Um dia depois de ter ouvido críticas do rapper Mano Brown sobre a dificuldade de dialogar com as bases populares, o candidato do PT à Presidência nas eleições 2018, Fernando Haddad, admitiu nesta quarta-feira, 24, que o partido precisa se reconectar com a população da periferia. "O que ele falou é a pura verdade. A gente tem que reconectar com a periferia, com a dor que as pessoas estão sofrendo", disse Haddad.
O candidato é alvo de críticas dentro do próprio PT por ter supostamente dado pouca atenção à periferia, base histórica do partido, em sua passagem pela prefeitura. Nesta quarta-feira, Bolsonaro comparou Mano Brown a Cid Gomes pelas críticas ao PT.
Haddad comemorou o resultado da pesquisa Ibope/Estado/TV Globo, divulgada nesta terça-feira, durante ato no Largo da Batata, em São Paulo. O petista registrou 51% das intenções de voto na capital paulista contra 49% do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, e elogiou o ex-presidente do PSDB Alberto Goldmann por ter declarado voto no PT. O comício reuniu milhares de pessoas.
O candidato também comemorou o resultado nacional da pesquisa, que mostra a queda de quatro pontos percentuais em relação a Bolsonaro, a quem chamou de "frouxo" por ter se recusado a participar de debates no segundo turno. Sobre o crescimento entre o eleitorado evangélico,Haddad disse que é um reflexo das mentiras disseminadas pela campanha do rival.
"Bolsonaro vai levar surra do povo brasileiro no domingo"
Com voz rouca, mas não se poupando de gritar, Haddad discursou apostando em reverter a vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) e afirmou que o adversário vai levar uma "surra" do povo brasileiro no próximo domingo (28), quando ocorre a votação do segundo turno. "Fala, Bolsonaro. Fala o que você pensa. Já que você não quer me enfrentar, fala só o que você pensa. Você vai tomar uma surra do povo brasileiro no domingo porque você não merece a confiança do povo, não merece governar esse país. Esse país é muito melhor do que você", disse Haddad em ato no Largo da Batata, na capital paulista. Ao lado de aliados, Haddad jogou rosas vermelhas e brancas para o público e, em um discurso que durou oito minutos, chamou Bolsonaro de "frouxo", "soldadinho de araque", "um grande coitado" e disse que o candidato do PSL "não é nada". "Pelas minhas previsões, ele está a duas entrevistas da derrota", declarou Haddad. O petista relatou uma conversa que o articulador político de sua campanha, Jaques Wagner, teria tido com um integrante do mercado financeiro, para quem a eleição de Bolsonaro estava garantida anteontem e hoje é provável. "Ele vai descobrir que hoje ela é provável, amanhã será possível, ele vai descobrir no sábado que a coisa esquentou, que o gato subiu no telhado. No domingo, que ele perdeu." Para Haddad, as reações apresentadas em pesquisas de intenção de voto mostram que o povo está acordando por medo do que Bolsonaro, segundo ele, representa.