Boulos candidato a deputado é vitória do pragmatismo no PSOL; leia análise


Desistência de líder do MTST na disputa pelo governo também deixa partido mais próximo de um acordo com o PT em SP e em torno de Lula à Presidência

Por Marco Antônio Carvalho Teixeira

Até então pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos acaba de anunciar que se candidatará à Câmara dos Deputados. Tal decisão afeta tanto a sucessão de Bolsonaro como a de João Doria, e mostra que o partido optou pelo pragmatismo para vencer a cláusula de barreira.

No âmbito nacional, a decisão de Boulos representa um triunfo da tese por ele defendida de apoio a Lula no primeiro turno. Isso ocorre, apesar de uma ala do partido insistir na candidatura própria ao fazer críticas à aliança do PT com o ex-tucano e ex-governador Geraldo Alckmin, que decidiu recentemente se filiar ao PSB para ser vice do petista.

Guilherme Boulos (PSOL) anunciou que será candidato à Câmara dos Deputados e não ao governo de São Paulo; sua legenda precisa superar cláusula de barreira em 2022. Foto: Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução Twitter
continua após a publicidade

A decisão também afeta as articulações para as eleições ao governo de São Paulo. A vaga ao Senado, numa eventual composição com Fernando Haddad, fica aberta, o que pode facilitar a desistência de Márcio França ao Palácio dos Bandeirantes e possibilitar que a aliança eleitoral pró-Lula possa ser replicada em São Paulo ainda ano primeiro turno. Com França candidato ao Senado, a vaga de vice de Haddad pode entrar na negociação com outros partidos como o PV, o PC do B ou mesmo, remotamente, a Rede Sustentabilidade, cujo senador do Amapá Randolfe Rodrigues já aderiu à campanha petista no âmbito nacional.

O PSOL age pragmaticamente para cumprir a cláusula de barreira em 2022, que requer que se alcance no mínimo 2% do total dos votos válidos para a Câmara dos Deputados em pelo menos um terço dos Estados. Atingir esse patamar mínimo é um fator crucial para continuar acessando recursos para a sobrevivência dos partidos na cena política: o Fundo Partidário, o Fundo Eleitoral, bem como as inserções de Rádio e TV. Para tanto, o PSOL aposta em dois caminhos. O primeiro com a provável formação de uma Federação Partidária com a Rede Sustentabilidade - a união dos partidos, por quatro anos, para que somem suas votações e assim não fiquem abaixo de tal patamar mínimo. O segundo se soma ao anterior e tem a ver com a decisão de lançar Guilherme Boulos a deputado federal. Após ter cerca de 40% dos votos para prefeito de São Paulo no segundo turno, em 2020, e ter sido candidato à Presidência da República em 2018, Boulos busca ser um puxador de votos que contribua para eleger uma bancada numerosa em São Paulo pela federação PSOL-Rede.

Por fim, Boulos, que também é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), expressou o desejo de ter mais votos que Eduardo Bolsonaro em 2022 para assim repetir o vereador carioca do PSOL Tarcisio Motta, que "derrotou" Carlos Bolsonaro em 2020 na comparação de total de votos. Mais do que derrotar Eduardo Bolsonaro nas eleições para deputado, o que pode ter uma importância simbólica para o partido, o PSOL precisa mesmo é de um desempenho nas eleições para à Câmara que permita tanto acessar recursos importantes como também manter a atuação parlamentar como uma das principais marcas da legenda.

continua após a publicidade

* Marco Antônio Carvalho Teixeira é cientista político da FGV-SP

Até então pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos acaba de anunciar que se candidatará à Câmara dos Deputados. Tal decisão afeta tanto a sucessão de Bolsonaro como a de João Doria, e mostra que o partido optou pelo pragmatismo para vencer a cláusula de barreira.

No âmbito nacional, a decisão de Boulos representa um triunfo da tese por ele defendida de apoio a Lula no primeiro turno. Isso ocorre, apesar de uma ala do partido insistir na candidatura própria ao fazer críticas à aliança do PT com o ex-tucano e ex-governador Geraldo Alckmin, que decidiu recentemente se filiar ao PSB para ser vice do petista.

Guilherme Boulos (PSOL) anunciou que será candidato à Câmara dos Deputados e não ao governo de São Paulo; sua legenda precisa superar cláusula de barreira em 2022. Foto: Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução Twitter

A decisão também afeta as articulações para as eleições ao governo de São Paulo. A vaga ao Senado, numa eventual composição com Fernando Haddad, fica aberta, o que pode facilitar a desistência de Márcio França ao Palácio dos Bandeirantes e possibilitar que a aliança eleitoral pró-Lula possa ser replicada em São Paulo ainda ano primeiro turno. Com França candidato ao Senado, a vaga de vice de Haddad pode entrar na negociação com outros partidos como o PV, o PC do B ou mesmo, remotamente, a Rede Sustentabilidade, cujo senador do Amapá Randolfe Rodrigues já aderiu à campanha petista no âmbito nacional.

O PSOL age pragmaticamente para cumprir a cláusula de barreira em 2022, que requer que se alcance no mínimo 2% do total dos votos válidos para a Câmara dos Deputados em pelo menos um terço dos Estados. Atingir esse patamar mínimo é um fator crucial para continuar acessando recursos para a sobrevivência dos partidos na cena política: o Fundo Partidário, o Fundo Eleitoral, bem como as inserções de Rádio e TV. Para tanto, o PSOL aposta em dois caminhos. O primeiro com a provável formação de uma Federação Partidária com a Rede Sustentabilidade - a união dos partidos, por quatro anos, para que somem suas votações e assim não fiquem abaixo de tal patamar mínimo. O segundo se soma ao anterior e tem a ver com a decisão de lançar Guilherme Boulos a deputado federal. Após ter cerca de 40% dos votos para prefeito de São Paulo no segundo turno, em 2020, e ter sido candidato à Presidência da República em 2018, Boulos busca ser um puxador de votos que contribua para eleger uma bancada numerosa em São Paulo pela federação PSOL-Rede.

Por fim, Boulos, que também é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), expressou o desejo de ter mais votos que Eduardo Bolsonaro em 2022 para assim repetir o vereador carioca do PSOL Tarcisio Motta, que "derrotou" Carlos Bolsonaro em 2020 na comparação de total de votos. Mais do que derrotar Eduardo Bolsonaro nas eleições para deputado, o que pode ter uma importância simbólica para o partido, o PSOL precisa mesmo é de um desempenho nas eleições para à Câmara que permita tanto acessar recursos importantes como também manter a atuação parlamentar como uma das principais marcas da legenda.

* Marco Antônio Carvalho Teixeira é cientista político da FGV-SP

Até então pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos acaba de anunciar que se candidatará à Câmara dos Deputados. Tal decisão afeta tanto a sucessão de Bolsonaro como a de João Doria, e mostra que o partido optou pelo pragmatismo para vencer a cláusula de barreira.

No âmbito nacional, a decisão de Boulos representa um triunfo da tese por ele defendida de apoio a Lula no primeiro turno. Isso ocorre, apesar de uma ala do partido insistir na candidatura própria ao fazer críticas à aliança do PT com o ex-tucano e ex-governador Geraldo Alckmin, que decidiu recentemente se filiar ao PSB para ser vice do petista.

Guilherme Boulos (PSOL) anunciou que será candidato à Câmara dos Deputados e não ao governo de São Paulo; sua legenda precisa superar cláusula de barreira em 2022. Foto: Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução Twitter

A decisão também afeta as articulações para as eleições ao governo de São Paulo. A vaga ao Senado, numa eventual composição com Fernando Haddad, fica aberta, o que pode facilitar a desistência de Márcio França ao Palácio dos Bandeirantes e possibilitar que a aliança eleitoral pró-Lula possa ser replicada em São Paulo ainda ano primeiro turno. Com França candidato ao Senado, a vaga de vice de Haddad pode entrar na negociação com outros partidos como o PV, o PC do B ou mesmo, remotamente, a Rede Sustentabilidade, cujo senador do Amapá Randolfe Rodrigues já aderiu à campanha petista no âmbito nacional.

O PSOL age pragmaticamente para cumprir a cláusula de barreira em 2022, que requer que se alcance no mínimo 2% do total dos votos válidos para a Câmara dos Deputados em pelo menos um terço dos Estados. Atingir esse patamar mínimo é um fator crucial para continuar acessando recursos para a sobrevivência dos partidos na cena política: o Fundo Partidário, o Fundo Eleitoral, bem como as inserções de Rádio e TV. Para tanto, o PSOL aposta em dois caminhos. O primeiro com a provável formação de uma Federação Partidária com a Rede Sustentabilidade - a união dos partidos, por quatro anos, para que somem suas votações e assim não fiquem abaixo de tal patamar mínimo. O segundo se soma ao anterior e tem a ver com a decisão de lançar Guilherme Boulos a deputado federal. Após ter cerca de 40% dos votos para prefeito de São Paulo no segundo turno, em 2020, e ter sido candidato à Presidência da República em 2018, Boulos busca ser um puxador de votos que contribua para eleger uma bancada numerosa em São Paulo pela federação PSOL-Rede.

Por fim, Boulos, que também é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), expressou o desejo de ter mais votos que Eduardo Bolsonaro em 2022 para assim repetir o vereador carioca do PSOL Tarcisio Motta, que "derrotou" Carlos Bolsonaro em 2020 na comparação de total de votos. Mais do que derrotar Eduardo Bolsonaro nas eleições para deputado, o que pode ter uma importância simbólica para o partido, o PSOL precisa mesmo é de um desempenho nas eleições para à Câmara que permita tanto acessar recursos importantes como também manter a atuação parlamentar como uma das principais marcas da legenda.

* Marco Antônio Carvalho Teixeira é cientista político da FGV-SP

Até então pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos acaba de anunciar que se candidatará à Câmara dos Deputados. Tal decisão afeta tanto a sucessão de Bolsonaro como a de João Doria, e mostra que o partido optou pelo pragmatismo para vencer a cláusula de barreira.

No âmbito nacional, a decisão de Boulos representa um triunfo da tese por ele defendida de apoio a Lula no primeiro turno. Isso ocorre, apesar de uma ala do partido insistir na candidatura própria ao fazer críticas à aliança do PT com o ex-tucano e ex-governador Geraldo Alckmin, que decidiu recentemente se filiar ao PSB para ser vice do petista.

Guilherme Boulos (PSOL) anunciou que será candidato à Câmara dos Deputados e não ao governo de São Paulo; sua legenda precisa superar cláusula de barreira em 2022. Foto: Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução Twitter

A decisão também afeta as articulações para as eleições ao governo de São Paulo. A vaga ao Senado, numa eventual composição com Fernando Haddad, fica aberta, o que pode facilitar a desistência de Márcio França ao Palácio dos Bandeirantes e possibilitar que a aliança eleitoral pró-Lula possa ser replicada em São Paulo ainda ano primeiro turno. Com França candidato ao Senado, a vaga de vice de Haddad pode entrar na negociação com outros partidos como o PV, o PC do B ou mesmo, remotamente, a Rede Sustentabilidade, cujo senador do Amapá Randolfe Rodrigues já aderiu à campanha petista no âmbito nacional.

O PSOL age pragmaticamente para cumprir a cláusula de barreira em 2022, que requer que se alcance no mínimo 2% do total dos votos válidos para a Câmara dos Deputados em pelo menos um terço dos Estados. Atingir esse patamar mínimo é um fator crucial para continuar acessando recursos para a sobrevivência dos partidos na cena política: o Fundo Partidário, o Fundo Eleitoral, bem como as inserções de Rádio e TV. Para tanto, o PSOL aposta em dois caminhos. O primeiro com a provável formação de uma Federação Partidária com a Rede Sustentabilidade - a união dos partidos, por quatro anos, para que somem suas votações e assim não fiquem abaixo de tal patamar mínimo. O segundo se soma ao anterior e tem a ver com a decisão de lançar Guilherme Boulos a deputado federal. Após ter cerca de 40% dos votos para prefeito de São Paulo no segundo turno, em 2020, e ter sido candidato à Presidência da República em 2018, Boulos busca ser um puxador de votos que contribua para eleger uma bancada numerosa em São Paulo pela federação PSOL-Rede.

Por fim, Boulos, que também é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), expressou o desejo de ter mais votos que Eduardo Bolsonaro em 2022 para assim repetir o vereador carioca do PSOL Tarcisio Motta, que "derrotou" Carlos Bolsonaro em 2020 na comparação de total de votos. Mais do que derrotar Eduardo Bolsonaro nas eleições para deputado, o que pode ter uma importância simbólica para o partido, o PSOL precisa mesmo é de um desempenho nas eleições para à Câmara que permita tanto acessar recursos importantes como também manter a atuação parlamentar como uma das principais marcas da legenda.

* Marco Antônio Carvalho Teixeira é cientista político da FGV-SP

Até então pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos acaba de anunciar que se candidatará à Câmara dos Deputados. Tal decisão afeta tanto a sucessão de Bolsonaro como a de João Doria, e mostra que o partido optou pelo pragmatismo para vencer a cláusula de barreira.

No âmbito nacional, a decisão de Boulos representa um triunfo da tese por ele defendida de apoio a Lula no primeiro turno. Isso ocorre, apesar de uma ala do partido insistir na candidatura própria ao fazer críticas à aliança do PT com o ex-tucano e ex-governador Geraldo Alckmin, que decidiu recentemente se filiar ao PSB para ser vice do petista.

Guilherme Boulos (PSOL) anunciou que será candidato à Câmara dos Deputados e não ao governo de São Paulo; sua legenda precisa superar cláusula de barreira em 2022. Foto: Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução Twitter

A decisão também afeta as articulações para as eleições ao governo de São Paulo. A vaga ao Senado, numa eventual composição com Fernando Haddad, fica aberta, o que pode facilitar a desistência de Márcio França ao Palácio dos Bandeirantes e possibilitar que a aliança eleitoral pró-Lula possa ser replicada em São Paulo ainda ano primeiro turno. Com França candidato ao Senado, a vaga de vice de Haddad pode entrar na negociação com outros partidos como o PV, o PC do B ou mesmo, remotamente, a Rede Sustentabilidade, cujo senador do Amapá Randolfe Rodrigues já aderiu à campanha petista no âmbito nacional.

O PSOL age pragmaticamente para cumprir a cláusula de barreira em 2022, que requer que se alcance no mínimo 2% do total dos votos válidos para a Câmara dos Deputados em pelo menos um terço dos Estados. Atingir esse patamar mínimo é um fator crucial para continuar acessando recursos para a sobrevivência dos partidos na cena política: o Fundo Partidário, o Fundo Eleitoral, bem como as inserções de Rádio e TV. Para tanto, o PSOL aposta em dois caminhos. O primeiro com a provável formação de uma Federação Partidária com a Rede Sustentabilidade - a união dos partidos, por quatro anos, para que somem suas votações e assim não fiquem abaixo de tal patamar mínimo. O segundo se soma ao anterior e tem a ver com a decisão de lançar Guilherme Boulos a deputado federal. Após ter cerca de 40% dos votos para prefeito de São Paulo no segundo turno, em 2020, e ter sido candidato à Presidência da República em 2018, Boulos busca ser um puxador de votos que contribua para eleger uma bancada numerosa em São Paulo pela federação PSOL-Rede.

Por fim, Boulos, que também é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), expressou o desejo de ter mais votos que Eduardo Bolsonaro em 2022 para assim repetir o vereador carioca do PSOL Tarcisio Motta, que "derrotou" Carlos Bolsonaro em 2020 na comparação de total de votos. Mais do que derrotar Eduardo Bolsonaro nas eleições para deputado, o que pode ter uma importância simbólica para o partido, o PSOL precisa mesmo é de um desempenho nas eleições para à Câmara que permita tanto acessar recursos importantes como também manter a atuação parlamentar como uma das principais marcas da legenda.

* Marco Antônio Carvalho Teixeira é cientista político da FGV-SP

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.