manifestantes golpistas ainda mantêm tendas montadas e faixas com pedidos inconstitucionais como a intervenção militar. Enquanto isso, milhares de apoiadores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva seguem chegando à cidade para a posse deste domingo, 1°, que terá um esquema de segurança especial.
Com Bolsonaro passando a virada nos Estados Unidos após uma live que frustrou muitos de seus seguidores, a base acampada no QG há semanas acabou rachada no último dia de seu mandato, a menos de 24 horas para a posse de Lula.