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Opinião|Assim como a Vale não é dona do Brasil, Lula não é dono da empresa e nem da Petrobras


Presidente parece não engolir o fato de que a mineradora foi privatizada e que a há regras para evitar a ingerência na petroleira

Por Eliane Cantanhêde
Atualização:

A Vale não é dona do Brasil, mas o presidente Lula também não é dono da Vale. Aliás, nem da Petrobras. E é por falar demais, e agir como se fosse dono de tudo e da verdade, que o presidente cria polêmicas desgastantes, tumultuando a política externa brasileira e atraindo desconfiança do mercado e dos investidores. Com um agravante: o novo ataque à Vale foi dias depois da demonstração de força de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista.

É como se Lula não engolisse o fato de que a Vale foi privatizada e, como privatizada, vai muito bem, obrigada. Tudo piora quando ele manobra para impor na presidência da companhia o ex-ministro da Economia de Dilma Rousseff, das pedaladas fiscais e de dois anos de recessão. Houve resistência a Guido Mantega até para a equipe de transição, imagine para a presidência da Vale? A ideia flopou.

Lula age como se fosse dono da Petrobras ou da Vale, o que atrai desconfianças no mercado Foto: Pedro Kirilos/Estadão
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Lula também cometeu erros factuais contra uma das principais companhias brasileiras no mundo. Fiquemos em dois. Um, quando acusou a Vale de não explicar por que desistiu da mina Moatize, em Moçambique, “que foi um esforço pra gente conseguir”. Outro, quando disse que a companhia “ultimamente, está vendendo mais ativos do que produzindo minério de ferro, perdendo o jogo para empresas australianas”.

Bem, a mina de Moatize é de… carvão. A Vale deixou um legado considerado importante em Moçambique, mas tem compromisso com o Acordo de Paris, a priorização da mineração de baixo carbono e até a ambição de se tornar líder mundial nesse segmento. Para completar, a operação era deficitária. As explicações parecem convincentes.

E a Vale vem elevando a produção e saiu de 308 milhões de toneladas de minério de ferro em 2022 para 321 milhões em 2023, mas…sua estratégia não é aumento de volume e sim a diferenciação de mercado. Investe em descarbonização e é líder em produtos “premium”.

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Vira e mexe, a Petrobras, estrela do “petrolão”, também leva canelada de Lula, sofre ingerências políticas e adota medidas tidas no mercado como populistas, repetindo os governos anteriores de Lula e de Dilma e Bolsonaro — que trocou um presidente da companhia atrás do outro, inclusive um general de estrelas, porque se recusavam a fazer o que ele exigia, sem entender patavinas da questão.

Assim, Lula atrai chuvas e trovoadas na política externa e nos setores financeiro, produtivo e de investimentos e sacode a Bolsa, com as ações da Vale caindo após suas críticas e as da Petrobras, diante da redução de compensação a acionistas. Parece teimosia, visão atrasada ou uma assessoria mais ideológica do que seria conveniente aos interesses do Brasil. Ou, quem sabe, tudo isso junto.

A Vale não é dona do Brasil, mas o presidente Lula também não é dono da Vale. Aliás, nem da Petrobras. E é por falar demais, e agir como se fosse dono de tudo e da verdade, que o presidente cria polêmicas desgastantes, tumultuando a política externa brasileira e atraindo desconfiança do mercado e dos investidores. Com um agravante: o novo ataque à Vale foi dias depois da demonstração de força de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista.

É como se Lula não engolisse o fato de que a Vale foi privatizada e, como privatizada, vai muito bem, obrigada. Tudo piora quando ele manobra para impor na presidência da companhia o ex-ministro da Economia de Dilma Rousseff, das pedaladas fiscais e de dois anos de recessão. Houve resistência a Guido Mantega até para a equipe de transição, imagine para a presidência da Vale? A ideia flopou.

Lula age como se fosse dono da Petrobras ou da Vale, o que atrai desconfianças no mercado Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Lula também cometeu erros factuais contra uma das principais companhias brasileiras no mundo. Fiquemos em dois. Um, quando acusou a Vale de não explicar por que desistiu da mina Moatize, em Moçambique, “que foi um esforço pra gente conseguir”. Outro, quando disse que a companhia “ultimamente, está vendendo mais ativos do que produzindo minério de ferro, perdendo o jogo para empresas australianas”.

Bem, a mina de Moatize é de… carvão. A Vale deixou um legado considerado importante em Moçambique, mas tem compromisso com o Acordo de Paris, a priorização da mineração de baixo carbono e até a ambição de se tornar líder mundial nesse segmento. Para completar, a operação era deficitária. As explicações parecem convincentes.

E a Vale vem elevando a produção e saiu de 308 milhões de toneladas de minério de ferro em 2022 para 321 milhões em 2023, mas…sua estratégia não é aumento de volume e sim a diferenciação de mercado. Investe em descarbonização e é líder em produtos “premium”.

Vira e mexe, a Petrobras, estrela do “petrolão”, também leva canelada de Lula, sofre ingerências políticas e adota medidas tidas no mercado como populistas, repetindo os governos anteriores de Lula e de Dilma e Bolsonaro — que trocou um presidente da companhia atrás do outro, inclusive um general de estrelas, porque se recusavam a fazer o que ele exigia, sem entender patavinas da questão.

Assim, Lula atrai chuvas e trovoadas na política externa e nos setores financeiro, produtivo e de investimentos e sacode a Bolsa, com as ações da Vale caindo após suas críticas e as da Petrobras, diante da redução de compensação a acionistas. Parece teimosia, visão atrasada ou uma assessoria mais ideológica do que seria conveniente aos interesses do Brasil. Ou, quem sabe, tudo isso junto.

A Vale não é dona do Brasil, mas o presidente Lula também não é dono da Vale. Aliás, nem da Petrobras. E é por falar demais, e agir como se fosse dono de tudo e da verdade, que o presidente cria polêmicas desgastantes, tumultuando a política externa brasileira e atraindo desconfiança do mercado e dos investidores. Com um agravante: o novo ataque à Vale foi dias depois da demonstração de força de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista.

É como se Lula não engolisse o fato de que a Vale foi privatizada e, como privatizada, vai muito bem, obrigada. Tudo piora quando ele manobra para impor na presidência da companhia o ex-ministro da Economia de Dilma Rousseff, das pedaladas fiscais e de dois anos de recessão. Houve resistência a Guido Mantega até para a equipe de transição, imagine para a presidência da Vale? A ideia flopou.

Lula age como se fosse dono da Petrobras ou da Vale, o que atrai desconfianças no mercado Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Lula também cometeu erros factuais contra uma das principais companhias brasileiras no mundo. Fiquemos em dois. Um, quando acusou a Vale de não explicar por que desistiu da mina Moatize, em Moçambique, “que foi um esforço pra gente conseguir”. Outro, quando disse que a companhia “ultimamente, está vendendo mais ativos do que produzindo minério de ferro, perdendo o jogo para empresas australianas”.

Bem, a mina de Moatize é de… carvão. A Vale deixou um legado considerado importante em Moçambique, mas tem compromisso com o Acordo de Paris, a priorização da mineração de baixo carbono e até a ambição de se tornar líder mundial nesse segmento. Para completar, a operação era deficitária. As explicações parecem convincentes.

E a Vale vem elevando a produção e saiu de 308 milhões de toneladas de minério de ferro em 2022 para 321 milhões em 2023, mas…sua estratégia não é aumento de volume e sim a diferenciação de mercado. Investe em descarbonização e é líder em produtos “premium”.

Vira e mexe, a Petrobras, estrela do “petrolão”, também leva canelada de Lula, sofre ingerências políticas e adota medidas tidas no mercado como populistas, repetindo os governos anteriores de Lula e de Dilma e Bolsonaro — que trocou um presidente da companhia atrás do outro, inclusive um general de estrelas, porque se recusavam a fazer o que ele exigia, sem entender patavinas da questão.

Assim, Lula atrai chuvas e trovoadas na política externa e nos setores financeiro, produtivo e de investimentos e sacode a Bolsa, com as ações da Vale caindo após suas críticas e as da Petrobras, diante da redução de compensação a acionistas. Parece teimosia, visão atrasada ou uma assessoria mais ideológica do que seria conveniente aos interesses do Brasil. Ou, quem sabe, tudo isso junto.

A Vale não é dona do Brasil, mas o presidente Lula também não é dono da Vale. Aliás, nem da Petrobras. E é por falar demais, e agir como se fosse dono de tudo e da verdade, que o presidente cria polêmicas desgastantes, tumultuando a política externa brasileira e atraindo desconfiança do mercado e dos investidores. Com um agravante: o novo ataque à Vale foi dias depois da demonstração de força de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista.

É como se Lula não engolisse o fato de que a Vale foi privatizada e, como privatizada, vai muito bem, obrigada. Tudo piora quando ele manobra para impor na presidência da companhia o ex-ministro da Economia de Dilma Rousseff, das pedaladas fiscais e de dois anos de recessão. Houve resistência a Guido Mantega até para a equipe de transição, imagine para a presidência da Vale? A ideia flopou.

Lula age como se fosse dono da Petrobras ou da Vale, o que atrai desconfianças no mercado Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Lula também cometeu erros factuais contra uma das principais companhias brasileiras no mundo. Fiquemos em dois. Um, quando acusou a Vale de não explicar por que desistiu da mina Moatize, em Moçambique, “que foi um esforço pra gente conseguir”. Outro, quando disse que a companhia “ultimamente, está vendendo mais ativos do que produzindo minério de ferro, perdendo o jogo para empresas australianas”.

Bem, a mina de Moatize é de… carvão. A Vale deixou um legado considerado importante em Moçambique, mas tem compromisso com o Acordo de Paris, a priorização da mineração de baixo carbono e até a ambição de se tornar líder mundial nesse segmento. Para completar, a operação era deficitária. As explicações parecem convincentes.

E a Vale vem elevando a produção e saiu de 308 milhões de toneladas de minério de ferro em 2022 para 321 milhões em 2023, mas…sua estratégia não é aumento de volume e sim a diferenciação de mercado. Investe em descarbonização e é líder em produtos “premium”.

Vira e mexe, a Petrobras, estrela do “petrolão”, também leva canelada de Lula, sofre ingerências políticas e adota medidas tidas no mercado como populistas, repetindo os governos anteriores de Lula e de Dilma e Bolsonaro — que trocou um presidente da companhia atrás do outro, inclusive um general de estrelas, porque se recusavam a fazer o que ele exigia, sem entender patavinas da questão.

Assim, Lula atrai chuvas e trovoadas na política externa e nos setores financeiro, produtivo e de investimentos e sacode a Bolsa, com as ações da Vale caindo após suas críticas e as da Petrobras, diante da redução de compensação a acionistas. Parece teimosia, visão atrasada ou uma assessoria mais ideológica do que seria conveniente aos interesses do Brasil. Ou, quem sabe, tudo isso junto.

Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta

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