Terceira cidade mais populosa de São Paulo, Campinas terá um novo prefeito a partir de 2021. Após Jonas Donizette comandar o município por dois mandatos consecutivos (PSB), 14 candidaturas — sendo nove de partido único e cinco coligações — disputam a preferência do eleitor.
Segundo a pesquisa Ibope divulgada no dia 5 de outubro, o deputado estadual Rafa Zimbaldi (PL) lidera com 23% das intenções de voto, seguido do ex-prefeito Dr. Hélio (PDT), cassado em 2011, com 11%.
Na terceira posição, quatro candidatos estão tecnicamente empatados, considerando a margem de erro de 4 pontos porcentuais para mais ou para menos. Delegada Teresinha (PTB) aparece em vantagem, com 7%, podendo até empatar com Hélio no limite da margem de erro.
Veja abaixo os nomes que estão concorrendo à prefeitura de Campinas nas eleições 2020:
Ahmed Tarique (PMN)
Candidato mais novo à prefeitura de Campinas, Ahmed Tarique tem 27 anos, é nascido no município e professor da rede estadual, nos ensinos fundamental e médio, atualmente afastado para concorrer. Também atua como consultor político. O candidato é formado em ciências sociais e marketing e se coloca como militante do movimento negro. Ele é o atual presidente do PMN na cidade.
Alessandra Ribeiro (PC do B)
Historiadora e urbanista, Alessandra Ribeiro, 44 anos, natural de Campinas, é a primeira candidatura à prefeitura lançada pelo PCdoB na história da cidade. A concorrente é formada pela PUC-Campinas e gestora cultural da Casa de Cultura Fazenda Roseira. Exerce ainda coordenação da pós-graduação em matriz africana da Facibra/Univida e faz consultoria de estudos sobre gestão cultural de espaços públicos compartilhados.
André von Zuben (Cidadania)
Bancário e ex-presidente do sindicato da categoria, André von Zuben, 58 anos, nasceu em São José do Rio Pardo e foi secretário municipal em Campinas por duas oportunidades. Também já presidiu o Conselho da Federação das Entidades Assistenciais. Vereador em segundo mandato, foi titular de Desenvolvimento Econômico, Social e Turismo no atual governo de 2017 a junho deste ano, quando retornou à Câmara. Também comandou a Habitação de 2009 e 2011.
Arthur Orsi (PSD)
Filho do ex-prefeito Edivaldo Orsi (PSDB) e vereador por três mandatos consecutivos (entre 2005 e 2016), o advogado Artur Casseb Orsi (PSD), 50 anos, é candidato a prefeito de Campinas pela segunda vez. Em 2016, ficou em segundo lugar com 76,2 mil votos (15,4% dos válidos), em eleição vencida no primeiro turno por Jonas Donizette (PSB). Nesta campanha, adota como uma das principais bandeiras a redução de gastos com a máquina pública.
"Vamos cortar a maior parte dos cargos em comissão (de confiança), incorporar ou extinguir oito de 25 secretarias. E investir na retomada da crise", afirma. O candidato ainda prevê privatizar algumas empresas públicas que não sejam “essenciais”. É apoiado por candidatos a vereador bolsonaristas.
Orsi é campineiro e formado pela PUC-Campinas. Começou a sua carreira política no PSDB do pai, partido que chegou a presidir o partido na cidade. Além de presenciar a fundação da sigla, foi presidente da juventude tucana e coordenou o Comitê Jovem na eleição do prefeito Magalhães Teixeira, em 1992. Na Câmara, foi autor do pedido de cassação do prefeito Dr. Hélio (PDT), em 2011, e presidiu a CPI da Corrupção, instaurada no mesmo ano para apurar desvios em contratos.
Dário Saadi (Republicanos)
Ex-secretário de Esportes do atual prefeito Jonas Donizette (PSB) e vereador por 18 anos, entre 1995 e 2012, o urologista Dário Saadi (Republicanos), 57 anos, diz que resolveu se lançar candidato devido à experiência acumulada e não como uma continuidade das ações do prefeito. Segundo ele, a meta é avançar em áreas como a saúde e o emprego.
Saadi era filiado ao Solidariedade até o final do ano passado, quando entrou para o atual partido, e lidera uma chapa que conta com participação do PSB, sigla do prefeito. “Quero mostrar na prefeitura minha experiência de gestão, como agente público, e fazer uma proposta bem contundente de modernização", diz.
Na saúde, promete aumentar o quadro de funcionários e usar tecnologia, como telemedicina (troca de informações virtual), para acompanhamento de casos. Também afirma que irá investir na criação de uma rede de qualificação profissional.
Nascido em Pedregulho, Saadi chegou em Campinas aos 18 anos e se formou na PUC. Ele atua na Casa de Saúde e no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, que presidiu entre 1993 e 94. Em sua carreira política, também já passou por DEM, PMDB (hoje MDB) e PSDB, e foi presidente da Câmara (2005/06).
Delegada Teresinha (PTB)
Teresinha de Carvalho é natural de Bueno Brandão (MG), graduada em direito pela Unimep, de Piracicaba, e tem 64 anos. Foi a primeira delegada da Mulher de Campinas, em 1988. Ela se aposentou como delegada no ano 2000 e foi vereadora na cidade por dois mandatos, entre 2001 e2004 e de 2005 a 2008. Atualmente preside o PTB municipal. A candidata é também professora da Academia da Polícia Civil do Estado.
Dr. Hélio (PDT)
Pela segunda vez desde que foi cassado, em 2011, o pediatra Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT), 70 anos, se candidata a retornar ao comando da Prefeitura de Campinas. Diferentemente de 2016, agora se diz apto pela lei a concorrer por já ter cumprido os oito anos de inelegibilidade da cassação, e promete defender seu “legado e experiência para combater a crise” gerada pela pandemia do coronavírus.
O candidato, porém, ainda terá de convencer a Justiça que as rejeições de contas de seu governo, que também o tornam inelegível, seriam inválidas, por terem sido julgadas fora do prazo pela Câmara. No entanto, o Ministério Público Eleitoral pediu a impugnação da sua candidatura e o caso está em análise na Justiça. “Desde que saí da prefeitura, a cidade se precarizou”, diz. Dr. Hélio defende reduzir valores de impostos que considera “escorchantes”, como o IPTU. Também planeja requerer imóveis abandonados e de devedores para ações sociais, além da realização de parcerias com a iniciativa privada para garantir novos investimentos.
Natural de Corumbá (MS), o pedetista é formado pela Unicamp, foi secretário de Saúde nas cidades de Hortolândia e Americana, eleito deputado federal em 1999 e 2004 e prefeito em 2005 e 2008. Ao fim do segundo mandato, foi cassado pela Câmara por omissão frente a casos de corrupção na empresa de saneamento, a Sanasa. Ele nega, e diz que tomou providência ao saber de casos irregulares.
Edson Dorta (PCO)
Trabalhador dos Correios em Campinas, o campineiro Edson Dorta trabalha como carteiro na cidade e tem 48 anos. Ele já foi secretário da Federação dos Trabalhadores dos Correios. Dorta é membro da direção do PCO e concorre pela segunda vez seguida a prefeito em Campinas. Também foi candidato a vice-presidente da República pelo partido em 2010, na chapa então encabeçada por Rui Costa Pimenta.
Laura Leal (PSTU)
Militante do PSTU desde os anos 90, então no movimento estudantil, Laura Leal, 44 anos, é petroleira, operadora na Replan, refinaria da Petrobras em Paulínia, cidade vizinha a Campinas. Ela nasceu em Guiratinga (MT) e tem formação em agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (PR). Já foi candidata a vereadora em Campinas nos anos de 2004 e 2012 e também a deputada estadual em 2014.
Rafa Zimbaldi (PL)
Deputado estadual eleito em 2018 com 80,7 mil votos, o candidato a prefeito de Campinas Rafa Zimbaldi (PL), 39 anos, é filho do ex-deputado federal e ex-vereador Salvador Zimbaldi e se considera inserido na vida política desde a infância. Ex-vereador por quatro mandatos (entre 2005 e 2018), foi líder de governo do prefeito Jonas Donizette (PSB) na Câmara, mas chega a esta eleição rompido com o mandatário. Por meio de duras críticas, dissocia sua imagem de ligação com a administração municipal.
Zimbaldi deixou o PSB em abril deste ano, após desentendimentos internos. Também já foi filiado ao PP e PTB. Sua chapa tem como aliados o PSDB, que integrou o governo local até o início de setembro.
O candidato, nascido em Campinas e com formação técnica em mecatrônica, tem entre suas bandeiras a realização de uma reforma administrativa. “Na Câmara, eu fiz. Extingui 1.200 cargos, estruturei Ouvidoria, Controladoria e houve redução em 70% dos contratos”, divulga, citando as duas ocasiões em que presidiu o Legislativo Municipal, entre 2016 e 2018.
Para a prefeitura, ele prega diminuição no número de cargos, mas sem necessariamente fechar estatais municipais. .
Pedro Tourinho (PT)
Médico sanitarista e vereador no segundo mandato consecutivo, Pedro Tourinho é a aposta do PT para retomar a prefeitura de Campinas, conquistada em 1988 e 2000. Ele nasceu em Belo Horizonte e tem 38 anos. Tourinho tem graduação pela Universidade Federal de Minas Gerais e especialização em saúde coletiva pela Unicamp. É ex-conselheiro nacional de Saúde, professor de medicina da PUC-Campinas e atua como médico na rede municipal de saúde.
Rogério Menezes (PV)
Candidato pelo PV pela segunda vez a prefeito, Rogério Menezes tem 52 anos e é natural da Capital. Menezes é ambientalista formado em oceanografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, foi secretário do Verde do atual governo municipal e secretário adjunto de Saneamento do estado (2011 a 2012), além de coordenador estadual de recursos hídricos (2000 a 2002). Se candidatou a vice-governador em 2010, na chapa de Fábio Feldman.
Rogério Parada (PRTB)
Físico, advogado e empresário do setor de telecomunicações, Rogério Parada tem 54 anos. Ele é naturalizado brasileiro por ter nascido em Boston (EUA), onde seu pai, engenheiro elétrico, trabalhava para o governo federal na área de ciência e tecnologia. Trabalhou no Centro de Pesquisa de Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) como consultor de projetos e foi diretor da Sanasa em 2011, durante a reestruturação da empresa.
Wilson Matos (Patriota)
Wilson Matos, 42 anos, é campineiro e concorre pela primeira vez a um cargo político. Ele é empresário do setor de construção. Sua empresa atende obras nos Estados Unidos, principalmente públicas, desde 2012, e também tem unidade em Campinas, mas atendendo a projetos privados. Matos viveu nos EUA por 25 anos e se formou em engenharia em uma universidade em Washington.