‘Quem não for Bolsonaro está fora do PL’, diz ex-ministro de Dilma, vice do partido


Alfredo Nascimento defende que dissidentes de esquerda deixam a sigla e afirma que legenda dará apoio ao presidente em todos os Estados

Por Felipe Frazão

BRASÍLIA – O ex-ministro dos Transportes, o vice-presidente do PL Alfredo Nascimento afirma que a legenda vai dar apoio ao presidente Jair Bolsonaro em todos os Estados do País. Ex-aliado dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Nascimento disse que o partido entendeu que seria mais vantajoso se aliar ao presidente, para reforçar sua bancada. Ele defende que todos os parlamentares sigam a regra e que os dissidentes de esquerda deixem o PL. 

Em 2011, Alfredo Nascimento foi um dos ministros demitidos pela então presidente Dilma Rousseff numa “faxina ética”, por indícios de corrupção na pasta e em vinculadas, como o DNIT e a Valec. Havia suspeitas até sobre o patrimônio de um filho dele. 

Jair Bolsonaro durante encontro com empresários organizado pela CNI, na terça-feira, 7; presidente exigiu uma intervenção nos acordos eleitorais nos Estados Foto: Gabriela Biló/Estadão
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Agora, ele pode ser candidato a senador ou a deputado federal novamente. Nascimento conversou com o Estadão na última terça-feira, 30 de novembro, durante a cerimônia de filiação de Bolsonaro ao PL.

O que está por trás da escolha do PL por Bolsonaro?

O PL é um partido muito unido. O presidente Bolsonaro vai ter o apoio de todos os Estados. Apesar da autonomia dos Estados, nós acordamos que o partido vai ser Bolsonaro. No meu Estado, o Amazonas, e no Brasil inteiro quem não for Bolsonaro está fora do partido.

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O PL vai ter mais ministérios num segundo mandato de Bolsonaro?

Ainda não discutimos isso. Nossa decisão foi partidária. O que agrega mais ao partido? Ficar com a esquerda ou com a direita? Nós entendemos que é mais vantajoso ficar com Bolsonaro.

Alfredo Nascimento, ex-ministro e vice-presidente do PL;Alfredo Nascimento, ex-ministro e vice-presidente do PL; 'Partido está unido', afirma Foto: Gilmar Felix/Agência Câmara
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Muitos quadros do partido, o senhor entre eles, tiveram excelentes relações com o PT, mais no governo Lula do que no governo Dilma.

Sou um homem do partido. Fui aliado do PT, mas o momento é outro. Para o Amazonas hoje é muito mais seguro, muito melhor ter o apoio com alguém que pode ajudar. Acho que o partido sai mais forte. É mais interessante ter o presidente Bolsonaro, porque vamos sair desse processo fortes, qualquer que seja o resultado.

Mesmo Lula liderando as pesquisas?

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Fazer o que, né? O cenário não está posto ainda. Pode mudar muita coisa.

O que vai ocorrer com quem está no PL e tem saudade do Lula?

Dos 43 deputados, devemos perder uns quatro ou cinco. Mas entram muitos.

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Quais?

Não quero citar nomes.

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (AM), é o principal deles? ​

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O Marcelo ocupa um cargo do partido, não do parlamentar. Ele entrou para ser vice num grupo de partidos de apoio ao governo Bolsonaro e ele tinha consciência disso. Ele mudou de ideia, eu respeito, mas a regra partidária é essa agora.

E a situação de São Paulo?

Já está arrumado.

O vice-governador e pré-candidato Rodrigo Garcia diz que ainda tem muita água para rolar. ​

Era uma das exigências do presidente Bolsonaro. 

O PL não vai apoiar o PSDB e Garcia? ​

É bem provável que não. Não é contra o Rodrigo. Somos Bolsonaro em todos os Estados. Não vamos apoiar ninguém que não seja Bolsonaro. Pode até não ser candidato do PL, mas tem que ser de um partido que apoie o presidente.

Há acordo para divisão dos recursos de fundo eleitoral e partidário? ​

Não tratamos ainda, a decisão foi só apoiar Bolsonaro.

Ainda guarda mágoa do seu processo de demissão por Dilma? ​

No meu caso, saí do governo e fui inocentado.

Mas a forma como foi tratado por ela? ​

A forma foi ruim. No impeachment, eu renunciei ao mandato de presidente nacional do PL para votar pelo impeachment da Dilma. Isso fez com que o partido que tinha 40 deputados e fechou questão déssemos 28 votos para o impeachment. Fui fundamental nisso. 

BRASÍLIA – O ex-ministro dos Transportes, o vice-presidente do PL Alfredo Nascimento afirma que a legenda vai dar apoio ao presidente Jair Bolsonaro em todos os Estados do País. Ex-aliado dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Nascimento disse que o partido entendeu que seria mais vantajoso se aliar ao presidente, para reforçar sua bancada. Ele defende que todos os parlamentares sigam a regra e que os dissidentes de esquerda deixem o PL. 

Em 2011, Alfredo Nascimento foi um dos ministros demitidos pela então presidente Dilma Rousseff numa “faxina ética”, por indícios de corrupção na pasta e em vinculadas, como o DNIT e a Valec. Havia suspeitas até sobre o patrimônio de um filho dele. 

Jair Bolsonaro durante encontro com empresários organizado pela CNI, na terça-feira, 7; presidente exigiu uma intervenção nos acordos eleitorais nos Estados Foto: Gabriela Biló/Estadão

Agora, ele pode ser candidato a senador ou a deputado federal novamente. Nascimento conversou com o Estadão na última terça-feira, 30 de novembro, durante a cerimônia de filiação de Bolsonaro ao PL.

O que está por trás da escolha do PL por Bolsonaro?

O PL é um partido muito unido. O presidente Bolsonaro vai ter o apoio de todos os Estados. Apesar da autonomia dos Estados, nós acordamos que o partido vai ser Bolsonaro. No meu Estado, o Amazonas, e no Brasil inteiro quem não for Bolsonaro está fora do partido.

O PL vai ter mais ministérios num segundo mandato de Bolsonaro?

Ainda não discutimos isso. Nossa decisão foi partidária. O que agrega mais ao partido? Ficar com a esquerda ou com a direita? Nós entendemos que é mais vantajoso ficar com Bolsonaro.

Alfredo Nascimento, ex-ministro e vice-presidente do PL;Alfredo Nascimento, ex-ministro e vice-presidente do PL; 'Partido está unido', afirma Foto: Gilmar Felix/Agência Câmara

Muitos quadros do partido, o senhor entre eles, tiveram excelentes relações com o PT, mais no governo Lula do que no governo Dilma.

Sou um homem do partido. Fui aliado do PT, mas o momento é outro. Para o Amazonas hoje é muito mais seguro, muito melhor ter o apoio com alguém que pode ajudar. Acho que o partido sai mais forte. É mais interessante ter o presidente Bolsonaro, porque vamos sair desse processo fortes, qualquer que seja o resultado.

Mesmo Lula liderando as pesquisas?

Fazer o que, né? O cenário não está posto ainda. Pode mudar muita coisa.

O que vai ocorrer com quem está no PL e tem saudade do Lula?

Dos 43 deputados, devemos perder uns quatro ou cinco. Mas entram muitos.

Quais?

Não quero citar nomes.

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (AM), é o principal deles? ​

O Marcelo ocupa um cargo do partido, não do parlamentar. Ele entrou para ser vice num grupo de partidos de apoio ao governo Bolsonaro e ele tinha consciência disso. Ele mudou de ideia, eu respeito, mas a regra partidária é essa agora.

E a situação de São Paulo?

Já está arrumado.

O vice-governador e pré-candidato Rodrigo Garcia diz que ainda tem muita água para rolar. ​

Era uma das exigências do presidente Bolsonaro. 

O PL não vai apoiar o PSDB e Garcia? ​

É bem provável que não. Não é contra o Rodrigo. Somos Bolsonaro em todos os Estados. Não vamos apoiar ninguém que não seja Bolsonaro. Pode até não ser candidato do PL, mas tem que ser de um partido que apoie o presidente.

Há acordo para divisão dos recursos de fundo eleitoral e partidário? ​

Não tratamos ainda, a decisão foi só apoiar Bolsonaro.

Ainda guarda mágoa do seu processo de demissão por Dilma? ​

No meu caso, saí do governo e fui inocentado.

Mas a forma como foi tratado por ela? ​

A forma foi ruim. No impeachment, eu renunciei ao mandato de presidente nacional do PL para votar pelo impeachment da Dilma. Isso fez com que o partido que tinha 40 deputados e fechou questão déssemos 28 votos para o impeachment. Fui fundamental nisso. 

BRASÍLIA – O ex-ministro dos Transportes, o vice-presidente do PL Alfredo Nascimento afirma que a legenda vai dar apoio ao presidente Jair Bolsonaro em todos os Estados do País. Ex-aliado dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Nascimento disse que o partido entendeu que seria mais vantajoso se aliar ao presidente, para reforçar sua bancada. Ele defende que todos os parlamentares sigam a regra e que os dissidentes de esquerda deixem o PL. 

Em 2011, Alfredo Nascimento foi um dos ministros demitidos pela então presidente Dilma Rousseff numa “faxina ética”, por indícios de corrupção na pasta e em vinculadas, como o DNIT e a Valec. Havia suspeitas até sobre o patrimônio de um filho dele. 

Jair Bolsonaro durante encontro com empresários organizado pela CNI, na terça-feira, 7; presidente exigiu uma intervenção nos acordos eleitorais nos Estados Foto: Gabriela Biló/Estadão

Agora, ele pode ser candidato a senador ou a deputado federal novamente. Nascimento conversou com o Estadão na última terça-feira, 30 de novembro, durante a cerimônia de filiação de Bolsonaro ao PL.

O que está por trás da escolha do PL por Bolsonaro?

O PL é um partido muito unido. O presidente Bolsonaro vai ter o apoio de todos os Estados. Apesar da autonomia dos Estados, nós acordamos que o partido vai ser Bolsonaro. No meu Estado, o Amazonas, e no Brasil inteiro quem não for Bolsonaro está fora do partido.

O PL vai ter mais ministérios num segundo mandato de Bolsonaro?

Ainda não discutimos isso. Nossa decisão foi partidária. O que agrega mais ao partido? Ficar com a esquerda ou com a direita? Nós entendemos que é mais vantajoso ficar com Bolsonaro.

Alfredo Nascimento, ex-ministro e vice-presidente do PL;Alfredo Nascimento, ex-ministro e vice-presidente do PL; 'Partido está unido', afirma Foto: Gilmar Felix/Agência Câmara

Muitos quadros do partido, o senhor entre eles, tiveram excelentes relações com o PT, mais no governo Lula do que no governo Dilma.

Sou um homem do partido. Fui aliado do PT, mas o momento é outro. Para o Amazonas hoje é muito mais seguro, muito melhor ter o apoio com alguém que pode ajudar. Acho que o partido sai mais forte. É mais interessante ter o presidente Bolsonaro, porque vamos sair desse processo fortes, qualquer que seja o resultado.

Mesmo Lula liderando as pesquisas?

Fazer o que, né? O cenário não está posto ainda. Pode mudar muita coisa.

O que vai ocorrer com quem está no PL e tem saudade do Lula?

Dos 43 deputados, devemos perder uns quatro ou cinco. Mas entram muitos.

Quais?

Não quero citar nomes.

O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (AM), é o principal deles? ​

O Marcelo ocupa um cargo do partido, não do parlamentar. Ele entrou para ser vice num grupo de partidos de apoio ao governo Bolsonaro e ele tinha consciência disso. Ele mudou de ideia, eu respeito, mas a regra partidária é essa agora.

E a situação de São Paulo?

Já está arrumado.

O vice-governador e pré-candidato Rodrigo Garcia diz que ainda tem muita água para rolar. ​

Era uma das exigências do presidente Bolsonaro. 

O PL não vai apoiar o PSDB e Garcia? ​

É bem provável que não. Não é contra o Rodrigo. Somos Bolsonaro em todos os Estados. Não vamos apoiar ninguém que não seja Bolsonaro. Pode até não ser candidato do PL, mas tem que ser de um partido que apoie o presidente.

Há acordo para divisão dos recursos de fundo eleitoral e partidário? ​

Não tratamos ainda, a decisão foi só apoiar Bolsonaro.

Ainda guarda mágoa do seu processo de demissão por Dilma? ​

No meu caso, saí do governo e fui inocentado.

Mas a forma como foi tratado por ela? ​

A forma foi ruim. No impeachment, eu renunciei ao mandato de presidente nacional do PL para votar pelo impeachment da Dilma. Isso fez com que o partido que tinha 40 deputados e fechou questão déssemos 28 votos para o impeachment. Fui fundamental nisso. 

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