Eduardo Paes ganha espaço e direita busca nomes com Flávio fora da disputa pela prefeitura do Rio


Com apoio de Lula e sem adversários definidos, prefeito vai atrás de reeleição e quarto mandato; aliados de Bolsonaro debatem alternativas

Por Rayanderson Guerra
Atualização:

RIO – Diante da saída do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) da disputa municipal do Rio, em 2024, a direita busca um nome para enfrentar o prefeito Eduardo Paes (PSD). Com o filho ‘01′ do ex-presidente Jair Bolsonaro fora do páreo, o governador Cláudio Castro ganha força no PL para fazer articulações na corrida pelo comando da segunda maior cidade do País, enquanto nomes mais próximos do clã são lembrados para o pleito.

A Coluna do Estadão mostrou que Bolsonaro esteve no Senado na quinta-feira passada para conversar com o primogênito e convencê-lo de que, politicamente, o melhor é cumprir o atual mandato, que se encerra em 2026. Pesquisas em posse do PL indicam que, se a eleição fosse hoje, Flávio perderia para Paes.

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Flávio Bolsonaro é convencido a ficar no Senado até o fim do mandato. Foto: ADRIANO MACHADO

“Agradeço ao meu líder Jair Bolsonaro pelas palavras e pelo reconhecimento. Seguirei ajudando meu amado Rio de Janeiro e trabalhando por todos os cariocas e fluminenses aqui do Senado Federal”, escreveu Flávio, na quinta, em uma rede social, ao compartilhar uma reportagem que mostra que seu pai o fez desistir do Palácio da Cidade.

A decisão de Bolsonaro de barrar os planos do filho tira de cena um dos principais adversários do atual prefeito na busca pelo quarto mandato à frente da capital fluminense. Enquanto tenta se consolidar como o único nome com aval do Palácio do Planalto, Paes aguarda agora a definição do adversário que representará o bolsonarismo na corrida pela prefeitura.

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Agradeço ao meu líder Jair Bolsonaro pelas palavras e pelo reconhecimento. Seguirei ajudando meu amado Rio de Janeiro e trabalhando por todos os cariocas e fluminenses aqui do Senado Federal

Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador da República

Paes provavelmente enfrentará, à esquerda, um nome do PSOL, que não deve compor sua base de apoio, e, à direita, um representante do espólio bolsonarista na cidade – berço da família na política. Aliados do atual prefeito veem também uma oportunidade para Paes retomar conversas com Castro, em favor de uma coalizão.

As alianças do PL no Estado e a influência do clã Bolsonaro na sigla, porém, tornam pouco provável a hipótese de parceria. A decisão do grupo de Flávio de demovê-lo da candidatura reacende, ainda, disputas internas do PL no Estado.

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Nomes

Tanto o deputado e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL) quanto o general da reserva Walter Braga Netto (PL) – que foi candidato a vice do então presidente na corrida pelo Planalto no ano passado – surgem como alternativas ligadas ao bolsonarismo. No entanto, eles podem ampliar antigos problemas, caso o ex-presidente consiga concorrer novamente ao Planalto.

Apesar de ter sido o segundo deputado mais votado do Rio, Pazuello está associado à política antivacina da gestão Bolsonaro, e Braga Netto fez gestos simpáticos aos acampamentos diante dos quartéis, movimento que antecedeu à tentativa de golpe de 8 de janeiro, em Brasília. São dois temas dos quais o grupo quer se afastar em eleição.

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Pela centro-direita corre o nome do deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ). Aliado de Castro, ele é visto como um político capaz de consolidar uma base com o apoio de União Brasil, Republicanos, PL e MDB – siglas aliadas de Castro. Já o deputado bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ) tenta convencer o partido a lançá-lo. Porém, arranjos internos da cúpula do Diretório Estadual indicam uma composição com o atual governador.

Atrito

A eleição de 2024 também está causando desconforto nas relações entre Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como mostrou a Coluna do Estadão. Pessoas próximas a Valdemar dizem que o ex-presidente tem priorizado amigos, sem pensar na melhor estratégia eleitoral para a legenda.

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Como mostrou o Estadão, os últimos escândalos de corrupção envolvendo a família Bolsonaro afastaram a possibilidade de uma candidatura de Flávio. Nos últimos dias, o grupo político avaliou vários fatores que levaram a esse diagnóstico. Nesse cenário, Paes usa as redes sociais para fustigar os principais rivais.

Obrigado Valdemar! Faço o que eu gosto e acho que tenho o melhor trabalho do mundo: sou prefeito do Rio! Por isso trabalho muito! ‘Cansativo’ deve ser cuidar de terraplanista antivacina!!

Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio, ao comentar declaração de Valdemar Costa Neto (PL)

Diante da afirmação de Valdemar, em entrevista à GloboNews, na terça-feira passada, de que Flávio poderia ser um sucessor de Bolsonaro em eleição presidencial, o prefeito do Rio ironizou: “Obrigado Valdemar! Faço o que eu gosto e acho que tenho o melhor trabalho do mundo: sou prefeito do Rio! Por isso trabalho muito! ‘Cansativo’ deve ser cuidar de terraplanista antivacina!! Cuidar do Rio é revigorante!”, escreveu. “Tá tudo joia!”, acrescentou, em alusão ao caso das joias da Arábia Saudita, revelado pelo Estadão.

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Em outra frente, Paes insiste em se associar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu avisei que o homem gostava e faria de tudo para ajudar o Rio! Tá aí! Valeu, Lula”, escreveu o prefeito, após a capital fluminense ser anunciada como a sede da cúpula do G-20 em 2024. Paes conta com o apoio de Lula, e o embarque do PT no governo municipal foi aprovado pelos Diretórios Municipal e Estadual da legenda.

RIO – Diante da saída do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) da disputa municipal do Rio, em 2024, a direita busca um nome para enfrentar o prefeito Eduardo Paes (PSD). Com o filho ‘01′ do ex-presidente Jair Bolsonaro fora do páreo, o governador Cláudio Castro ganha força no PL para fazer articulações na corrida pelo comando da segunda maior cidade do País, enquanto nomes mais próximos do clã são lembrados para o pleito.

A Coluna do Estadão mostrou que Bolsonaro esteve no Senado na quinta-feira passada para conversar com o primogênito e convencê-lo de que, politicamente, o melhor é cumprir o atual mandato, que se encerra em 2026. Pesquisas em posse do PL indicam que, se a eleição fosse hoje, Flávio perderia para Paes.

Flávio Bolsonaro é convencido a ficar no Senado até o fim do mandato. Foto: ADRIANO MACHADO

“Agradeço ao meu líder Jair Bolsonaro pelas palavras e pelo reconhecimento. Seguirei ajudando meu amado Rio de Janeiro e trabalhando por todos os cariocas e fluminenses aqui do Senado Federal”, escreveu Flávio, na quinta, em uma rede social, ao compartilhar uma reportagem que mostra que seu pai o fez desistir do Palácio da Cidade.

A decisão de Bolsonaro de barrar os planos do filho tira de cena um dos principais adversários do atual prefeito na busca pelo quarto mandato à frente da capital fluminense. Enquanto tenta se consolidar como o único nome com aval do Palácio do Planalto, Paes aguarda agora a definição do adversário que representará o bolsonarismo na corrida pela prefeitura.

Agradeço ao meu líder Jair Bolsonaro pelas palavras e pelo reconhecimento. Seguirei ajudando meu amado Rio de Janeiro e trabalhando por todos os cariocas e fluminenses aqui do Senado Federal

Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador da República

Paes provavelmente enfrentará, à esquerda, um nome do PSOL, que não deve compor sua base de apoio, e, à direita, um representante do espólio bolsonarista na cidade – berço da família na política. Aliados do atual prefeito veem também uma oportunidade para Paes retomar conversas com Castro, em favor de uma coalizão.

As alianças do PL no Estado e a influência do clã Bolsonaro na sigla, porém, tornam pouco provável a hipótese de parceria. A decisão do grupo de Flávio de demovê-lo da candidatura reacende, ainda, disputas internas do PL no Estado.

Nomes

Tanto o deputado e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL) quanto o general da reserva Walter Braga Netto (PL) – que foi candidato a vice do então presidente na corrida pelo Planalto no ano passado – surgem como alternativas ligadas ao bolsonarismo. No entanto, eles podem ampliar antigos problemas, caso o ex-presidente consiga concorrer novamente ao Planalto.

Apesar de ter sido o segundo deputado mais votado do Rio, Pazuello está associado à política antivacina da gestão Bolsonaro, e Braga Netto fez gestos simpáticos aos acampamentos diante dos quartéis, movimento que antecedeu à tentativa de golpe de 8 de janeiro, em Brasília. São dois temas dos quais o grupo quer se afastar em eleição.

Pela centro-direita corre o nome do deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ). Aliado de Castro, ele é visto como um político capaz de consolidar uma base com o apoio de União Brasil, Republicanos, PL e MDB – siglas aliadas de Castro. Já o deputado bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ) tenta convencer o partido a lançá-lo. Porém, arranjos internos da cúpula do Diretório Estadual indicam uma composição com o atual governador.

Atrito

A eleição de 2024 também está causando desconforto nas relações entre Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como mostrou a Coluna do Estadão. Pessoas próximas a Valdemar dizem que o ex-presidente tem priorizado amigos, sem pensar na melhor estratégia eleitoral para a legenda.

Como mostrou o Estadão, os últimos escândalos de corrupção envolvendo a família Bolsonaro afastaram a possibilidade de uma candidatura de Flávio. Nos últimos dias, o grupo político avaliou vários fatores que levaram a esse diagnóstico. Nesse cenário, Paes usa as redes sociais para fustigar os principais rivais.

Obrigado Valdemar! Faço o que eu gosto e acho que tenho o melhor trabalho do mundo: sou prefeito do Rio! Por isso trabalho muito! ‘Cansativo’ deve ser cuidar de terraplanista antivacina!!

Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio, ao comentar declaração de Valdemar Costa Neto (PL)

Diante da afirmação de Valdemar, em entrevista à GloboNews, na terça-feira passada, de que Flávio poderia ser um sucessor de Bolsonaro em eleição presidencial, o prefeito do Rio ironizou: “Obrigado Valdemar! Faço o que eu gosto e acho que tenho o melhor trabalho do mundo: sou prefeito do Rio! Por isso trabalho muito! ‘Cansativo’ deve ser cuidar de terraplanista antivacina!! Cuidar do Rio é revigorante!”, escreveu. “Tá tudo joia!”, acrescentou, em alusão ao caso das joias da Arábia Saudita, revelado pelo Estadão.

Em outra frente, Paes insiste em se associar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu avisei que o homem gostava e faria de tudo para ajudar o Rio! Tá aí! Valeu, Lula”, escreveu o prefeito, após a capital fluminense ser anunciada como a sede da cúpula do G-20 em 2024. Paes conta com o apoio de Lula, e o embarque do PT no governo municipal foi aprovado pelos Diretórios Municipal e Estadual da legenda.

RIO – Diante da saída do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) da disputa municipal do Rio, em 2024, a direita busca um nome para enfrentar o prefeito Eduardo Paes (PSD). Com o filho ‘01′ do ex-presidente Jair Bolsonaro fora do páreo, o governador Cláudio Castro ganha força no PL para fazer articulações na corrida pelo comando da segunda maior cidade do País, enquanto nomes mais próximos do clã são lembrados para o pleito.

A Coluna do Estadão mostrou que Bolsonaro esteve no Senado na quinta-feira passada para conversar com o primogênito e convencê-lo de que, politicamente, o melhor é cumprir o atual mandato, que se encerra em 2026. Pesquisas em posse do PL indicam que, se a eleição fosse hoje, Flávio perderia para Paes.

Flávio Bolsonaro é convencido a ficar no Senado até o fim do mandato. Foto: ADRIANO MACHADO

“Agradeço ao meu líder Jair Bolsonaro pelas palavras e pelo reconhecimento. Seguirei ajudando meu amado Rio de Janeiro e trabalhando por todos os cariocas e fluminenses aqui do Senado Federal”, escreveu Flávio, na quinta, em uma rede social, ao compartilhar uma reportagem que mostra que seu pai o fez desistir do Palácio da Cidade.

A decisão de Bolsonaro de barrar os planos do filho tira de cena um dos principais adversários do atual prefeito na busca pelo quarto mandato à frente da capital fluminense. Enquanto tenta se consolidar como o único nome com aval do Palácio do Planalto, Paes aguarda agora a definição do adversário que representará o bolsonarismo na corrida pela prefeitura.

Agradeço ao meu líder Jair Bolsonaro pelas palavras e pelo reconhecimento. Seguirei ajudando meu amado Rio de Janeiro e trabalhando por todos os cariocas e fluminenses aqui do Senado Federal

Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador da República

Paes provavelmente enfrentará, à esquerda, um nome do PSOL, que não deve compor sua base de apoio, e, à direita, um representante do espólio bolsonarista na cidade – berço da família na política. Aliados do atual prefeito veem também uma oportunidade para Paes retomar conversas com Castro, em favor de uma coalizão.

As alianças do PL no Estado e a influência do clã Bolsonaro na sigla, porém, tornam pouco provável a hipótese de parceria. A decisão do grupo de Flávio de demovê-lo da candidatura reacende, ainda, disputas internas do PL no Estado.

Nomes

Tanto o deputado e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL) quanto o general da reserva Walter Braga Netto (PL) – que foi candidato a vice do então presidente na corrida pelo Planalto no ano passado – surgem como alternativas ligadas ao bolsonarismo. No entanto, eles podem ampliar antigos problemas, caso o ex-presidente consiga concorrer novamente ao Planalto.

Apesar de ter sido o segundo deputado mais votado do Rio, Pazuello está associado à política antivacina da gestão Bolsonaro, e Braga Netto fez gestos simpáticos aos acampamentos diante dos quartéis, movimento que antecedeu à tentativa de golpe de 8 de janeiro, em Brasília. São dois temas dos quais o grupo quer se afastar em eleição.

Pela centro-direita corre o nome do deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ). Aliado de Castro, ele é visto como um político capaz de consolidar uma base com o apoio de União Brasil, Republicanos, PL e MDB – siglas aliadas de Castro. Já o deputado bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ) tenta convencer o partido a lançá-lo. Porém, arranjos internos da cúpula do Diretório Estadual indicam uma composição com o atual governador.

Atrito

A eleição de 2024 também está causando desconforto nas relações entre Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como mostrou a Coluna do Estadão. Pessoas próximas a Valdemar dizem que o ex-presidente tem priorizado amigos, sem pensar na melhor estratégia eleitoral para a legenda.

Como mostrou o Estadão, os últimos escândalos de corrupção envolvendo a família Bolsonaro afastaram a possibilidade de uma candidatura de Flávio. Nos últimos dias, o grupo político avaliou vários fatores que levaram a esse diagnóstico. Nesse cenário, Paes usa as redes sociais para fustigar os principais rivais.

Obrigado Valdemar! Faço o que eu gosto e acho que tenho o melhor trabalho do mundo: sou prefeito do Rio! Por isso trabalho muito! ‘Cansativo’ deve ser cuidar de terraplanista antivacina!!

Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio, ao comentar declaração de Valdemar Costa Neto (PL)

Diante da afirmação de Valdemar, em entrevista à GloboNews, na terça-feira passada, de que Flávio poderia ser um sucessor de Bolsonaro em eleição presidencial, o prefeito do Rio ironizou: “Obrigado Valdemar! Faço o que eu gosto e acho que tenho o melhor trabalho do mundo: sou prefeito do Rio! Por isso trabalho muito! ‘Cansativo’ deve ser cuidar de terraplanista antivacina!! Cuidar do Rio é revigorante!”, escreveu. “Tá tudo joia!”, acrescentou, em alusão ao caso das joias da Arábia Saudita, revelado pelo Estadão.

Em outra frente, Paes insiste em se associar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu avisei que o homem gostava e faria de tudo para ajudar o Rio! Tá aí! Valeu, Lula”, escreveu o prefeito, após a capital fluminense ser anunciada como a sede da cúpula do G-20 em 2024. Paes conta com o apoio de Lula, e o embarque do PT no governo municipal foi aprovado pelos Diretórios Municipal e Estadual da legenda.

RIO – Diante da saída do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) da disputa municipal do Rio, em 2024, a direita busca um nome para enfrentar o prefeito Eduardo Paes (PSD). Com o filho ‘01′ do ex-presidente Jair Bolsonaro fora do páreo, o governador Cláudio Castro ganha força no PL para fazer articulações na corrida pelo comando da segunda maior cidade do País, enquanto nomes mais próximos do clã são lembrados para o pleito.

A Coluna do Estadão mostrou que Bolsonaro esteve no Senado na quinta-feira passada para conversar com o primogênito e convencê-lo de que, politicamente, o melhor é cumprir o atual mandato, que se encerra em 2026. Pesquisas em posse do PL indicam que, se a eleição fosse hoje, Flávio perderia para Paes.

Flávio Bolsonaro é convencido a ficar no Senado até o fim do mandato. Foto: ADRIANO MACHADO

“Agradeço ao meu líder Jair Bolsonaro pelas palavras e pelo reconhecimento. Seguirei ajudando meu amado Rio de Janeiro e trabalhando por todos os cariocas e fluminenses aqui do Senado Federal”, escreveu Flávio, na quinta, em uma rede social, ao compartilhar uma reportagem que mostra que seu pai o fez desistir do Palácio da Cidade.

A decisão de Bolsonaro de barrar os planos do filho tira de cena um dos principais adversários do atual prefeito na busca pelo quarto mandato à frente da capital fluminense. Enquanto tenta se consolidar como o único nome com aval do Palácio do Planalto, Paes aguarda agora a definição do adversário que representará o bolsonarismo na corrida pela prefeitura.

Agradeço ao meu líder Jair Bolsonaro pelas palavras e pelo reconhecimento. Seguirei ajudando meu amado Rio de Janeiro e trabalhando por todos os cariocas e fluminenses aqui do Senado Federal

Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador da República

Paes provavelmente enfrentará, à esquerda, um nome do PSOL, que não deve compor sua base de apoio, e, à direita, um representante do espólio bolsonarista na cidade – berço da família na política. Aliados do atual prefeito veem também uma oportunidade para Paes retomar conversas com Castro, em favor de uma coalizão.

As alianças do PL no Estado e a influência do clã Bolsonaro na sigla, porém, tornam pouco provável a hipótese de parceria. A decisão do grupo de Flávio de demovê-lo da candidatura reacende, ainda, disputas internas do PL no Estado.

Nomes

Tanto o deputado e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL) quanto o general da reserva Walter Braga Netto (PL) – que foi candidato a vice do então presidente na corrida pelo Planalto no ano passado – surgem como alternativas ligadas ao bolsonarismo. No entanto, eles podem ampliar antigos problemas, caso o ex-presidente consiga concorrer novamente ao Planalto.

Apesar de ter sido o segundo deputado mais votado do Rio, Pazuello está associado à política antivacina da gestão Bolsonaro, e Braga Netto fez gestos simpáticos aos acampamentos diante dos quartéis, movimento que antecedeu à tentativa de golpe de 8 de janeiro, em Brasília. São dois temas dos quais o grupo quer se afastar em eleição.

Pela centro-direita corre o nome do deputado federal Dr. Luizinho (PP-RJ). Aliado de Castro, ele é visto como um político capaz de consolidar uma base com o apoio de União Brasil, Republicanos, PL e MDB – siglas aliadas de Castro. Já o deputado bolsonarista Otoni de Paula (MDB-RJ) tenta convencer o partido a lançá-lo. Porém, arranjos internos da cúpula do Diretório Estadual indicam uma composição com o atual governador.

Atrito

A eleição de 2024 também está causando desconforto nas relações entre Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como mostrou a Coluna do Estadão. Pessoas próximas a Valdemar dizem que o ex-presidente tem priorizado amigos, sem pensar na melhor estratégia eleitoral para a legenda.

Como mostrou o Estadão, os últimos escândalos de corrupção envolvendo a família Bolsonaro afastaram a possibilidade de uma candidatura de Flávio. Nos últimos dias, o grupo político avaliou vários fatores que levaram a esse diagnóstico. Nesse cenário, Paes usa as redes sociais para fustigar os principais rivais.

Obrigado Valdemar! Faço o que eu gosto e acho que tenho o melhor trabalho do mundo: sou prefeito do Rio! Por isso trabalho muito! ‘Cansativo’ deve ser cuidar de terraplanista antivacina!!

Eduardo Paes (PSD), prefeito do Rio, ao comentar declaração de Valdemar Costa Neto (PL)

Diante da afirmação de Valdemar, em entrevista à GloboNews, na terça-feira passada, de que Flávio poderia ser um sucessor de Bolsonaro em eleição presidencial, o prefeito do Rio ironizou: “Obrigado Valdemar! Faço o que eu gosto e acho que tenho o melhor trabalho do mundo: sou prefeito do Rio! Por isso trabalho muito! ‘Cansativo’ deve ser cuidar de terraplanista antivacina!! Cuidar do Rio é revigorante!”, escreveu. “Tá tudo joia!”, acrescentou, em alusão ao caso das joias da Arábia Saudita, revelado pelo Estadão.

Em outra frente, Paes insiste em se associar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu avisei que o homem gostava e faria de tudo para ajudar o Rio! Tá aí! Valeu, Lula”, escreveu o prefeito, após a capital fluminense ser anunciada como a sede da cúpula do G-20 em 2024. Paes conta com o apoio de Lula, e o embarque do PT no governo municipal foi aprovado pelos Diretórios Municipal e Estadual da legenda.

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