Em uma reunião que durou mais de seis horas, Ricardo Flores acatou ontem decisão do Planalto e renunciou à presidência do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ). A troca no comando já estava acertada desde quinta-feira entre a presidente Dilma Rousseff, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega.Flores será substituído pelo vice-presidente de Varejo do banco, Dan Conrado, executivo alinhado ao atual presidente da instituição, Aldemir Bendini.A saída de Flores nada tem haver com resultados ou uma insatisfação do governo com a condução técnico-econômica do fundo, que administra um patrimônio de R$ 155 bilhões. Com a mudança, o Planalto quer apenas uma maior sintonia entre a Previ e o BB. Desde o ano passado havia uma disputa de poder entre as cúpulas das duas instituições.Comenta-se que ele cavou sua demissão ao não acatar determinação da presidente Dilma para colocar um ponto final na disputa por poder travada com Bendini. Flores deixa o cargo sob suspeita de envolvimento no vazamento para a imprensa de dossiês que culminaram na demissão de importantes executivos do banco. A falta de hierarquia foi seu principal pecado, dizem fontes ligadas ao Previ. Durante a reunião que ratificou o destino de Flores ficou decidido ainda arquivar um processo administrativo aberto para apurar a compra de um imóvel em Brasília feita pelo executivo em dinheiro. Apesar de arquivada, a investigação ainda segue no Ministério Público Federal.