O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, classificou a eleição de Portugal como “um exemplo de respeito e civilidade para o mundo”. Barroso citou o fato de que o resultado da disputa - realizada por meio de voto eletrônico - destoou das pesquisas de intenção de voto e, mesmo assim, não houve contestação.
Portugal elegeu novos representantes para o Parlamento neste domingo, 30. Barroso acompanhou o pleito in loco, como observador, a convite da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) portuguesa.
Nas últimas pesquisas de intenção de voto no país europeu, o Partido Socialista (PS), de centro-esquerda, vinha empatado com o Partido Social-Democrata (PSD), de centro-direita. Mas o resultado da apuração trouxe ampla vantagem para o PS, que alcançou 42% dos votos contra 28% do PSD.
Nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a contestar o resultado da corrida de 2018, como tem feito desde que assumiu o mandato. Mesmo após a Câmara rejeitar a adoção do voto impresso, no ano passado, e o TSE ampliar a transparência nos processos de controle, Bolsonaro afirmou que Barroso ainda não respondeu a questionamentos das Forças Armadas sobre a segurança das urnas.
Durante lives e conversas com seus apoiadores no ‘cercadinho’, o chefe do Executivo alegou diversas vezes que tinha provas de fraudes que ocorreram durante as eleições de 2014 e de 2018, embora nunca tenha conseguido provar seus argumentos.
Segundo o presidente, as eleições de 2014 resultariam na vitória do candidato derrotado no segundo turno daquela disputa, Aécio Neves (PSDB-MG), contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Além disso, o presidente afirmava também que as fraudes impediram sua vitória nas eleições de 2018 logo no primeiro turno.
Em live realizada no ano passado para tentar comprovar sua tese, Bolsonaro revelou informações de um inquérito sigiloso da Polícia Federal sobre o tema, o que acabou provocando o processo que enfrenta no STF e deu origem ao imbróglio em torno de sua ausência a depoimento marcado pelo ministro Alexandre de Moraes sobre o caso na sexta-feira.