RIO - Para o candidato à Presidência da República pelo PSL nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, a "pequena queda" das intenções de voto revelada na pesquisa Ibope desta terça-feira, 23, é fruto "dos ataques" que tem sofrido. "Não é fake news. São mentiras do PT, não no WhatsApp, mas nas televisões durante a programação deles", disse o presidenciável, numa curta entrevista concedida a canais de televisão no início da noite.
Na pesquisa, Bolsonaro apareceu com 57% das intenções de votos válidos, dois pontos a menos que na anterior, enquanto o adversário pelo PT, Fernando Haddad, ficou com 43%, um crescimento de dois pontos. As duas variações estão dentro da margem de erro, que é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
Como exemplos de supostas "mentiras do PT", Bolsonaro citou as informações sobre o programa de governo para a Educação, área de domínio de Haddad. "Por exemplo, estão dizendo que eu vou cobrar mensalidade a estudantes de universidades públicas; dizendo que eu vou acabar com o Ministério da Educação, vou demitir todos os professores do Brasil e merendeiras e que tudo será ensino a distância", afirmou.
Bolsonaro ainda negou que apoie a tortura, ao ser questionado sobre a homenagem feita ao ex-chefe do DOI-Codi Carlos Alberto Brilhante Ustra, durante a sessão de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. "Ninguém apoia tortura. E outra: a história de 64 a 85 (período de ditadura militar) foi contada pelos perdedores. Não nos deram espaço para contar o lado verdadeiro da história. Para mim, depois da anistia, isso tudo é página virada. Vamos tocar o barco", disse o candidato.
O presidenciável ainda descartou a junção dos ministérios de Meio Ambiente e Agricultura, como proposto pelo presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Antonio Nabhan Garcia, um dos principais apoiadores de Bolsonaro. Segundo o candidato, "é possível que não encampe a proposta", por conta da dimensão do País e da complexidade de administrar o passivo ambiental.