"O Estado (de São Paulo) produz laranja, produz cana, soja. Não produz cocaína. Não tem aqui produção de folha de coca. Como é que isso entra no País? É preciso ter esse combate macro, que é o tráfico de armas e o tráfico de fronteiras".Foi tirando o foco das críticas recebidas pelo governo paulista - por causa da ação policial na cracolândia - e mirando a porosidade das fronteiras que o governador Geraldo Alckmin (PSDB), tentou ontem dividir as responsabilidades pelo enfrentamento do problema do crack na região central da capital. Segundo ele, a ação federal seria uma complementação do trabalho feito por Estado e prefeitura. "Vamos fazer o nosso aqui, mas é preciso um trabalho nas fronteiras. Não é fácil, porque as fronteiras brasileiras são grandes, mas é absolutamente necessário."Assunto nacional. O governador voltou a ressaltar que o crack é um tema nacional e não um problema exclusivo da capital. "A questão da cracolândia não é específica da uma região de São Paulo, da região da Luz. É uma questão nacional. Infelizmente, está presente nas grandes cidades brasileiras e nas cidades médias", disse ele.Anteontem, sob orientação do Palácio dos Bandeirantes, os pré-candidatos do PSDB à Prefeitura de São Paulo e o presidente municipal do partido, secretário estadual de Planejamento, Júlio Semeghini, atacaram o PT e o governo federal ao falarem sobre a operação na cracolândia.Os tucanos receberam telefonemas da equipe de comunicação do Palácio pedindo-lhes que respondessem aos ataques do petistas à ação da Polícia Militar no centro da cidade. Em debate de que participaram, os quatro pré-candidatos seguiram à risca o roteiro. Criticaram a falta de segurança nas fronteiras, disseram que o PT "consolidou" o crack no centro de São Paulo e disseram que "oportunistas pegam carona na tragédia humana". O governador criticou o uso da cracolândia para fins eleitorais. "É evidente que não ajuda", disse em entrevista à rádio Jovem Pan.
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