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Ex-líder do movimento Vem Pra Rua, o empresário Rogério Chequer (Novo) vai debutar nas eleições 2018 ao governo de São Paulo atacando o que chama de “velha política”. Sem coligações e recursos do Fundo Partidário, ele aposta em doações voluntárias e nas redes sociais para ganhar mais visibilidade na disputa.
Leia a entrevista na íntegra:
Como o movimento Vem Pra Rua colaborou para sua trajetória política? Movimentos semelhantes terão espaço em uma eventual gestão? O aprendizado e a exposição que eu tive no movimento foram fundamentais para me localizar na política. Como eu tive de fazer corpo a corpo com deputados, senadores, governadores em busca de uma causa, isso já era política. E eu descobri nesse período como funcionam os sistemas políticos e do quão ineficientes para a população eles podem ser. Isso me motivou a entrar na disputa eleitoral.
O Novo não fez coligações. Sua gestão abrirá espaço para a atuação de outros partidos? Pode ter gente de qualquer partido desde que esteja alinhado com o nosso programa, sejam competentes como administradores públicos, íntegros e não misturem partidarismo na administração. Eu não vou misturar, eles muito menos podem fazer isso. Não haverá influência partidária na minha gestão.
O senhor já criticou algumas vezes as gestões tucanas aqui em São Paulo, tanto no governo do Estado quanto na Prefeitura, mais recentemente. Além disso, defende pautas liberais na economia, que inclui privatizações e enxugamento aliado à eficiência do Estado, traços ligados ao ex-prefeito João Doria. O que o difere dele? Como sua gestão será diferente? O que mais nos diferencia já aparece agora na campanha: nós nos recusamos a fazer coligações com partidos só para conquistar mais tempo de TV. Quem entrega cargos para outros partidos perde mandato e a capacidade de executar o que prometeu. Nós jamais abandonaríamos um mandato no primeiro ano por um interesse político. A linha de parcerias com a iniciativa privada que pretendemos seguir tem sim similaridade com a gestão do Doria, mas as diferenças são gritantes.
Quais as possíveis privatizações do seu eventual governo? Nosso objetivo é melhorar os serviços oferecidos e vamos analisar cada um deles para avaliar se a melhor solução é fazer uma parceria com o setor privado, criar uma concessão, privatizar, desmembrar uma empresa para depois privatizar. Cada caso é diferente e só conheceremos cada um quando estivermos lá dentro. No caso do metrô o objetivo não é privatizar, mas acelerar a construção de linhas.
É possível que o metrô funcione totalmente por concessões? Sim, operado via parceria com a iniciativa privada.
Uma das suas propostas é remunerar melhor os policiais. Como isso será feito e qual a viabilidade econômica da medida? Essa é uma das propostas mais caras, mas ela tem de ser feita porque o policial do Estado de São Paulo tem um salário defasado, isso é inaceitável. A gente não pode querer que alguém que arrisca a vida todos os dias em nome da população ganhe o que um policial ganha aqui. Só conseguiremos fazer isso diminuindo o tamanho da máquina pública e cortando todos os privilégios. É com uma nova eficiência da máquina que nós iremos direcionar recursos principalmente para policiais, professores e médicos do setor público.
Quais suas propostas na área de educação? Primeiro precisamos de mudança no tratamento do professor, queremos oferecer uma possibilidade de ter acesso a cursos modernos que tragam sistemas de aprendizagem do futuro e avaliações que possibilitem ascensão salarial muito mais rápida. Ele precisa ser treinado para gerir uma sala de aula. Precisamos também criar programas de valorização deles, um complemento à parte financeira com prêmios e condecorações. Outra frente atuaria na melhor administração das escolas. Uma direção escolar mais efetiva garante performance mais alta. Na parte do ensino prevemos formação em tempo integral.