O atual secretário de Governo e braço-direito do prefeito Ricardo Nunes (MDB), Edson Aparecido (MDB), vai liderar o grupo de trabalho responsável por avaliar os nomes que vão compor o primeiro escalão do próximo governo.
O grupo deve ter 6 integrantes. Além de Edson Aparecido, a procuradora-geral de São Paulo, Marina Magro Beringhs Martinez; o chefe de gabinete de Nunes, Vitor Sampaio; Fabrício Cobra, chefe da Casa Civil da Prefeitura; João Cury, diretor-presidente da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP); e Elisabete França, secretária municipal de Urbanismo e Licenciamento da gestão Nunes.
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Segundo o prefeito reeleito, o objetivo do grupo será “avaliar o desempenho dos atuais (secretários) e analisar perfis para as novas metas (da próxima gestão)”.
Em entrevista ao Estadão na terça-feira, Nunes afirmou que pretende definir o secretariado de seu segundo mandato em dezembro e deve fazer alterações em relação ao atual secretariado.
O prefeito afirmou que alguns secretários já estão há muito tempo na administração municipal e apresentam sinais de cansaço. Ele também destacou a importância de fazer adequações para atender às metas que a Prefeitura deseja alcançar. Nunes afirmou que busca perfis “técnicos” e, conforme apurado pelo Estadão, pretende nomear pessoas de sua confiança para pastas de orçamento robusto ou de grande relevância, como Saúde e Educação, rejeitando entregá-las a partidos.
Aparecido é um dos aliados mais próximos de Nunes no governo atual. Ex-secretário de Saúde na gestão de Bruno Covas (PSDB), ele foi mantido na pasta após a morte do tucano e só deixou o cargo para disputar uma vaga no Senado Federal em 2022, ocasião em que trocou o PSDB pelo MDB.
Depois de ser derrotado nas urnas, Aparecido retornou à administração municipal como secretário de Governo, consolidando-se como braço-direito do prefeito, atuando não apenas na articulação política da gestão, mas também na viabilização de projetos prioritários para o governo.
Aparecido, que é um dos fundadores do PSDB, acumula vasta experiência política. Foi deputado estadual e federal e atuou em diversas administrações municipais e estaduais, trabalhando ao lado de nomes como os ex-governadores José Serra (PSDB), Geraldo Alckmin (atualmente no PSB), de quem foi chefe da Casa Civil, e João Doria, também ex-tucano. Na campanha eleitoral, Aparecido foi um dos aliados de Nunes que defenderam um distanciamento em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na pandemia de Covid-19, quando estava à frente da pasta de Saúde, Aparecido foi crítico à atuação do então mandatário.
Bolsonarismo no secretariado
Em entrevista ao Estadão, Nunes disse que o bolsonarismo está representado na próxima gestão através do vice-prefeito eleito Ricardo Mello Araújo. O prefeito declarou que o ex-presidente Jair Bolsonaro não pediu nenhuma secretaria e não deve fazer indicações ou sugestões de nomes.
“A gente vai ter o Mello participando bastante ativamente do governo, porque foi eleito, comigo, vice-prefeito. Mas da composição (do secretariado), eu já falei isso e vou reafirmar: eu fiz questão de criar uma grande frente ampla, mas deixar muito claro para todos os presentes partidos que não faria acordo de secretaria comigo. Obviamente, os partidos vão fazer sugestão de nome, de indicação, isso é natural. Mas a escolha vai ser minha”, afirmou o prefeito.
Sobre trazer outro nome de perfil bolsonarista, ele respondeu: “Não. Não tem essa... Pode ser que tenha algum nome pelo perfil técnico. Mas não vai ser assim, “ah porque é bolsonarista” ou qualquer outra (coisa)”, acrescentou.
Reeleito com 59,35% dos votos válidos, Nunes terá o desafio de acomodar mais partidos no primeiro escalão de seu novo governo. O prefeito contou com o apoio de 11 partidos, incluindo o MDB, PL, PP, União Brasil, PSD, Republicanos, Solidariedade, Podemos, Avante, PRD e Mobiliza. Atualmente, a Prefeitura opera com 35 secretarias.