Eduardo Leite: PSDB precisa ‘ser a favor de algo e não contra alguém’


Governador gaúcho, que assume a presidência do partido, diz que sigla não pode se apresentar só como ‘nem Lula nem Bolsonaro’

Por Redação

O futuro do PSDB dependerá da capacidade do partido de apresentar à população uma agenda própria, sem ficar refém da estratégia de se apresentar como a alternativa para os eleitores que não gostam nem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem do ex-presidente Jair Bolsonaro. A avaliação é do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que assume nesta quinta-feira, 2, a presidência nacional do partido.

O encolhimento do PSDB, na visão do tucano, é uma “oportunidade” para a reflexão interna que, defende ele, precisa identificar quais segmentos da sociedade estão abertos a se engajar neste projeto. “Essa é nossa tarefa, ao longo dos próximos anos, conseguirmos gerar mobilização a favor de algo e não simplesmente contra alguém. Temos que fazer isso ao longo dos próximos anos para chegar em 2026 com consistência, força política e relevância”, afirmou, em entrevista à TV Estadão.

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Leite, que cogitou deixar o PSDB em 2022 para se candidatar à Presidência, disse que mantém confiança de que existe espaço para uma terceira via. “Não adianta a gente apresentar o partido, o PSDB, o centro, a terceira via, sendo simplesmente ‘nem Lula nem Bolsonaro’”, disse. “Precisamos dizer o que a gente é, mostrar para a população o que a gente defende. E, para isso, vamos ter que promover uma discussão interna, profunda, do conteúdo, da agenda, do programa do PSDB para o país, para que a gente possa saber comunicar”, afirma.

A crise de identidade do PSDB ficou exposta nas eleições de 2022, quando integrantes históricos do partido defenderam voto em Lula no segundo turno, enquanto os representantes do partido no Congresso se aproximaram do bolsonarismo. Leite, que declarou voto em Bolsonaro em 2018 e manteve posição crítica ao ex-presidente nos últimos anos, não declarou em quem votou no ano passado.

A primeira agenda do PSDB, na visão do novo presidente da legenda, deve ser conciliar pautas hoje associadas à esquerda ou à direita. “Eu não acho que tenhamos que optar por ter ou responsabilidade fiscal, com reformas que reduzam a despesa, para que o Estado seja mais enxuto, que privatize, que tenha melhor performance ou então que o Estado seja sensível e indutor de políticas sociais, promoção e inclusão social. Tem que ser as duas coisas”, afirma. Ele também defende que o partido una, a isso, as bandeiras da sustentabilidade e do respeito à diversidade.

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Governador do Rio Grande do Sul e novo presidente do PSDB nacional, Eduardo Leite, em entrevista à TV Estadão. Foto: ALEX SILVA/ ESTADÃO

“Infelizmente o Brasil ficou, na última eleição, tendo que discutir se nós íamos para o século 18 do ponto de vista civilizatório ou se íamos retroceder apenas até a década de 80 do ponto de vista econômico. Eu quero olhar para o futuro, quero andar para frente, não quero andar para trás”, afirma.

Nas eleições para a presidência do Senado realizadas nesta quarta-feira, 1º, parlamentares tucanos apoiaram a candidatura de Rogério Marinho (PL), candidato do bolsonarismo que saiu derrotado. Leite lamentou que o partido não tenha discutido nacionalmente a questão como “estratégia de posicionamento” e minimizou o apoio dos tucanos a Marinho. Os votos, segundo ele, tiveram “caráter eminentemente interno muito mais do que por qualquer tipo de terceiro turno, como estão tentando traduzir”.

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Ele criticou também ataques, no discurso político, ao Supremo Tribunal Federal – uma das plataformas da oposição ao governo no Senado. “Não aceito esta como a condução da política que eu entendo que deva ser feita pelo País”, afirmou.

“O que temos visto acontecer, não apenas no Brasil, é muito mais a tentativa de achar culpados do que soluções”, disse Leite. “Nos países desenvolvidos, oferecem os imigrantes como culpados, daí surgem políticas protecionistas, fechamento de fronteira. No nosso País, como não temos imigrante para colocar a culpa num agente externo, procuram culpados aqui dentro mesmo, então (dizem) ‘a culpa é do STF, a culpa é dos gays, dos negros, das mulheres, do feminismo’”, afirmou o governador. “Isso está errado, porque diz respeito à diversidade da nossa população ou canaliza o ataque para instituições”, disse.

O tucano faz críticas à condução da política econômica de Lula, mas comemora o fato de o debate político ter “voltado para a arena da política”. “Do ponto de vista da atuação política, a relação é mais saudável. A relação com Bolsonaro era na canelada, com agressão constante, ataques aos governadores, ao STF, a tudo que não pensasse como ele”, afirma.

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No ano passado, Leite rivalizou com o ex-governador de São Paulo João Doria pela candidatura à presidência do PSDB. Os rachas na sigla contribuíram para que os tucanos abrissem mão da candidatura própria em defesa do nome de Simone Tebet (MDB). Atual ministra do Planejamento de Lula, Simone e Leite devem, novamente, disputar espaço na corrida presidencial de 2026. “Espero que ela possa contribuir com o que ela apresentou na campanha eleitoral, mas prevejo dificuldades para as contribuições mais arrojadas, porque a visão que mais está presente é uma percepção de que o governo precisa atuar de forma direta em determinados setores”, disse Leite.

O PSDB discute a possibilidade de fusão com o Cidadania, com quem é federado, e de ampliação da federação para incluir o Podemos. “Vamos avançar nessas discussões para ver se isso é conveniente, não apenas do ponto de vista pragmático do número de assentos no congresso, mas do ponto de vista programático”, afirma. A ideia é avançar na discussão com o Podemos nas próximas semanas. Sobre a fusão com o Cidadania, segundo ele, a discussão é de longo prazo. “A federação é uma antessala de uma fusão, é um test-drive”, diz.

O futuro do PSDB dependerá da capacidade do partido de apresentar à população uma agenda própria, sem ficar refém da estratégia de se apresentar como a alternativa para os eleitores que não gostam nem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem do ex-presidente Jair Bolsonaro. A avaliação é do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que assume nesta quinta-feira, 2, a presidência nacional do partido.

O encolhimento do PSDB, na visão do tucano, é uma “oportunidade” para a reflexão interna que, defende ele, precisa identificar quais segmentos da sociedade estão abertos a se engajar neste projeto. “Essa é nossa tarefa, ao longo dos próximos anos, conseguirmos gerar mobilização a favor de algo e não simplesmente contra alguém. Temos que fazer isso ao longo dos próximos anos para chegar em 2026 com consistência, força política e relevância”, afirmou, em entrevista à TV Estadão.

Leite, que cogitou deixar o PSDB em 2022 para se candidatar à Presidência, disse que mantém confiança de que existe espaço para uma terceira via. “Não adianta a gente apresentar o partido, o PSDB, o centro, a terceira via, sendo simplesmente ‘nem Lula nem Bolsonaro’”, disse. “Precisamos dizer o que a gente é, mostrar para a população o que a gente defende. E, para isso, vamos ter que promover uma discussão interna, profunda, do conteúdo, da agenda, do programa do PSDB para o país, para que a gente possa saber comunicar”, afirma.

A crise de identidade do PSDB ficou exposta nas eleições de 2022, quando integrantes históricos do partido defenderam voto em Lula no segundo turno, enquanto os representantes do partido no Congresso se aproximaram do bolsonarismo. Leite, que declarou voto em Bolsonaro em 2018 e manteve posição crítica ao ex-presidente nos últimos anos, não declarou em quem votou no ano passado.

A primeira agenda do PSDB, na visão do novo presidente da legenda, deve ser conciliar pautas hoje associadas à esquerda ou à direita. “Eu não acho que tenhamos que optar por ter ou responsabilidade fiscal, com reformas que reduzam a despesa, para que o Estado seja mais enxuto, que privatize, que tenha melhor performance ou então que o Estado seja sensível e indutor de políticas sociais, promoção e inclusão social. Tem que ser as duas coisas”, afirma. Ele também defende que o partido una, a isso, as bandeiras da sustentabilidade e do respeito à diversidade.

Governador do Rio Grande do Sul e novo presidente do PSDB nacional, Eduardo Leite, em entrevista à TV Estadão. Foto: ALEX SILVA/ ESTADÃO

“Infelizmente o Brasil ficou, na última eleição, tendo que discutir se nós íamos para o século 18 do ponto de vista civilizatório ou se íamos retroceder apenas até a década de 80 do ponto de vista econômico. Eu quero olhar para o futuro, quero andar para frente, não quero andar para trás”, afirma.

Nas eleições para a presidência do Senado realizadas nesta quarta-feira, 1º, parlamentares tucanos apoiaram a candidatura de Rogério Marinho (PL), candidato do bolsonarismo que saiu derrotado. Leite lamentou que o partido não tenha discutido nacionalmente a questão como “estratégia de posicionamento” e minimizou o apoio dos tucanos a Marinho. Os votos, segundo ele, tiveram “caráter eminentemente interno muito mais do que por qualquer tipo de terceiro turno, como estão tentando traduzir”.

Ele criticou também ataques, no discurso político, ao Supremo Tribunal Federal – uma das plataformas da oposição ao governo no Senado. “Não aceito esta como a condução da política que eu entendo que deva ser feita pelo País”, afirmou.

“O que temos visto acontecer, não apenas no Brasil, é muito mais a tentativa de achar culpados do que soluções”, disse Leite. “Nos países desenvolvidos, oferecem os imigrantes como culpados, daí surgem políticas protecionistas, fechamento de fronteira. No nosso País, como não temos imigrante para colocar a culpa num agente externo, procuram culpados aqui dentro mesmo, então (dizem) ‘a culpa é do STF, a culpa é dos gays, dos negros, das mulheres, do feminismo’”, afirmou o governador. “Isso está errado, porque diz respeito à diversidade da nossa população ou canaliza o ataque para instituições”, disse.

O tucano faz críticas à condução da política econômica de Lula, mas comemora o fato de o debate político ter “voltado para a arena da política”. “Do ponto de vista da atuação política, a relação é mais saudável. A relação com Bolsonaro era na canelada, com agressão constante, ataques aos governadores, ao STF, a tudo que não pensasse como ele”, afirma.

No ano passado, Leite rivalizou com o ex-governador de São Paulo João Doria pela candidatura à presidência do PSDB. Os rachas na sigla contribuíram para que os tucanos abrissem mão da candidatura própria em defesa do nome de Simone Tebet (MDB). Atual ministra do Planejamento de Lula, Simone e Leite devem, novamente, disputar espaço na corrida presidencial de 2026. “Espero que ela possa contribuir com o que ela apresentou na campanha eleitoral, mas prevejo dificuldades para as contribuições mais arrojadas, porque a visão que mais está presente é uma percepção de que o governo precisa atuar de forma direta em determinados setores”, disse Leite.

O PSDB discute a possibilidade de fusão com o Cidadania, com quem é federado, e de ampliação da federação para incluir o Podemos. “Vamos avançar nessas discussões para ver se isso é conveniente, não apenas do ponto de vista pragmático do número de assentos no congresso, mas do ponto de vista programático”, afirma. A ideia é avançar na discussão com o Podemos nas próximas semanas. Sobre a fusão com o Cidadania, segundo ele, a discussão é de longo prazo. “A federação é uma antessala de uma fusão, é um test-drive”, diz.

O futuro do PSDB dependerá da capacidade do partido de apresentar à população uma agenda própria, sem ficar refém da estratégia de se apresentar como a alternativa para os eleitores que não gostam nem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem do ex-presidente Jair Bolsonaro. A avaliação é do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que assume nesta quinta-feira, 2, a presidência nacional do partido.

O encolhimento do PSDB, na visão do tucano, é uma “oportunidade” para a reflexão interna que, defende ele, precisa identificar quais segmentos da sociedade estão abertos a se engajar neste projeto. “Essa é nossa tarefa, ao longo dos próximos anos, conseguirmos gerar mobilização a favor de algo e não simplesmente contra alguém. Temos que fazer isso ao longo dos próximos anos para chegar em 2026 com consistência, força política e relevância”, afirmou, em entrevista à TV Estadão.

Leite, que cogitou deixar o PSDB em 2022 para se candidatar à Presidência, disse que mantém confiança de que existe espaço para uma terceira via. “Não adianta a gente apresentar o partido, o PSDB, o centro, a terceira via, sendo simplesmente ‘nem Lula nem Bolsonaro’”, disse. “Precisamos dizer o que a gente é, mostrar para a população o que a gente defende. E, para isso, vamos ter que promover uma discussão interna, profunda, do conteúdo, da agenda, do programa do PSDB para o país, para que a gente possa saber comunicar”, afirma.

A crise de identidade do PSDB ficou exposta nas eleições de 2022, quando integrantes históricos do partido defenderam voto em Lula no segundo turno, enquanto os representantes do partido no Congresso se aproximaram do bolsonarismo. Leite, que declarou voto em Bolsonaro em 2018 e manteve posição crítica ao ex-presidente nos últimos anos, não declarou em quem votou no ano passado.

A primeira agenda do PSDB, na visão do novo presidente da legenda, deve ser conciliar pautas hoje associadas à esquerda ou à direita. “Eu não acho que tenhamos que optar por ter ou responsabilidade fiscal, com reformas que reduzam a despesa, para que o Estado seja mais enxuto, que privatize, que tenha melhor performance ou então que o Estado seja sensível e indutor de políticas sociais, promoção e inclusão social. Tem que ser as duas coisas”, afirma. Ele também defende que o partido una, a isso, as bandeiras da sustentabilidade e do respeito à diversidade.

Governador do Rio Grande do Sul e novo presidente do PSDB nacional, Eduardo Leite, em entrevista à TV Estadão. Foto: ALEX SILVA/ ESTADÃO

“Infelizmente o Brasil ficou, na última eleição, tendo que discutir se nós íamos para o século 18 do ponto de vista civilizatório ou se íamos retroceder apenas até a década de 80 do ponto de vista econômico. Eu quero olhar para o futuro, quero andar para frente, não quero andar para trás”, afirma.

Nas eleições para a presidência do Senado realizadas nesta quarta-feira, 1º, parlamentares tucanos apoiaram a candidatura de Rogério Marinho (PL), candidato do bolsonarismo que saiu derrotado. Leite lamentou que o partido não tenha discutido nacionalmente a questão como “estratégia de posicionamento” e minimizou o apoio dos tucanos a Marinho. Os votos, segundo ele, tiveram “caráter eminentemente interno muito mais do que por qualquer tipo de terceiro turno, como estão tentando traduzir”.

Ele criticou também ataques, no discurso político, ao Supremo Tribunal Federal – uma das plataformas da oposição ao governo no Senado. “Não aceito esta como a condução da política que eu entendo que deva ser feita pelo País”, afirmou.

“O que temos visto acontecer, não apenas no Brasil, é muito mais a tentativa de achar culpados do que soluções”, disse Leite. “Nos países desenvolvidos, oferecem os imigrantes como culpados, daí surgem políticas protecionistas, fechamento de fronteira. No nosso País, como não temos imigrante para colocar a culpa num agente externo, procuram culpados aqui dentro mesmo, então (dizem) ‘a culpa é do STF, a culpa é dos gays, dos negros, das mulheres, do feminismo’”, afirmou o governador. “Isso está errado, porque diz respeito à diversidade da nossa população ou canaliza o ataque para instituições”, disse.

O tucano faz críticas à condução da política econômica de Lula, mas comemora o fato de o debate político ter “voltado para a arena da política”. “Do ponto de vista da atuação política, a relação é mais saudável. A relação com Bolsonaro era na canelada, com agressão constante, ataques aos governadores, ao STF, a tudo que não pensasse como ele”, afirma.

No ano passado, Leite rivalizou com o ex-governador de São Paulo João Doria pela candidatura à presidência do PSDB. Os rachas na sigla contribuíram para que os tucanos abrissem mão da candidatura própria em defesa do nome de Simone Tebet (MDB). Atual ministra do Planejamento de Lula, Simone e Leite devem, novamente, disputar espaço na corrida presidencial de 2026. “Espero que ela possa contribuir com o que ela apresentou na campanha eleitoral, mas prevejo dificuldades para as contribuições mais arrojadas, porque a visão que mais está presente é uma percepção de que o governo precisa atuar de forma direta em determinados setores”, disse Leite.

O PSDB discute a possibilidade de fusão com o Cidadania, com quem é federado, e de ampliação da federação para incluir o Podemos. “Vamos avançar nessas discussões para ver se isso é conveniente, não apenas do ponto de vista pragmático do número de assentos no congresso, mas do ponto de vista programático”, afirma. A ideia é avançar na discussão com o Podemos nas próximas semanas. Sobre a fusão com o Cidadania, segundo ele, a discussão é de longo prazo. “A federação é uma antessala de uma fusão, é um test-drive”, diz.

O futuro do PSDB dependerá da capacidade do partido de apresentar à população uma agenda própria, sem ficar refém da estratégia de se apresentar como a alternativa para os eleitores que não gostam nem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem do ex-presidente Jair Bolsonaro. A avaliação é do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que assume nesta quinta-feira, 2, a presidência nacional do partido.

O encolhimento do PSDB, na visão do tucano, é uma “oportunidade” para a reflexão interna que, defende ele, precisa identificar quais segmentos da sociedade estão abertos a se engajar neste projeto. “Essa é nossa tarefa, ao longo dos próximos anos, conseguirmos gerar mobilização a favor de algo e não simplesmente contra alguém. Temos que fazer isso ao longo dos próximos anos para chegar em 2026 com consistência, força política e relevância”, afirmou, em entrevista à TV Estadão.

Leite, que cogitou deixar o PSDB em 2022 para se candidatar à Presidência, disse que mantém confiança de que existe espaço para uma terceira via. “Não adianta a gente apresentar o partido, o PSDB, o centro, a terceira via, sendo simplesmente ‘nem Lula nem Bolsonaro’”, disse. “Precisamos dizer o que a gente é, mostrar para a população o que a gente defende. E, para isso, vamos ter que promover uma discussão interna, profunda, do conteúdo, da agenda, do programa do PSDB para o país, para que a gente possa saber comunicar”, afirma.

A crise de identidade do PSDB ficou exposta nas eleições de 2022, quando integrantes históricos do partido defenderam voto em Lula no segundo turno, enquanto os representantes do partido no Congresso se aproximaram do bolsonarismo. Leite, que declarou voto em Bolsonaro em 2018 e manteve posição crítica ao ex-presidente nos últimos anos, não declarou em quem votou no ano passado.

A primeira agenda do PSDB, na visão do novo presidente da legenda, deve ser conciliar pautas hoje associadas à esquerda ou à direita. “Eu não acho que tenhamos que optar por ter ou responsabilidade fiscal, com reformas que reduzam a despesa, para que o Estado seja mais enxuto, que privatize, que tenha melhor performance ou então que o Estado seja sensível e indutor de políticas sociais, promoção e inclusão social. Tem que ser as duas coisas”, afirma. Ele também defende que o partido una, a isso, as bandeiras da sustentabilidade e do respeito à diversidade.

Governador do Rio Grande do Sul e novo presidente do PSDB nacional, Eduardo Leite, em entrevista à TV Estadão. Foto: ALEX SILVA/ ESTADÃO

“Infelizmente o Brasil ficou, na última eleição, tendo que discutir se nós íamos para o século 18 do ponto de vista civilizatório ou se íamos retroceder apenas até a década de 80 do ponto de vista econômico. Eu quero olhar para o futuro, quero andar para frente, não quero andar para trás”, afirma.

Nas eleições para a presidência do Senado realizadas nesta quarta-feira, 1º, parlamentares tucanos apoiaram a candidatura de Rogério Marinho (PL), candidato do bolsonarismo que saiu derrotado. Leite lamentou que o partido não tenha discutido nacionalmente a questão como “estratégia de posicionamento” e minimizou o apoio dos tucanos a Marinho. Os votos, segundo ele, tiveram “caráter eminentemente interno muito mais do que por qualquer tipo de terceiro turno, como estão tentando traduzir”.

Ele criticou também ataques, no discurso político, ao Supremo Tribunal Federal – uma das plataformas da oposição ao governo no Senado. “Não aceito esta como a condução da política que eu entendo que deva ser feita pelo País”, afirmou.

“O que temos visto acontecer, não apenas no Brasil, é muito mais a tentativa de achar culpados do que soluções”, disse Leite. “Nos países desenvolvidos, oferecem os imigrantes como culpados, daí surgem políticas protecionistas, fechamento de fronteira. No nosso País, como não temos imigrante para colocar a culpa num agente externo, procuram culpados aqui dentro mesmo, então (dizem) ‘a culpa é do STF, a culpa é dos gays, dos negros, das mulheres, do feminismo’”, afirmou o governador. “Isso está errado, porque diz respeito à diversidade da nossa população ou canaliza o ataque para instituições”, disse.

O tucano faz críticas à condução da política econômica de Lula, mas comemora o fato de o debate político ter “voltado para a arena da política”. “Do ponto de vista da atuação política, a relação é mais saudável. A relação com Bolsonaro era na canelada, com agressão constante, ataques aos governadores, ao STF, a tudo que não pensasse como ele”, afirma.

No ano passado, Leite rivalizou com o ex-governador de São Paulo João Doria pela candidatura à presidência do PSDB. Os rachas na sigla contribuíram para que os tucanos abrissem mão da candidatura própria em defesa do nome de Simone Tebet (MDB). Atual ministra do Planejamento de Lula, Simone e Leite devem, novamente, disputar espaço na corrida presidencial de 2026. “Espero que ela possa contribuir com o que ela apresentou na campanha eleitoral, mas prevejo dificuldades para as contribuições mais arrojadas, porque a visão que mais está presente é uma percepção de que o governo precisa atuar de forma direta em determinados setores”, disse Leite.

O PSDB discute a possibilidade de fusão com o Cidadania, com quem é federado, e de ampliação da federação para incluir o Podemos. “Vamos avançar nessas discussões para ver se isso é conveniente, não apenas do ponto de vista pragmático do número de assentos no congresso, mas do ponto de vista programático”, afirma. A ideia é avançar na discussão com o Podemos nas próximas semanas. Sobre a fusão com o Cidadania, segundo ele, a discussão é de longo prazo. “A federação é uma antessala de uma fusão, é um test-drive”, diz.

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