Há 9 anos morria Miguel Arraes, de quem Campos herdou o gosto pela política


Avô de candidato também morreu no dia 13 de agosto; os dois acabaram adotando estilos políticos diferentes ao longo da vida

Por Redação
Foi na campanha do avô ao governo do Estado, em 1986, que Eduardo Campos começou a atuar na vida pública. Foto: NEWTON AGUIAR/ESTADÃO

Há exatos nove anos, em 2005, morria no Recife o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, aos 88 anos. Um dos grandes mitos da esquerda brasileira, Arraes era avô de Eduardo Campos, candidato à Presidência pelo PSB que faleceu nesta quarta-feira, 13.

Diferente do neto, que morreu em um acidente de avião, Miguel Arraes faleceu depois de resistir por 58 dias internado na UTI do Hospital Esperança, no Recife, a uma grave infecção pulmonar agravada por complicações cardíacas e renais. Na época, ele foi internado com suspeita de dengue e nunca deixou o hospital.

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Na época presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Arraes foi deputado federal e três vezes governador de Pernambuco. Sua morte fechou um importante ciclo na vida política brasileira - os anos 60 - quando se travou intenso debate sobre o modelo brasileiro da era pós-Getúlio Vargas.O grupo mais conservador defendia o liberalismo e uma aliança com os EUA; as várias alas da esquerda, às quais Arraes se filiava,preferiam o desenvolvimentismo com um Estado forte, que faria as grande reformas, distribuiria renda e terras e implantaria o socialismo no País.

Eduardo Campos, por sua vez, foi o principal herdeiro político do ex-governador pernambucano, mas tinha um estilo diferente de seu parente, que só conheceu aos 14 anos. Perseguido pela ditadura, Arraes se exilou do País em 1965, dois meses antes do nascimento de Eduardo Campos, e só retornou de seu exílio na Argélia em 1974.

Foi na campanha do avô ao governo do Estado, em 1986, que Campos começou a atuar na vida pública. Depois disso, recém-formado em economia, ele foi chefe de gabinete de Arraes, partindo daí para construir sua própria carreira política.

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Embora não se parecesse fisicamente com Miguel Arraes, havia herdado do avô - além do gosto pela política - a mania de não responder quando algo não lhe agrada. "Arraes rosnava alguma coisa quando não queria responder. O Eduardo olha para a gente e não rosna nada. Fica calado. Não dá para saber o que ele pensa", diz o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira. 

Apesar de iniciar sua carreira política e herdar algumas características políticas de Arraes, Campos desenvolveu um perfil diferente do avô com o tempo. Considerado mais centralizador e autoritário que Arraes, Campos também possuía um perfil gerencial melhor.

As diferenças entre eles também são atribuídas ao ambiente político em que os dois foram forjados. Arraes enfrentou a ditadura e aprendeu a fazer política nas dificuldades do sertão. Campos, de 48 anos, desenvolveu seu traquejo político na democracia e com mais condições do que o avô. 

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O avô. Preso após o golpe militar de 1964 quando era governador de Pernambuco, Arraes exilou-se na Argélia depois de passar mais de um ano na cadeia. Chegou ao país africano em 14 de junho de 1965. Campos nasceria dois meses depois e só conheceria Arraes aos nove anos, quando os pais o levaram para visitar o avô no exílio.

Arraes teve dez filhos. Afirmava que tinha pedido a Deus para que nenhum deles optasse pela carreira política. Mesmo assim, chamou Campos para ser seu secretário quando ele mal tinha chegado à maioridade. E viu nascer no neto a vocação política.

Foi na campanha do avô ao governo do Estado, em 1986, que Eduardo Campos começou a atuar na vida pública. Foto: NEWTON AGUIAR/ESTADÃO

Há exatos nove anos, em 2005, morria no Recife o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, aos 88 anos. Um dos grandes mitos da esquerda brasileira, Arraes era avô de Eduardo Campos, candidato à Presidência pelo PSB que faleceu nesta quarta-feira, 13.

Diferente do neto, que morreu em um acidente de avião, Miguel Arraes faleceu depois de resistir por 58 dias internado na UTI do Hospital Esperança, no Recife, a uma grave infecção pulmonar agravada por complicações cardíacas e renais. Na época, ele foi internado com suspeita de dengue e nunca deixou o hospital.

Na época presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Arraes foi deputado federal e três vezes governador de Pernambuco. Sua morte fechou um importante ciclo na vida política brasileira - os anos 60 - quando se travou intenso debate sobre o modelo brasileiro da era pós-Getúlio Vargas.O grupo mais conservador defendia o liberalismo e uma aliança com os EUA; as várias alas da esquerda, às quais Arraes se filiava,preferiam o desenvolvimentismo com um Estado forte, que faria as grande reformas, distribuiria renda e terras e implantaria o socialismo no País.

Eduardo Campos, por sua vez, foi o principal herdeiro político do ex-governador pernambucano, mas tinha um estilo diferente de seu parente, que só conheceu aos 14 anos. Perseguido pela ditadura, Arraes se exilou do País em 1965, dois meses antes do nascimento de Eduardo Campos, e só retornou de seu exílio na Argélia em 1974.

Foi na campanha do avô ao governo do Estado, em 1986, que Campos começou a atuar na vida pública. Depois disso, recém-formado em economia, ele foi chefe de gabinete de Arraes, partindo daí para construir sua própria carreira política.

Embora não se parecesse fisicamente com Miguel Arraes, havia herdado do avô - além do gosto pela política - a mania de não responder quando algo não lhe agrada. "Arraes rosnava alguma coisa quando não queria responder. O Eduardo olha para a gente e não rosna nada. Fica calado. Não dá para saber o que ele pensa", diz o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira. 

Apesar de iniciar sua carreira política e herdar algumas características políticas de Arraes, Campos desenvolveu um perfil diferente do avô com o tempo. Considerado mais centralizador e autoritário que Arraes, Campos também possuía um perfil gerencial melhor.

As diferenças entre eles também são atribuídas ao ambiente político em que os dois foram forjados. Arraes enfrentou a ditadura e aprendeu a fazer política nas dificuldades do sertão. Campos, de 48 anos, desenvolveu seu traquejo político na democracia e com mais condições do que o avô. 

O avô. Preso após o golpe militar de 1964 quando era governador de Pernambuco, Arraes exilou-se na Argélia depois de passar mais de um ano na cadeia. Chegou ao país africano em 14 de junho de 1965. Campos nasceria dois meses depois e só conheceria Arraes aos nove anos, quando os pais o levaram para visitar o avô no exílio.

Arraes teve dez filhos. Afirmava que tinha pedido a Deus para que nenhum deles optasse pela carreira política. Mesmo assim, chamou Campos para ser seu secretário quando ele mal tinha chegado à maioridade. E viu nascer no neto a vocação política.

Foi na campanha do avô ao governo do Estado, em 1986, que Eduardo Campos começou a atuar na vida pública. Foto: NEWTON AGUIAR/ESTADÃO

Há exatos nove anos, em 2005, morria no Recife o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, aos 88 anos. Um dos grandes mitos da esquerda brasileira, Arraes era avô de Eduardo Campos, candidato à Presidência pelo PSB que faleceu nesta quarta-feira, 13.

Diferente do neto, que morreu em um acidente de avião, Miguel Arraes faleceu depois de resistir por 58 dias internado na UTI do Hospital Esperança, no Recife, a uma grave infecção pulmonar agravada por complicações cardíacas e renais. Na época, ele foi internado com suspeita de dengue e nunca deixou o hospital.

Na época presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Arraes foi deputado federal e três vezes governador de Pernambuco. Sua morte fechou um importante ciclo na vida política brasileira - os anos 60 - quando se travou intenso debate sobre o modelo brasileiro da era pós-Getúlio Vargas.O grupo mais conservador defendia o liberalismo e uma aliança com os EUA; as várias alas da esquerda, às quais Arraes se filiava,preferiam o desenvolvimentismo com um Estado forte, que faria as grande reformas, distribuiria renda e terras e implantaria o socialismo no País.

Eduardo Campos, por sua vez, foi o principal herdeiro político do ex-governador pernambucano, mas tinha um estilo diferente de seu parente, que só conheceu aos 14 anos. Perseguido pela ditadura, Arraes se exilou do País em 1965, dois meses antes do nascimento de Eduardo Campos, e só retornou de seu exílio na Argélia em 1974.

Foi na campanha do avô ao governo do Estado, em 1986, que Campos começou a atuar na vida pública. Depois disso, recém-formado em economia, ele foi chefe de gabinete de Arraes, partindo daí para construir sua própria carreira política.

Embora não se parecesse fisicamente com Miguel Arraes, havia herdado do avô - além do gosto pela política - a mania de não responder quando algo não lhe agrada. "Arraes rosnava alguma coisa quando não queria responder. O Eduardo olha para a gente e não rosna nada. Fica calado. Não dá para saber o que ele pensa", diz o secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira. 

Apesar de iniciar sua carreira política e herdar algumas características políticas de Arraes, Campos desenvolveu um perfil diferente do avô com o tempo. Considerado mais centralizador e autoritário que Arraes, Campos também possuía um perfil gerencial melhor.

As diferenças entre eles também são atribuídas ao ambiente político em que os dois foram forjados. Arraes enfrentou a ditadura e aprendeu a fazer política nas dificuldades do sertão. Campos, de 48 anos, desenvolveu seu traquejo político na democracia e com mais condições do que o avô. 

O avô. Preso após o golpe militar de 1964 quando era governador de Pernambuco, Arraes exilou-se na Argélia depois de passar mais de um ano na cadeia. Chegou ao país africano em 14 de junho de 1965. Campos nasceria dois meses depois e só conheceria Arraes aos nove anos, quando os pais o levaram para visitar o avô no exílio.

Arraes teve dez filhos. Afirmava que tinha pedido a Deus para que nenhum deles optasse pela carreira política. Mesmo assim, chamou Campos para ser seu secretário quando ele mal tinha chegado à maioridade. E viu nascer no neto a vocação política.

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