O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, afirmou nesta segunda-feira, 7, encarar com tranquilidade as investigações contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre suspeitas de irregularidades na campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), da qual ele foi coordenador financeiro.
"Encaro com tranquilidade de quem cumpriu uma tarefa difícil, quando cheguei lá a investigação (feita na Operação Lava Jato) já ocorria", disse. "O processo de arrecadação ocorreu de forma ética, com critérios morais e seguindo a legislação. Por isso (as contas) foram aprovadas pelo TSE", completou.
Edinho afirmou que as investigações de dois ministros de Dilma - além dele, o da Casa Civil, Aloizio Mercadante - por supostas irregularidades em campanhas políticas "é mais uma demonstração de que as instituições estão funcionando com toda a liberdade de trabalho e apuração". Ele reafirmou ainda ser favorável ao processo de investigação para que a "justiça e a verdade sejam recuperadas" e que a "idoneidade prevaleça diante das acusações".
Delação. O ministro afirmou ainda ser impossível que ele ou outro tesoureiro de campanha não tenham tido contato com o empresário Ricardo Pessoa, da UTC, da campanha de 2014. Em delação premiada na Operação Lava Jato, Pessoa disse ter feito doações a campanhas política com recursos oriundos de propina. O Supremo Tribunal Federal (STF) e a Polícia Federal investigam as denúncias.
"É impossível eu ou outro tesoureiro de campanha não ter tido Contato com o Ricardo Pessoa. Empresário, ele sempre foi, e é de conhecimento nacional, doador de campanha. A campanha da presidente Dilma manteve contato com ele" disse o ministro. "Conversas com empresários não significa que você cometeu irregularidade".
Edinho disse que manteve conversas com dezenas de outros empresários na campanha política e avaliou que o testemunho deles pesará ao seu favor nas investigações. "Conversar com empresários não significa que você cometeu ilegalidades", explicou.
Temer. Edinho Silva fez um gesto de afago ao vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) e o classificou como um aliado "muito correto" e "leal" à presidente Dilma Rousseff (PT). O ministro afirmou que Temer era um símbolo da coalizão partidária de sustento ao governo federal. "O vice-presidente Michel Temer é o maior símbolo dessa união do PT com o PMDB, da construção de um governo de coalizão de muitos partidos", disse o ministro.
Na semana passada, Temer chegou a declarar que governo algum resistiria a três anos e meio com a atual popularidade da presidente Dilma, em 7%, fala que foi considerada "desastrosa" e "assustadora" pelo Planalto. Ontem, a assessoria de Temer divulgou uma nota oficial na qual informa que o vice-presidente descarta qualquer movimento de conspiração. "A hora é de trabalho e de união. Apesar de seu zelo, e atento ao cargo que ocupa, não são poucas as teorias divulgadas de que suas atitudes podem levar à ideia de conspiração", informava trecho da nota.
Para Edinho, a nota de Temer, apesar de não ser necessária, reforça o apoio dado por ele à presidente. "Ele tem sido muito correto com a presidente Dilma, muito leal e tem trabalhado para a construção de um ambiente político para que o Brasil supere as dificuldades. Tem sido muito importante na construção da governabilidade então não precisaria de nota para reforçar tudo isso; os gestos, os atos concretos do Temer falam muito mais do que palavras", concluiu.