Filhos de Bolsonaro rebatem Zema sobre indiretas para ex-presidente: ‘Insosso e malandro’


Apesar do apoio nas duas últimas eleições, governador mineiro tem feito declarações que mostram intenção de se descolar da imagem de Jair Bolsonaro; Eduardo e Carlos reagiram às falas

Por Isabella Alonso Panho
Atualização:

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) reagiram às recentes declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que demonstram uma tentativa de distanciamento da imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O mineiro pontuou diferenças entre ele e Bolsonaro, em evento na segunda-feira, 25, como a atuação na pandemia de covid-19 e a presença de familiares da política. Também defendeu a “união da direita” em congresso no fim de semana.

No dia 28 de agosto, Jair Bolsonaro recebeu de Romeu Zema o título de cidadão honorário de Minas Gerais  Foto: Luiz Santana-ALMG

A empresários, nesta segunda, o governador justificou a campanha que fez a favor de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e de 2022, dizendo que o apoio se deu por causa do seu antipetismo, e não pela concordância com as ideias do ex-presidente.

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“Em Minas Gerais, apesar de nós termos 320 mil funcionários públicos, eu não tenho nenhum parente. Então, também temos aí uma diferença. Família para lá, negócios e carreiras para cá. São algumas diferenças. Mas eu tenho muito mais proximidade com ele (Bolsonaro) do que com quem governou Minas antes”, acrescentou o governador. A gestão anterior à dele foi do PT.

A declaração foi alvo de críticas dos filhos do ex-presidente. Eles argumentaram que a ascensão política deles ocorreu pela influência do pai, mas que foram eleitos. “‘Vamos unir a direita’, ‘Família para lá, negócios para cá'. A propósito, eu e meus irmãos fomos eleitos (e bem eleitos graças ao Jair Bolsonaro)”, escreveu Eduardo, o filho “03″, no X (antigo Twitter) nesta terça-feira, 26.

“Atacar a família acontece bastante quando não parecem gostar muitos dos seus e acabam usando essa baixeza digna de um malandro com cara de pastel”, disse Carlos, o ”02″, também na rede social, nesta quarta, 27.

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Carlos ainda chamou o governador de Minas de “insosso e malandro” e afirmou que ele “traz consigo uma colocação ardilosa digna de João Doria, aquele que pede desculpas a Lula depois de sempre ter usado Bolsonaro”. Ele se referiu ao pedido de desculpas do ex-governador de São Paulo por falas sobre a prisão do petista.

Zema fez campanha para Bolsonaro tanto em 2018 quanto em 2022 Foto: Presidência da República

No evento na segunda, Zema também lembrou das posturas que adotou durante a pandemia, antagônicas às de Bolsonaro. Zema tomou quatro doses de imunizante contra a covid-19 e incentivou a população de Minas a se vacinar. “Sou de um partido diferente dele (Bolsonaro). Durante a pandemia, tive uma posição totalmente diferente da dele.”

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Eduardo Bolsonaro também rebateu a declaração, com o compartilhamento de uma notícia do Portal R7, de março de 2021, que dizia que lojas da família de Zema ficaram abertas e funcionaram normalmente durante o período do isolamento social.

‘União da direita’

No último sábado, 23, durante um congresso conservador em Belo Horizonte, Zema defendeu a união da direita e foi interrompido por uma pessoa da plateia com discurso antivacina. Fábio Wajngarten, assessor pessoal do ex-presidente, rebateu as declarações do governador nas redes sociais.

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“Bolsonaro vem sendo perseguido desde janeiro de 2023. Não tem nenhuma ligação no meu celular, que está à disposição, 24/7 ligado, de ninguém pregando a união, nem oferecendo solidariedade, nem sugestão, nem nada. É tudo jogo de oportunismo político. Não passarão!”, escreveu nas redes sociais.

No dia seguinte, no mesmo evento, Bolsonaro citou que “a direita sempre esteve unida”. “O que nos falta é cada vez mais acertarmos o nosso norte”, afirmou o ex-presidente, sem citar Zema.

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No final de agosto, o governador mineiro condecorou o ex-presidente, entregando-lhe o título de cidadão honorário de Minas. Os dois dividem o mesmo segmento político, mas nos últimos dias Zema tem protagonizado declarações que sinalizam intenção de se descolar da imagem do ex-presidente. Bolsonaro é investigado em diversas frentes, como nos casos das joias desviadas do acervo da Presidência da República e da falsificação de comprovantes de vacinação, além da trama para se dar um golpe de Estado no Brasil.

Apoio ou distanciamento

Desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível, a direita tem discutido quem pode ser o seu sucessor nas próximas eleições. Apesar de estar fora da disputa, o ex-presidente tem atuado ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, na costura das candidaturas de 2024.

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Jair Bolsonaro e Ricardo Nunes têm se encontrado com certa frequência em São Paulo; PL aposta em aliança com o atual prefeito para as eleições de 2024 Foto: Reprodução/PL

Eles se encontraram diversas vezes com o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que rivaliza as primeiras pesquisas de intenção de voto com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). O PL aposta em uma aliança na candidatura de Nunes enquanto cultiva outros nomes, como o do senador e ex-ministro Marcos Pontes.

No feriado da Independência, data cara ao bolsonarismo, Nunes disse durante um almoço que não é íntimo de Bolsonaro e que aguarda apoio à sua candidatura em 2024 “no tempo” do ex-presidente, afirmando-se como um político de centro. Questionado por um dos presentes, o prefeito disse “Eu, do lado do Bolsonaro?”, frase que gerou mal-estar entre o clã bolsonarista.

Fidelidade em risco

Zema e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, são dois nomes que disputam o espólio do bolsonarismo para as eleições de 2026. A fidelidade com o ex-presidente tem sido colocada em risco porque, além da inelegibilidade, cravada pela Justiça Eleitoral, Bolsonaro está no centro de investigações que têm fechado o cerco em torno dos seus apoiadores.

Entre elas, está o caso das joias sauditas. A Polícia Federal suspeita que ele seja o líder de um esquema internacional de venda de bens de alto valor recebidos em agendas oficiais. O ex-ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid, estava preso desde o começo de maio e foi solto no dia 9 de setembro depois de fechar um acordo de colaboração premiada.

Além da inelegibilidade, investigações em torno de Jair Bolsonaro têm comprometido a fidelidade dos seus apoiadores. Na foto, Mauro Cid deixa a prisão depois de fechar um acordo de colaboração premiada Foto: Wilton Junior/Estadão

Os termos do acordo estão sob sigilo, mas trechos já revelados mostram que Cid falou às autoridades sobre uma reunião que Bolsonaro fez com as Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe de Estado. O ex-presidente tentou acessar o conteúdo da delação, sem sucesso.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) reagiram às recentes declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que demonstram uma tentativa de distanciamento da imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O mineiro pontuou diferenças entre ele e Bolsonaro, em evento na segunda-feira, 25, como a atuação na pandemia de covid-19 e a presença de familiares da política. Também defendeu a “união da direita” em congresso no fim de semana.

No dia 28 de agosto, Jair Bolsonaro recebeu de Romeu Zema o título de cidadão honorário de Minas Gerais  Foto: Luiz Santana-ALMG

A empresários, nesta segunda, o governador justificou a campanha que fez a favor de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e de 2022, dizendo que o apoio se deu por causa do seu antipetismo, e não pela concordância com as ideias do ex-presidente.

“Em Minas Gerais, apesar de nós termos 320 mil funcionários públicos, eu não tenho nenhum parente. Então, também temos aí uma diferença. Família para lá, negócios e carreiras para cá. São algumas diferenças. Mas eu tenho muito mais proximidade com ele (Bolsonaro) do que com quem governou Minas antes”, acrescentou o governador. A gestão anterior à dele foi do PT.

A declaração foi alvo de críticas dos filhos do ex-presidente. Eles argumentaram que a ascensão política deles ocorreu pela influência do pai, mas que foram eleitos. “‘Vamos unir a direita’, ‘Família para lá, negócios para cá'. A propósito, eu e meus irmãos fomos eleitos (e bem eleitos graças ao Jair Bolsonaro)”, escreveu Eduardo, o filho “03″, no X (antigo Twitter) nesta terça-feira, 26.

“Atacar a família acontece bastante quando não parecem gostar muitos dos seus e acabam usando essa baixeza digna de um malandro com cara de pastel”, disse Carlos, o ”02″, também na rede social, nesta quarta, 27.

Carlos ainda chamou o governador de Minas de “insosso e malandro” e afirmou que ele “traz consigo uma colocação ardilosa digna de João Doria, aquele que pede desculpas a Lula depois de sempre ter usado Bolsonaro”. Ele se referiu ao pedido de desculpas do ex-governador de São Paulo por falas sobre a prisão do petista.

Zema fez campanha para Bolsonaro tanto em 2018 quanto em 2022 Foto: Presidência da República

No evento na segunda, Zema também lembrou das posturas que adotou durante a pandemia, antagônicas às de Bolsonaro. Zema tomou quatro doses de imunizante contra a covid-19 e incentivou a população de Minas a se vacinar. “Sou de um partido diferente dele (Bolsonaro). Durante a pandemia, tive uma posição totalmente diferente da dele.”

Eduardo Bolsonaro também rebateu a declaração, com o compartilhamento de uma notícia do Portal R7, de março de 2021, que dizia que lojas da família de Zema ficaram abertas e funcionaram normalmente durante o período do isolamento social.

‘União da direita’

No último sábado, 23, durante um congresso conservador em Belo Horizonte, Zema defendeu a união da direita e foi interrompido por uma pessoa da plateia com discurso antivacina. Fábio Wajngarten, assessor pessoal do ex-presidente, rebateu as declarações do governador nas redes sociais.

“Bolsonaro vem sendo perseguido desde janeiro de 2023. Não tem nenhuma ligação no meu celular, que está à disposição, 24/7 ligado, de ninguém pregando a união, nem oferecendo solidariedade, nem sugestão, nem nada. É tudo jogo de oportunismo político. Não passarão!”, escreveu nas redes sociais.

No dia seguinte, no mesmo evento, Bolsonaro citou que “a direita sempre esteve unida”. “O que nos falta é cada vez mais acertarmos o nosso norte”, afirmou o ex-presidente, sem citar Zema.

No final de agosto, o governador mineiro condecorou o ex-presidente, entregando-lhe o título de cidadão honorário de Minas. Os dois dividem o mesmo segmento político, mas nos últimos dias Zema tem protagonizado declarações que sinalizam intenção de se descolar da imagem do ex-presidente. Bolsonaro é investigado em diversas frentes, como nos casos das joias desviadas do acervo da Presidência da República e da falsificação de comprovantes de vacinação, além da trama para se dar um golpe de Estado no Brasil.

Apoio ou distanciamento

Desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível, a direita tem discutido quem pode ser o seu sucessor nas próximas eleições. Apesar de estar fora da disputa, o ex-presidente tem atuado ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, na costura das candidaturas de 2024.

Jair Bolsonaro e Ricardo Nunes têm se encontrado com certa frequência em São Paulo; PL aposta em aliança com o atual prefeito para as eleições de 2024 Foto: Reprodução/PL

Eles se encontraram diversas vezes com o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que rivaliza as primeiras pesquisas de intenção de voto com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). O PL aposta em uma aliança na candidatura de Nunes enquanto cultiva outros nomes, como o do senador e ex-ministro Marcos Pontes.

No feriado da Independência, data cara ao bolsonarismo, Nunes disse durante um almoço que não é íntimo de Bolsonaro e que aguarda apoio à sua candidatura em 2024 “no tempo” do ex-presidente, afirmando-se como um político de centro. Questionado por um dos presentes, o prefeito disse “Eu, do lado do Bolsonaro?”, frase que gerou mal-estar entre o clã bolsonarista.

Fidelidade em risco

Zema e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, são dois nomes que disputam o espólio do bolsonarismo para as eleições de 2026. A fidelidade com o ex-presidente tem sido colocada em risco porque, além da inelegibilidade, cravada pela Justiça Eleitoral, Bolsonaro está no centro de investigações que têm fechado o cerco em torno dos seus apoiadores.

Entre elas, está o caso das joias sauditas. A Polícia Federal suspeita que ele seja o líder de um esquema internacional de venda de bens de alto valor recebidos em agendas oficiais. O ex-ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid, estava preso desde o começo de maio e foi solto no dia 9 de setembro depois de fechar um acordo de colaboração premiada.

Além da inelegibilidade, investigações em torno de Jair Bolsonaro têm comprometido a fidelidade dos seus apoiadores. Na foto, Mauro Cid deixa a prisão depois de fechar um acordo de colaboração premiada Foto: Wilton Junior/Estadão

Os termos do acordo estão sob sigilo, mas trechos já revelados mostram que Cid falou às autoridades sobre uma reunião que Bolsonaro fez com as Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe de Estado. O ex-presidente tentou acessar o conteúdo da delação, sem sucesso.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) reagiram às recentes declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que demonstram uma tentativa de distanciamento da imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O mineiro pontuou diferenças entre ele e Bolsonaro, em evento na segunda-feira, 25, como a atuação na pandemia de covid-19 e a presença de familiares da política. Também defendeu a “união da direita” em congresso no fim de semana.

No dia 28 de agosto, Jair Bolsonaro recebeu de Romeu Zema o título de cidadão honorário de Minas Gerais  Foto: Luiz Santana-ALMG

A empresários, nesta segunda, o governador justificou a campanha que fez a favor de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e de 2022, dizendo que o apoio se deu por causa do seu antipetismo, e não pela concordância com as ideias do ex-presidente.

“Em Minas Gerais, apesar de nós termos 320 mil funcionários públicos, eu não tenho nenhum parente. Então, também temos aí uma diferença. Família para lá, negócios e carreiras para cá. São algumas diferenças. Mas eu tenho muito mais proximidade com ele (Bolsonaro) do que com quem governou Minas antes”, acrescentou o governador. A gestão anterior à dele foi do PT.

A declaração foi alvo de críticas dos filhos do ex-presidente. Eles argumentaram que a ascensão política deles ocorreu pela influência do pai, mas que foram eleitos. “‘Vamos unir a direita’, ‘Família para lá, negócios para cá'. A propósito, eu e meus irmãos fomos eleitos (e bem eleitos graças ao Jair Bolsonaro)”, escreveu Eduardo, o filho “03″, no X (antigo Twitter) nesta terça-feira, 26.

“Atacar a família acontece bastante quando não parecem gostar muitos dos seus e acabam usando essa baixeza digna de um malandro com cara de pastel”, disse Carlos, o ”02″, também na rede social, nesta quarta, 27.

Carlos ainda chamou o governador de Minas de “insosso e malandro” e afirmou que ele “traz consigo uma colocação ardilosa digna de João Doria, aquele que pede desculpas a Lula depois de sempre ter usado Bolsonaro”. Ele se referiu ao pedido de desculpas do ex-governador de São Paulo por falas sobre a prisão do petista.

Zema fez campanha para Bolsonaro tanto em 2018 quanto em 2022 Foto: Presidência da República

No evento na segunda, Zema também lembrou das posturas que adotou durante a pandemia, antagônicas às de Bolsonaro. Zema tomou quatro doses de imunizante contra a covid-19 e incentivou a população de Minas a se vacinar. “Sou de um partido diferente dele (Bolsonaro). Durante a pandemia, tive uma posição totalmente diferente da dele.”

Eduardo Bolsonaro também rebateu a declaração, com o compartilhamento de uma notícia do Portal R7, de março de 2021, que dizia que lojas da família de Zema ficaram abertas e funcionaram normalmente durante o período do isolamento social.

‘União da direita’

No último sábado, 23, durante um congresso conservador em Belo Horizonte, Zema defendeu a união da direita e foi interrompido por uma pessoa da plateia com discurso antivacina. Fábio Wajngarten, assessor pessoal do ex-presidente, rebateu as declarações do governador nas redes sociais.

“Bolsonaro vem sendo perseguido desde janeiro de 2023. Não tem nenhuma ligação no meu celular, que está à disposição, 24/7 ligado, de ninguém pregando a união, nem oferecendo solidariedade, nem sugestão, nem nada. É tudo jogo de oportunismo político. Não passarão!”, escreveu nas redes sociais.

No dia seguinte, no mesmo evento, Bolsonaro citou que “a direita sempre esteve unida”. “O que nos falta é cada vez mais acertarmos o nosso norte”, afirmou o ex-presidente, sem citar Zema.

No final de agosto, o governador mineiro condecorou o ex-presidente, entregando-lhe o título de cidadão honorário de Minas. Os dois dividem o mesmo segmento político, mas nos últimos dias Zema tem protagonizado declarações que sinalizam intenção de se descolar da imagem do ex-presidente. Bolsonaro é investigado em diversas frentes, como nos casos das joias desviadas do acervo da Presidência da República e da falsificação de comprovantes de vacinação, além da trama para se dar um golpe de Estado no Brasil.

Apoio ou distanciamento

Desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível, a direita tem discutido quem pode ser o seu sucessor nas próximas eleições. Apesar de estar fora da disputa, o ex-presidente tem atuado ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, na costura das candidaturas de 2024.

Jair Bolsonaro e Ricardo Nunes têm se encontrado com certa frequência em São Paulo; PL aposta em aliança com o atual prefeito para as eleições de 2024 Foto: Reprodução/PL

Eles se encontraram diversas vezes com o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que rivaliza as primeiras pesquisas de intenção de voto com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). O PL aposta em uma aliança na candidatura de Nunes enquanto cultiva outros nomes, como o do senador e ex-ministro Marcos Pontes.

No feriado da Independência, data cara ao bolsonarismo, Nunes disse durante um almoço que não é íntimo de Bolsonaro e que aguarda apoio à sua candidatura em 2024 “no tempo” do ex-presidente, afirmando-se como um político de centro. Questionado por um dos presentes, o prefeito disse “Eu, do lado do Bolsonaro?”, frase que gerou mal-estar entre o clã bolsonarista.

Fidelidade em risco

Zema e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, são dois nomes que disputam o espólio do bolsonarismo para as eleições de 2026. A fidelidade com o ex-presidente tem sido colocada em risco porque, além da inelegibilidade, cravada pela Justiça Eleitoral, Bolsonaro está no centro de investigações que têm fechado o cerco em torno dos seus apoiadores.

Entre elas, está o caso das joias sauditas. A Polícia Federal suspeita que ele seja o líder de um esquema internacional de venda de bens de alto valor recebidos em agendas oficiais. O ex-ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid, estava preso desde o começo de maio e foi solto no dia 9 de setembro depois de fechar um acordo de colaboração premiada.

Além da inelegibilidade, investigações em torno de Jair Bolsonaro têm comprometido a fidelidade dos seus apoiadores. Na foto, Mauro Cid deixa a prisão depois de fechar um acordo de colaboração premiada Foto: Wilton Junior/Estadão

Os termos do acordo estão sob sigilo, mas trechos já revelados mostram que Cid falou às autoridades sobre uma reunião que Bolsonaro fez com as Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe de Estado. O ex-presidente tentou acessar o conteúdo da delação, sem sucesso.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) reagiram às recentes declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que demonstram uma tentativa de distanciamento da imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O mineiro pontuou diferenças entre ele e Bolsonaro, em evento na segunda-feira, 25, como a atuação na pandemia de covid-19 e a presença de familiares da política. Também defendeu a “união da direita” em congresso no fim de semana.

No dia 28 de agosto, Jair Bolsonaro recebeu de Romeu Zema o título de cidadão honorário de Minas Gerais  Foto: Luiz Santana-ALMG

A empresários, nesta segunda, o governador justificou a campanha que fez a favor de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e de 2022, dizendo que o apoio se deu por causa do seu antipetismo, e não pela concordância com as ideias do ex-presidente.

“Em Minas Gerais, apesar de nós termos 320 mil funcionários públicos, eu não tenho nenhum parente. Então, também temos aí uma diferença. Família para lá, negócios e carreiras para cá. São algumas diferenças. Mas eu tenho muito mais proximidade com ele (Bolsonaro) do que com quem governou Minas antes”, acrescentou o governador. A gestão anterior à dele foi do PT.

A declaração foi alvo de críticas dos filhos do ex-presidente. Eles argumentaram que a ascensão política deles ocorreu pela influência do pai, mas que foram eleitos. “‘Vamos unir a direita’, ‘Família para lá, negócios para cá'. A propósito, eu e meus irmãos fomos eleitos (e bem eleitos graças ao Jair Bolsonaro)”, escreveu Eduardo, o filho “03″, no X (antigo Twitter) nesta terça-feira, 26.

“Atacar a família acontece bastante quando não parecem gostar muitos dos seus e acabam usando essa baixeza digna de um malandro com cara de pastel”, disse Carlos, o ”02″, também na rede social, nesta quarta, 27.

Carlos ainda chamou o governador de Minas de “insosso e malandro” e afirmou que ele “traz consigo uma colocação ardilosa digna de João Doria, aquele que pede desculpas a Lula depois de sempre ter usado Bolsonaro”. Ele se referiu ao pedido de desculpas do ex-governador de São Paulo por falas sobre a prisão do petista.

Zema fez campanha para Bolsonaro tanto em 2018 quanto em 2022 Foto: Presidência da República

No evento na segunda, Zema também lembrou das posturas que adotou durante a pandemia, antagônicas às de Bolsonaro. Zema tomou quatro doses de imunizante contra a covid-19 e incentivou a população de Minas a se vacinar. “Sou de um partido diferente dele (Bolsonaro). Durante a pandemia, tive uma posição totalmente diferente da dele.”

Eduardo Bolsonaro também rebateu a declaração, com o compartilhamento de uma notícia do Portal R7, de março de 2021, que dizia que lojas da família de Zema ficaram abertas e funcionaram normalmente durante o período do isolamento social.

‘União da direita’

No último sábado, 23, durante um congresso conservador em Belo Horizonte, Zema defendeu a união da direita e foi interrompido por uma pessoa da plateia com discurso antivacina. Fábio Wajngarten, assessor pessoal do ex-presidente, rebateu as declarações do governador nas redes sociais.

“Bolsonaro vem sendo perseguido desde janeiro de 2023. Não tem nenhuma ligação no meu celular, que está à disposição, 24/7 ligado, de ninguém pregando a união, nem oferecendo solidariedade, nem sugestão, nem nada. É tudo jogo de oportunismo político. Não passarão!”, escreveu nas redes sociais.

No dia seguinte, no mesmo evento, Bolsonaro citou que “a direita sempre esteve unida”. “O que nos falta é cada vez mais acertarmos o nosso norte”, afirmou o ex-presidente, sem citar Zema.

No final de agosto, o governador mineiro condecorou o ex-presidente, entregando-lhe o título de cidadão honorário de Minas. Os dois dividem o mesmo segmento político, mas nos últimos dias Zema tem protagonizado declarações que sinalizam intenção de se descolar da imagem do ex-presidente. Bolsonaro é investigado em diversas frentes, como nos casos das joias desviadas do acervo da Presidência da República e da falsificação de comprovantes de vacinação, além da trama para se dar um golpe de Estado no Brasil.

Apoio ou distanciamento

Desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível, a direita tem discutido quem pode ser o seu sucessor nas próximas eleições. Apesar de estar fora da disputa, o ex-presidente tem atuado ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, na costura das candidaturas de 2024.

Jair Bolsonaro e Ricardo Nunes têm se encontrado com certa frequência em São Paulo; PL aposta em aliança com o atual prefeito para as eleições de 2024 Foto: Reprodução/PL

Eles se encontraram diversas vezes com o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que rivaliza as primeiras pesquisas de intenção de voto com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). O PL aposta em uma aliança na candidatura de Nunes enquanto cultiva outros nomes, como o do senador e ex-ministro Marcos Pontes.

No feriado da Independência, data cara ao bolsonarismo, Nunes disse durante um almoço que não é íntimo de Bolsonaro e que aguarda apoio à sua candidatura em 2024 “no tempo” do ex-presidente, afirmando-se como um político de centro. Questionado por um dos presentes, o prefeito disse “Eu, do lado do Bolsonaro?”, frase que gerou mal-estar entre o clã bolsonarista.

Fidelidade em risco

Zema e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, são dois nomes que disputam o espólio do bolsonarismo para as eleições de 2026. A fidelidade com o ex-presidente tem sido colocada em risco porque, além da inelegibilidade, cravada pela Justiça Eleitoral, Bolsonaro está no centro de investigações que têm fechado o cerco em torno dos seus apoiadores.

Entre elas, está o caso das joias sauditas. A Polícia Federal suspeita que ele seja o líder de um esquema internacional de venda de bens de alto valor recebidos em agendas oficiais. O ex-ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid, estava preso desde o começo de maio e foi solto no dia 9 de setembro depois de fechar um acordo de colaboração premiada.

Além da inelegibilidade, investigações em torno de Jair Bolsonaro têm comprometido a fidelidade dos seus apoiadores. Na foto, Mauro Cid deixa a prisão depois de fechar um acordo de colaboração premiada Foto: Wilton Junior/Estadão

Os termos do acordo estão sob sigilo, mas trechos já revelados mostram que Cid falou às autoridades sobre uma reunião que Bolsonaro fez com as Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe de Estado. O ex-presidente tentou acessar o conteúdo da delação, sem sucesso.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) reagiram às recentes declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que demonstram uma tentativa de distanciamento da imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O mineiro pontuou diferenças entre ele e Bolsonaro, em evento na segunda-feira, 25, como a atuação na pandemia de covid-19 e a presença de familiares da política. Também defendeu a “união da direita” em congresso no fim de semana.

No dia 28 de agosto, Jair Bolsonaro recebeu de Romeu Zema o título de cidadão honorário de Minas Gerais  Foto: Luiz Santana-ALMG

A empresários, nesta segunda, o governador justificou a campanha que fez a favor de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e de 2022, dizendo que o apoio se deu por causa do seu antipetismo, e não pela concordância com as ideias do ex-presidente.

“Em Minas Gerais, apesar de nós termos 320 mil funcionários públicos, eu não tenho nenhum parente. Então, também temos aí uma diferença. Família para lá, negócios e carreiras para cá. São algumas diferenças. Mas eu tenho muito mais proximidade com ele (Bolsonaro) do que com quem governou Minas antes”, acrescentou o governador. A gestão anterior à dele foi do PT.

A declaração foi alvo de críticas dos filhos do ex-presidente. Eles argumentaram que a ascensão política deles ocorreu pela influência do pai, mas que foram eleitos. “‘Vamos unir a direita’, ‘Família para lá, negócios para cá'. A propósito, eu e meus irmãos fomos eleitos (e bem eleitos graças ao Jair Bolsonaro)”, escreveu Eduardo, o filho “03″, no X (antigo Twitter) nesta terça-feira, 26.

“Atacar a família acontece bastante quando não parecem gostar muitos dos seus e acabam usando essa baixeza digna de um malandro com cara de pastel”, disse Carlos, o ”02″, também na rede social, nesta quarta, 27.

Carlos ainda chamou o governador de Minas de “insosso e malandro” e afirmou que ele “traz consigo uma colocação ardilosa digna de João Doria, aquele que pede desculpas a Lula depois de sempre ter usado Bolsonaro”. Ele se referiu ao pedido de desculpas do ex-governador de São Paulo por falas sobre a prisão do petista.

Zema fez campanha para Bolsonaro tanto em 2018 quanto em 2022 Foto: Presidência da República

No evento na segunda, Zema também lembrou das posturas que adotou durante a pandemia, antagônicas às de Bolsonaro. Zema tomou quatro doses de imunizante contra a covid-19 e incentivou a população de Minas a se vacinar. “Sou de um partido diferente dele (Bolsonaro). Durante a pandemia, tive uma posição totalmente diferente da dele.”

Eduardo Bolsonaro também rebateu a declaração, com o compartilhamento de uma notícia do Portal R7, de março de 2021, que dizia que lojas da família de Zema ficaram abertas e funcionaram normalmente durante o período do isolamento social.

‘União da direita’

No último sábado, 23, durante um congresso conservador em Belo Horizonte, Zema defendeu a união da direita e foi interrompido por uma pessoa da plateia com discurso antivacina. Fábio Wajngarten, assessor pessoal do ex-presidente, rebateu as declarações do governador nas redes sociais.

“Bolsonaro vem sendo perseguido desde janeiro de 2023. Não tem nenhuma ligação no meu celular, que está à disposição, 24/7 ligado, de ninguém pregando a união, nem oferecendo solidariedade, nem sugestão, nem nada. É tudo jogo de oportunismo político. Não passarão!”, escreveu nas redes sociais.

No dia seguinte, no mesmo evento, Bolsonaro citou que “a direita sempre esteve unida”. “O que nos falta é cada vez mais acertarmos o nosso norte”, afirmou o ex-presidente, sem citar Zema.

No final de agosto, o governador mineiro condecorou o ex-presidente, entregando-lhe o título de cidadão honorário de Minas. Os dois dividem o mesmo segmento político, mas nos últimos dias Zema tem protagonizado declarações que sinalizam intenção de se descolar da imagem do ex-presidente. Bolsonaro é investigado em diversas frentes, como nos casos das joias desviadas do acervo da Presidência da República e da falsificação de comprovantes de vacinação, além da trama para se dar um golpe de Estado no Brasil.

Apoio ou distanciamento

Desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível, a direita tem discutido quem pode ser o seu sucessor nas próximas eleições. Apesar de estar fora da disputa, o ex-presidente tem atuado ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, na costura das candidaturas de 2024.

Jair Bolsonaro e Ricardo Nunes têm se encontrado com certa frequência em São Paulo; PL aposta em aliança com o atual prefeito para as eleições de 2024 Foto: Reprodução/PL

Eles se encontraram diversas vezes com o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que rivaliza as primeiras pesquisas de intenção de voto com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). O PL aposta em uma aliança na candidatura de Nunes enquanto cultiva outros nomes, como o do senador e ex-ministro Marcos Pontes.

No feriado da Independência, data cara ao bolsonarismo, Nunes disse durante um almoço que não é íntimo de Bolsonaro e que aguarda apoio à sua candidatura em 2024 “no tempo” do ex-presidente, afirmando-se como um político de centro. Questionado por um dos presentes, o prefeito disse “Eu, do lado do Bolsonaro?”, frase que gerou mal-estar entre o clã bolsonarista.

Fidelidade em risco

Zema e Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, são dois nomes que disputam o espólio do bolsonarismo para as eleições de 2026. A fidelidade com o ex-presidente tem sido colocada em risco porque, além da inelegibilidade, cravada pela Justiça Eleitoral, Bolsonaro está no centro de investigações que têm fechado o cerco em torno dos seus apoiadores.

Entre elas, está o caso das joias sauditas. A Polícia Federal suspeita que ele seja o líder de um esquema internacional de venda de bens de alto valor recebidos em agendas oficiais. O ex-ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid, estava preso desde o começo de maio e foi solto no dia 9 de setembro depois de fechar um acordo de colaboração premiada.

Além da inelegibilidade, investigações em torno de Jair Bolsonaro têm comprometido a fidelidade dos seus apoiadores. Na foto, Mauro Cid deixa a prisão depois de fechar um acordo de colaboração premiada Foto: Wilton Junior/Estadão

Os termos do acordo estão sob sigilo, mas trechos já revelados mostram que Cid falou às autoridades sobre uma reunião que Bolsonaro fez com as Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe de Estado. O ex-presidente tentou acessar o conteúdo da delação, sem sucesso.

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