Empresa da família de vice de Covas recebeu R$ 50 mil de creches sem licitação


Nikkey Serviços tem como sócias mulher e filha do candidato; unidades são dirigidas por aliados de Ricardo Nunes, que nega irregularidades

Por Bruno Ribeiro

Uma empresa da família do candidato a vice-prefeito da chapa de Bruno Covas (PSDB), Ricardo Nunes (MDB), recebeu R$ 50 mil de creches conveniadas com a Prefeitura, para prestação de serviços sem licitação no ano passado. As creches são dirigidas por aliados políticos do candidato, que é vereador desde 2012. 

A empresa, Nikkey Serviços, tem como sócias Regina Carnovale Nunes, mulher do vereador, e Mayara Barbosa Reis Nunes, sua filha. Elas receberam por serviços de dedetização dos imóveis onde funcionam oito creches, controladas pela Associação Amigos da Criança e do Adolescente (Acria). A presidente da associação, Eliana Targino, é ex-funcionária de Nunes, e o vice-presidente, José Cleanto Martins, é pai de uma assessora do parlamentar. 

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O negócio revela uma triangulação. A Prefeitura pagou à Acria para gerenciar as creches. Com a verba recebida, esta subcontratou a Nikkey sem licitação, uma vez que entidades dessa natureza são dispensadas da obrigação de fazer processos licitatórios. 

O vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que assume interinamente a prefeitura da capital Foto: Felipe Rau/Estadão

Por meio de sua assessoria, Nunes negou favorecimento. Ele disse que os valores cobrados pela empresa para a prestação do serviço foram abaixo dos praticados pelo mercado, de forma que esta seria, segundo ele, uma forma de ajudar as creches. Ele nega que a direção da Acria seja chefiadas por aliados. 

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O Estadão obteve notas fiscais que indicavam cinco repasses da Acria para a Nikkey entre maio e junho do ano passado, e perguntou ao candidato se ele poderia informar se os serviços haviam sido prestados. Questionou também se havia mais pagamentos. Ao confirmar que a empresa havia prestado serviços às creches, a assessoria de Nunes relatou um total de 25 pagamentos, totalizando R$ 50.098, em oito Centros de Educação Infantil (CEIs) – Margaridas Amarelas, Parque do Lago, Santa Maria, Jardim Icaraí, Santa Margarida, Santa Luzia, Santa Rita e Santa Marcelina, todas na região de Capela do Socorro. 

Começo

A Acria entrou na Secretaria de Educação no fim de 2016, durante a expansão de oferta de vagas em creches por meio de parcerias com organizações privadas. Naquele ano, recebeu R$ 4,9 milhões da Prefeitura para gerenciar uma unidade de educação infantil com 400 crianças em Parelheiros. De 2017 em diante, já nas gestões João Doria (PSDB) e Covas – que tiveram Nunes como aliado na Câmara –, a Acria aumentou para nove as unidades gerenciadas. O faturamento entre 2018 e 2019 foi a cerca de R$ 17 milhões por ano. 

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Essa expansão se deu envolvendo a locação de imóveis para a instalação de creches que pertenciam a empresas de outros aliados de Nunes, como mostrou a Folha de S.Paulo. Ao jornal, o parlamentar informou que seu vínculo com as empresas não afeta seu trabalho como vereador. Neste ano, até sexta-feira, a entidade recebeu R$ 11,3 milhões para gerir as unidades. 

Os pagamentos à Nikkey foram feitos por uma filial da Acria, que tem um final de CNPJ diferente do que está nos cadastros da Prefeitura. A empresa que recebeu os pagamentos está cadastrada na vizinha Embu-Guaçu e não tem Nunes como sócio – nos cadastros da Junta Comercial, Nunes e seu filho, Ricardo Nunes Filho, constam como sócios da Nikkey Controle de Pragas, sediada na capital. 

À Justiça Eleitoral, Nunes declarou um patrimônio de R$ 4,8 milhões. Em sua minibiografia na Câmara, o vereador diz que a Nikkey é uma empresa de sucesso, com várias filiais. E diz ter fundado a Associação das Empresas Controladoras de Pragas do Estado de São Paulo.

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Outro lado

A assessoria de Nunes afirmou por meio de nota que a “Acria não é chefiada por aliados do vereador”. Segundo ela, a associação “é uma entidade sem fins lucrativos fundada em 2007, período em que (Nunes) não era vereador, e desenvolve trabalhos sociais na zona sul”. “A relação do vereador com a entidade se deve pelo trabalho social que tem com dezenas de entidades.” 

A nota diz ainda que os serviços foram prestados a preços de custo. “Em 2019, os valores médios cobrados (das creches) foram de R$ 500,00 por mês, sendo que os valores cobrados no mercado são de aproximadamente R$ 1.000,00.” Por fim, a nota informa que “no ano de 2020 os serviços foram prestados de forma gratuita”. A assessoria da campanha de Covas foi procurada, mas não se manifestou. A reportagem não conseguiu localizar a direção da Acria. 

Uma empresa da família do candidato a vice-prefeito da chapa de Bruno Covas (PSDB), Ricardo Nunes (MDB), recebeu R$ 50 mil de creches conveniadas com a Prefeitura, para prestação de serviços sem licitação no ano passado. As creches são dirigidas por aliados políticos do candidato, que é vereador desde 2012. 

A empresa, Nikkey Serviços, tem como sócias Regina Carnovale Nunes, mulher do vereador, e Mayara Barbosa Reis Nunes, sua filha. Elas receberam por serviços de dedetização dos imóveis onde funcionam oito creches, controladas pela Associação Amigos da Criança e do Adolescente (Acria). A presidente da associação, Eliana Targino, é ex-funcionária de Nunes, e o vice-presidente, José Cleanto Martins, é pai de uma assessora do parlamentar. 

O negócio revela uma triangulação. A Prefeitura pagou à Acria para gerenciar as creches. Com a verba recebida, esta subcontratou a Nikkey sem licitação, uma vez que entidades dessa natureza são dispensadas da obrigação de fazer processos licitatórios. 

O vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que assume interinamente a prefeitura da capital Foto: Felipe Rau/Estadão

Por meio de sua assessoria, Nunes negou favorecimento. Ele disse que os valores cobrados pela empresa para a prestação do serviço foram abaixo dos praticados pelo mercado, de forma que esta seria, segundo ele, uma forma de ajudar as creches. Ele nega que a direção da Acria seja chefiadas por aliados. 

O Estadão obteve notas fiscais que indicavam cinco repasses da Acria para a Nikkey entre maio e junho do ano passado, e perguntou ao candidato se ele poderia informar se os serviços haviam sido prestados. Questionou também se havia mais pagamentos. Ao confirmar que a empresa havia prestado serviços às creches, a assessoria de Nunes relatou um total de 25 pagamentos, totalizando R$ 50.098, em oito Centros de Educação Infantil (CEIs) – Margaridas Amarelas, Parque do Lago, Santa Maria, Jardim Icaraí, Santa Margarida, Santa Luzia, Santa Rita e Santa Marcelina, todas na região de Capela do Socorro. 

Começo

A Acria entrou na Secretaria de Educação no fim de 2016, durante a expansão de oferta de vagas em creches por meio de parcerias com organizações privadas. Naquele ano, recebeu R$ 4,9 milhões da Prefeitura para gerenciar uma unidade de educação infantil com 400 crianças em Parelheiros. De 2017 em diante, já nas gestões João Doria (PSDB) e Covas – que tiveram Nunes como aliado na Câmara –, a Acria aumentou para nove as unidades gerenciadas. O faturamento entre 2018 e 2019 foi a cerca de R$ 17 milhões por ano. 

Essa expansão se deu envolvendo a locação de imóveis para a instalação de creches que pertenciam a empresas de outros aliados de Nunes, como mostrou a Folha de S.Paulo. Ao jornal, o parlamentar informou que seu vínculo com as empresas não afeta seu trabalho como vereador. Neste ano, até sexta-feira, a entidade recebeu R$ 11,3 milhões para gerir as unidades. 

Os pagamentos à Nikkey foram feitos por uma filial da Acria, que tem um final de CNPJ diferente do que está nos cadastros da Prefeitura. A empresa que recebeu os pagamentos está cadastrada na vizinha Embu-Guaçu e não tem Nunes como sócio – nos cadastros da Junta Comercial, Nunes e seu filho, Ricardo Nunes Filho, constam como sócios da Nikkey Controle de Pragas, sediada na capital. 

À Justiça Eleitoral, Nunes declarou um patrimônio de R$ 4,8 milhões. Em sua minibiografia na Câmara, o vereador diz que a Nikkey é uma empresa de sucesso, com várias filiais. E diz ter fundado a Associação das Empresas Controladoras de Pragas do Estado de São Paulo.

Outro lado

A assessoria de Nunes afirmou por meio de nota que a “Acria não é chefiada por aliados do vereador”. Segundo ela, a associação “é uma entidade sem fins lucrativos fundada em 2007, período em que (Nunes) não era vereador, e desenvolve trabalhos sociais na zona sul”. “A relação do vereador com a entidade se deve pelo trabalho social que tem com dezenas de entidades.” 

A nota diz ainda que os serviços foram prestados a preços de custo. “Em 2019, os valores médios cobrados (das creches) foram de R$ 500,00 por mês, sendo que os valores cobrados no mercado são de aproximadamente R$ 1.000,00.” Por fim, a nota informa que “no ano de 2020 os serviços foram prestados de forma gratuita”. A assessoria da campanha de Covas foi procurada, mas não se manifestou. A reportagem não conseguiu localizar a direção da Acria. 

Uma empresa da família do candidato a vice-prefeito da chapa de Bruno Covas (PSDB), Ricardo Nunes (MDB), recebeu R$ 50 mil de creches conveniadas com a Prefeitura, para prestação de serviços sem licitação no ano passado. As creches são dirigidas por aliados políticos do candidato, que é vereador desde 2012. 

A empresa, Nikkey Serviços, tem como sócias Regina Carnovale Nunes, mulher do vereador, e Mayara Barbosa Reis Nunes, sua filha. Elas receberam por serviços de dedetização dos imóveis onde funcionam oito creches, controladas pela Associação Amigos da Criança e do Adolescente (Acria). A presidente da associação, Eliana Targino, é ex-funcionária de Nunes, e o vice-presidente, José Cleanto Martins, é pai de uma assessora do parlamentar. 

O negócio revela uma triangulação. A Prefeitura pagou à Acria para gerenciar as creches. Com a verba recebida, esta subcontratou a Nikkey sem licitação, uma vez que entidades dessa natureza são dispensadas da obrigação de fazer processos licitatórios. 

O vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que assume interinamente a prefeitura da capital Foto: Felipe Rau/Estadão

Por meio de sua assessoria, Nunes negou favorecimento. Ele disse que os valores cobrados pela empresa para a prestação do serviço foram abaixo dos praticados pelo mercado, de forma que esta seria, segundo ele, uma forma de ajudar as creches. Ele nega que a direção da Acria seja chefiadas por aliados. 

O Estadão obteve notas fiscais que indicavam cinco repasses da Acria para a Nikkey entre maio e junho do ano passado, e perguntou ao candidato se ele poderia informar se os serviços haviam sido prestados. Questionou também se havia mais pagamentos. Ao confirmar que a empresa havia prestado serviços às creches, a assessoria de Nunes relatou um total de 25 pagamentos, totalizando R$ 50.098, em oito Centros de Educação Infantil (CEIs) – Margaridas Amarelas, Parque do Lago, Santa Maria, Jardim Icaraí, Santa Margarida, Santa Luzia, Santa Rita e Santa Marcelina, todas na região de Capela do Socorro. 

Começo

A Acria entrou na Secretaria de Educação no fim de 2016, durante a expansão de oferta de vagas em creches por meio de parcerias com organizações privadas. Naquele ano, recebeu R$ 4,9 milhões da Prefeitura para gerenciar uma unidade de educação infantil com 400 crianças em Parelheiros. De 2017 em diante, já nas gestões João Doria (PSDB) e Covas – que tiveram Nunes como aliado na Câmara –, a Acria aumentou para nove as unidades gerenciadas. O faturamento entre 2018 e 2019 foi a cerca de R$ 17 milhões por ano. 

Essa expansão se deu envolvendo a locação de imóveis para a instalação de creches que pertenciam a empresas de outros aliados de Nunes, como mostrou a Folha de S.Paulo. Ao jornal, o parlamentar informou que seu vínculo com as empresas não afeta seu trabalho como vereador. Neste ano, até sexta-feira, a entidade recebeu R$ 11,3 milhões para gerir as unidades. 

Os pagamentos à Nikkey foram feitos por uma filial da Acria, que tem um final de CNPJ diferente do que está nos cadastros da Prefeitura. A empresa que recebeu os pagamentos está cadastrada na vizinha Embu-Guaçu e não tem Nunes como sócio – nos cadastros da Junta Comercial, Nunes e seu filho, Ricardo Nunes Filho, constam como sócios da Nikkey Controle de Pragas, sediada na capital. 

À Justiça Eleitoral, Nunes declarou um patrimônio de R$ 4,8 milhões. Em sua minibiografia na Câmara, o vereador diz que a Nikkey é uma empresa de sucesso, com várias filiais. E diz ter fundado a Associação das Empresas Controladoras de Pragas do Estado de São Paulo.

Outro lado

A assessoria de Nunes afirmou por meio de nota que a “Acria não é chefiada por aliados do vereador”. Segundo ela, a associação “é uma entidade sem fins lucrativos fundada em 2007, período em que (Nunes) não era vereador, e desenvolve trabalhos sociais na zona sul”. “A relação do vereador com a entidade se deve pelo trabalho social que tem com dezenas de entidades.” 

A nota diz ainda que os serviços foram prestados a preços de custo. “Em 2019, os valores médios cobrados (das creches) foram de R$ 500,00 por mês, sendo que os valores cobrados no mercado são de aproximadamente R$ 1.000,00.” Por fim, a nota informa que “no ano de 2020 os serviços foram prestados de forma gratuita”. A assessoria da campanha de Covas foi procurada, mas não se manifestou. A reportagem não conseguiu localizar a direção da Acria. 

Uma empresa da família do candidato a vice-prefeito da chapa de Bruno Covas (PSDB), Ricardo Nunes (MDB), recebeu R$ 50 mil de creches conveniadas com a Prefeitura, para prestação de serviços sem licitação no ano passado. As creches são dirigidas por aliados políticos do candidato, que é vereador desde 2012. 

A empresa, Nikkey Serviços, tem como sócias Regina Carnovale Nunes, mulher do vereador, e Mayara Barbosa Reis Nunes, sua filha. Elas receberam por serviços de dedetização dos imóveis onde funcionam oito creches, controladas pela Associação Amigos da Criança e do Adolescente (Acria). A presidente da associação, Eliana Targino, é ex-funcionária de Nunes, e o vice-presidente, José Cleanto Martins, é pai de uma assessora do parlamentar. 

O negócio revela uma triangulação. A Prefeitura pagou à Acria para gerenciar as creches. Com a verba recebida, esta subcontratou a Nikkey sem licitação, uma vez que entidades dessa natureza são dispensadas da obrigação de fazer processos licitatórios. 

O vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que assume interinamente a prefeitura da capital Foto: Felipe Rau/Estadão

Por meio de sua assessoria, Nunes negou favorecimento. Ele disse que os valores cobrados pela empresa para a prestação do serviço foram abaixo dos praticados pelo mercado, de forma que esta seria, segundo ele, uma forma de ajudar as creches. Ele nega que a direção da Acria seja chefiadas por aliados. 

O Estadão obteve notas fiscais que indicavam cinco repasses da Acria para a Nikkey entre maio e junho do ano passado, e perguntou ao candidato se ele poderia informar se os serviços haviam sido prestados. Questionou também se havia mais pagamentos. Ao confirmar que a empresa havia prestado serviços às creches, a assessoria de Nunes relatou um total de 25 pagamentos, totalizando R$ 50.098, em oito Centros de Educação Infantil (CEIs) – Margaridas Amarelas, Parque do Lago, Santa Maria, Jardim Icaraí, Santa Margarida, Santa Luzia, Santa Rita e Santa Marcelina, todas na região de Capela do Socorro. 

Começo

A Acria entrou na Secretaria de Educação no fim de 2016, durante a expansão de oferta de vagas em creches por meio de parcerias com organizações privadas. Naquele ano, recebeu R$ 4,9 milhões da Prefeitura para gerenciar uma unidade de educação infantil com 400 crianças em Parelheiros. De 2017 em diante, já nas gestões João Doria (PSDB) e Covas – que tiveram Nunes como aliado na Câmara –, a Acria aumentou para nove as unidades gerenciadas. O faturamento entre 2018 e 2019 foi a cerca de R$ 17 milhões por ano. 

Essa expansão se deu envolvendo a locação de imóveis para a instalação de creches que pertenciam a empresas de outros aliados de Nunes, como mostrou a Folha de S.Paulo. Ao jornal, o parlamentar informou que seu vínculo com as empresas não afeta seu trabalho como vereador. Neste ano, até sexta-feira, a entidade recebeu R$ 11,3 milhões para gerir as unidades. 

Os pagamentos à Nikkey foram feitos por uma filial da Acria, que tem um final de CNPJ diferente do que está nos cadastros da Prefeitura. A empresa que recebeu os pagamentos está cadastrada na vizinha Embu-Guaçu e não tem Nunes como sócio – nos cadastros da Junta Comercial, Nunes e seu filho, Ricardo Nunes Filho, constam como sócios da Nikkey Controle de Pragas, sediada na capital. 

À Justiça Eleitoral, Nunes declarou um patrimônio de R$ 4,8 milhões. Em sua minibiografia na Câmara, o vereador diz que a Nikkey é uma empresa de sucesso, com várias filiais. E diz ter fundado a Associação das Empresas Controladoras de Pragas do Estado de São Paulo.

Outro lado

A assessoria de Nunes afirmou por meio de nota que a “Acria não é chefiada por aliados do vereador”. Segundo ela, a associação “é uma entidade sem fins lucrativos fundada em 2007, período em que (Nunes) não era vereador, e desenvolve trabalhos sociais na zona sul”. “A relação do vereador com a entidade se deve pelo trabalho social que tem com dezenas de entidades.” 

A nota diz ainda que os serviços foram prestados a preços de custo. “Em 2019, os valores médios cobrados (das creches) foram de R$ 500,00 por mês, sendo que os valores cobrados no mercado são de aproximadamente R$ 1.000,00.” Por fim, a nota informa que “no ano de 2020 os serviços foram prestados de forma gratuita”. A assessoria da campanha de Covas foi procurada, mas não se manifestou. A reportagem não conseguiu localizar a direção da Acria. 

Uma empresa da família do candidato a vice-prefeito da chapa de Bruno Covas (PSDB), Ricardo Nunes (MDB), recebeu R$ 50 mil de creches conveniadas com a Prefeitura, para prestação de serviços sem licitação no ano passado. As creches são dirigidas por aliados políticos do candidato, que é vereador desde 2012. 

A empresa, Nikkey Serviços, tem como sócias Regina Carnovale Nunes, mulher do vereador, e Mayara Barbosa Reis Nunes, sua filha. Elas receberam por serviços de dedetização dos imóveis onde funcionam oito creches, controladas pela Associação Amigos da Criança e do Adolescente (Acria). A presidente da associação, Eliana Targino, é ex-funcionária de Nunes, e o vice-presidente, José Cleanto Martins, é pai de uma assessora do parlamentar. 

O negócio revela uma triangulação. A Prefeitura pagou à Acria para gerenciar as creches. Com a verba recebida, esta subcontratou a Nikkey sem licitação, uma vez que entidades dessa natureza são dispensadas da obrigação de fazer processos licitatórios. 

O vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que assume interinamente a prefeitura da capital Foto: Felipe Rau/Estadão

Por meio de sua assessoria, Nunes negou favorecimento. Ele disse que os valores cobrados pela empresa para a prestação do serviço foram abaixo dos praticados pelo mercado, de forma que esta seria, segundo ele, uma forma de ajudar as creches. Ele nega que a direção da Acria seja chefiadas por aliados. 

O Estadão obteve notas fiscais que indicavam cinco repasses da Acria para a Nikkey entre maio e junho do ano passado, e perguntou ao candidato se ele poderia informar se os serviços haviam sido prestados. Questionou também se havia mais pagamentos. Ao confirmar que a empresa havia prestado serviços às creches, a assessoria de Nunes relatou um total de 25 pagamentos, totalizando R$ 50.098, em oito Centros de Educação Infantil (CEIs) – Margaridas Amarelas, Parque do Lago, Santa Maria, Jardim Icaraí, Santa Margarida, Santa Luzia, Santa Rita e Santa Marcelina, todas na região de Capela do Socorro. 

Começo

A Acria entrou na Secretaria de Educação no fim de 2016, durante a expansão de oferta de vagas em creches por meio de parcerias com organizações privadas. Naquele ano, recebeu R$ 4,9 milhões da Prefeitura para gerenciar uma unidade de educação infantil com 400 crianças em Parelheiros. De 2017 em diante, já nas gestões João Doria (PSDB) e Covas – que tiveram Nunes como aliado na Câmara –, a Acria aumentou para nove as unidades gerenciadas. O faturamento entre 2018 e 2019 foi a cerca de R$ 17 milhões por ano. 

Essa expansão se deu envolvendo a locação de imóveis para a instalação de creches que pertenciam a empresas de outros aliados de Nunes, como mostrou a Folha de S.Paulo. Ao jornal, o parlamentar informou que seu vínculo com as empresas não afeta seu trabalho como vereador. Neste ano, até sexta-feira, a entidade recebeu R$ 11,3 milhões para gerir as unidades. 

Os pagamentos à Nikkey foram feitos por uma filial da Acria, que tem um final de CNPJ diferente do que está nos cadastros da Prefeitura. A empresa que recebeu os pagamentos está cadastrada na vizinha Embu-Guaçu e não tem Nunes como sócio – nos cadastros da Junta Comercial, Nunes e seu filho, Ricardo Nunes Filho, constam como sócios da Nikkey Controle de Pragas, sediada na capital. 

À Justiça Eleitoral, Nunes declarou um patrimônio de R$ 4,8 milhões. Em sua minibiografia na Câmara, o vereador diz que a Nikkey é uma empresa de sucesso, com várias filiais. E diz ter fundado a Associação das Empresas Controladoras de Pragas do Estado de São Paulo.

Outro lado

A assessoria de Nunes afirmou por meio de nota que a “Acria não é chefiada por aliados do vereador”. Segundo ela, a associação “é uma entidade sem fins lucrativos fundada em 2007, período em que (Nunes) não era vereador, e desenvolve trabalhos sociais na zona sul”. “A relação do vereador com a entidade se deve pelo trabalho social que tem com dezenas de entidades.” 

A nota diz ainda que os serviços foram prestados a preços de custo. “Em 2019, os valores médios cobrados (das creches) foram de R$ 500,00 por mês, sendo que os valores cobrados no mercado são de aproximadamente R$ 1.000,00.” Por fim, a nota informa que “no ano de 2020 os serviços foram prestados de forma gratuita”. A assessoria da campanha de Covas foi procurada, mas não se manifestou. A reportagem não conseguiu localizar a direção da Acria. 

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