Um olhar crítico no poder e nos poderosos

Opinião|Bolsonaro calou a portas fechadas e produziu provas contra si a céu aberto


Discurso do ex-presidente foi fraco, mal articulado e perigoso, pois serve como munição contra ele na Justiça

Por Eliane Cantanhêde

O ex-presidente Jair Bolsonaro não abriu a boca no que seria o seu depoimento à Polícia Federal, a portas fechadas, mas tratou de produzir provas contra si na manifestação de domingo na Avenida Paulista, a céu aberto, para milhares de bolsonaristas, mas também para a PF, o Supremo e quem mais quisesse ouvir. Está gravado, como a fatídica reunião do golpe no Planalto, e não tem como dizer que sua fala foi “deturpada”, “culpa da imprensa” e ele é alvo da “perseguição do ministro Alexandre de Moraes”.

Não foi por falta de tempo, mas talvez por excesso de empáfia, o fato é que Bolsonaro não se preparou devidamente para discursar. Como estaria entre seus seguidores, enrolados em verde e amarelo, esqueceu-se de que tudo o que dissesse seria usado contra ele. Os seguidores ouvem o que querem, concluem o que querem e sempre dão razão ao mito, mas eles não são o Brasil inteiro.

Bolsonaro discursou para milhares de apoiadores na Avenida Paulista Foto: TABA BENEDICTO/ESTADÃO
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Sem saída, porque o papel foi encontrado na sua sala na sede do PL, Bolsonaro admitiu a existência e o seu conhecimento de um rascunho de pronunciamento anunciando Estado de Sítio no País. Irônico, perguntou como seria um golpe, se a medida está prevista na Constituição e precisa passar pelo Congresso? Mas o que interessa é que ele articulava, sim, decretação de Estado de Sítio, com objetivo claro: impedir a posse do presidente eleito democraticamente. E isso é golpe.

O ex-presidente também pediu “anistia” para o que chamou de “pobres coitados” que vandalizaram o Planalto, Supremo, Câmara e Senado em 8 de janeiro de 2023. Logo ele, que é contra até “saidinhas” das prisões no fim de ano? Presos comuns têm de ficar trancafiados, mas criminosos que quebraram as sedes dos três poderes e atentaram contra a democracia, ah!, esses coitadinhos têm de ser anistiados.

Racionalmente, o ato foi uma inegável demonstração de força popular, e portanto política, com mobilização de evangélicos, bandeiras de Israel e muitos milhares de militantes, além de deputados, senadores, prefeitos, quatro governadores e a vice-governadora do DF, Celina Leão. Só não havia... militares. Cadê os generais de Bolsonaro?

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Mas, também sem paixão, o discurso de Bolsonaro foi fraco, mal articulado e perigoso, pois serve como munição contra ele na Justiça. Seus seguidores podem concordar, proteger o mito e atacar ministros do STF e do TSE, mas não as instituições e o Brasil todo, que não estão cegos e surdos para a realidade e a real tentativa de golpe. O ato de domingo foi bem organizado, mas Bolsonaro não se preparou bem. Pensou na foto, mas esqueceu de novo dos vídeos e áudios – que vão engrossar os autos contra ele.

O ex-presidente Jair Bolsonaro não abriu a boca no que seria o seu depoimento à Polícia Federal, a portas fechadas, mas tratou de produzir provas contra si na manifestação de domingo na Avenida Paulista, a céu aberto, para milhares de bolsonaristas, mas também para a PF, o Supremo e quem mais quisesse ouvir. Está gravado, como a fatídica reunião do golpe no Planalto, e não tem como dizer que sua fala foi “deturpada”, “culpa da imprensa” e ele é alvo da “perseguição do ministro Alexandre de Moraes”.

Não foi por falta de tempo, mas talvez por excesso de empáfia, o fato é que Bolsonaro não se preparou devidamente para discursar. Como estaria entre seus seguidores, enrolados em verde e amarelo, esqueceu-se de que tudo o que dissesse seria usado contra ele. Os seguidores ouvem o que querem, concluem o que querem e sempre dão razão ao mito, mas eles não são o Brasil inteiro.

Bolsonaro discursou para milhares de apoiadores na Avenida Paulista Foto: TABA BENEDICTO/ESTADÃO

Sem saída, porque o papel foi encontrado na sua sala na sede do PL, Bolsonaro admitiu a existência e o seu conhecimento de um rascunho de pronunciamento anunciando Estado de Sítio no País. Irônico, perguntou como seria um golpe, se a medida está prevista na Constituição e precisa passar pelo Congresso? Mas o que interessa é que ele articulava, sim, decretação de Estado de Sítio, com objetivo claro: impedir a posse do presidente eleito democraticamente. E isso é golpe.

O ex-presidente também pediu “anistia” para o que chamou de “pobres coitados” que vandalizaram o Planalto, Supremo, Câmara e Senado em 8 de janeiro de 2023. Logo ele, que é contra até “saidinhas” das prisões no fim de ano? Presos comuns têm de ficar trancafiados, mas criminosos que quebraram as sedes dos três poderes e atentaram contra a democracia, ah!, esses coitadinhos têm de ser anistiados.

Racionalmente, o ato foi uma inegável demonstração de força popular, e portanto política, com mobilização de evangélicos, bandeiras de Israel e muitos milhares de militantes, além de deputados, senadores, prefeitos, quatro governadores e a vice-governadora do DF, Celina Leão. Só não havia... militares. Cadê os generais de Bolsonaro?

Mas, também sem paixão, o discurso de Bolsonaro foi fraco, mal articulado e perigoso, pois serve como munição contra ele na Justiça. Seus seguidores podem concordar, proteger o mito e atacar ministros do STF e do TSE, mas não as instituições e o Brasil todo, que não estão cegos e surdos para a realidade e a real tentativa de golpe. O ato de domingo foi bem organizado, mas Bolsonaro não se preparou bem. Pensou na foto, mas esqueceu de novo dos vídeos e áudios – que vão engrossar os autos contra ele.

O ex-presidente Jair Bolsonaro não abriu a boca no que seria o seu depoimento à Polícia Federal, a portas fechadas, mas tratou de produzir provas contra si na manifestação de domingo na Avenida Paulista, a céu aberto, para milhares de bolsonaristas, mas também para a PF, o Supremo e quem mais quisesse ouvir. Está gravado, como a fatídica reunião do golpe no Planalto, e não tem como dizer que sua fala foi “deturpada”, “culpa da imprensa” e ele é alvo da “perseguição do ministro Alexandre de Moraes”.

Não foi por falta de tempo, mas talvez por excesso de empáfia, o fato é que Bolsonaro não se preparou devidamente para discursar. Como estaria entre seus seguidores, enrolados em verde e amarelo, esqueceu-se de que tudo o que dissesse seria usado contra ele. Os seguidores ouvem o que querem, concluem o que querem e sempre dão razão ao mito, mas eles não são o Brasil inteiro.

Bolsonaro discursou para milhares de apoiadores na Avenida Paulista Foto: TABA BENEDICTO/ESTADÃO

Sem saída, porque o papel foi encontrado na sua sala na sede do PL, Bolsonaro admitiu a existência e o seu conhecimento de um rascunho de pronunciamento anunciando Estado de Sítio no País. Irônico, perguntou como seria um golpe, se a medida está prevista na Constituição e precisa passar pelo Congresso? Mas o que interessa é que ele articulava, sim, decretação de Estado de Sítio, com objetivo claro: impedir a posse do presidente eleito democraticamente. E isso é golpe.

O ex-presidente também pediu “anistia” para o que chamou de “pobres coitados” que vandalizaram o Planalto, Supremo, Câmara e Senado em 8 de janeiro de 2023. Logo ele, que é contra até “saidinhas” das prisões no fim de ano? Presos comuns têm de ficar trancafiados, mas criminosos que quebraram as sedes dos três poderes e atentaram contra a democracia, ah!, esses coitadinhos têm de ser anistiados.

Racionalmente, o ato foi uma inegável demonstração de força popular, e portanto política, com mobilização de evangélicos, bandeiras de Israel e muitos milhares de militantes, além de deputados, senadores, prefeitos, quatro governadores e a vice-governadora do DF, Celina Leão. Só não havia... militares. Cadê os generais de Bolsonaro?

Mas, também sem paixão, o discurso de Bolsonaro foi fraco, mal articulado e perigoso, pois serve como munição contra ele na Justiça. Seus seguidores podem concordar, proteger o mito e atacar ministros do STF e do TSE, mas não as instituições e o Brasil todo, que não estão cegos e surdos para a realidade e a real tentativa de golpe. O ato de domingo foi bem organizado, mas Bolsonaro não se preparou bem. Pensou na foto, mas esqueceu de novo dos vídeos e áudios – que vão engrossar os autos contra ele.

O ex-presidente Jair Bolsonaro não abriu a boca no que seria o seu depoimento à Polícia Federal, a portas fechadas, mas tratou de produzir provas contra si na manifestação de domingo na Avenida Paulista, a céu aberto, para milhares de bolsonaristas, mas também para a PF, o Supremo e quem mais quisesse ouvir. Está gravado, como a fatídica reunião do golpe no Planalto, e não tem como dizer que sua fala foi “deturpada”, “culpa da imprensa” e ele é alvo da “perseguição do ministro Alexandre de Moraes”.

Não foi por falta de tempo, mas talvez por excesso de empáfia, o fato é que Bolsonaro não se preparou devidamente para discursar. Como estaria entre seus seguidores, enrolados em verde e amarelo, esqueceu-se de que tudo o que dissesse seria usado contra ele. Os seguidores ouvem o que querem, concluem o que querem e sempre dão razão ao mito, mas eles não são o Brasil inteiro.

Bolsonaro discursou para milhares de apoiadores na Avenida Paulista Foto: TABA BENEDICTO/ESTADÃO

Sem saída, porque o papel foi encontrado na sua sala na sede do PL, Bolsonaro admitiu a existência e o seu conhecimento de um rascunho de pronunciamento anunciando Estado de Sítio no País. Irônico, perguntou como seria um golpe, se a medida está prevista na Constituição e precisa passar pelo Congresso? Mas o que interessa é que ele articulava, sim, decretação de Estado de Sítio, com objetivo claro: impedir a posse do presidente eleito democraticamente. E isso é golpe.

O ex-presidente também pediu “anistia” para o que chamou de “pobres coitados” que vandalizaram o Planalto, Supremo, Câmara e Senado em 8 de janeiro de 2023. Logo ele, que é contra até “saidinhas” das prisões no fim de ano? Presos comuns têm de ficar trancafiados, mas criminosos que quebraram as sedes dos três poderes e atentaram contra a democracia, ah!, esses coitadinhos têm de ser anistiados.

Racionalmente, o ato foi uma inegável demonstração de força popular, e portanto política, com mobilização de evangélicos, bandeiras de Israel e muitos milhares de militantes, além de deputados, senadores, prefeitos, quatro governadores e a vice-governadora do DF, Celina Leão. Só não havia... militares. Cadê os generais de Bolsonaro?

Mas, também sem paixão, o discurso de Bolsonaro foi fraco, mal articulado e perigoso, pois serve como munição contra ele na Justiça. Seus seguidores podem concordar, proteger o mito e atacar ministros do STF e do TSE, mas não as instituições e o Brasil todo, que não estão cegos e surdos para a realidade e a real tentativa de golpe. O ato de domingo foi bem organizado, mas Bolsonaro não se preparou bem. Pensou na foto, mas esqueceu de novo dos vídeos e áudios – que vão engrossar os autos contra ele.

Opinião por Eliane Cantanhêde

Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta

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