DJ Alok se junta aos indígenas em Brasília contra aprovação do marco temporal


Músico fez uma defesa da causa e ligou as picapes na Praça dos 3 Poderes; discussão vai à votação no STF

Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA – O encontro de mais de 6 mil indígenas em Brasília, reunidos para protestar contra a aprovação do marco temporal, que vai à votação pelo Supremo Tribunal Federal, passou a contar com a presença do DJ e produtor musical Alok Petrillo.

Alok, que é reconhecido internacionalmente pelo mundo dos DJs, fez uma defesa da causa indígena e ligou as picapes na Praça dos 3 Poderes.

O DJ Alok ao lado de indígenas. Foto: Instagram/Reprodução
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“Primeiro eu quero começar dizendo que é uma enorme satisfação em estar aqui com vocês. Eu estou junto de vocês. Ao longo da minha vida, eu nunca fui profundamente conectado com a cultura indígena, assim como muitos que conviveram comigo. Eu aprendi na minha vida, na escola, uma narrativa totalmente distorcida de um legado colonizador”, declarou Alok, em um palco que foi montado em uma das tendas dos indígenas. “A gente aprende que o Brasil foi descoberto em 1.500, quando ele foi, na verdade, invadido. Os valores são totalmente distorcidos no olhar do colonizador. O que eu descobri foi que, por mais de cem anos, o que vocês fizeram foi socorrer os brancos que chegavam flagelados e doentes."

O DJ citou a passagem que fez em junho, pela aldeia dos Yawanawá, no Acre. No local, ele gravou um álbum inspirado nas origens sonoras dos povos originários. “Fui até a aldeia dos Yawanawá, no Acre. Eu tinha vários olhares de julgamentos e preconceitos. Enquanto eu estava fazendo música para me encaixar na indústria da música, vocês estavam fazendo musica para trazer a cura. Aquilo ressignificou tudo em minha carreira”, disse Alok. “Eu passei a entender a minha relação com a natureza.”

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Nas mãos dos ministros da Corte está a decisão sobre o futuro de 303 demarcações de terras indígenas em andamento no País, um direito fundamental dos povos originários, previsto na Constituição Federal.

O processo vai determinar se cabe ou não aplicar sobre as demarcações novas ou em andamento a regra do “marco temporal”. Trata-se de uma linha de corte. Pelo entendimento do marco temporal, que é defendido por ruralistas, uma terra indígena só poderia ser demarcada se for comprovado que os indígenas estavam sobre a terra requerida na data da promulgação da Constituição, ou seja, no dia 5 de outubro de 1988. Quem estivesse fora da área nesta data ou chegasse depois deste dia, não teria direito a pedir sua demarcação.

Atualmente, o Brasil tem 421 terras indígenas devidamente homologadas, que somam 106,6 milhões de hectares e onde vivem cerca de 466 mil indígenas. Há, porém, outras 303 terras indígenas que ainda não conseguiram obter a homologação presidencial, ou seja, que estão em alguma fase do processo de demarcação, sem que este tenha sido concluído. Essas terras somam 11 milhões de hectares, onde vivem cerca de 197 mil indígenas.

BRASÍLIA – O encontro de mais de 6 mil indígenas em Brasília, reunidos para protestar contra a aprovação do marco temporal, que vai à votação pelo Supremo Tribunal Federal, passou a contar com a presença do DJ e produtor musical Alok Petrillo.

Alok, que é reconhecido internacionalmente pelo mundo dos DJs, fez uma defesa da causa indígena e ligou as picapes na Praça dos 3 Poderes.

O DJ Alok ao lado de indígenas. Foto: Instagram/Reprodução

“Primeiro eu quero começar dizendo que é uma enorme satisfação em estar aqui com vocês. Eu estou junto de vocês. Ao longo da minha vida, eu nunca fui profundamente conectado com a cultura indígena, assim como muitos que conviveram comigo. Eu aprendi na minha vida, na escola, uma narrativa totalmente distorcida de um legado colonizador”, declarou Alok, em um palco que foi montado em uma das tendas dos indígenas. “A gente aprende que o Brasil foi descoberto em 1.500, quando ele foi, na verdade, invadido. Os valores são totalmente distorcidos no olhar do colonizador. O que eu descobri foi que, por mais de cem anos, o que vocês fizeram foi socorrer os brancos que chegavam flagelados e doentes."

O DJ citou a passagem que fez em junho, pela aldeia dos Yawanawá, no Acre. No local, ele gravou um álbum inspirado nas origens sonoras dos povos originários. “Fui até a aldeia dos Yawanawá, no Acre. Eu tinha vários olhares de julgamentos e preconceitos. Enquanto eu estava fazendo música para me encaixar na indústria da música, vocês estavam fazendo musica para trazer a cura. Aquilo ressignificou tudo em minha carreira”, disse Alok. “Eu passei a entender a minha relação com a natureza.”

Nas mãos dos ministros da Corte está a decisão sobre o futuro de 303 demarcações de terras indígenas em andamento no País, um direito fundamental dos povos originários, previsto na Constituição Federal.

O processo vai determinar se cabe ou não aplicar sobre as demarcações novas ou em andamento a regra do “marco temporal”. Trata-se de uma linha de corte. Pelo entendimento do marco temporal, que é defendido por ruralistas, uma terra indígena só poderia ser demarcada se for comprovado que os indígenas estavam sobre a terra requerida na data da promulgação da Constituição, ou seja, no dia 5 de outubro de 1988. Quem estivesse fora da área nesta data ou chegasse depois deste dia, não teria direito a pedir sua demarcação.

Atualmente, o Brasil tem 421 terras indígenas devidamente homologadas, que somam 106,6 milhões de hectares e onde vivem cerca de 466 mil indígenas. Há, porém, outras 303 terras indígenas que ainda não conseguiram obter a homologação presidencial, ou seja, que estão em alguma fase do processo de demarcação, sem que este tenha sido concluído. Essas terras somam 11 milhões de hectares, onde vivem cerca de 197 mil indígenas.

BRASÍLIA – O encontro de mais de 6 mil indígenas em Brasília, reunidos para protestar contra a aprovação do marco temporal, que vai à votação pelo Supremo Tribunal Federal, passou a contar com a presença do DJ e produtor musical Alok Petrillo.

Alok, que é reconhecido internacionalmente pelo mundo dos DJs, fez uma defesa da causa indígena e ligou as picapes na Praça dos 3 Poderes.

O DJ Alok ao lado de indígenas. Foto: Instagram/Reprodução

“Primeiro eu quero começar dizendo que é uma enorme satisfação em estar aqui com vocês. Eu estou junto de vocês. Ao longo da minha vida, eu nunca fui profundamente conectado com a cultura indígena, assim como muitos que conviveram comigo. Eu aprendi na minha vida, na escola, uma narrativa totalmente distorcida de um legado colonizador”, declarou Alok, em um palco que foi montado em uma das tendas dos indígenas. “A gente aprende que o Brasil foi descoberto em 1.500, quando ele foi, na verdade, invadido. Os valores são totalmente distorcidos no olhar do colonizador. O que eu descobri foi que, por mais de cem anos, o que vocês fizeram foi socorrer os brancos que chegavam flagelados e doentes."

O DJ citou a passagem que fez em junho, pela aldeia dos Yawanawá, no Acre. No local, ele gravou um álbum inspirado nas origens sonoras dos povos originários. “Fui até a aldeia dos Yawanawá, no Acre. Eu tinha vários olhares de julgamentos e preconceitos. Enquanto eu estava fazendo música para me encaixar na indústria da música, vocês estavam fazendo musica para trazer a cura. Aquilo ressignificou tudo em minha carreira”, disse Alok. “Eu passei a entender a minha relação com a natureza.”

Nas mãos dos ministros da Corte está a decisão sobre o futuro de 303 demarcações de terras indígenas em andamento no País, um direito fundamental dos povos originários, previsto na Constituição Federal.

O processo vai determinar se cabe ou não aplicar sobre as demarcações novas ou em andamento a regra do “marco temporal”. Trata-se de uma linha de corte. Pelo entendimento do marco temporal, que é defendido por ruralistas, uma terra indígena só poderia ser demarcada se for comprovado que os indígenas estavam sobre a terra requerida na data da promulgação da Constituição, ou seja, no dia 5 de outubro de 1988. Quem estivesse fora da área nesta data ou chegasse depois deste dia, não teria direito a pedir sua demarcação.

Atualmente, o Brasil tem 421 terras indígenas devidamente homologadas, que somam 106,6 milhões de hectares e onde vivem cerca de 466 mil indígenas. Há, porém, outras 303 terras indígenas que ainda não conseguiram obter a homologação presidencial, ou seja, que estão em alguma fase do processo de demarcação, sem que este tenha sido concluído. Essas terras somam 11 milhões de hectares, onde vivem cerca de 197 mil indígenas.

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