Bolsonaro dobra aposta em Carlos para campanha nas redes sociais


Filho do presidente vai continuar comandando ‘guerra virtual’, mas PL defende a contratação de marqueteiro indicado por Valdemar Costa Neto

Por Felipe Frazão e Brasília

A intenção de profissionalizar o marketing da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro esbarrou no vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ao filho “zero dois” é atribuída a estratégia para as redes sociais da campanha vitoriosa do presidente em 2018. Por influência da ala política do governo, no entanto, Bolsonaro avalia e conversa com marqueteiros sugeridos por ministros e por Valdemar Costa Neto, mandachuva do PL. Um dos cotados para assinar os programas do presidente é o publicitário Duda Lima, homem da confiança de Costa Neto.

Mesmo assim, Bolsonaro já deixou claro que Carlos vai manter a comunicação digital sob seu controle. Enquanto políticos do Centrão que participam do núcleo da campanha defendem contratar um marqueteiro do ramo, os bolsonaristas mais ligados à “direita raiz” e o próprio presidente confiam no tino de Carlos, a quem já respondiam os integrantes do grupo conhecido no Palácio do Planalto como “gabinete do ódio”.

Carlos na cerimônia da posse de Bolsonaro: estratégia da campanha digital de 2018 é atribuída ao vereador. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO
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Ministros palacianos dão como certo que, mesmo com um profissional de publicidade do agrado de Bolsonaro, o comando da comunicação será compartilhado com Carlos. A ideia é que o vereador continue desempenhando papel central nas redes sociais do presidente, estimulando a guerra virtual para atacar opositores e desafetos do governo.

Bolsonaro tem 43 milhões de seguidores em perfis e contas oficiais no Facebook, Instagram, YouTube, Twitter, Tik Tok e Telegram. Conta, ainda, com um emaranhado de páginas apoiadoras, batizadas internamente de “satélites”, além de grupos de aplicativos de mensagens no WhatsApp e redes mais recentes adotadas pela direita, como o Gettr, e a Bolsonaro TV.

Com frequência, o monitoramento de adversários políticos e empresas do ramo identifica o uso de contas automatizadas pró-Bolsonaro, os robôs, com disparos de mensagens favoráveis ao presidente ou de conteúdo difamatório contra rivais a partir de países da Ásia ou do Leste Europeu. Essa rede digital chegou a ser alvo de apurações no Supremo Tribunal Federal, na CPMI das Fake News e também no Tribunal Superior Eleitoral.

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Mambembe

O presidente resiste a dar poder a um marqueteiro que não seja próximo de seu círculo mais íntimo. Nas conversas com aliados, ele sempre repete que conseguiu chegar ao Planalto, em 2018, a partir de uma estratégia “amadora”. À época, tudo deixava transparecer ações de improviso e estética mambembe. Para Bolsonaro, isso pode dar certo novamente.

Em dezembro, o presidente garantiu que não pretendia contratar um marqueteiro experimentado. “Não vou contratar marqueteiro, não é essa a intenção. Devo ter produtores de imagens. Nós temos imagens para mostrar armazenadas das minhas viagens pelo Brasil todo”, argumentou ele.

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A cúpula da campanha bolsonarista, no entanto, deu sinais de que o presidente vai ceder à contratação de um profissional, algo de que seus principais adversários não abrem mão. Além de Costa Neto, insistem nessa tese os ministros Fabio Faria (Comunicações) e Ciro Nogueira (Casa Civil).

A principal justificativa para que um marqueteiro de renome seja chamado é a demanda de produção de programas eleitorais e inserções para rádio e TV. Há agora a previsão de uma aliança com partidos do Centrão, e não mais os 8 segundos da época em que Bolsonaro era filiado ao PSL.

A exposição aumentará ainda mais se o chefe do Executivo disputar o segundo turno. “Vai ter, sim, uma coordenação profissional. O presidente Valdemar tem estudado bastante isso e trabalhado”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao canal CNN, citando o presidente do PL.

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Assim como Costa Neto, Duda Lima é de Mogi das Cruzes, mantém duas agências na cidade (RP Propaganda e F.A.R.O.) e tem parentes no PL. Costuma dar cursos e orientar candidatos do partido a cargos no Legislativo e já trabalhou em campanhas para prefeituras paulistas. Em 2016, ele foi marqueteiro do deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), então candidato a prefeito de São Paulo.

Ao Estadão, Duda disse que ainda não foi procurado para tratar da campanha do presidente. “Ninguém do partido falou comigo. Faço trabalhos pontuais para o PL há bastante tempo”, afirmou ele.

Na semana passada, Bolsonaro conversou com o estrategista pernambucano Paulo Moura, da Exata Inteligência Política, levado pelo ministro do Turismo, Gilson Machado. As conversas, porém, não deslancharam. Moura disse ao Estadão que não recebeu nenhuma proposta após o encontro com o presidente.

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Sérgio Lima, publicitário da agência S8.Wow, também é lembrado para a função. Lima atuou no projeto do Aliança pelo Brasil, partido que não saiu do papel, mas ainda não teve conversas com Bolsonaro e Costa Neto.

Rivais

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem no comando de comunicação da campanha o jornalista e ex-ministro Franklin Martins, mas o PT ainda negocia a contratação dos publicitários Raul Rabelo ou Sidônio Palmeira, ambos baianos.

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O nome de maior cacife e experiência no páreo presidencial é o de João Santana, marqueteiro contratado por Ciro Gomes (PDT). Santana assinou campanhas petistas no passado, como as de Lula e Dilma Rousseff. Após ser preso, virou colaborador da Lava Jato.

Já o governador de São Paulo, João Doria, pré-candidato do PSDB, é orientado pelo marqueteiro Daniel Braga. O publicitário Fernando Vieira, que atende o Podemos, colabora com a campanha de Sérgio Moro. Nada, porém, está fechado, tanto que Moro ainda avalia contratar outro profissional.

A intenção de profissionalizar o marketing da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro esbarrou no vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ao filho “zero dois” é atribuída a estratégia para as redes sociais da campanha vitoriosa do presidente em 2018. Por influência da ala política do governo, no entanto, Bolsonaro avalia e conversa com marqueteiros sugeridos por ministros e por Valdemar Costa Neto, mandachuva do PL. Um dos cotados para assinar os programas do presidente é o publicitário Duda Lima, homem da confiança de Costa Neto.

Mesmo assim, Bolsonaro já deixou claro que Carlos vai manter a comunicação digital sob seu controle. Enquanto políticos do Centrão que participam do núcleo da campanha defendem contratar um marqueteiro do ramo, os bolsonaristas mais ligados à “direita raiz” e o próprio presidente confiam no tino de Carlos, a quem já respondiam os integrantes do grupo conhecido no Palácio do Planalto como “gabinete do ódio”.

Carlos na cerimônia da posse de Bolsonaro: estratégia da campanha digital de 2018 é atribuída ao vereador. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

Ministros palacianos dão como certo que, mesmo com um profissional de publicidade do agrado de Bolsonaro, o comando da comunicação será compartilhado com Carlos. A ideia é que o vereador continue desempenhando papel central nas redes sociais do presidente, estimulando a guerra virtual para atacar opositores e desafetos do governo.

Bolsonaro tem 43 milhões de seguidores em perfis e contas oficiais no Facebook, Instagram, YouTube, Twitter, Tik Tok e Telegram. Conta, ainda, com um emaranhado de páginas apoiadoras, batizadas internamente de “satélites”, além de grupos de aplicativos de mensagens no WhatsApp e redes mais recentes adotadas pela direita, como o Gettr, e a Bolsonaro TV.

Com frequência, o monitoramento de adversários políticos e empresas do ramo identifica o uso de contas automatizadas pró-Bolsonaro, os robôs, com disparos de mensagens favoráveis ao presidente ou de conteúdo difamatório contra rivais a partir de países da Ásia ou do Leste Europeu. Essa rede digital chegou a ser alvo de apurações no Supremo Tribunal Federal, na CPMI das Fake News e também no Tribunal Superior Eleitoral.

Mambembe

O presidente resiste a dar poder a um marqueteiro que não seja próximo de seu círculo mais íntimo. Nas conversas com aliados, ele sempre repete que conseguiu chegar ao Planalto, em 2018, a partir de uma estratégia “amadora”. À época, tudo deixava transparecer ações de improviso e estética mambembe. Para Bolsonaro, isso pode dar certo novamente.

Em dezembro, o presidente garantiu que não pretendia contratar um marqueteiro experimentado. “Não vou contratar marqueteiro, não é essa a intenção. Devo ter produtores de imagens. Nós temos imagens para mostrar armazenadas das minhas viagens pelo Brasil todo”, argumentou ele.

A cúpula da campanha bolsonarista, no entanto, deu sinais de que o presidente vai ceder à contratação de um profissional, algo de que seus principais adversários não abrem mão. Além de Costa Neto, insistem nessa tese os ministros Fabio Faria (Comunicações) e Ciro Nogueira (Casa Civil).

A principal justificativa para que um marqueteiro de renome seja chamado é a demanda de produção de programas eleitorais e inserções para rádio e TV. Há agora a previsão de uma aliança com partidos do Centrão, e não mais os 8 segundos da época em que Bolsonaro era filiado ao PSL.

A exposição aumentará ainda mais se o chefe do Executivo disputar o segundo turno. “Vai ter, sim, uma coordenação profissional. O presidente Valdemar tem estudado bastante isso e trabalhado”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao canal CNN, citando o presidente do PL.

Assim como Costa Neto, Duda Lima é de Mogi das Cruzes, mantém duas agências na cidade (RP Propaganda e F.A.R.O.) e tem parentes no PL. Costuma dar cursos e orientar candidatos do partido a cargos no Legislativo e já trabalhou em campanhas para prefeituras paulistas. Em 2016, ele foi marqueteiro do deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), então candidato a prefeito de São Paulo.

Ao Estadão, Duda disse que ainda não foi procurado para tratar da campanha do presidente. “Ninguém do partido falou comigo. Faço trabalhos pontuais para o PL há bastante tempo”, afirmou ele.

Na semana passada, Bolsonaro conversou com o estrategista pernambucano Paulo Moura, da Exata Inteligência Política, levado pelo ministro do Turismo, Gilson Machado. As conversas, porém, não deslancharam. Moura disse ao Estadão que não recebeu nenhuma proposta após o encontro com o presidente.

Sérgio Lima, publicitário da agência S8.Wow, também é lembrado para a função. Lima atuou no projeto do Aliança pelo Brasil, partido que não saiu do papel, mas ainda não teve conversas com Bolsonaro e Costa Neto.

Rivais

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem no comando de comunicação da campanha o jornalista e ex-ministro Franklin Martins, mas o PT ainda negocia a contratação dos publicitários Raul Rabelo ou Sidônio Palmeira, ambos baianos.

O nome de maior cacife e experiência no páreo presidencial é o de João Santana, marqueteiro contratado por Ciro Gomes (PDT). Santana assinou campanhas petistas no passado, como as de Lula e Dilma Rousseff. Após ser preso, virou colaborador da Lava Jato.

Já o governador de São Paulo, João Doria, pré-candidato do PSDB, é orientado pelo marqueteiro Daniel Braga. O publicitário Fernando Vieira, que atende o Podemos, colabora com a campanha de Sérgio Moro. Nada, porém, está fechado, tanto que Moro ainda avalia contratar outro profissional.

A intenção de profissionalizar o marketing da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro esbarrou no vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ao filho “zero dois” é atribuída a estratégia para as redes sociais da campanha vitoriosa do presidente em 2018. Por influência da ala política do governo, no entanto, Bolsonaro avalia e conversa com marqueteiros sugeridos por ministros e por Valdemar Costa Neto, mandachuva do PL. Um dos cotados para assinar os programas do presidente é o publicitário Duda Lima, homem da confiança de Costa Neto.

Mesmo assim, Bolsonaro já deixou claro que Carlos vai manter a comunicação digital sob seu controle. Enquanto políticos do Centrão que participam do núcleo da campanha defendem contratar um marqueteiro do ramo, os bolsonaristas mais ligados à “direita raiz” e o próprio presidente confiam no tino de Carlos, a quem já respondiam os integrantes do grupo conhecido no Palácio do Planalto como “gabinete do ódio”.

Carlos na cerimônia da posse de Bolsonaro: estratégia da campanha digital de 2018 é atribuída ao vereador. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADAO

Ministros palacianos dão como certo que, mesmo com um profissional de publicidade do agrado de Bolsonaro, o comando da comunicação será compartilhado com Carlos. A ideia é que o vereador continue desempenhando papel central nas redes sociais do presidente, estimulando a guerra virtual para atacar opositores e desafetos do governo.

Bolsonaro tem 43 milhões de seguidores em perfis e contas oficiais no Facebook, Instagram, YouTube, Twitter, Tik Tok e Telegram. Conta, ainda, com um emaranhado de páginas apoiadoras, batizadas internamente de “satélites”, além de grupos de aplicativos de mensagens no WhatsApp e redes mais recentes adotadas pela direita, como o Gettr, e a Bolsonaro TV.

Com frequência, o monitoramento de adversários políticos e empresas do ramo identifica o uso de contas automatizadas pró-Bolsonaro, os robôs, com disparos de mensagens favoráveis ao presidente ou de conteúdo difamatório contra rivais a partir de países da Ásia ou do Leste Europeu. Essa rede digital chegou a ser alvo de apurações no Supremo Tribunal Federal, na CPMI das Fake News e também no Tribunal Superior Eleitoral.

Mambembe

O presidente resiste a dar poder a um marqueteiro que não seja próximo de seu círculo mais íntimo. Nas conversas com aliados, ele sempre repete que conseguiu chegar ao Planalto, em 2018, a partir de uma estratégia “amadora”. À época, tudo deixava transparecer ações de improviso e estética mambembe. Para Bolsonaro, isso pode dar certo novamente.

Em dezembro, o presidente garantiu que não pretendia contratar um marqueteiro experimentado. “Não vou contratar marqueteiro, não é essa a intenção. Devo ter produtores de imagens. Nós temos imagens para mostrar armazenadas das minhas viagens pelo Brasil todo”, argumentou ele.

A cúpula da campanha bolsonarista, no entanto, deu sinais de que o presidente vai ceder à contratação de um profissional, algo de que seus principais adversários não abrem mão. Além de Costa Neto, insistem nessa tese os ministros Fabio Faria (Comunicações) e Ciro Nogueira (Casa Civil).

A principal justificativa para que um marqueteiro de renome seja chamado é a demanda de produção de programas eleitorais e inserções para rádio e TV. Há agora a previsão de uma aliança com partidos do Centrão, e não mais os 8 segundos da época em que Bolsonaro era filiado ao PSL.

A exposição aumentará ainda mais se o chefe do Executivo disputar o segundo turno. “Vai ter, sim, uma coordenação profissional. O presidente Valdemar tem estudado bastante isso e trabalhado”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao canal CNN, citando o presidente do PL.

Assim como Costa Neto, Duda Lima é de Mogi das Cruzes, mantém duas agências na cidade (RP Propaganda e F.A.R.O.) e tem parentes no PL. Costuma dar cursos e orientar candidatos do partido a cargos no Legislativo e já trabalhou em campanhas para prefeituras paulistas. Em 2016, ele foi marqueteiro do deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP), então candidato a prefeito de São Paulo.

Ao Estadão, Duda disse que ainda não foi procurado para tratar da campanha do presidente. “Ninguém do partido falou comigo. Faço trabalhos pontuais para o PL há bastante tempo”, afirmou ele.

Na semana passada, Bolsonaro conversou com o estrategista pernambucano Paulo Moura, da Exata Inteligência Política, levado pelo ministro do Turismo, Gilson Machado. As conversas, porém, não deslancharam. Moura disse ao Estadão que não recebeu nenhuma proposta após o encontro com o presidente.

Sérgio Lima, publicitário da agência S8.Wow, também é lembrado para a função. Lima atuou no projeto do Aliança pelo Brasil, partido que não saiu do papel, mas ainda não teve conversas com Bolsonaro e Costa Neto.

Rivais

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem no comando de comunicação da campanha o jornalista e ex-ministro Franklin Martins, mas o PT ainda negocia a contratação dos publicitários Raul Rabelo ou Sidônio Palmeira, ambos baianos.

O nome de maior cacife e experiência no páreo presidencial é o de João Santana, marqueteiro contratado por Ciro Gomes (PDT). Santana assinou campanhas petistas no passado, como as de Lula e Dilma Rousseff. Após ser preso, virou colaborador da Lava Jato.

Já o governador de São Paulo, João Doria, pré-candidato do PSDB, é orientado pelo marqueteiro Daniel Braga. O publicitário Fernando Vieira, que atende o Podemos, colabora com a campanha de Sérgio Moro. Nada, porém, está fechado, tanto que Moro ainda avalia contratar outro profissional.

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