Brasília - O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), afirmou na tarde desta segunda-feira, 5, que o partido vai aguardar mais informações quanto a existência de contas bancárias na Suíça em nome do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), além do suposto envolvimento do peemedebista em esquemas de corrupção, já denunciado pela Procuradoia-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal. "Seria leviano da minha parte afirmar que ele está envolvido. O Ministério Público ainda aguarda informações da Suíça e ele tem, por hora, o benefício da dúvida", afirma.
De acordo com Sampaio, o PSDB não deve fazer nenhum movimento que pressione Eduardo Cunha a abandonar o cargo. "Enquanto não houver informações adequadas que comprovem o envolvimento de Cunha, o PSDB vai manter sua posição de apoio ao presidente da casa", declara. O deputado relembrou que Eduardo Cunha não era o candidato do PSDB à presidência da Câmara, mas que o peemedebista construiu uma relação positiva com a oposição. "Temos um comportamento de confiança mútua construída em razão da postura de correção que ele vem adotando com as oposições", explica.
Questionado se o PSDB assumiria uma posição mais ativa e cobraria explicações sobre o envolvimento de Eduardo Cunha em esquemas de corrupção, Sampaio afirmou que essa cobrança já foi feita. "Ele deve explicações, é um dever dele não só com o parlamento, mas com o País. Já falamos com Cunha, mas ele está aguardando as mesmas informações para se manifestar."
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou na última quarta-feira, 30, que o Ministério Público da Suíça enviou ao Brasil os autos de uma investigação sobre Cunha por suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A apuração aponta a existência de contas bancárias em nome de Cunha e de parentes dele no país europeu. O próprio ministério público da Suíça informou que foi notificado por um banco da existência de contas pertencentes ao parlamentar naquele país e abriu investigação contra o deputado em abril deste ano.
Como revelou o Estado, os investigadores suíços apontaram ainda que o presidente da Câmara abriu empresas de fachada para lavar dinheiro. As investigações contra o peemedebista foram encaminhadas ao Brasil pois a Suíça não poderia pedir sua extradição.
O Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preferiu não se manifestar sobre o assunto e manteve as afirmações do comunicado divulgado na última sexta-feira, 2, em que "reitera o teor do seu depoimento prestado a CPI da Petrobrás de forma espontânea". Na época, o peemedebista negou possuir contas no exterior.