Ao oficializar sua candidatura à reeleição em chapa pura com o general Braga Netto (PL), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o vice é alguém para " estar ao seu lado em momentos difíceis”. Ele não citou nominalmente o atual vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), com quem coleciona tensões ao longo do mandato. “O vice não pode ser pessoa que conspire contra você”, declarou neste domingo em ato político no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro.
Em um discurso de uma hora e nove minutos, o presidente voltou a utilizar um slogan de inspiração fascista: “‘Deus, Pátria, Família e Liberdade”. O slogan “Deus, Pátria e Família” era utilizado pelo integralismo brasileiro nos anos 1930, representação do fascismo italiano no País.
“Vocês sabem o que vou fazer se for reeleito de forma transparente e democraticamente”, afirmou o presidente, que pediu à população para fazer comparações com governos passados na hora de decidir o voto. “Comparem meu governo com três anos e meio de governos anteriores”, declarou, na convenção de lançamento da candidatura à reeleição, destacando o que considera conquistas de sua gestão, como o avanço na transposição do Rio São Francisco e na construção da Rodovia Norte-Sul, bem como a entrega de títulos de terra a mulheres. “Estou mostrando o que fizemos e pretendemos continuar fazendo”.
Bolsonaro aproveitou o evento para criticar o ex-presidente Lula (PT), seu principal adversário nas eleições deste ano. Segundo o chefe do Executivo, o petista quer legalizar o aborto e as drogas, além de controlar a mídia. O endividamento da Petrobras nos governos Lula e Dilma também foi lembrado. O presidente repetiu que o governo está há 3 anos e meio sem corrupção, mas ignorou as denúncias ocorridas em seu governo.
Ainda atacou as políticas de contenção da pandemia e elogiou a atuação no governo do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), pré-candidato ao governo de São Paulo. Também garantiu que seguirá “no meio do povo”, apesar dos riscos relacionados à sua segurança.
Colômbia
Durante o discurso, Bolsonaro reiterou críticas ao presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, que é de esquerda e tem passado guerrilheiro. “População quer sair da Colômbia”, afirmou o presidente, que usa o discurso de polarização com a esquerda no País.