Eleições na Colômbia e as três lições para a disputa no Brasil


Esquerdista Gustavo Petro enfrentará o populista de direita Rodolfo Hernández no segundo turno em junho

Por Oliver Stuenkel
Atualização:

O primeiro turno das eleições presidenciais na Colômbia, realizado no domingo, revelou que o esquerdista Gustavo Petro enfrentará o populista de direita Rodolfo Hernández no segundo turno em junho. Esse resultado nos autoriza três lições relevantes para o cenário brasileiro atual.

A primeira é que o sentimento geral na América Latina continua fortemente marcado pelo desejo dos eleitores de buscar alternativas ao status quo. Em nenhuma das eleições democráticas na América Latina, ao longo dos últimos anos, o titular conseguiu se reeleger ou fazer seu sucessor. O descontentamento popular, geralmente fruto do baixo crescimento, da desigualdade e da baixa qualidade dos serviços públicos, parece estar tão arraigado que, desde a eleição de Jair Bolsonaro no Brasil em 2018, eleitores em nada menos que 14 países onde houve pleitos livres – entre eles, Argentina e Uruguai em 2019, Guiana e Bolívia em 2020, Equador, Peru e Chile em 2021, e Costa Rica em abril de 2022 – optaram pela mudança ao invés da continuidade. Essa longa lista de candidatos à reeleição ou candidatos governistas derrotados nas urnas permite antever a dimensão do desafio que Jair Bolsonaro enfrentará em outubro.

O populista de direita Rodolfo Hernández: uma versão colombiana de Trump  Foto: Luisa Gonzalez/Reuters
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A segunda lição: a eleição colombiana reforça a ideia de que, apesar do aumento da inflação, da desigualdade e do desemprego dominando o debate público, é possível vencer uma eleição sem apresentar propostas críveis na área econômica, desde que o candidato tenha uma impactante estratégia de comunicação. Rodolfo Hernández, uma versão colombiana de Trump, que se tornou conhecido por usar o TikTok, desembarcou no segundo turno sem nem sequer ter ido aos debates dos presidenciáveis. Observando o pleito no Brasil, isso sugere que, mesmo no atual cenário econômico extremamente desafiador, a decisão de Jair Bolsonaro focar em outras questões – sobretudo nas chamadas “guerras culturais” – não é necessariamente uma estratégia fadada ao fracasso.

Por último, as eleições na Colômbia revelam que, aos poucos, o tema ambiental está ganhando espaço entre lideranças latino-americanas de esquerda. Assim como o presidente chileno Gabriel Boric, Gustavo Petro ajustou sua retórica e hoje promete priorizar a sustentabilidade. De igual modo, o PT pretende integrar cada vez mais questões ambientais na pauta para estabelecer um contraste com o atual governo. A nova “onda rosa” buscará chegar, pelo menos na retórica, com alguns tons de verde.

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O resultado do segundo turno na Colômbia poderá confirmar o domínio da esquerda no continente – ou acabar com Bolsonaro ganhando um aliado inesperado.

O primeiro turno das eleições presidenciais na Colômbia, realizado no domingo, revelou que o esquerdista Gustavo Petro enfrentará o populista de direita Rodolfo Hernández no segundo turno em junho. Esse resultado nos autoriza três lições relevantes para o cenário brasileiro atual.

A primeira é que o sentimento geral na América Latina continua fortemente marcado pelo desejo dos eleitores de buscar alternativas ao status quo. Em nenhuma das eleições democráticas na América Latina, ao longo dos últimos anos, o titular conseguiu se reeleger ou fazer seu sucessor. O descontentamento popular, geralmente fruto do baixo crescimento, da desigualdade e da baixa qualidade dos serviços públicos, parece estar tão arraigado que, desde a eleição de Jair Bolsonaro no Brasil em 2018, eleitores em nada menos que 14 países onde houve pleitos livres – entre eles, Argentina e Uruguai em 2019, Guiana e Bolívia em 2020, Equador, Peru e Chile em 2021, e Costa Rica em abril de 2022 – optaram pela mudança ao invés da continuidade. Essa longa lista de candidatos à reeleição ou candidatos governistas derrotados nas urnas permite antever a dimensão do desafio que Jair Bolsonaro enfrentará em outubro.

O populista de direita Rodolfo Hernández: uma versão colombiana de Trump  Foto: Luisa Gonzalez/Reuters

A segunda lição: a eleição colombiana reforça a ideia de que, apesar do aumento da inflação, da desigualdade e do desemprego dominando o debate público, é possível vencer uma eleição sem apresentar propostas críveis na área econômica, desde que o candidato tenha uma impactante estratégia de comunicação. Rodolfo Hernández, uma versão colombiana de Trump, que se tornou conhecido por usar o TikTok, desembarcou no segundo turno sem nem sequer ter ido aos debates dos presidenciáveis. Observando o pleito no Brasil, isso sugere que, mesmo no atual cenário econômico extremamente desafiador, a decisão de Jair Bolsonaro focar em outras questões – sobretudo nas chamadas “guerras culturais” – não é necessariamente uma estratégia fadada ao fracasso.

Por último, as eleições na Colômbia revelam que, aos poucos, o tema ambiental está ganhando espaço entre lideranças latino-americanas de esquerda. Assim como o presidente chileno Gabriel Boric, Gustavo Petro ajustou sua retórica e hoje promete priorizar a sustentabilidade. De igual modo, o PT pretende integrar cada vez mais questões ambientais na pauta para estabelecer um contraste com o atual governo. A nova “onda rosa” buscará chegar, pelo menos na retórica, com alguns tons de verde.

O resultado do segundo turno na Colômbia poderá confirmar o domínio da esquerda no continente – ou acabar com Bolsonaro ganhando um aliado inesperado.

O primeiro turno das eleições presidenciais na Colômbia, realizado no domingo, revelou que o esquerdista Gustavo Petro enfrentará o populista de direita Rodolfo Hernández no segundo turno em junho. Esse resultado nos autoriza três lições relevantes para o cenário brasileiro atual.

A primeira é que o sentimento geral na América Latina continua fortemente marcado pelo desejo dos eleitores de buscar alternativas ao status quo. Em nenhuma das eleições democráticas na América Latina, ao longo dos últimos anos, o titular conseguiu se reeleger ou fazer seu sucessor. O descontentamento popular, geralmente fruto do baixo crescimento, da desigualdade e da baixa qualidade dos serviços públicos, parece estar tão arraigado que, desde a eleição de Jair Bolsonaro no Brasil em 2018, eleitores em nada menos que 14 países onde houve pleitos livres – entre eles, Argentina e Uruguai em 2019, Guiana e Bolívia em 2020, Equador, Peru e Chile em 2021, e Costa Rica em abril de 2022 – optaram pela mudança ao invés da continuidade. Essa longa lista de candidatos à reeleição ou candidatos governistas derrotados nas urnas permite antever a dimensão do desafio que Jair Bolsonaro enfrentará em outubro.

O populista de direita Rodolfo Hernández: uma versão colombiana de Trump  Foto: Luisa Gonzalez/Reuters

A segunda lição: a eleição colombiana reforça a ideia de que, apesar do aumento da inflação, da desigualdade e do desemprego dominando o debate público, é possível vencer uma eleição sem apresentar propostas críveis na área econômica, desde que o candidato tenha uma impactante estratégia de comunicação. Rodolfo Hernández, uma versão colombiana de Trump, que se tornou conhecido por usar o TikTok, desembarcou no segundo turno sem nem sequer ter ido aos debates dos presidenciáveis. Observando o pleito no Brasil, isso sugere que, mesmo no atual cenário econômico extremamente desafiador, a decisão de Jair Bolsonaro focar em outras questões – sobretudo nas chamadas “guerras culturais” – não é necessariamente uma estratégia fadada ao fracasso.

Por último, as eleições na Colômbia revelam que, aos poucos, o tema ambiental está ganhando espaço entre lideranças latino-americanas de esquerda. Assim como o presidente chileno Gabriel Boric, Gustavo Petro ajustou sua retórica e hoje promete priorizar a sustentabilidade. De igual modo, o PT pretende integrar cada vez mais questões ambientais na pauta para estabelecer um contraste com o atual governo. A nova “onda rosa” buscará chegar, pelo menos na retórica, com alguns tons de verde.

O resultado do segundo turno na Colômbia poderá confirmar o domínio da esquerda no continente – ou acabar com Bolsonaro ganhando um aliado inesperado.

O primeiro turno das eleições presidenciais na Colômbia, realizado no domingo, revelou que o esquerdista Gustavo Petro enfrentará o populista de direita Rodolfo Hernández no segundo turno em junho. Esse resultado nos autoriza três lições relevantes para o cenário brasileiro atual.

A primeira é que o sentimento geral na América Latina continua fortemente marcado pelo desejo dos eleitores de buscar alternativas ao status quo. Em nenhuma das eleições democráticas na América Latina, ao longo dos últimos anos, o titular conseguiu se reeleger ou fazer seu sucessor. O descontentamento popular, geralmente fruto do baixo crescimento, da desigualdade e da baixa qualidade dos serviços públicos, parece estar tão arraigado que, desde a eleição de Jair Bolsonaro no Brasil em 2018, eleitores em nada menos que 14 países onde houve pleitos livres – entre eles, Argentina e Uruguai em 2019, Guiana e Bolívia em 2020, Equador, Peru e Chile em 2021, e Costa Rica em abril de 2022 – optaram pela mudança ao invés da continuidade. Essa longa lista de candidatos à reeleição ou candidatos governistas derrotados nas urnas permite antever a dimensão do desafio que Jair Bolsonaro enfrentará em outubro.

O populista de direita Rodolfo Hernández: uma versão colombiana de Trump  Foto: Luisa Gonzalez/Reuters

A segunda lição: a eleição colombiana reforça a ideia de que, apesar do aumento da inflação, da desigualdade e do desemprego dominando o debate público, é possível vencer uma eleição sem apresentar propostas críveis na área econômica, desde que o candidato tenha uma impactante estratégia de comunicação. Rodolfo Hernández, uma versão colombiana de Trump, que se tornou conhecido por usar o TikTok, desembarcou no segundo turno sem nem sequer ter ido aos debates dos presidenciáveis. Observando o pleito no Brasil, isso sugere que, mesmo no atual cenário econômico extremamente desafiador, a decisão de Jair Bolsonaro focar em outras questões – sobretudo nas chamadas “guerras culturais” – não é necessariamente uma estratégia fadada ao fracasso.

Por último, as eleições na Colômbia revelam que, aos poucos, o tema ambiental está ganhando espaço entre lideranças latino-americanas de esquerda. Assim como o presidente chileno Gabriel Boric, Gustavo Petro ajustou sua retórica e hoje promete priorizar a sustentabilidade. De igual modo, o PT pretende integrar cada vez mais questões ambientais na pauta para estabelecer um contraste com o atual governo. A nova “onda rosa” buscará chegar, pelo menos na retórica, com alguns tons de verde.

O resultado do segundo turno na Colômbia poderá confirmar o domínio da esquerda no continente – ou acabar com Bolsonaro ganhando um aliado inesperado.

O primeiro turno das eleições presidenciais na Colômbia, realizado no domingo, revelou que o esquerdista Gustavo Petro enfrentará o populista de direita Rodolfo Hernández no segundo turno em junho. Esse resultado nos autoriza três lições relevantes para o cenário brasileiro atual.

A primeira é que o sentimento geral na América Latina continua fortemente marcado pelo desejo dos eleitores de buscar alternativas ao status quo. Em nenhuma das eleições democráticas na América Latina, ao longo dos últimos anos, o titular conseguiu se reeleger ou fazer seu sucessor. O descontentamento popular, geralmente fruto do baixo crescimento, da desigualdade e da baixa qualidade dos serviços públicos, parece estar tão arraigado que, desde a eleição de Jair Bolsonaro no Brasil em 2018, eleitores em nada menos que 14 países onde houve pleitos livres – entre eles, Argentina e Uruguai em 2019, Guiana e Bolívia em 2020, Equador, Peru e Chile em 2021, e Costa Rica em abril de 2022 – optaram pela mudança ao invés da continuidade. Essa longa lista de candidatos à reeleição ou candidatos governistas derrotados nas urnas permite antever a dimensão do desafio que Jair Bolsonaro enfrentará em outubro.

O populista de direita Rodolfo Hernández: uma versão colombiana de Trump  Foto: Luisa Gonzalez/Reuters

A segunda lição: a eleição colombiana reforça a ideia de que, apesar do aumento da inflação, da desigualdade e do desemprego dominando o debate público, é possível vencer uma eleição sem apresentar propostas críveis na área econômica, desde que o candidato tenha uma impactante estratégia de comunicação. Rodolfo Hernández, uma versão colombiana de Trump, que se tornou conhecido por usar o TikTok, desembarcou no segundo turno sem nem sequer ter ido aos debates dos presidenciáveis. Observando o pleito no Brasil, isso sugere que, mesmo no atual cenário econômico extremamente desafiador, a decisão de Jair Bolsonaro focar em outras questões – sobretudo nas chamadas “guerras culturais” – não é necessariamente uma estratégia fadada ao fracasso.

Por último, as eleições na Colômbia revelam que, aos poucos, o tema ambiental está ganhando espaço entre lideranças latino-americanas de esquerda. Assim como o presidente chileno Gabriel Boric, Gustavo Petro ajustou sua retórica e hoje promete priorizar a sustentabilidade. De igual modo, o PT pretende integrar cada vez mais questões ambientais na pauta para estabelecer um contraste com o atual governo. A nova “onda rosa” buscará chegar, pelo menos na retórica, com alguns tons de verde.

O resultado do segundo turno na Colômbia poderá confirmar o domínio da esquerda no continente – ou acabar com Bolsonaro ganhando um aliado inesperado.

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