Nunes tem mais da metade do tempo de propaganda eleitoral de rádio e TV; Pablo Marçal fica de fora


‘Horário político’ começa no próximo dia 30; quatro dos dez candidatos na disputa em São Paulo terão direito a tempo no rádio e na TV

Por Pedro Lima e Guilherme Naldis
Atualização:

Na próximo dia 30, o popularmente conhecido “horário político” tem início no rádio e na televisão. O tempo destinado aos candidatos nas emissoras é uma das portas de entrada para que eles apresentem propostas para quem vai definir o novo prefeito e os novos vereadores de São Paulo nas urnas em outubro deste ano.

No rádio e na TV, o prefeito Ricardo Nunes terá vantagem. O candidato do MDB à reeleição terá, sozinho, mais de 60% do tempo diário reservado para a propaganda eleitoral gratuita nos veículos de massa, conforme divulgou o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) nesta quinta-feira, 22. O deputado Guilherme Boulos (PSOL), o apresentador José Luiz Datena (PSDB) e a deputada Tabata Amaral (PSB) ficam com os quase 40% restantes do horário por dia. Os outros seis candidatos ao cargo, como o influenciador Pablo Marçal, do PRTB, e a empresária Marina Helena, do Novo, ficarão de fora.

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Especialistas ouvidos pelos Estadão afirmam que, mesmo com a relevância assumida pelas redes sociais e a diminuição do tempo gasto pelos eleitores brasileiros em frente à televisão ou ouvindo o rádio, a propaganda eleitoral obrigatória ainda tem papel decisivo. A estratégia, principalmente televisiva, pode ser determinante sobretudo para os eleitores que não sabem em quem votar.

Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB), Datena (PSDB) serão os candidatos com tempo de TV e rádio em propaganda eleitoral. Os partidos de Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo) não atingiram a cláusula de barreira nas eleições de 2022, portanto não terão programas eleitorais veiculados no horário eleitoral gratuito. Foto: Werther Santana/Estadão Taba Benedicto/Estadão Alex Silva/Estadão PSDB Municipal SP/Divulgação Reprodução/Instagram via @pablomarcal1 Novo/Divulgação
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Os candidatos de partidos e federações partidárias com representantes na Câmara de Deputados que atingiram a cláusula de barreira tem direito ao tempo de rádio e TV. O mecanismo é utilizado pela Justiça Eleitoral para comprovar a representatividade dos partidos no País. As siglas precisam ter 12 deputados federais ou terem atingido 2% dos votos válidos em pelo menos nove unidades da federação na eleição de 2022.

O horário eleitoral gratuito será veiculado até 3 de outubro, de segunda a sábado, com 20 minutos diários em rede (divididos em dois blocos de 10 minutos) no rádio e na TV. Além disso, serão destinados 70 minutos em inserções diárias de 30 e 60 segundos, de segunda a domingo, entre 5 horas e meia-noite.

Tempo em cada uma das edições diárias (segunda a sábado)

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  • Ricardo Nunes: 6 minutos e 30 segundos
  • Guilherme Boulos: 2 minutos e 22 segundos
  • José Luis Datena: 35 segundos
  • Tabata Amaral: 30 segundos

Tempo de inserções diárias (segunda a domingo)

  • Ricardo Nunes: 27 minutos e 20 segundos
  • Guilherme Boulos: 10 minutos
  • José Luis Datena: 2 minutos e 29 segundos
  • Tabata Amaral: 2 minutos e 10 segundos
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A influência da propaganda política televisionada tem perdido espaço diante do avanço das redes sociais pela população, segundo a cientista política e assessora do Gabinete Compartilhado da Câmara dos Deputados, Paula Trindade. “Não podemos negar que a influência da TV está cada vez menor. Em 2018, o Brasil elegeu Bolsonaro com um tempo mínimo de televisão. À época, o partido que o abrigava era o PSL, que tinha alguns segundos na propaganda eleitoral gratuita, enquanto outros adversários tinham muito mais que isso”, exemplificou.

Nas eleições daquele ano, o então candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, era quem tinha a maior fatia do horário eleitoral: o tucano teve 5 minutos e 32 segundos em cada bloco de propaganda, além de 434 inserções. Já o líder das intenções de voto à época, Jair Bolsonaro, teve apenas 8 segundos em cada bloco de propaganda e 11 inserções ao longo do primeiro turno da campanha eleitoral. Naquele ano, cada um dos dois blocos tinha 12 minutos e meio de duração no total.

“O prefeito Nunes terá muito mais tempo, mas vimos na eleição presidencial de 2018 que o (Geraldo) Alckmin tinha um tempo estrondoso de horário eleitoral gratuito e perdeu a eleição para (Jair) Bolsonaro, que tinha pouquíssimo tempo”, disse professor de pós-graduação em direito eleitoral da Escola Judiciária Eleitoral Paulista, do TRE-SP, Alexandre Rollo.

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No primeiro turno daquele pleito, Bolsonaro se alçou ao segundo turno com 46,03% dos votos. Alckmin, por sua vez, teve 4,76%. O candidato que disputou a segunda etapa da votação contra Bolsonaro foi Fernando Haddad, com 29,28% dos votos. Haddad teve, no total, dois blocos diários de 2 minutos e 23 segundos cada, além de 188 inserções ao longo do primeiro turno, mais uma inserção extra de 30 segundos definida por sorteio.

Paula Trindade ressalta, porém, que a televisão ainda é a maior fonte de conteúdo audiovisual dos brasileiros. Por isso, a influência da TV não foi substituída pela internet, mas adaptada à ela. “As peças publicitárias televisivas alcançam, até mesmo, os espectadores que não assistem TV. Elas circulam e chegam no YouTube, no WhatsApp. Então, é como se até a propaganda eleitoral fosse sob demanda”, afirmou a especialista.

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Para ela, o mesmo ocorre com os debates, porque à medida que a presença dos políticos leva seus seguidores das redes sociais à TV, o prestígio da televisão traz recortes do debate aos vídeos que circulam em grupos de mensageria e nas próprias redes sociais.

O assessor legislativo do Senado e cientista político Murilo Medeiros afirma ainda que, apesar da emergência das mídias digitais, a TV e o rádio ainda são preponderantes na estratégia de impulsionar candidaturas no Brasil. “Nas eleições municipais de 2020, por exemplo, cerca de 80% dos candidatos que possuíam maior tempo no rádio e TV saíram vitoriosos nas disputas para o cargo de prefeito.”

Segundo ele, a propaganda eleitoral televisiva é particularmente eficaz diante de eleitores indecisos. “O bom uso do espaço televisivo é um trunfo para dar competitividade às candidaturas, principalmente para diminuir rejeições”, explicou.

Candidatos sem tempo de TV

O especialista em marketing político e propaganda eleitoral pela Universidade de São Paulo (USP), Paulo Henrique Tenório, diz que para candidatos sem tempo de TV, como Marina e Marçal, “as redes sociais passam a ser a base fundamental deste candidato. Agora, não importa se o candidato seja grande ou não dentro de uma disputa: é preciso estar fortemente presente e ativo nas redes sociais para engajar o público de forma contínua”.

Os veículos de comunicação em massa, como rádio e TV, consegue tornar um candidato mais conhecido. No entanto, explica Tenório, as mídias sociais conseguem propagar de maneira muito mais veloz, os planos e as propostas de um concorrente. “Os dois formatos permitem que o candidato expresse seus pensamentos de maneira indireta, com a presença de um entrevistador, utilizando uma linguagem informal e acessível ao público. A televisão ainda é vista como um fórum formal e tradicional para avaliar candidatos, oferecendo uma plataforma de credibilidade e visibilidade ampla”, disse.

“O que as boas campanhas estão fazendo é conectar as duas coisas”, afirmou o cientista político do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ) Bruno Schaefer. /COLABOROU PEDRO AUGUSTO FIGUEIREDO

Na próximo dia 30, o popularmente conhecido “horário político” tem início no rádio e na televisão. O tempo destinado aos candidatos nas emissoras é uma das portas de entrada para que eles apresentem propostas para quem vai definir o novo prefeito e os novos vereadores de São Paulo nas urnas em outubro deste ano.

No rádio e na TV, o prefeito Ricardo Nunes terá vantagem. O candidato do MDB à reeleição terá, sozinho, mais de 60% do tempo diário reservado para a propaganda eleitoral gratuita nos veículos de massa, conforme divulgou o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) nesta quinta-feira, 22. O deputado Guilherme Boulos (PSOL), o apresentador José Luiz Datena (PSDB) e a deputada Tabata Amaral (PSB) ficam com os quase 40% restantes do horário por dia. Os outros seis candidatos ao cargo, como o influenciador Pablo Marçal, do PRTB, e a empresária Marina Helena, do Novo, ficarão de fora.

Especialistas ouvidos pelos Estadão afirmam que, mesmo com a relevância assumida pelas redes sociais e a diminuição do tempo gasto pelos eleitores brasileiros em frente à televisão ou ouvindo o rádio, a propaganda eleitoral obrigatória ainda tem papel decisivo. A estratégia, principalmente televisiva, pode ser determinante sobretudo para os eleitores que não sabem em quem votar.

Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB), Datena (PSDB) serão os candidatos com tempo de TV e rádio em propaganda eleitoral. Os partidos de Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo) não atingiram a cláusula de barreira nas eleições de 2022, portanto não terão programas eleitorais veiculados no horário eleitoral gratuito. Foto: Werther Santana/Estadão Taba Benedicto/Estadão Alex Silva/Estadão PSDB Municipal SP/Divulgação Reprodução/Instagram via @pablomarcal1 Novo/Divulgação

Os candidatos de partidos e federações partidárias com representantes na Câmara de Deputados que atingiram a cláusula de barreira tem direito ao tempo de rádio e TV. O mecanismo é utilizado pela Justiça Eleitoral para comprovar a representatividade dos partidos no País. As siglas precisam ter 12 deputados federais ou terem atingido 2% dos votos válidos em pelo menos nove unidades da federação na eleição de 2022.

O horário eleitoral gratuito será veiculado até 3 de outubro, de segunda a sábado, com 20 minutos diários em rede (divididos em dois blocos de 10 minutos) no rádio e na TV. Além disso, serão destinados 70 minutos em inserções diárias de 30 e 60 segundos, de segunda a domingo, entre 5 horas e meia-noite.

Tempo em cada uma das edições diárias (segunda a sábado)

  • Ricardo Nunes: 6 minutos e 30 segundos
  • Guilherme Boulos: 2 minutos e 22 segundos
  • José Luis Datena: 35 segundos
  • Tabata Amaral: 30 segundos

Tempo de inserções diárias (segunda a domingo)

  • Ricardo Nunes: 27 minutos e 20 segundos
  • Guilherme Boulos: 10 minutos
  • José Luis Datena: 2 minutos e 29 segundos
  • Tabata Amaral: 2 minutos e 10 segundos

A influência da propaganda política televisionada tem perdido espaço diante do avanço das redes sociais pela população, segundo a cientista política e assessora do Gabinete Compartilhado da Câmara dos Deputados, Paula Trindade. “Não podemos negar que a influência da TV está cada vez menor. Em 2018, o Brasil elegeu Bolsonaro com um tempo mínimo de televisão. À época, o partido que o abrigava era o PSL, que tinha alguns segundos na propaganda eleitoral gratuita, enquanto outros adversários tinham muito mais que isso”, exemplificou.

Nas eleições daquele ano, o então candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, era quem tinha a maior fatia do horário eleitoral: o tucano teve 5 minutos e 32 segundos em cada bloco de propaganda, além de 434 inserções. Já o líder das intenções de voto à época, Jair Bolsonaro, teve apenas 8 segundos em cada bloco de propaganda e 11 inserções ao longo do primeiro turno da campanha eleitoral. Naquele ano, cada um dos dois blocos tinha 12 minutos e meio de duração no total.

“O prefeito Nunes terá muito mais tempo, mas vimos na eleição presidencial de 2018 que o (Geraldo) Alckmin tinha um tempo estrondoso de horário eleitoral gratuito e perdeu a eleição para (Jair) Bolsonaro, que tinha pouquíssimo tempo”, disse professor de pós-graduação em direito eleitoral da Escola Judiciária Eleitoral Paulista, do TRE-SP, Alexandre Rollo.

No primeiro turno daquele pleito, Bolsonaro se alçou ao segundo turno com 46,03% dos votos. Alckmin, por sua vez, teve 4,76%. O candidato que disputou a segunda etapa da votação contra Bolsonaro foi Fernando Haddad, com 29,28% dos votos. Haddad teve, no total, dois blocos diários de 2 minutos e 23 segundos cada, além de 188 inserções ao longo do primeiro turno, mais uma inserção extra de 30 segundos definida por sorteio.

Paula Trindade ressalta, porém, que a televisão ainda é a maior fonte de conteúdo audiovisual dos brasileiros. Por isso, a influência da TV não foi substituída pela internet, mas adaptada à ela. “As peças publicitárias televisivas alcançam, até mesmo, os espectadores que não assistem TV. Elas circulam e chegam no YouTube, no WhatsApp. Então, é como se até a propaganda eleitoral fosse sob demanda”, afirmou a especialista.

Para ela, o mesmo ocorre com os debates, porque à medida que a presença dos políticos leva seus seguidores das redes sociais à TV, o prestígio da televisão traz recortes do debate aos vídeos que circulam em grupos de mensageria e nas próprias redes sociais.

O assessor legislativo do Senado e cientista político Murilo Medeiros afirma ainda que, apesar da emergência das mídias digitais, a TV e o rádio ainda são preponderantes na estratégia de impulsionar candidaturas no Brasil. “Nas eleições municipais de 2020, por exemplo, cerca de 80% dos candidatos que possuíam maior tempo no rádio e TV saíram vitoriosos nas disputas para o cargo de prefeito.”

Segundo ele, a propaganda eleitoral televisiva é particularmente eficaz diante de eleitores indecisos. “O bom uso do espaço televisivo é um trunfo para dar competitividade às candidaturas, principalmente para diminuir rejeições”, explicou.

Candidatos sem tempo de TV

O especialista em marketing político e propaganda eleitoral pela Universidade de São Paulo (USP), Paulo Henrique Tenório, diz que para candidatos sem tempo de TV, como Marina e Marçal, “as redes sociais passam a ser a base fundamental deste candidato. Agora, não importa se o candidato seja grande ou não dentro de uma disputa: é preciso estar fortemente presente e ativo nas redes sociais para engajar o público de forma contínua”.

Os veículos de comunicação em massa, como rádio e TV, consegue tornar um candidato mais conhecido. No entanto, explica Tenório, as mídias sociais conseguem propagar de maneira muito mais veloz, os planos e as propostas de um concorrente. “Os dois formatos permitem que o candidato expresse seus pensamentos de maneira indireta, com a presença de um entrevistador, utilizando uma linguagem informal e acessível ao público. A televisão ainda é vista como um fórum formal e tradicional para avaliar candidatos, oferecendo uma plataforma de credibilidade e visibilidade ampla”, disse.

“O que as boas campanhas estão fazendo é conectar as duas coisas”, afirmou o cientista político do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ) Bruno Schaefer. /COLABOROU PEDRO AUGUSTO FIGUEIREDO

Na próximo dia 30, o popularmente conhecido “horário político” tem início no rádio e na televisão. O tempo destinado aos candidatos nas emissoras é uma das portas de entrada para que eles apresentem propostas para quem vai definir o novo prefeito e os novos vereadores de São Paulo nas urnas em outubro deste ano.

No rádio e na TV, o prefeito Ricardo Nunes terá vantagem. O candidato do MDB à reeleição terá, sozinho, mais de 60% do tempo diário reservado para a propaganda eleitoral gratuita nos veículos de massa, conforme divulgou o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) nesta quinta-feira, 22. O deputado Guilherme Boulos (PSOL), o apresentador José Luiz Datena (PSDB) e a deputada Tabata Amaral (PSB) ficam com os quase 40% restantes do horário por dia. Os outros seis candidatos ao cargo, como o influenciador Pablo Marçal, do PRTB, e a empresária Marina Helena, do Novo, ficarão de fora.

Especialistas ouvidos pelos Estadão afirmam que, mesmo com a relevância assumida pelas redes sociais e a diminuição do tempo gasto pelos eleitores brasileiros em frente à televisão ou ouvindo o rádio, a propaganda eleitoral obrigatória ainda tem papel decisivo. A estratégia, principalmente televisiva, pode ser determinante sobretudo para os eleitores que não sabem em quem votar.

Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB), Datena (PSDB) serão os candidatos com tempo de TV e rádio em propaganda eleitoral. Os partidos de Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo) não atingiram a cláusula de barreira nas eleições de 2022, portanto não terão programas eleitorais veiculados no horário eleitoral gratuito. Foto: Werther Santana/Estadão Taba Benedicto/Estadão Alex Silva/Estadão PSDB Municipal SP/Divulgação Reprodução/Instagram via @pablomarcal1 Novo/Divulgação

Os candidatos de partidos e federações partidárias com representantes na Câmara de Deputados que atingiram a cláusula de barreira tem direito ao tempo de rádio e TV. O mecanismo é utilizado pela Justiça Eleitoral para comprovar a representatividade dos partidos no País. As siglas precisam ter 12 deputados federais ou terem atingido 2% dos votos válidos em pelo menos nove unidades da federação na eleição de 2022.

O horário eleitoral gratuito será veiculado até 3 de outubro, de segunda a sábado, com 20 minutos diários em rede (divididos em dois blocos de 10 minutos) no rádio e na TV. Além disso, serão destinados 70 minutos em inserções diárias de 30 e 60 segundos, de segunda a domingo, entre 5 horas e meia-noite.

Tempo em cada uma das edições diárias (segunda a sábado)

  • Ricardo Nunes: 6 minutos e 30 segundos
  • Guilherme Boulos: 2 minutos e 22 segundos
  • José Luis Datena: 35 segundos
  • Tabata Amaral: 30 segundos

Tempo de inserções diárias (segunda a domingo)

  • Ricardo Nunes: 27 minutos e 20 segundos
  • Guilherme Boulos: 10 minutos
  • José Luis Datena: 2 minutos e 29 segundos
  • Tabata Amaral: 2 minutos e 10 segundos

A influência da propaganda política televisionada tem perdido espaço diante do avanço das redes sociais pela população, segundo a cientista política e assessora do Gabinete Compartilhado da Câmara dos Deputados, Paula Trindade. “Não podemos negar que a influência da TV está cada vez menor. Em 2018, o Brasil elegeu Bolsonaro com um tempo mínimo de televisão. À época, o partido que o abrigava era o PSL, que tinha alguns segundos na propaganda eleitoral gratuita, enquanto outros adversários tinham muito mais que isso”, exemplificou.

Nas eleições daquele ano, o então candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, era quem tinha a maior fatia do horário eleitoral: o tucano teve 5 minutos e 32 segundos em cada bloco de propaganda, além de 434 inserções. Já o líder das intenções de voto à época, Jair Bolsonaro, teve apenas 8 segundos em cada bloco de propaganda e 11 inserções ao longo do primeiro turno da campanha eleitoral. Naquele ano, cada um dos dois blocos tinha 12 minutos e meio de duração no total.

“O prefeito Nunes terá muito mais tempo, mas vimos na eleição presidencial de 2018 que o (Geraldo) Alckmin tinha um tempo estrondoso de horário eleitoral gratuito e perdeu a eleição para (Jair) Bolsonaro, que tinha pouquíssimo tempo”, disse professor de pós-graduação em direito eleitoral da Escola Judiciária Eleitoral Paulista, do TRE-SP, Alexandre Rollo.

No primeiro turno daquele pleito, Bolsonaro se alçou ao segundo turno com 46,03% dos votos. Alckmin, por sua vez, teve 4,76%. O candidato que disputou a segunda etapa da votação contra Bolsonaro foi Fernando Haddad, com 29,28% dos votos. Haddad teve, no total, dois blocos diários de 2 minutos e 23 segundos cada, além de 188 inserções ao longo do primeiro turno, mais uma inserção extra de 30 segundos definida por sorteio.

Paula Trindade ressalta, porém, que a televisão ainda é a maior fonte de conteúdo audiovisual dos brasileiros. Por isso, a influência da TV não foi substituída pela internet, mas adaptada à ela. “As peças publicitárias televisivas alcançam, até mesmo, os espectadores que não assistem TV. Elas circulam e chegam no YouTube, no WhatsApp. Então, é como se até a propaganda eleitoral fosse sob demanda”, afirmou a especialista.

Para ela, o mesmo ocorre com os debates, porque à medida que a presença dos políticos leva seus seguidores das redes sociais à TV, o prestígio da televisão traz recortes do debate aos vídeos que circulam em grupos de mensageria e nas próprias redes sociais.

O assessor legislativo do Senado e cientista político Murilo Medeiros afirma ainda que, apesar da emergência das mídias digitais, a TV e o rádio ainda são preponderantes na estratégia de impulsionar candidaturas no Brasil. “Nas eleições municipais de 2020, por exemplo, cerca de 80% dos candidatos que possuíam maior tempo no rádio e TV saíram vitoriosos nas disputas para o cargo de prefeito.”

Segundo ele, a propaganda eleitoral televisiva é particularmente eficaz diante de eleitores indecisos. “O bom uso do espaço televisivo é um trunfo para dar competitividade às candidaturas, principalmente para diminuir rejeições”, explicou.

Candidatos sem tempo de TV

O especialista em marketing político e propaganda eleitoral pela Universidade de São Paulo (USP), Paulo Henrique Tenório, diz que para candidatos sem tempo de TV, como Marina e Marçal, “as redes sociais passam a ser a base fundamental deste candidato. Agora, não importa se o candidato seja grande ou não dentro de uma disputa: é preciso estar fortemente presente e ativo nas redes sociais para engajar o público de forma contínua”.

Os veículos de comunicação em massa, como rádio e TV, consegue tornar um candidato mais conhecido. No entanto, explica Tenório, as mídias sociais conseguem propagar de maneira muito mais veloz, os planos e as propostas de um concorrente. “Os dois formatos permitem que o candidato expresse seus pensamentos de maneira indireta, com a presença de um entrevistador, utilizando uma linguagem informal e acessível ao público. A televisão ainda é vista como um fórum formal e tradicional para avaliar candidatos, oferecendo uma plataforma de credibilidade e visibilidade ampla”, disse.

“O que as boas campanhas estão fazendo é conectar as duas coisas”, afirmou o cientista político do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ) Bruno Schaefer. /COLABOROU PEDRO AUGUSTO FIGUEIREDO

Na próximo dia 30, o popularmente conhecido “horário político” tem início no rádio e na televisão. O tempo destinado aos candidatos nas emissoras é uma das portas de entrada para que eles apresentem propostas para quem vai definir o novo prefeito e os novos vereadores de São Paulo nas urnas em outubro deste ano.

No rádio e na TV, o prefeito Ricardo Nunes terá vantagem. O candidato do MDB à reeleição terá, sozinho, mais de 60% do tempo diário reservado para a propaganda eleitoral gratuita nos veículos de massa, conforme divulgou o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) nesta quinta-feira, 22. O deputado Guilherme Boulos (PSOL), o apresentador José Luiz Datena (PSDB) e a deputada Tabata Amaral (PSB) ficam com os quase 40% restantes do horário por dia. Os outros seis candidatos ao cargo, como o influenciador Pablo Marçal, do PRTB, e a empresária Marina Helena, do Novo, ficarão de fora.

Especialistas ouvidos pelos Estadão afirmam que, mesmo com a relevância assumida pelas redes sociais e a diminuição do tempo gasto pelos eleitores brasileiros em frente à televisão ou ouvindo o rádio, a propaganda eleitoral obrigatória ainda tem papel decisivo. A estratégia, principalmente televisiva, pode ser determinante sobretudo para os eleitores que não sabem em quem votar.

Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB), Datena (PSDB) serão os candidatos com tempo de TV e rádio em propaganda eleitoral. Os partidos de Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo) não atingiram a cláusula de barreira nas eleições de 2022, portanto não terão programas eleitorais veiculados no horário eleitoral gratuito. Foto: Werther Santana/Estadão Taba Benedicto/Estadão Alex Silva/Estadão PSDB Municipal SP/Divulgação Reprodução/Instagram via @pablomarcal1 Novo/Divulgação

Os candidatos de partidos e federações partidárias com representantes na Câmara de Deputados que atingiram a cláusula de barreira tem direito ao tempo de rádio e TV. O mecanismo é utilizado pela Justiça Eleitoral para comprovar a representatividade dos partidos no País. As siglas precisam ter 12 deputados federais ou terem atingido 2% dos votos válidos em pelo menos nove unidades da federação na eleição de 2022.

O horário eleitoral gratuito será veiculado até 3 de outubro, de segunda a sábado, com 20 minutos diários em rede (divididos em dois blocos de 10 minutos) no rádio e na TV. Além disso, serão destinados 70 minutos em inserções diárias de 30 e 60 segundos, de segunda a domingo, entre 5 horas e meia-noite.

Tempo em cada uma das edições diárias (segunda a sábado)

  • Ricardo Nunes: 6 minutos e 30 segundos
  • Guilherme Boulos: 2 minutos e 22 segundos
  • José Luis Datena: 35 segundos
  • Tabata Amaral: 30 segundos

Tempo de inserções diárias (segunda a domingo)

  • Ricardo Nunes: 27 minutos e 20 segundos
  • Guilherme Boulos: 10 minutos
  • José Luis Datena: 2 minutos e 29 segundos
  • Tabata Amaral: 2 minutos e 10 segundos

A influência da propaganda política televisionada tem perdido espaço diante do avanço das redes sociais pela população, segundo a cientista política e assessora do Gabinete Compartilhado da Câmara dos Deputados, Paula Trindade. “Não podemos negar que a influência da TV está cada vez menor. Em 2018, o Brasil elegeu Bolsonaro com um tempo mínimo de televisão. À época, o partido que o abrigava era o PSL, que tinha alguns segundos na propaganda eleitoral gratuita, enquanto outros adversários tinham muito mais que isso”, exemplificou.

Nas eleições daquele ano, o então candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, era quem tinha a maior fatia do horário eleitoral: o tucano teve 5 minutos e 32 segundos em cada bloco de propaganda, além de 434 inserções. Já o líder das intenções de voto à época, Jair Bolsonaro, teve apenas 8 segundos em cada bloco de propaganda e 11 inserções ao longo do primeiro turno da campanha eleitoral. Naquele ano, cada um dos dois blocos tinha 12 minutos e meio de duração no total.

“O prefeito Nunes terá muito mais tempo, mas vimos na eleição presidencial de 2018 que o (Geraldo) Alckmin tinha um tempo estrondoso de horário eleitoral gratuito e perdeu a eleição para (Jair) Bolsonaro, que tinha pouquíssimo tempo”, disse professor de pós-graduação em direito eleitoral da Escola Judiciária Eleitoral Paulista, do TRE-SP, Alexandre Rollo.

No primeiro turno daquele pleito, Bolsonaro se alçou ao segundo turno com 46,03% dos votos. Alckmin, por sua vez, teve 4,76%. O candidato que disputou a segunda etapa da votação contra Bolsonaro foi Fernando Haddad, com 29,28% dos votos. Haddad teve, no total, dois blocos diários de 2 minutos e 23 segundos cada, além de 188 inserções ao longo do primeiro turno, mais uma inserção extra de 30 segundos definida por sorteio.

Paula Trindade ressalta, porém, que a televisão ainda é a maior fonte de conteúdo audiovisual dos brasileiros. Por isso, a influência da TV não foi substituída pela internet, mas adaptada à ela. “As peças publicitárias televisivas alcançam, até mesmo, os espectadores que não assistem TV. Elas circulam e chegam no YouTube, no WhatsApp. Então, é como se até a propaganda eleitoral fosse sob demanda”, afirmou a especialista.

Para ela, o mesmo ocorre com os debates, porque à medida que a presença dos políticos leva seus seguidores das redes sociais à TV, o prestígio da televisão traz recortes do debate aos vídeos que circulam em grupos de mensageria e nas próprias redes sociais.

O assessor legislativo do Senado e cientista político Murilo Medeiros afirma ainda que, apesar da emergência das mídias digitais, a TV e o rádio ainda são preponderantes na estratégia de impulsionar candidaturas no Brasil. “Nas eleições municipais de 2020, por exemplo, cerca de 80% dos candidatos que possuíam maior tempo no rádio e TV saíram vitoriosos nas disputas para o cargo de prefeito.”

Segundo ele, a propaganda eleitoral televisiva é particularmente eficaz diante de eleitores indecisos. “O bom uso do espaço televisivo é um trunfo para dar competitividade às candidaturas, principalmente para diminuir rejeições”, explicou.

Candidatos sem tempo de TV

O especialista em marketing político e propaganda eleitoral pela Universidade de São Paulo (USP), Paulo Henrique Tenório, diz que para candidatos sem tempo de TV, como Marina e Marçal, “as redes sociais passam a ser a base fundamental deste candidato. Agora, não importa se o candidato seja grande ou não dentro de uma disputa: é preciso estar fortemente presente e ativo nas redes sociais para engajar o público de forma contínua”.

Os veículos de comunicação em massa, como rádio e TV, consegue tornar um candidato mais conhecido. No entanto, explica Tenório, as mídias sociais conseguem propagar de maneira muito mais veloz, os planos e as propostas de um concorrente. “Os dois formatos permitem que o candidato expresse seus pensamentos de maneira indireta, com a presença de um entrevistador, utilizando uma linguagem informal e acessível ao público. A televisão ainda é vista como um fórum formal e tradicional para avaliar candidatos, oferecendo uma plataforma de credibilidade e visibilidade ampla”, disse.

“O que as boas campanhas estão fazendo é conectar as duas coisas”, afirmou o cientista político do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ) Bruno Schaefer. /COLABOROU PEDRO AUGUSTO FIGUEIREDO

Na próximo dia 30, o popularmente conhecido “horário político” tem início no rádio e na televisão. O tempo destinado aos candidatos nas emissoras é uma das portas de entrada para que eles apresentem propostas para quem vai definir o novo prefeito e os novos vereadores de São Paulo nas urnas em outubro deste ano.

No rádio e na TV, o prefeito Ricardo Nunes terá vantagem. O candidato do MDB à reeleição terá, sozinho, mais de 60% do tempo diário reservado para a propaganda eleitoral gratuita nos veículos de massa, conforme divulgou o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) nesta quinta-feira, 22. O deputado Guilherme Boulos (PSOL), o apresentador José Luiz Datena (PSDB) e a deputada Tabata Amaral (PSB) ficam com os quase 40% restantes do horário por dia. Os outros seis candidatos ao cargo, como o influenciador Pablo Marçal, do PRTB, e a empresária Marina Helena, do Novo, ficarão de fora.

Especialistas ouvidos pelos Estadão afirmam que, mesmo com a relevância assumida pelas redes sociais e a diminuição do tempo gasto pelos eleitores brasileiros em frente à televisão ou ouvindo o rádio, a propaganda eleitoral obrigatória ainda tem papel decisivo. A estratégia, principalmente televisiva, pode ser determinante sobretudo para os eleitores que não sabem em quem votar.

Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB), Datena (PSDB) serão os candidatos com tempo de TV e rádio em propaganda eleitoral. Os partidos de Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo) não atingiram a cláusula de barreira nas eleições de 2022, portanto não terão programas eleitorais veiculados no horário eleitoral gratuito. Foto: Werther Santana/Estadão Taba Benedicto/Estadão Alex Silva/Estadão PSDB Municipal SP/Divulgação Reprodução/Instagram via @pablomarcal1 Novo/Divulgação

Os candidatos de partidos e federações partidárias com representantes na Câmara de Deputados que atingiram a cláusula de barreira tem direito ao tempo de rádio e TV. O mecanismo é utilizado pela Justiça Eleitoral para comprovar a representatividade dos partidos no País. As siglas precisam ter 12 deputados federais ou terem atingido 2% dos votos válidos em pelo menos nove unidades da federação na eleição de 2022.

O horário eleitoral gratuito será veiculado até 3 de outubro, de segunda a sábado, com 20 minutos diários em rede (divididos em dois blocos de 10 minutos) no rádio e na TV. Além disso, serão destinados 70 minutos em inserções diárias de 30 e 60 segundos, de segunda a domingo, entre 5 horas e meia-noite.

Tempo em cada uma das edições diárias (segunda a sábado)

  • Ricardo Nunes: 6 minutos e 30 segundos
  • Guilherme Boulos: 2 minutos e 22 segundos
  • José Luis Datena: 35 segundos
  • Tabata Amaral: 30 segundos

Tempo de inserções diárias (segunda a domingo)

  • Ricardo Nunes: 27 minutos e 20 segundos
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  • José Luis Datena: 2 minutos e 29 segundos
  • Tabata Amaral: 2 minutos e 10 segundos

A influência da propaganda política televisionada tem perdido espaço diante do avanço das redes sociais pela população, segundo a cientista política e assessora do Gabinete Compartilhado da Câmara dos Deputados, Paula Trindade. “Não podemos negar que a influência da TV está cada vez menor. Em 2018, o Brasil elegeu Bolsonaro com um tempo mínimo de televisão. À época, o partido que o abrigava era o PSL, que tinha alguns segundos na propaganda eleitoral gratuita, enquanto outros adversários tinham muito mais que isso”, exemplificou.

Nas eleições daquele ano, o então candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, era quem tinha a maior fatia do horário eleitoral: o tucano teve 5 minutos e 32 segundos em cada bloco de propaganda, além de 434 inserções. Já o líder das intenções de voto à época, Jair Bolsonaro, teve apenas 8 segundos em cada bloco de propaganda e 11 inserções ao longo do primeiro turno da campanha eleitoral. Naquele ano, cada um dos dois blocos tinha 12 minutos e meio de duração no total.

“O prefeito Nunes terá muito mais tempo, mas vimos na eleição presidencial de 2018 que o (Geraldo) Alckmin tinha um tempo estrondoso de horário eleitoral gratuito e perdeu a eleição para (Jair) Bolsonaro, que tinha pouquíssimo tempo”, disse professor de pós-graduação em direito eleitoral da Escola Judiciária Eleitoral Paulista, do TRE-SP, Alexandre Rollo.

No primeiro turno daquele pleito, Bolsonaro se alçou ao segundo turno com 46,03% dos votos. Alckmin, por sua vez, teve 4,76%. O candidato que disputou a segunda etapa da votação contra Bolsonaro foi Fernando Haddad, com 29,28% dos votos. Haddad teve, no total, dois blocos diários de 2 minutos e 23 segundos cada, além de 188 inserções ao longo do primeiro turno, mais uma inserção extra de 30 segundos definida por sorteio.

Paula Trindade ressalta, porém, que a televisão ainda é a maior fonte de conteúdo audiovisual dos brasileiros. Por isso, a influência da TV não foi substituída pela internet, mas adaptada à ela. “As peças publicitárias televisivas alcançam, até mesmo, os espectadores que não assistem TV. Elas circulam e chegam no YouTube, no WhatsApp. Então, é como se até a propaganda eleitoral fosse sob demanda”, afirmou a especialista.

Para ela, o mesmo ocorre com os debates, porque à medida que a presença dos políticos leva seus seguidores das redes sociais à TV, o prestígio da televisão traz recortes do debate aos vídeos que circulam em grupos de mensageria e nas próprias redes sociais.

O assessor legislativo do Senado e cientista político Murilo Medeiros afirma ainda que, apesar da emergência das mídias digitais, a TV e o rádio ainda são preponderantes na estratégia de impulsionar candidaturas no Brasil. “Nas eleições municipais de 2020, por exemplo, cerca de 80% dos candidatos que possuíam maior tempo no rádio e TV saíram vitoriosos nas disputas para o cargo de prefeito.”

Segundo ele, a propaganda eleitoral televisiva é particularmente eficaz diante de eleitores indecisos. “O bom uso do espaço televisivo é um trunfo para dar competitividade às candidaturas, principalmente para diminuir rejeições”, explicou.

Candidatos sem tempo de TV

O especialista em marketing político e propaganda eleitoral pela Universidade de São Paulo (USP), Paulo Henrique Tenório, diz que para candidatos sem tempo de TV, como Marina e Marçal, “as redes sociais passam a ser a base fundamental deste candidato. Agora, não importa se o candidato seja grande ou não dentro de uma disputa: é preciso estar fortemente presente e ativo nas redes sociais para engajar o público de forma contínua”.

Os veículos de comunicação em massa, como rádio e TV, consegue tornar um candidato mais conhecido. No entanto, explica Tenório, as mídias sociais conseguem propagar de maneira muito mais veloz, os planos e as propostas de um concorrente. “Os dois formatos permitem que o candidato expresse seus pensamentos de maneira indireta, com a presença de um entrevistador, utilizando uma linguagem informal e acessível ao público. A televisão ainda é vista como um fórum formal e tradicional para avaliar candidatos, oferecendo uma plataforma de credibilidade e visibilidade ampla”, disse.

“O que as boas campanhas estão fazendo é conectar as duas coisas”, afirmou o cientista político do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ) Bruno Schaefer. /COLABOROU PEDRO AUGUSTO FIGUEIREDO

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