Jair Bolsonaro (PSL) venceu a eleição presidencial com 55% dos votos válidos, após passar todo o segundo turno como favorito, de acordo com a série de pesquisas Ibope/Estado/TV Globo. A tendência de queda verificada nas três pesquisas, feitas entre os dias 15 e a véspera da votação, não foi forte o suficiente para permitir sua ultrapassagem pelo adversário, Fernando Haddad (PT), que ficou com 45% dos votos (veja apuração completa aqui).
Depois de obter 46% das preferências no primeiro turno, Bolsonaro elevou sua votação na segunda rodada eleitoral em 9 pontos porcentuais, ou 7,8 milhões de votos. Haddad, que conquistou 29% no dia 7 de outubro, ampliou ainda mais seu eleitorado neste domingo, em 15 pontos porcentuais – em números absolutos, foram quase 15 milhões de votos a mais.
Depois de se firmar como candidato do antipetismo, Bolsonaro venceu em quatro das cinco regiões do País. Em termos proporcionais, sua maior vantagem foi registrada no Sul e no Centro-Oeste, onde teve 68% e 67%, respectivamente, contra 33% e 32% do adversário.
No Sudeste, onde vivem aproximadamente quatro em cada dez eleitores, o candidato do PSL teve 65%, 30 pontos porcentuais a mais que Haddad. Em números absolutos, foram quase 13 milhões de votos a mais. No Norte foi registrada a disputa mais equilibrada: 52% a 48% para Bolsonaro.
No Nordeste, Haddad ampliou a vitória que já havia obtido no primeiro turno e chegou a 70%, com vantagem de 40 pontos sobre o adversário.
Em quantidade de Estados, o candidato eleito ficou à frente em 16 (contando o Distrito Federal), e o derrotado, em 11. No primeiro turno, o placar pró-Bolsonaro havia sido de 17 a 9 . No segundo turno, as maiores vantagens proporcionais ocorreram em Acre (77% a 23%), Santa Catarina (76% a 24%) e Rondônia e Roraima (72% a 28% em ambos).
Se ganhasse, o ex-prefeito de São Paulo levaria o PT à quinta vitória consecutiva em disputas presidenciais. Ele teve, porém, o pior desempenho de um petista em um segundo turno desde 1989, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi o escolhido de 47%. Em comparação com a votação de Lula em 2002 e 2006, Haddad conquistou 16,7 e 16,2 pontos porcentuais a menos, respectivamente. Ante Dilma Rousseff em 2010 e 2014, a redução foi de 11,5 e 7,1 pontos.