Lula ou Bolsonaro? Veja quem pode emplacar mais prefeitos nas maiores cidades do País


Municípios com mais de 200 mil eleitores podem ter segundo turno na eleição municipal

Por Gabriel Hirabahasi e Gabriel de Sousa
Atualização:

BRASÍLIA - A disputa pelo direito de ocupar a cadeira de prefeito a partir de janeiro de 2025 nas 103 maiores cidades do País reforça o embate político do atual presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com seu antecessor Jair Bolsonaro. Enquanto o PT de Lula deve lançar candidatos em 68 municípios, o PL já tem pré-candidatos em 62.

As 103 maiores cidades do Brasil têm mais de 200 mil eleitores, o que, segundo a lei eleitoral, obriga a realização de um segundo turno, caso o vencedor na primeira rodada não obtenha a maioria dos votos válidos.

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Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram o número de filiados antes das eleições municipais de 2024. Foto: Wilton Junior/Estadão

Segundo levantamento do Broadcast/Estadão, o PL lidera a disputa eleitoral em nove das 103 cidades. As pré-candidaturas de outros partidos que contam com o apoio da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro lideram em 19 cidades - totalizando 28 prefeituras em que aliados de Bolsonaro são favoritos para serem eleitos.

Já os candidatos filiados ao PT lideram em oito dessas cidades. Em outras cinco, pré-candidatos aos quais o partido está aliado estão, numericamente, à frente na disputa.

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O cruzamento de dados feito pelo Estadão/Broadcast leva em conta as cidades em que o PT tem pré-candidatos a prefeito lançados. Como a campanha eleitoral só começa formalmente em agosto e as convenções partidárias se iniciaram neste mês, é possível que novos candidatos surjam ou que a legenda decida por retirar pré-candidaturas em prol de um aliado local.

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Petistas estão à frente nas corridas pelas seguintes prefeituras:

- Porto Alegre (RS), com a deputada federal Maria do Rosário;

- Nova Iguaçu (RJ), com o pré-candidato Tuninho da Padaria;

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- Teresina (PI), com o deputado estadual Fábio Novo;

- Uberlândia (MG), com a deputada federal Dandara Tonantzin;

- Contagem (MG), com a atual prefeita, Marília Campos, que disputa a reeleição;

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- Juiz de Fora (MG), com a atual prefeita, Margarida Salomão, que também disputa a reeleição;

- Anápolis (GO), com o deputado estadual Antônio Gomide;

- Camaçari (BA), com o ex-deputado federal e ex-prefeito Luiz Caetano.

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O levantamento foi feito com base em pesquisas eleitorais realizadas de março a julho e registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por faltar mais de dois meses para o primeiro turno das eleições, 26 dos 103 municípios não têm nenhum monitoramento do cenário eleitoral desde o início deste ano - com destaque para Boa Vista (RR), única capital em que não há pesquisas registradas até o momento.

O PL lidera os levantamentos nas seguintes cidades:

- Belém, com o deputado federal bolsonarista Éder Mauro;

- Maceió, com o prefeito JHC que é franco favorito à reeleição;

- Aracaju, com a vereadora Emília Corrêa que saiu na frente nas pesquisas de intenção de voto;

- São Gonçalo (RJ), com o atual prefeito Capitão Nelson, que busca reeleição;

- São José dos Campos (SP), com o ex-deputado federal e ex-prefeito Eduardo Cury;

- Santos (SP), com a deputada federal Rosana Valle;

- Aparecida de Goiânia (GO), com o deputado federal Alcides Ribeiro;

- Santarém (PA), com o vereador Juscelino Kubitschek Campos;

- Suzano (SP), com o vereador Pedro Ishi.

Além do desempenho próprio bom em algumas cidades, o PL conseguiu se aliar a pré-candidatos competitivos em quase 1/5 das principais cidades do País. Políticos competitivos em São Paulo (SP), Salvador (BA), Curitiba (PR), Campinas (SP), Feira de Santana (BA) e São Bernardo do Campo (SP) firmaram apoio com o PL para a disputa eleitoral e lideram as pesquisas eleitorais até o momento.

Apesar de a campanha eleitoral propriamente dita só começar em agosto, o levantamento indica que o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado federal Valdemar Costa Neto tem conseguido fechar alianças que podem manter o PT afastado das principais prefeituras da Grande São Paulo.

Além de apoiar Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, que lidera as pesquisas, o PL também decidiu entrar na campanha de pré-candidatos do MDB, União Brasil e Cidadania para evitar que o partido do presidente Lula volte a ganhar tração na região, um dos berços do petismo. Com essa estratégia da oposição, nenhum pré-candidato do PT lidera as pesquisas de intenção de voto nessas prefeituras.

PT cede espaços a aliados nas maiores cidades

O PT tenta recuperar espaço no comando das principais cidades do País depois dos fracassos registrados em 2016, quando a ex-presidente Dilma Rousseff foi cassada, e em 2020. No ano do impeachment de Dilma, a legenda conseguiu eleger apenas um prefeito nas principais cidades do País. Marcus Alexandre (hoje no MDB e antes no PT) foi reeleito, à época, como prefeito de Rio Branco, capital do Acre.

Depois de uma tentativa malsucedida de se eleger governador do Estado em 2018, Alexandre tenta novamente se eleger para a prefeitura da capital do Acre, desta vez pelo MDB e com o apoio do PT. Em 2020, apesar de ter aumentado o número de eleitos no total (foi de um para quatro), o Partido dos Trabalhadores ficou fora do comando das capitais dos Estados pela primeira vez desde a redemocratização.

O levantamento mostra que o PT buscou, nos 15 maiores centros, candidaturas competitivas junto a partidos aliados. Nessas 15 maiores cidades - que incluem São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador, por exemplo - , o partido de Lula não será cabeça de chapa em oito delas - incluindo a capital paulista, onde o PT teve candidatos em todas as eleições desde a redemocratização.

As oito cidades onde o PT não tem candidato próprio, mas cede apoio a outras siglas são:

- Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo (SP);

- Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro (RJ);

- Geraldo Júnior (MDB) em Salvador (BA);

- Luciano Ducci (PSB) em Curitiba (PR);

- João Campos (PSB) em Recife (PE);

- Edmilson Rodrigues (PSOL) em Belém (PA);

- Duarte Júnior (PSB) em São Luís (MA);

- Zito (PV) em Duque de Caxias (RJ).

O PSB e o PV são os dois partidos que mais terão o apoio do PT nas 103 maiores cidades do País. Cada uma dessas siglas será apoiada pelo PT em cinco cidades. No caso do PSB, as alianças se darão principalmente em capitais, o que indica a importância da parceria entre as duas legendas, que se reaproximaram com a chapa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin.

O PSB de Alckmin terá o apoio do PT em três capitais -Recife, São Luís e Curitiba - e em cidades importantes no Sudeste - Jundiaí, em São Paulo, e Petrópolis, no Rio.

No caso do PV, esses apoios demonstram uma aproximação do PT com a legenda com a qual está federada desde 2022. Além das duas siglas, o PCdoB também faz parte da federação partidária. Os comunistas, porém, só contam com o apoio petista em duas das 103 maiores cidades.

União terá mais apoio do PL do que do PT

O União Brasil, partido com ministros no governo federal, terá mais apoio do PL do que do PT nas eleições para a prefeito das principais cidades do Brasil. O PL, de Jair Bolsonaro, abriu mão de apresentar pré-candidatos a prefeitos para apoiar políticos do União Brasil em oito cidades - as principais delas, Salvador (BA) e Natal (RN).

O PT apoiará um pré-candidato do União Brasil em apenas um município: Parauapebas, no Pará, que chegou a pouco mais de 200 mil eleitores e poderá ter um segundo turno pela primeira vez em sua história. Lá, os petistas estarão junto de Rafael Ribeiro, pré-candidato do União Brasil que, de acordo pesquisa da empresa DOXA divulgada em julho, figura na segunda posição nas intenções de voto.

Desde o início do governo, o União vive uma situação de vaivém com a administração petista. Apesar de ocupar dois ministérios - e de um político da sigla ter indicado um terceiro ministro -, a legenda evita se classificar oficialmente como base de apoio ao Palácio do Planalto e não chega perto de entregar todos os votos da bancada em algumas pautas de interesse do governo no Congresso - os ministros filiados ao União são Celso Sabino, do Turismo, e Juscelino Filho, das Comunicações; o titular da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, foi uma indicação do senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Qual a importância dessas 103 cidades?

O conjunto das 103 maiores cidades do País reúne aquelas com mais de 200 mil eleitores. Nesses municípios, estão concentrados 60,5 milhões dos 155 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar neste ano. Os resultados eleitorais nessas prefeituras são importantes pela influência que os eleitos adquirem e porque indicam como o eleitorado tem se guiado nos principais centros urbanos do Brasil. Porém, não necessariamente, o resultado das eleições municipais tem impacto direto nas eleições para presidente, governador, deputados e senadores.

Em 2016, por exemplo, o PSDB foi o maior vencedor do pleito marcado pelo processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Dois anos depois, a legenda perdeu relevância para o bolsonarismo. A eleição de 2016, no entanto, deu mostras do sentimento de antipetismo e de antissistema (como na vitória de João Doria, um dito outsider da política, em São Paulo) que permeariam a votação de 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito.

BRASÍLIA - A disputa pelo direito de ocupar a cadeira de prefeito a partir de janeiro de 2025 nas 103 maiores cidades do País reforça o embate político do atual presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com seu antecessor Jair Bolsonaro. Enquanto o PT de Lula deve lançar candidatos em 68 municípios, o PL já tem pré-candidatos em 62.

As 103 maiores cidades do Brasil têm mais de 200 mil eleitores, o que, segundo a lei eleitoral, obriga a realização de um segundo turno, caso o vencedor na primeira rodada não obtenha a maioria dos votos válidos.

Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram o número de filiados antes das eleições municipais de 2024. Foto: Wilton Junior/Estadão

Segundo levantamento do Broadcast/Estadão, o PL lidera a disputa eleitoral em nove das 103 cidades. As pré-candidaturas de outros partidos que contam com o apoio da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro lideram em 19 cidades - totalizando 28 prefeituras em que aliados de Bolsonaro são favoritos para serem eleitos.

Já os candidatos filiados ao PT lideram em oito dessas cidades. Em outras cinco, pré-candidatos aos quais o partido está aliado estão, numericamente, à frente na disputa.

O cruzamento de dados feito pelo Estadão/Broadcast leva em conta as cidades em que o PT tem pré-candidatos a prefeito lançados. Como a campanha eleitoral só começa formalmente em agosto e as convenções partidárias se iniciaram neste mês, é possível que novos candidatos surjam ou que a legenda decida por retirar pré-candidaturas em prol de um aliado local.

Petistas estão à frente nas corridas pelas seguintes prefeituras:

- Porto Alegre (RS), com a deputada federal Maria do Rosário;

- Nova Iguaçu (RJ), com o pré-candidato Tuninho da Padaria;

- Teresina (PI), com o deputado estadual Fábio Novo;

- Uberlândia (MG), com a deputada federal Dandara Tonantzin;

- Contagem (MG), com a atual prefeita, Marília Campos, que disputa a reeleição;

- Juiz de Fora (MG), com a atual prefeita, Margarida Salomão, que também disputa a reeleição;

- Anápolis (GO), com o deputado estadual Antônio Gomide;

- Camaçari (BA), com o ex-deputado federal e ex-prefeito Luiz Caetano.

O levantamento foi feito com base em pesquisas eleitorais realizadas de março a julho e registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por faltar mais de dois meses para o primeiro turno das eleições, 26 dos 103 municípios não têm nenhum monitoramento do cenário eleitoral desde o início deste ano - com destaque para Boa Vista (RR), única capital em que não há pesquisas registradas até o momento.

O PL lidera os levantamentos nas seguintes cidades:

- Belém, com o deputado federal bolsonarista Éder Mauro;

- Maceió, com o prefeito JHC que é franco favorito à reeleição;

- Aracaju, com a vereadora Emília Corrêa que saiu na frente nas pesquisas de intenção de voto;

- São Gonçalo (RJ), com o atual prefeito Capitão Nelson, que busca reeleição;

- São José dos Campos (SP), com o ex-deputado federal e ex-prefeito Eduardo Cury;

- Santos (SP), com a deputada federal Rosana Valle;

- Aparecida de Goiânia (GO), com o deputado federal Alcides Ribeiro;

- Santarém (PA), com o vereador Juscelino Kubitschek Campos;

- Suzano (SP), com o vereador Pedro Ishi.

Além do desempenho próprio bom em algumas cidades, o PL conseguiu se aliar a pré-candidatos competitivos em quase 1/5 das principais cidades do País. Políticos competitivos em São Paulo (SP), Salvador (BA), Curitiba (PR), Campinas (SP), Feira de Santana (BA) e São Bernardo do Campo (SP) firmaram apoio com o PL para a disputa eleitoral e lideram as pesquisas eleitorais até o momento.

Apesar de a campanha eleitoral propriamente dita só começar em agosto, o levantamento indica que o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado federal Valdemar Costa Neto tem conseguido fechar alianças que podem manter o PT afastado das principais prefeituras da Grande São Paulo.

Além de apoiar Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, que lidera as pesquisas, o PL também decidiu entrar na campanha de pré-candidatos do MDB, União Brasil e Cidadania para evitar que o partido do presidente Lula volte a ganhar tração na região, um dos berços do petismo. Com essa estratégia da oposição, nenhum pré-candidato do PT lidera as pesquisas de intenção de voto nessas prefeituras.

PT cede espaços a aliados nas maiores cidades

O PT tenta recuperar espaço no comando das principais cidades do País depois dos fracassos registrados em 2016, quando a ex-presidente Dilma Rousseff foi cassada, e em 2020. No ano do impeachment de Dilma, a legenda conseguiu eleger apenas um prefeito nas principais cidades do País. Marcus Alexandre (hoje no MDB e antes no PT) foi reeleito, à época, como prefeito de Rio Branco, capital do Acre.

Depois de uma tentativa malsucedida de se eleger governador do Estado em 2018, Alexandre tenta novamente se eleger para a prefeitura da capital do Acre, desta vez pelo MDB e com o apoio do PT. Em 2020, apesar de ter aumentado o número de eleitos no total (foi de um para quatro), o Partido dos Trabalhadores ficou fora do comando das capitais dos Estados pela primeira vez desde a redemocratização.

O levantamento mostra que o PT buscou, nos 15 maiores centros, candidaturas competitivas junto a partidos aliados. Nessas 15 maiores cidades - que incluem São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador, por exemplo - , o partido de Lula não será cabeça de chapa em oito delas - incluindo a capital paulista, onde o PT teve candidatos em todas as eleições desde a redemocratização.

As oito cidades onde o PT não tem candidato próprio, mas cede apoio a outras siglas são:

- Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo (SP);

- Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro (RJ);

- Geraldo Júnior (MDB) em Salvador (BA);

- Luciano Ducci (PSB) em Curitiba (PR);

- João Campos (PSB) em Recife (PE);

- Edmilson Rodrigues (PSOL) em Belém (PA);

- Duarte Júnior (PSB) em São Luís (MA);

- Zito (PV) em Duque de Caxias (RJ).

O PSB e o PV são os dois partidos que mais terão o apoio do PT nas 103 maiores cidades do País. Cada uma dessas siglas será apoiada pelo PT em cinco cidades. No caso do PSB, as alianças se darão principalmente em capitais, o que indica a importância da parceria entre as duas legendas, que se reaproximaram com a chapa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin.

O PSB de Alckmin terá o apoio do PT em três capitais -Recife, São Luís e Curitiba - e em cidades importantes no Sudeste - Jundiaí, em São Paulo, e Petrópolis, no Rio.

No caso do PV, esses apoios demonstram uma aproximação do PT com a legenda com a qual está federada desde 2022. Além das duas siglas, o PCdoB também faz parte da federação partidária. Os comunistas, porém, só contam com o apoio petista em duas das 103 maiores cidades.

União terá mais apoio do PL do que do PT

O União Brasil, partido com ministros no governo federal, terá mais apoio do PL do que do PT nas eleições para a prefeito das principais cidades do Brasil. O PL, de Jair Bolsonaro, abriu mão de apresentar pré-candidatos a prefeitos para apoiar políticos do União Brasil em oito cidades - as principais delas, Salvador (BA) e Natal (RN).

O PT apoiará um pré-candidato do União Brasil em apenas um município: Parauapebas, no Pará, que chegou a pouco mais de 200 mil eleitores e poderá ter um segundo turno pela primeira vez em sua história. Lá, os petistas estarão junto de Rafael Ribeiro, pré-candidato do União Brasil que, de acordo pesquisa da empresa DOXA divulgada em julho, figura na segunda posição nas intenções de voto.

Desde o início do governo, o União vive uma situação de vaivém com a administração petista. Apesar de ocupar dois ministérios - e de um político da sigla ter indicado um terceiro ministro -, a legenda evita se classificar oficialmente como base de apoio ao Palácio do Planalto e não chega perto de entregar todos os votos da bancada em algumas pautas de interesse do governo no Congresso - os ministros filiados ao União são Celso Sabino, do Turismo, e Juscelino Filho, das Comunicações; o titular da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, foi uma indicação do senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Qual a importância dessas 103 cidades?

O conjunto das 103 maiores cidades do País reúne aquelas com mais de 200 mil eleitores. Nesses municípios, estão concentrados 60,5 milhões dos 155 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar neste ano. Os resultados eleitorais nessas prefeituras são importantes pela influência que os eleitos adquirem e porque indicam como o eleitorado tem se guiado nos principais centros urbanos do Brasil. Porém, não necessariamente, o resultado das eleições municipais tem impacto direto nas eleições para presidente, governador, deputados e senadores.

Em 2016, por exemplo, o PSDB foi o maior vencedor do pleito marcado pelo processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Dois anos depois, a legenda perdeu relevância para o bolsonarismo. A eleição de 2016, no entanto, deu mostras do sentimento de antipetismo e de antissistema (como na vitória de João Doria, um dito outsider da política, em São Paulo) que permeariam a votação de 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito.

BRASÍLIA - A disputa pelo direito de ocupar a cadeira de prefeito a partir de janeiro de 2025 nas 103 maiores cidades do País reforça o embate político do atual presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com seu antecessor Jair Bolsonaro. Enquanto o PT de Lula deve lançar candidatos em 68 municípios, o PL já tem pré-candidatos em 62.

As 103 maiores cidades do Brasil têm mais de 200 mil eleitores, o que, segundo a lei eleitoral, obriga a realização de um segundo turno, caso o vencedor na primeira rodada não obtenha a maioria dos votos válidos.

Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram o número de filiados antes das eleições municipais de 2024. Foto: Wilton Junior/Estadão

Segundo levantamento do Broadcast/Estadão, o PL lidera a disputa eleitoral em nove das 103 cidades. As pré-candidaturas de outros partidos que contam com o apoio da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro lideram em 19 cidades - totalizando 28 prefeituras em que aliados de Bolsonaro são favoritos para serem eleitos.

Já os candidatos filiados ao PT lideram em oito dessas cidades. Em outras cinco, pré-candidatos aos quais o partido está aliado estão, numericamente, à frente na disputa.

O cruzamento de dados feito pelo Estadão/Broadcast leva em conta as cidades em que o PT tem pré-candidatos a prefeito lançados. Como a campanha eleitoral só começa formalmente em agosto e as convenções partidárias se iniciaram neste mês, é possível que novos candidatos surjam ou que a legenda decida por retirar pré-candidaturas em prol de um aliado local.

Petistas estão à frente nas corridas pelas seguintes prefeituras:

- Porto Alegre (RS), com a deputada federal Maria do Rosário;

- Nova Iguaçu (RJ), com o pré-candidato Tuninho da Padaria;

- Teresina (PI), com o deputado estadual Fábio Novo;

- Uberlândia (MG), com a deputada federal Dandara Tonantzin;

- Contagem (MG), com a atual prefeita, Marília Campos, que disputa a reeleição;

- Juiz de Fora (MG), com a atual prefeita, Margarida Salomão, que também disputa a reeleição;

- Anápolis (GO), com o deputado estadual Antônio Gomide;

- Camaçari (BA), com o ex-deputado federal e ex-prefeito Luiz Caetano.

O levantamento foi feito com base em pesquisas eleitorais realizadas de março a julho e registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por faltar mais de dois meses para o primeiro turno das eleições, 26 dos 103 municípios não têm nenhum monitoramento do cenário eleitoral desde o início deste ano - com destaque para Boa Vista (RR), única capital em que não há pesquisas registradas até o momento.

O PL lidera os levantamentos nas seguintes cidades:

- Belém, com o deputado federal bolsonarista Éder Mauro;

- Maceió, com o prefeito JHC que é franco favorito à reeleição;

- Aracaju, com a vereadora Emília Corrêa que saiu na frente nas pesquisas de intenção de voto;

- São Gonçalo (RJ), com o atual prefeito Capitão Nelson, que busca reeleição;

- São José dos Campos (SP), com o ex-deputado federal e ex-prefeito Eduardo Cury;

- Santos (SP), com a deputada federal Rosana Valle;

- Aparecida de Goiânia (GO), com o deputado federal Alcides Ribeiro;

- Santarém (PA), com o vereador Juscelino Kubitschek Campos;

- Suzano (SP), com o vereador Pedro Ishi.

Além do desempenho próprio bom em algumas cidades, o PL conseguiu se aliar a pré-candidatos competitivos em quase 1/5 das principais cidades do País. Políticos competitivos em São Paulo (SP), Salvador (BA), Curitiba (PR), Campinas (SP), Feira de Santana (BA) e São Bernardo do Campo (SP) firmaram apoio com o PL para a disputa eleitoral e lideram as pesquisas eleitorais até o momento.

Apesar de a campanha eleitoral propriamente dita só começar em agosto, o levantamento indica que o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado federal Valdemar Costa Neto tem conseguido fechar alianças que podem manter o PT afastado das principais prefeituras da Grande São Paulo.

Além de apoiar Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, que lidera as pesquisas, o PL também decidiu entrar na campanha de pré-candidatos do MDB, União Brasil e Cidadania para evitar que o partido do presidente Lula volte a ganhar tração na região, um dos berços do petismo. Com essa estratégia da oposição, nenhum pré-candidato do PT lidera as pesquisas de intenção de voto nessas prefeituras.

PT cede espaços a aliados nas maiores cidades

O PT tenta recuperar espaço no comando das principais cidades do País depois dos fracassos registrados em 2016, quando a ex-presidente Dilma Rousseff foi cassada, e em 2020. No ano do impeachment de Dilma, a legenda conseguiu eleger apenas um prefeito nas principais cidades do País. Marcus Alexandre (hoje no MDB e antes no PT) foi reeleito, à época, como prefeito de Rio Branco, capital do Acre.

Depois de uma tentativa malsucedida de se eleger governador do Estado em 2018, Alexandre tenta novamente se eleger para a prefeitura da capital do Acre, desta vez pelo MDB e com o apoio do PT. Em 2020, apesar de ter aumentado o número de eleitos no total (foi de um para quatro), o Partido dos Trabalhadores ficou fora do comando das capitais dos Estados pela primeira vez desde a redemocratização.

O levantamento mostra que o PT buscou, nos 15 maiores centros, candidaturas competitivas junto a partidos aliados. Nessas 15 maiores cidades - que incluem São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador, por exemplo - , o partido de Lula não será cabeça de chapa em oito delas - incluindo a capital paulista, onde o PT teve candidatos em todas as eleições desde a redemocratização.

As oito cidades onde o PT não tem candidato próprio, mas cede apoio a outras siglas são:

- Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo (SP);

- Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro (RJ);

- Geraldo Júnior (MDB) em Salvador (BA);

- Luciano Ducci (PSB) em Curitiba (PR);

- João Campos (PSB) em Recife (PE);

- Edmilson Rodrigues (PSOL) em Belém (PA);

- Duarte Júnior (PSB) em São Luís (MA);

- Zito (PV) em Duque de Caxias (RJ).

O PSB e o PV são os dois partidos que mais terão o apoio do PT nas 103 maiores cidades do País. Cada uma dessas siglas será apoiada pelo PT em cinco cidades. No caso do PSB, as alianças se darão principalmente em capitais, o que indica a importância da parceria entre as duas legendas, que se reaproximaram com a chapa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin.

O PSB de Alckmin terá o apoio do PT em três capitais -Recife, São Luís e Curitiba - e em cidades importantes no Sudeste - Jundiaí, em São Paulo, e Petrópolis, no Rio.

No caso do PV, esses apoios demonstram uma aproximação do PT com a legenda com a qual está federada desde 2022. Além das duas siglas, o PCdoB também faz parte da federação partidária. Os comunistas, porém, só contam com o apoio petista em duas das 103 maiores cidades.

União terá mais apoio do PL do que do PT

O União Brasil, partido com ministros no governo federal, terá mais apoio do PL do que do PT nas eleições para a prefeito das principais cidades do Brasil. O PL, de Jair Bolsonaro, abriu mão de apresentar pré-candidatos a prefeitos para apoiar políticos do União Brasil em oito cidades - as principais delas, Salvador (BA) e Natal (RN).

O PT apoiará um pré-candidato do União Brasil em apenas um município: Parauapebas, no Pará, que chegou a pouco mais de 200 mil eleitores e poderá ter um segundo turno pela primeira vez em sua história. Lá, os petistas estarão junto de Rafael Ribeiro, pré-candidato do União Brasil que, de acordo pesquisa da empresa DOXA divulgada em julho, figura na segunda posição nas intenções de voto.

Desde o início do governo, o União vive uma situação de vaivém com a administração petista. Apesar de ocupar dois ministérios - e de um político da sigla ter indicado um terceiro ministro -, a legenda evita se classificar oficialmente como base de apoio ao Palácio do Planalto e não chega perto de entregar todos os votos da bancada em algumas pautas de interesse do governo no Congresso - os ministros filiados ao União são Celso Sabino, do Turismo, e Juscelino Filho, das Comunicações; o titular da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, foi uma indicação do senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Qual a importância dessas 103 cidades?

O conjunto das 103 maiores cidades do País reúne aquelas com mais de 200 mil eleitores. Nesses municípios, estão concentrados 60,5 milhões dos 155 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar neste ano. Os resultados eleitorais nessas prefeituras são importantes pela influência que os eleitos adquirem e porque indicam como o eleitorado tem se guiado nos principais centros urbanos do Brasil. Porém, não necessariamente, o resultado das eleições municipais tem impacto direto nas eleições para presidente, governador, deputados e senadores.

Em 2016, por exemplo, o PSDB foi o maior vencedor do pleito marcado pelo processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Dois anos depois, a legenda perdeu relevância para o bolsonarismo. A eleição de 2016, no entanto, deu mostras do sentimento de antipetismo e de antissistema (como na vitória de João Doria, um dito outsider da política, em São Paulo) que permeariam a votação de 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito.

BRASÍLIA - A disputa pelo direito de ocupar a cadeira de prefeito a partir de janeiro de 2025 nas 103 maiores cidades do País reforça o embate político do atual presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com seu antecessor Jair Bolsonaro. Enquanto o PT de Lula deve lançar candidatos em 68 municípios, o PL já tem pré-candidatos em 62.

As 103 maiores cidades do Brasil têm mais de 200 mil eleitores, o que, segundo a lei eleitoral, obriga a realização de um segundo turno, caso o vencedor na primeira rodada não obtenha a maioria dos votos válidos.

Rivais no plano nacional, os partidos de Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aumentaram o número de filiados antes das eleições municipais de 2024. Foto: Wilton Junior/Estadão

Segundo levantamento do Broadcast/Estadão, o PL lidera a disputa eleitoral em nove das 103 cidades. As pré-candidaturas de outros partidos que contam com o apoio da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro lideram em 19 cidades - totalizando 28 prefeituras em que aliados de Bolsonaro são favoritos para serem eleitos.

Já os candidatos filiados ao PT lideram em oito dessas cidades. Em outras cinco, pré-candidatos aos quais o partido está aliado estão, numericamente, à frente na disputa.

O cruzamento de dados feito pelo Estadão/Broadcast leva em conta as cidades em que o PT tem pré-candidatos a prefeito lançados. Como a campanha eleitoral só começa formalmente em agosto e as convenções partidárias se iniciaram neste mês, é possível que novos candidatos surjam ou que a legenda decida por retirar pré-candidaturas em prol de um aliado local.

Petistas estão à frente nas corridas pelas seguintes prefeituras:

- Porto Alegre (RS), com a deputada federal Maria do Rosário;

- Nova Iguaçu (RJ), com o pré-candidato Tuninho da Padaria;

- Teresina (PI), com o deputado estadual Fábio Novo;

- Uberlândia (MG), com a deputada federal Dandara Tonantzin;

- Contagem (MG), com a atual prefeita, Marília Campos, que disputa a reeleição;

- Juiz de Fora (MG), com a atual prefeita, Margarida Salomão, que também disputa a reeleição;

- Anápolis (GO), com o deputado estadual Antônio Gomide;

- Camaçari (BA), com o ex-deputado federal e ex-prefeito Luiz Caetano.

O levantamento foi feito com base em pesquisas eleitorais realizadas de março a julho e registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por faltar mais de dois meses para o primeiro turno das eleições, 26 dos 103 municípios não têm nenhum monitoramento do cenário eleitoral desde o início deste ano - com destaque para Boa Vista (RR), única capital em que não há pesquisas registradas até o momento.

O PL lidera os levantamentos nas seguintes cidades:

- Belém, com o deputado federal bolsonarista Éder Mauro;

- Maceió, com o prefeito JHC que é franco favorito à reeleição;

- Aracaju, com a vereadora Emília Corrêa que saiu na frente nas pesquisas de intenção de voto;

- São Gonçalo (RJ), com o atual prefeito Capitão Nelson, que busca reeleição;

- São José dos Campos (SP), com o ex-deputado federal e ex-prefeito Eduardo Cury;

- Santos (SP), com a deputada federal Rosana Valle;

- Aparecida de Goiânia (GO), com o deputado federal Alcides Ribeiro;

- Santarém (PA), com o vereador Juscelino Kubitschek Campos;

- Suzano (SP), com o vereador Pedro Ishi.

Além do desempenho próprio bom em algumas cidades, o PL conseguiu se aliar a pré-candidatos competitivos em quase 1/5 das principais cidades do País. Políticos competitivos em São Paulo (SP), Salvador (BA), Curitiba (PR), Campinas (SP), Feira de Santana (BA) e São Bernardo do Campo (SP) firmaram apoio com o PL para a disputa eleitoral e lideram as pesquisas eleitorais até o momento.

Apesar de a campanha eleitoral propriamente dita só começar em agosto, o levantamento indica que o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado federal Valdemar Costa Neto tem conseguido fechar alianças que podem manter o PT afastado das principais prefeituras da Grande São Paulo.

Além de apoiar Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo, que lidera as pesquisas, o PL também decidiu entrar na campanha de pré-candidatos do MDB, União Brasil e Cidadania para evitar que o partido do presidente Lula volte a ganhar tração na região, um dos berços do petismo. Com essa estratégia da oposição, nenhum pré-candidato do PT lidera as pesquisas de intenção de voto nessas prefeituras.

PT cede espaços a aliados nas maiores cidades

O PT tenta recuperar espaço no comando das principais cidades do País depois dos fracassos registrados em 2016, quando a ex-presidente Dilma Rousseff foi cassada, e em 2020. No ano do impeachment de Dilma, a legenda conseguiu eleger apenas um prefeito nas principais cidades do País. Marcus Alexandre (hoje no MDB e antes no PT) foi reeleito, à época, como prefeito de Rio Branco, capital do Acre.

Depois de uma tentativa malsucedida de se eleger governador do Estado em 2018, Alexandre tenta novamente se eleger para a prefeitura da capital do Acre, desta vez pelo MDB e com o apoio do PT. Em 2020, apesar de ter aumentado o número de eleitos no total (foi de um para quatro), o Partido dos Trabalhadores ficou fora do comando das capitais dos Estados pela primeira vez desde a redemocratização.

O levantamento mostra que o PT buscou, nos 15 maiores centros, candidaturas competitivas junto a partidos aliados. Nessas 15 maiores cidades - que incluem São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador, por exemplo - , o partido de Lula não será cabeça de chapa em oito delas - incluindo a capital paulista, onde o PT teve candidatos em todas as eleições desde a redemocratização.

As oito cidades onde o PT não tem candidato próprio, mas cede apoio a outras siglas são:

- Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo (SP);

- Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro (RJ);

- Geraldo Júnior (MDB) em Salvador (BA);

- Luciano Ducci (PSB) em Curitiba (PR);

- João Campos (PSB) em Recife (PE);

- Edmilson Rodrigues (PSOL) em Belém (PA);

- Duarte Júnior (PSB) em São Luís (MA);

- Zito (PV) em Duque de Caxias (RJ).

O PSB e o PV são os dois partidos que mais terão o apoio do PT nas 103 maiores cidades do País. Cada uma dessas siglas será apoiada pelo PT em cinco cidades. No caso do PSB, as alianças se darão principalmente em capitais, o que indica a importância da parceria entre as duas legendas, que se reaproximaram com a chapa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin.

O PSB de Alckmin terá o apoio do PT em três capitais -Recife, São Luís e Curitiba - e em cidades importantes no Sudeste - Jundiaí, em São Paulo, e Petrópolis, no Rio.

No caso do PV, esses apoios demonstram uma aproximação do PT com a legenda com a qual está federada desde 2022. Além das duas siglas, o PCdoB também faz parte da federação partidária. Os comunistas, porém, só contam com o apoio petista em duas das 103 maiores cidades.

União terá mais apoio do PL do que do PT

O União Brasil, partido com ministros no governo federal, terá mais apoio do PL do que do PT nas eleições para a prefeito das principais cidades do Brasil. O PL, de Jair Bolsonaro, abriu mão de apresentar pré-candidatos a prefeitos para apoiar políticos do União Brasil em oito cidades - as principais delas, Salvador (BA) e Natal (RN).

O PT apoiará um pré-candidato do União Brasil em apenas um município: Parauapebas, no Pará, que chegou a pouco mais de 200 mil eleitores e poderá ter um segundo turno pela primeira vez em sua história. Lá, os petistas estarão junto de Rafael Ribeiro, pré-candidato do União Brasil que, de acordo pesquisa da empresa DOXA divulgada em julho, figura na segunda posição nas intenções de voto.

Desde o início do governo, o União vive uma situação de vaivém com a administração petista. Apesar de ocupar dois ministérios - e de um político da sigla ter indicado um terceiro ministro -, a legenda evita se classificar oficialmente como base de apoio ao Palácio do Planalto e não chega perto de entregar todos os votos da bancada em algumas pautas de interesse do governo no Congresso - os ministros filiados ao União são Celso Sabino, do Turismo, e Juscelino Filho, das Comunicações; o titular da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, foi uma indicação do senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Qual a importância dessas 103 cidades?

O conjunto das 103 maiores cidades do País reúne aquelas com mais de 200 mil eleitores. Nesses municípios, estão concentrados 60,5 milhões dos 155 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar neste ano. Os resultados eleitorais nessas prefeituras são importantes pela influência que os eleitos adquirem e porque indicam como o eleitorado tem se guiado nos principais centros urbanos do Brasil. Porém, não necessariamente, o resultado das eleições municipais tem impacto direto nas eleições para presidente, governador, deputados e senadores.

Em 2016, por exemplo, o PSDB foi o maior vencedor do pleito marcado pelo processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Dois anos depois, a legenda perdeu relevância para o bolsonarismo. A eleição de 2016, no entanto, deu mostras do sentimento de antipetismo e de antissistema (como na vitória de João Doria, um dito outsider da política, em São Paulo) que permeariam a votação de 2018, quando Jair Bolsonaro foi eleito.

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