RIO - O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), anunciado para assumir a chefia da Casa Civil em eventual governo Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta quinta-feira que o candidato confia “absolutamente” no economista Paulo Guedes, cotado para comandar o Ministério da Economia, que será formado, se eleito, a partir da fusão das pastas da Fazenda e do Planejamento. O parlamentar fez o comentário quando questionado sobre a abertura de um procedimento, pelo Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal, para investigar Guedes. Conforme revelado pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmado pelo Estadão/Broadcast na quarta-feira, a investigação apura se Guedes cometeu crimes de gestão fraudulenta e temerária à frente de fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão ligados a empresas públicas. Em nota, os advogados de Guedes afirmaram que o economista recebeu com perplexidade a notícia sobre a abertura da investigação, que seria "uma afronta à democracia" cujo principal "objetivo é o de confundir o eleitor".
“O (candidato a) presidente (Jair Bolsonaro) é inflexível nesses assuntos. O presidente confia absolutamente, não cegamente, porque ele não é cego, no professor Paulo Guedes. Paulo Guedes é um homem que tem uma história no Brasil de êxito com decência. Desconfio de que só agora, à beira da eleição, aparece essa história. Por que não apareceu antes? É a grande pergunta”, afirmou Lorenzoni, após a reunião de Bolsonaro com a bancada do PSL e parlamentares eleitos por outros partidos que o apoiam. Em relação ao apoio parlamentar para aprovar propostas do eventual governo Bolsonaro, Lorenzoni disse que, a partir de 29 de outubro, “se o povo brasileiro decidir”, a equipe do candidato do PSL começará a trabalhar para colocar em prática os “conceitos” do programa de governo. Segundo o deputado federal, Bolsonaro foi o primeiro candidato a apresentar um programa conceitual, que atrairá apoios. Para Lorenzoni, Bolsonaro foi o candidato mais votado do primeiro turno porque fala sobre a família e defende uma “escola que ensina, em vez de doutrinar”.