O senador José Serra seguiu os passos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e declarou publicamente que os resultados da prévia do PSDB devem ser respeitados. "Como democratas, optamos por um processo de votação interna no PSDB com candidatos qualificados à Presidência. Agora, há que se respeitar o resultado das nossas urnas", afirmou.
A declaração veio no momento em que aliados de João Doria (SP) cobram do presidente da sigla, Bruno Araújo, uma posição contundente em defesa do resultado das eleições tucanas realizadas no ano passado; ao mesmo passo em que aliados de Eduardo Leite (RS) se movimentam para invalidar a pré-candidatura à Presidência da República do tucano paulista.
Na segunda-feira, 28, FHC foi o primeiro tucano histórico a defender a decisão de novembro do partido. "As prévias do PSDB foram realizadas democraticamente. Assim sendo, penso que devem ser respeitadas", afirmou o ex-presidente.
Na onda do movimento de defesa das prévias, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) afirmou que "democracia também é respeitar as decisões e procedimentos adotados pelo próprio partido". O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) também se posicionou e caracterizou o resultado das eleições tucanas como "fruto da livre manifestação da maioria".
Em sua rede social, João Doria compartilhou todas as declarações a favor da manutenção do resultado das prévias, vencidas por ele com 53,99% dos votos tucanos.
Após não aceitar o convite do presidente do PSD, Gilberto Kassab, para trocar de legenda, Eduardo Leite ligou para Doria na segunda-feira, 28, antes de anunciar sua permanência no partido. Como mostrou o Estadão, o governador do Rio Grande do Sul disse na conversa que respeita o resultado das prévias tucanas, mas afirmou "não poder controlar o movimento de outros".
Leite tem feito movimentações políticas que abrem o seu caminho para as eleições deste ano, como a renúncia ao governo do Rio Grande do Sul.
Nesta terça-feira, 29, Leite divulgou um vídeo em que se compara a lideranças internacionais como Volodymyr Zelensky, Emmanuel Macron, Jacinda Ardern e Justin Trudeau. Em seu discurso, ele ressalta que o mundo vive "uma mudança geracional na política" e completa que esses governantes têm como qualidade levar adiante uma agenda "ambiental, inovadora, pacífica e social".